indika.tv - Chloe
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Chloe

Diretor
Alice Seabright, Amanda Boyle
Elenco
Erin Doherty, Billy Howle, Pippa Bennett-Warner
Ano
2022
País
Reino Unido

Drama Prime Video ml-psicologico ml-investigação ml-relacoes ml-crime ml-nivel-b ml-casal ml-amigos ml-pf

Chloe

Essa minissérie co-produzida pela Amazon com a BBC dividiu opinões - a nossa, no entanto, é que vale muito a pena; eu diria até que é aquele tipo de entretenimento despretensioso que realmente vale a maratona em um final de semana chuvoso sem sair debaixo do cobertor! "Chloe" é uma criação de Alice Seabright (a mente criativa por trás de "Sex Education") que traz para a tela uma espécie de suspense psicológico que sabe explorar com muita sensibilidade temas como identidade e obsessão, sempre pautada pela percepção construída nas redes sociais. A trama é centrada na vida de Becky Green (Erin Doherty), uma jovem introspectiva e solitária que passa seus dias comparando sua própria vida com as imagens cuidadosamente montadas que vê nas redes sociais, especialmente no perfil de Chloe (Poppy Gilbert), uma influenciadora aparentemente perfeita. O interessante dessa premissa é como ela se aprofunda nas consequências emocionais de uma obsessão digital, e como essa dependência pode fazer alguém se perder na busca por uma vida perfeita que sabemos, nem existe!

A narrativa começa quando Becky descobre que Chloe morreu sob circunstâncias misteriosas. Dominada pela curiosidade e pela obsessão que já nutria pela vida glamorosa da influenciadora, Becky adota uma nova identidade para se infiltrar no círculo social de Chloe e assim tentar desvendar os segredos por trás de sua morte. À medida que ela se aproxima de pessoas próximas a Chloe, Becky começa a viver uma vida dupla, mergulhando cada vez mais fundo em uma teia de mentiras que além de insustentável, é muito perigosa. Confira o trailer:

O interessante de "Chloe", sem dúvida, é a forma como seu roteiro nos transporta, com uma certa familiaridade, para uma jornada envolvente e empolgante - é uma experiência que mistura o melhor de "Inventando Anna" com o mistério de "Garota Exemplar". A história criada por Seabright é inteligente e cheia de camadas, revelando de uma maneira não linear uma trama que deixa muito espaço para um tipo de ambiguidade que nos provoca a cada episódio - Becky, por exemplo, é uma personagem difícil de cravar de imediato se é do bem ou do mal (a relação com sua mãe diz muito sobre isso). O mistério em torno da morte de Chloe é outro fator que equilibra a narrativa - ele se desenvolve gradualmente, mantendo a audiência engajada e questionando constantemente a confiabilidade de Becky como narradora. A minissérie, é preciso que se diga, se destaca por evitar explicações fáceis ou pela escolha de caminhos convencionais, optando por uma abordagem que valoriza a complexidade emocional e psicológica dos personagens.

Seabright e Amanda Boyle (de "Skins") sabem como construir uma atmosfera de tensão ao mesmo tempo que manipulam habilmente as nossas percepções sobre Becky e sobre as reais motivações sobre sua busca pela verdade. A direção inova ao usar como pano de fundo o mistério para aí sim explorar os perigos da auto-promoção digital - repare como é palpável a forma como roteiro retrata as redes sociais e como elas podem intensificar os sentimentos de inadequação e inveja. "Chloe" é um ótimo exemplo de como as redes se tornam um terreno fértil para a idealização e a alienação, ao mesmo tempo em que questiona a capacidade de realmente conhecer alguém pela vida que projeta online. Becky, nesse sentido, é uma personagem multifacetada, complexa e, muitas vezes, desconfortável por suas inseguranças, o que torna essa jornada psicológica tão fascinante quanto inquietante. Erin Doherty oferece uma performance memorável - ela captura a solidão de sua personagem, alternando uma certa vulnerabilidade com uma frieza quase psicopata.

Alinhada ao conceito misterioso da história, a minissérie abusa de sua paleta de cores frias e dos cenários cuidadosamente enquadrados para intensificar o sentimento de isolamento e de observação de Beck - essa proposta torna a nossa experiência visualmente bem imersiva, mas nos tira da zona de conforto a todo momento. Se com muita criatividade, as cenas que se alternam entre o mundo real e o digital são montadas de maneira fluida, criando uma narrativa que reflete o impacto psicológico das redes sociais sobre a protagonista, permitindo um mergulho profundo no seu psicológico; o fator investigativo pode parecer mais arrastado que o normal - dito isso, tenha alguma paciência e não espere um final emblemático. Saiba que em "Chloe" o caminho é até mais interessante que seu destino e é isso que vai te divertir durante os seis episódios!

