Assistir "Only Murders in the Building", posso dizer, já foi uma agradável e surpreendente surpresa com apenas uma semana de Star+. Na linha do clássico "Os 7 Suspeitos", repaginado e pontualmente inserido no contexto dos recentes sucessos narrativos em podcast de séries de "True Crime", a história segue um inusitado trio de vizinhos que moram em um tradicional prédio de NY. Com personalidades completamente distintas, eles têm em comum a paixão por histórias de investigação policial. Embora a aproximação entres eles tenha acontecido por acaso, tudo muda quando os três se veem envolvidos em um possível caso de assassinato que para a polícia não passa de um suicídio.
No tom certo, mas com um roteiro que soa bobinho no primeiro episódio, a série ganha outras camadas já a partir do segundo. "Only Murders in the Building" se aproveita de um elenco carismático para nos colocar dentro de um cotidiano novaiorquino que transita perfeitamente entre o estereótipo e o drama profundamente real de uma forma muito divertida e irônica. Veja, Oliver (Martin Short) é um diretor de teatro frustrado e completamente falido que se recusa a mudar seu estilo de vida. Charles (Steve Martin) é um mal humorado ator dos anos 1990 que se gaba de não precisar de ninguém para ser feliz. Finalmente Mabel (Selena Gomez) bem mais jovem que Charles e Oliver, mora sozinha em um apartamento grande e caro em Nova York, mas alega estar reformando o apartamento para a tia, o que, claramente, parece ser mentira, já que tudo que ela fala soa como um grande mistério. Confira o trailer:
Os três primeiros episódios criam uma dinâmica bastante interessante entre os personagens, principalmente por mostrar que existe muito mais a se descobrir sobre eles do que necessariamente sobre o crime que estão investigando. Os episódios vão pontuando o passado de cada um deles, nos ajudando a construir suas respectivas personalidades de forma independente das relações sociais que eles tem com os outros vizinhos - embora leve na forma, as histórias tem um conteúdo rico em dramas existenciais profundos e marcantes para um comédia como essa.
Já quando os três protagonistas estão juntos, o que vemos é um time narrativo que ganha um outro contorno, quase pastelão eu diria, mas assim que entendemos a dinâmica e percebemos que as ramificações da investigação vão crescendo, ao mesmo tempo em que os outros moradores também vão sendo apresentados (com suas motivações obscuras sendo interpretadas de uma maneira bem divertida), temos a exata noção de que todos são potencialmente suspeitos, mesmo que muito pouco justifique essa suspeita. No terceiro episódio uma breve participação especial do cantor Sting dá uma pista de como o elenco de apoio pode ser rico durante as temporadas.
Vale dizer também que "Only Murders in the Building" caminha para ser um fenômeno nos EUA, já sendo a comédia mais assistida do Hulu desde o lançamento na plataforma por lá (segundo o The Wrap). O Hulu aliás, tem mais de 43 milhões de assinantes e embora não tenha divulgado os números de audiência da série, confirmou que esse é um dos maiores sucessos de todos os tempos em seu catálogo de originais.
Olha, as impressões foram as melhores - série rápida (30 minutos), divertida, inteligente, com ótimas sacadas e muito bem produzida!
Assim que assistirmos todos os episódios dessa primeira temporada, voltamos com uma análise completa.
Up Date (14/09/21): “Only Murders in the Building” foi oficialmente renovada para uma segunda temporada.
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