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O código Bill Gates

Diretor
Davis Guggenheim
Elenco
Bill Gates, Melinda Gates, Alex Bueermann
Ano
2019
País
EUA

netflix Documentário ml-real ml-empreendedorismo ml-biografia ml-tecnologia ml-ff

O código Bill Gates

"O código Bill Gates" é realmente muito bom! Desde o lançamento do trailer oficial, minha expectativa era alta e, depois de assistir todos os episódios em uma única sentada (recomendo), não me decepcionei. A minissérie documental que a Netflix produziu acompanha um Bill Gates "aposentado", dedicado a filantropia, tentando encontrar soluções para os problemas do mundo e investindo muito (mas, muito) dinheiro nisso - é essa linha narrativa, inclusive, que permite fazer paralelos com todos os momentos cruciais da sua vida pública como presidente da Microsoft - construindo um novo personagem e desconstruindo aquele outro.

Baseado em três projetos principais: melhorar o saneamento em países onde grande parte da população vive na miséria, erradicar a pólio no mundo (efetivamente na Nigéria) e remodelar a produção de energia nuclear; o diretor Davis Guggenheim foca nesse trabalho filantrópico da Fundação Bill e Melinda Gates para fazer uma espécie de raio-x do personagem que luta dia a dia para transformar o mundo através da tecnologia sendo um homem cheio de manias, com posturas que podem ser interpretadas como arrogantes ou egoístas, mas que parece simples ao ponto de adorar hambúrguer e diet coke! Funciona! 

A não-linearidade do roteiro criou uma dinâmica muito interessante para o "O código Bill Gates". Partindo do que vemos de melhor em um personagem que se confunde com a história da tecnologia (e por incrível que pareça criando até uma certa empatia com ele), a minissérie é coerente em exaltar os desafios atuais de Gates, mas também de não aliviar em suas polêmicas do passado. Sem dúvida que Guggenheim sofreu muita pressão para encontrar esse equilíbrio até chegar ao corte final - fico imaginando o processo de aprovação de um projeto como esse, ainda mais com um Bill Gates (e milhões de advogados) assinando embaixo. O fato é que a versão que está na Netflix é um recorte da vida profissional de Gates, que humaniza o "visionário" com muitas qualidades, em troca de poder mostrar alguns (apenas alguns) dos seus defeitos. Bill Gates não tem a capacidade de comunicação de Steve Jobs, não tem carisma e não convence quando tenta ser cool - e isso não é um problema - ele é o que é! Ele é um homem extremamente inteligente, viciado em livros, ávido por informação e conhecimento, competitivo e até meio ingênuo (isso fica perceptível em algumas respostas bastante expontâneas que ele dá durante os episódios). Ele é um cara que, por mais que fizesse, ficava sempre na sombra de Jobs e, para mim, esse é o único ponto fraco do documentário - em nenhum momento é explorada essa disputa pessoal e profissional. Em nenhum momento o diretor trás o assunto "apple" para a história e, me desculpe, não se conta a história de um "protagonista" sem citar o "antagonista" - eles são complementares, por mais que se queira exaltar os feitos de um não é preciso diminuir o sucesso do outro!

De fato "O código Bill Gates" acerta em cheio ao contar parte da jornada de construção de um império e tudo que implica ter (incríveis) 96% de market share em um segmento. De fato Bill Gates é um personagem sensacional, com uma história admirável, uma personalidade ímpar e apaixonado pelo seu trabalho. Essa minissérie retrata um pouco disso tudo e sem dúvida tem uma importância histórica - independente de contar só um dos lados (sua briga com Steve Ballmer é um bom exemplo). Não deve ser fácil ser um cara como Bill Gates e levantar essa discussão ajuda muito na experiência de assistir os três episódios. É claro que alguns vão se identificar ou vão valorizar essa jornada mais que outros, mas isso é normal quando uma figura tão icônica é retratada. O que posso dizer com muita tranquilidade é que o projeto ficou lindo artisticamente e tecnicamente. Tem um fotografia muito bonita, inserções gráficas com mapas sistêmicos que ajudam a entender a complexidade dos projetos que Gates está financiando, algumas animações para dramatizar determinadas passagens da vida dele são inseridas de forma bastante orgânica na narrativa e as intervenções tanto do entrevistador quando dos entrevistados estão perfeitas. Gostei muito e, mesmo parecendo um documentário "chapa branca", acho que vale muito a pena assistir. Me surpreendi pela forma como ele é inspirador e por uma mensagem que vale a reflexão: "Se ainda não está dando certo, trabalhe mais!!!"