Vale seu play!

Assista Agora

Essa minissérie co-produzida pela Amazon com a BBC dividiu opinões - a nossa, no entanto, é que vale muito a pena; eu diria até que é aquele tipo de entretenimento despretensioso que realmente vale a maratona em um final de semana chuvoso sem sair debaixo do cobertor! "Chloe" é uma criação de Alice Seabright (a mente criativa por trás de "Sex Education") que traz para a tela uma espécie de suspense psicológico que sabe explorar com muita sensibilidade temas como identidade e obsessão, sempre pautada pela percepção construída nas redes sociais. A trama é centrada na vida de Becky Green (Erin Doherty), uma jovem introspectiva e solitária que passa seus dias comparando sua própria vida com as imagens cuidadosamente montadas que vê nas redes sociais, especialmente no perfil de Chloe (Poppy Gilbert), uma influenciadora aparentemente perfeita. O interessante dessa premissa é como ela se aprofunda nas consequências emocionais de uma obsessão digital, e como essa dependência pode fazer alguém se perder na busca por uma vida perfeita que sabemos, nem existe!

A narrativa começa quando Becky descobre que Chloe morreu sob circunstâncias misteriosas. Dominada pela curiosidade e pela obsessão que já nutria pela vida glamorosa da influenciadora, Becky adota uma nova identidade para se infiltrar no círculo social de Chloe e assim tentar desvendar os segredos por trás de sua morte. À medida que ela se aproxima de pessoas próximas a Chloe, Becky começa a viver uma vida dupla, mergulhando cada vez mais fundo em uma teia de mentiras que além de insustentável, é muito perigosa. Confira o trailer:

O interessante de "Chloe", sem dúvida, é a forma como seu roteiro nos transporta, com uma certa familiaridade, para uma jornada envolvente e empolgante - é uma experiência que mistura o melhor de "Inventando Anna" com o mistério de "Garota Exemplar". A história criada por Seabright é inteligente e cheia de camadas, revelando de uma maneira não linear uma trama que deixa muito espaço para um tipo de ambiguidade que nos provoca a cada episódio - Becky, por exemplo, é uma personagem difícil de cravar de imediato se é do bem ou do mal (a relação com sua mãe diz muito sobre isso). O mistério em torno da morte de Chloe é outro fator que equilibra a narrativa - ele se desenvolve gradualmente, mantendo a audiência engajada e questionando constantemente a confiabilidade de Becky como narradora. A minissérie, é preciso que se diga, se destaca por evitar explicações fáceis ou pela escolha de caminhos convencionais, optando por uma abordagem que valoriza a complexidade emocional e psicológica dos personagens.

Seabright e Amanda Boyle (de "Skins") sabem como construir uma atmosfera de tensão ao mesmo tempo que manipulam habilmente as nossas percepções sobre Becky e sobre as reais motivações sobre sua busca pela verdade. A direção inova ao usar como pano de fundo o mistério para aí sim explorar os perigos da auto-promoção digital - repare como é palpável a forma como roteiro retrata as redes sociais e como elas podem intensificar os sentimentos de inadequação e inveja. "Chloe" é um ótimo exemplo de como as redes se tornam um terreno fértil para a idealização e a alienação, ao mesmo tempo em que questiona a capacidade de realmente conhecer alguém pela vida que projeta online. Becky, nesse sentido, é uma personagem multifacetada, complexa e, muitas vezes, desconfortável por suas inseguranças, o que torna essa jornada psicológica tão fascinante quanto inquietante. Erin Doherty oferece uma performance memorável - ela captura a solidão de sua personagem, alternando uma certa vulnerabilidade com uma frieza quase psicopata.

Alinhada ao conceito misterioso da história, a minissérie abusa de sua paleta de cores frias e dos cenários cuidadosamente enquadrados para intensificar o sentimento de isolamento e de observação de Beck - essa proposta torna a nossa experiência visualmente bem imersiva, mas nos tira da zona de conforto a todo momento. Se com muita criatividade, as cenas que se alternam entre o mundo real e o digital são montadas de maneira fluida, criando uma narrativa que reflete o impacto psicológico das redes sociais sobre a protagonista, permitindo um mergulho profundo no seu psicológico; o fator investigativo pode parecer mais arrastado que o normal - dito isso, tenha alguma paciência e não espere um final emblemático. Saiba que em "Chloe" o caminho é até mais interessante que seu destino e é isso que vai te divertir durante os seis episódios!

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