indika.tv - Instinto Materno
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Instinto Materno

Diretor
Cãlin Peter Netzer
Elenco
Bogdan Dumitrache, Luminita Gheorghiu, Natasa Raab
Ano
2013
País
Romênia

Drama ml-psicologico ml-relacoes ml-independente ml-familia ml-hc Imovision

Instinto Materno

"Instinto Materno" é um filme sensacional e extremamente profundo se você estiver disposto a mergulhar nas relações familiares dentro de um contexto social que vai te provocar inúmeros julgamentos morais e mais do que isso: que vai te fazer refletir, te fazer repensar e até buscar algumas respostas (ou motivos) que justifiquem tantos sentimentos, tabus e comportamentos, muitas vezes incompreensíveis, que permeiam uma dinâmica entre mãe e filho - e essa jornada não será das mais simples!

Superprotetora, Cornelia Keneres (Luminita Gheorghiu) é uma mãe que possui um relacionamento conturbado com o filho Barbu (Bogdan Dumitrache) de 32 anos. Com uma perspectiva completamente infantil e dependente do filho, Cornelia tenta de todas as formas evitar que o filho seja indiciado por um acidente de carro que culminou na morte de um adolescente de 14 anos. Confira o trailer:

Essa produção romena, vencedora do Urso de Ouro em 2014 no Festival de Berlin, explora de maneira muito sútil o enorme abismo social do mundo moderno, sem a premissa de encontrar um vilão ou um mocinho. Na verdade, quando o roteiro pontua os reflexos do status social em algumas relações, como uma suposta facilidade em conseguir algumas informações com a polícia ou o pedido de favores entre patroa e empregada em troca de um lindo par de sapatos para a filha adolescente, a história ganha uma outra dimensão, não só baseada na obsessão de uma mãe, mas também em como isso esconde a fragilidade do ser humano e se conecta com a perda de valores ou com o abuso de privilégios. 

Dirigido pelo talentoso Cãlin Peter Netzer (de "Ana, meu Amor"), com roteiro dele ao lado de Razvan Radulescu, "Instinto Materno" usa e abusa de sua câmera na mão, para imprimir um aspecto documental impressionante - é como se observássemos toda cena de dentro dela e ele faz isso com o único intuito de nos constranger. Veja, as situações são apresentadas de maneira seca, sem nenhum tipo de muleta visual (no bom sentido) e isso cria uma enorme sensação de realidade - é como se a história que vemos na tela pode ser a mesma que vamos escutar no próximo encontro com os amigos. Tudo isso faz ainda mais sentido porque temos uma Luminita Gheorghiu roubando a cena - ela é simplesmente intragável ao mesmo tempo em que é frágil, ressentida, perturbada, mal amada, enfim, são tantas camadas que seria impossível definir sua personagem em uma única palavra. Para quem não sabe, Gheorghiu sempre foi considerada uma das melhores atrizes de seu país e que, infelizmente, nos deixou em 4 de julho de 2021, com 71 anos.

"Instinto Materno" discute em vários níveis o conforto que a sensação de controle pode nos gerar e, obviamente, o inferno que nossa vida pode se tornar se não o tivermos. É um preço muito caro viver assim, além de ser uma parte indissociável de uma classe com privilégios, capaz de moldar (e transformar) a índole de um ser humano de acordo com suas próprias frustrações ou anseios. Não se trata de ser bom ou ruim, mas sim de usar os "meios" para alcançar um "fim" por si só. Não estranhe o fato do filme começar e terminar com reticências - esse é o seu conceito narrativo e propósito: talvez te gere uma percepção de vazio além do que estamos acostumados - e se isso acontecer, ele cumpriu seu papel!

Vale muito a pena!

Assista Agora

"Instinto Materno" é um filme sensacional e extremamente profundo se você estiver disposto a mergulhar nas relações familiares dentro de um contexto social que vai te provocar inúmeros julgamentos morais e mais do que isso: que vai te fazer refletir, te fazer repensar e até buscar algumas respostas (ou motivos) que justifiquem tantos sentimentos, tabus e comportamentos, muitas vezes incompreensíveis, que permeiam uma dinâmica entre mãe e filho - e essa jornada não será das mais simples!

Superprotetora, Cornelia Keneres (Luminita Gheorghiu) é uma mãe que possui um relacionamento conturbado com o filho Barbu (Bogdan Dumitrache) de 32 anos. Com uma perspectiva completamente infantil e dependente do filho, Cornelia tenta de todas as formas evitar que o filho seja indiciado por um acidente de carro que culminou na morte de um adolescente de 14 anos. Confira o trailer:

Essa produção romena, vencedora do Urso de Ouro em 2014 no Festival de Berlin, explora de maneira muito sútil o enorme abismo social do mundo moderno, sem a premissa de encontrar um vilão ou um mocinho. Na verdade, quando o roteiro pontua os reflexos do status social em algumas relações, como uma suposta facilidade em conseguir algumas informações com a polícia ou o pedido de favores entre patroa e empregada em troca de um lindo par de sapatos para a filha adolescente, a história ganha uma outra dimensão, não só baseada na obsessão de uma mãe, mas também em como isso esconde a fragilidade do ser humano e se conecta com a perda de valores ou com o abuso de privilégios. 

Dirigido pelo talentoso Cãlin Peter Netzer (de "Ana, meu Amor"), com roteiro dele ao lado de Razvan Radulescu, "Instinto Materno" usa e abusa de sua câmera na mão, para imprimir um aspecto documental impressionante - é como se observássemos toda cena de dentro dela e ele faz isso com o único intuito de nos constranger. Veja, as situações são apresentadas de maneira seca, sem nenhum tipo de muleta visual (no bom sentido) e isso cria uma enorme sensação de realidade - é como se a história que vemos na tela pode ser a mesma que vamos escutar no próximo encontro com os amigos. Tudo isso faz ainda mais sentido porque temos uma Luminita Gheorghiu roubando a cena - ela é simplesmente intragável ao mesmo tempo em que é frágil, ressentida, perturbada, mal amada, enfim, são tantas camadas que seria impossível definir sua personagem em uma única palavra. Para quem não sabe, Gheorghiu sempre foi considerada uma das melhores atrizes de seu país e que, infelizmente, nos deixou em 4 de julho de 2021, com 71 anos.

"Instinto Materno" discute em vários níveis o conforto que a sensação de controle pode nos gerar e, obviamente, o inferno que nossa vida pode se tornar se não o tivermos. É um preço muito caro viver assim, além de ser uma parte indissociável de uma classe com privilégios, capaz de moldar (e transformar) a índole de um ser humano de acordo com suas próprias frustrações ou anseios. Não se trata de ser bom ou ruim, mas sim de usar os "meios" para alcançar um "fim" por si só. Não estranhe o fato do filme começar e terminar com reticências - esse é o seu conceito narrativo e propósito: talvez te gere uma percepção de vazio além do que estamos acostumados - e se isso acontecer, ele cumpriu seu papel!

Vale muito a pena!

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