Assista Agora

"O código Bill Gates" é realmente muito bom! Desde o lançamento do trailer oficial, minha expectativa era alta e, depois de assistir todos os episódios em uma única sentada (recomendo), não me decepcionei. A minissérie documental que a Netflix produziu acompanha um Bill Gates "aposentado", dedicado a filantropia, tentando encontrar soluções para os problemas do mundo e investindo muito (mas, muito) dinheiro nisso - é essa linha narrativa, inclusive, que permite fazer paralelos com todos os momentos cruciais da sua vida pública como presidente da Microsoft - construindo um novo personagem e desconstruindo aquele outro.

Baseado em três projetos principais: melhorar o saneamento em países onde grande parte da população vive na miséria, erradicar a pólio no mundo (efetivamente na Nigéria) e remodelar a produção de energia nuclear; o diretor Davis Guggenheim foca nesse trabalho filantrópico da Fundação Bill e Melinda Gates para fazer uma espécie de raio-x do personagem que luta dia a dia para transformar o mundo através da tecnologia sendo um homem cheio de manias, com posturas que podem ser interpretadas como arrogantes ou egoístas, mas que parece simples ao ponto de adorar hambúrguer e diet coke! Funciona! 

A não-linearidade do roteiro criou uma dinâmica muito interessante para o "O código Bill Gates". Partindo do que vemos de melhor em um personagem que se confunde com a história da tecnologia (e por incrível que pareça criando até uma certa empatia com ele), a minissérie é coerente em exaltar os desafios atuais de Gates, mas também de não aliviar em suas polêmicas do passado. Sem dúvida que Guggenheim sofreu muita pressão para encontrar esse equilíbrio até chegar ao corte final - fico imaginando o processo de aprovação de um projeto como esse, ainda mais com um Bill Gates (e milhões de advogados) assinando embaixo. O fato é que a versão que está na Netflix é um recorte da vida profissional de Gates, que humaniza o "visionário" com muitas qualidades, em troca de poder mostrar alguns (apenas alguns) dos seus defeitos. Bill Gates não tem a capacidade de comunicação de Steve Jobs, não tem carisma e não convence quando tenta ser cool - e isso não é um problema - ele é o que é! Ele é um homem extremamente inteligente, viciado em livros, ávido por informação e conhecimento, competitivo e até meio ingênuo (isso fica perceptível em algumas respostas bastante expontâneas que ele dá durante os episódios). Ele é um cara que, por mais que fizesse, ficava sempre na sombra de Jobs e, para mim, esse é o único ponto fraco do documentário - em nenhum momento é explorada essa disputa pessoal e profissional. Em nenhum momento o diretor trás o assunto "apple" para a história e, me desculpe, não se conta a história de um "protagonista" sem citar o "antagonista" - eles são complementares, por mais que se queira exaltar os feitos de um não é preciso diminuir o sucesso do outro!

De fato "O código Bill Gates" acerta em cheio ao contar parte da jornada de construção de um império e tudo que implica ter (incríveis) 96% de market share em um segmento. De fato Bill Gates é um personagem sensacional, com uma história admirável, uma personalidade ímpar e apaixonado pelo seu trabalho. Essa minissérie retrata um pouco disso tudo e sem dúvida tem uma importância histórica - independente de contar só um dos lados (sua briga com Steve Ballmer é um bom exemplo). Não deve ser fácil ser um cara como Bill Gates e levantar essa discussão ajuda muito na experiência de assistir os três episódios. É claro que alguns vão se identificar ou vão valorizar essa jornada mais que outros, mas isso é normal quando uma figura tão icônica é retratada. O que posso dizer com muita tranquilidade é que o projeto ficou lindo artisticamente e tecnicamente. Tem um fotografia muito bonita, inserções gráficas com mapas sistêmicos que ajudam a entender a complexidade dos projetos que Gates está financiando, algumas animações para dramatizar determinadas passagens da vida dele são inseridas de forma bastante orgânica na narrativa e as intervenções tanto do entrevistador quando dos entrevistados estão perfeitas. Gostei muito e, mesmo parecendo um documentário "chapa branca", acho que vale muito a pena assistir. Me surpreendi pela forma como ele é inspirador e por uma mensagem que vale a reflexão: "Se ainda não está dando certo, trabalhe mais!!!"

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