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O Sabor da Vida

Diretor
Anh Hung Tran
Elenco
Juliette Binoche, Benoît Magimel, Emmanuel Salinger
Ano
2023
País
França

Drama Prime Video ml-relacoes ml-gastronomia ml-oscar ml-casal ml-hc ml-mc

O Sabor da Vida

"O Sabor da Vida" é um típico drama francês - na sua essência e na sua cadência. O curioso, no entanto, é que o filme foi dirigido pelo Anh Hung Tran, de "O Cheiro do Papaia Verde" e de "As Luzes de um Verão" - todos reverenciados em Cannes. Esse imigrante vietnamita que desde os anos 90 se posicionou no cinema europeu como um contador de histórias sensíveis sobre as relações, sempre inseridas em um contexto poético, outra uma vez entrega um obra para, mais do que assistir, admirar! "La Passion de Dodin Bouffant" (no original) não é um filme tradicional, ele é mais uma poesia, cheia de simbolismos (claro), que explora a conexão íntima entre a gastronomia e as emoções humanas. Baseado na obra de Marcel Rouff, o filme retrata a relação complexa e profunda entre o renomado chef Dodin Bouffant e sua cozinheira Eugénie, em uma história que se desenrola na França de 1885. Com uma abordagem intimista e muito sensível, "O Sabor da Vida" evoca o universo sensorial da culinária como expressão de amor, desejo, dedicação e arte - uma espécie de "Chef's Table" do século XIX"!

A narrativa gira em torno da paixão que une Dodin (Benoît Magimel) e Eugénie (Juliette Binoche), tanto na cozinha quanto fora dela. Em meio à preparação de pratos elaborados e cenas de refinada técnica culinária, o relacionamento dos dois é revelado com muita sutileza. Dodin deseja que Eugénie se case com ele, mas ela hesita em aceitar, já que é uma mulher de princípios independentes e dedicada a sua arte - para ela, o amor entre os dois está na relação profissional. Acontece que a dualidade entre o desejo de liberdade de Eugénie e a conexão emocional que a gastronomia proporciona para ambos, reflete as nuances de uma relação que transcende as palavras até que Dodin, finalmente, resolve cozinhar para ela. Confira o trailer:

Até pela proposta narrativa de "O Sabor da Vida", imediatamente já entendemos o quanto a direção de Anh Hung Tran prioriza o sutil e o contemplativa. Capturando cada detalhe com precisão e profundidade, o diretor faz uso de uma cinematografia rica e texturizada, onde cada prato preparado se torna uma verdadeira obra de arte. A fotografia de Jonathan Ricquebourg volta sua câmera para as sensações e texturas daquele mundo cheio de cores e sabores - os pratos e ingredientes são filmados com um olhar cuidadoso, quase reverencial, evocando o fascínio e o respeito pela culinária francesa tradicional. Alinhado com o estilo de Hung Tran, Ricquebourg utiliza planos fechados que intensificam a experiência sensorial, permitindo que a audiência praticamente "sinta" o aroma e o gosto das preparações - um conselho: não assista esse filme com fome!

Benoît Magimel e Juliette Binoche, ambos com atuações sublimes, capturam a complexidade de seus personagens com uma química magnética (eles já foram um casal na vida real). Magimel traz a Dodin uma camada de profundidade que vai além do mero papel de um chef; ele é um homem apaixonado pela comida e pelas experiências que o sabor pode proporcionar, mas também é uma figura vulnerável e de certa forma inseguro perante seu amor por Eugénie. Binoche, por sua vez, oferece uma interpretação rica e contida, expressando uma força interior e uma independência que são fundamentais para o desenvolvimento da narrativa. A dinâmica entre os dois é carregada de desejo e respeito mútuo, se comunicando mais pelos gestos e olhares do que com palavras, em um retrato delicado do amor e do companheirismo verdadeiro.

Veja, o filme se concentra nos momentos de convivência silenciosa, nas delicadezas que revelam as profundezas emocionais dos protagonistas, ou seja, você está realmente diante de um drama de relações nada convencional, mas belíssimo de assistir. "O Sabor da Vida" poderia até ter, mas evita cenas dramáticas intensas para construir uma jornada onde os pequenos detalhes, como a preparação de uma refeição ou o ajuste cuidadoso de um prato, se tornam veículos de expressão muito mais potentes e representativos de um sentimento mais íntimo. Indicado ao Oscar de Filme Internacional pela França e premiado em festivais importantes em 2023, "O Sabor da Vida" é belo e reflexivo, moldado para aqueles que apreciam o cinema sensorial e o valor de uma boa gastronomia.

Vale muito o seu play!

Assista Agora

"O Sabor da Vida" é um típico drama francês - na sua essência e na sua cadência. O curioso, no entanto, é que o filme foi dirigido pelo Anh Hung Tran, de "O Cheiro do Papaia Verde" e de "As Luzes de um Verão" - todos reverenciados em Cannes. Esse imigrante vietnamita que desde os anos 90 se posicionou no cinema europeu como um contador de histórias sensíveis sobre as relações, sempre inseridas em um contexto poético, outra uma vez entrega um obra para, mais do que assistir, admirar! "La Passion de Dodin Bouffant" (no original) não é um filme tradicional, ele é mais uma poesia, cheia de simbolismos (claro), que explora a conexão íntima entre a gastronomia e as emoções humanas. Baseado na obra de Marcel Rouff, o filme retrata a relação complexa e profunda entre o renomado chef Dodin Bouffant e sua cozinheira Eugénie, em uma história que se desenrola na França de 1885. Com uma abordagem intimista e muito sensível, "O Sabor da Vida" evoca o universo sensorial da culinária como expressão de amor, desejo, dedicação e arte - uma espécie de "Chef's Table" do século XIX"!

A narrativa gira em torno da paixão que une Dodin (Benoît Magimel) e Eugénie (Juliette Binoche), tanto na cozinha quanto fora dela. Em meio à preparação de pratos elaborados e cenas de refinada técnica culinária, o relacionamento dos dois é revelado com muita sutileza. Dodin deseja que Eugénie se case com ele, mas ela hesita em aceitar, já que é uma mulher de princípios independentes e dedicada a sua arte - para ela, o amor entre os dois está na relação profissional. Acontece que a dualidade entre o desejo de liberdade de Eugénie e a conexão emocional que a gastronomia proporciona para ambos, reflete as nuances de uma relação que transcende as palavras até que Dodin, finalmente, resolve cozinhar para ela. Confira o trailer:

Até pela proposta narrativa de "O Sabor da Vida", imediatamente já entendemos o quanto a direção de Anh Hung Tran prioriza o sutil e o contemplativa. Capturando cada detalhe com precisão e profundidade, o diretor faz uso de uma cinematografia rica e texturizada, onde cada prato preparado se torna uma verdadeira obra de arte. A fotografia de Jonathan Ricquebourg volta sua câmera para as sensações e texturas daquele mundo cheio de cores e sabores - os pratos e ingredientes são filmados com um olhar cuidadoso, quase reverencial, evocando o fascínio e o respeito pela culinária francesa tradicional. Alinhado com o estilo de Hung Tran, Ricquebourg utiliza planos fechados que intensificam a experiência sensorial, permitindo que a audiência praticamente "sinta" o aroma e o gosto das preparações - um conselho: não assista esse filme com fome!

Benoît Magimel e Juliette Binoche, ambos com atuações sublimes, capturam a complexidade de seus personagens com uma química magnética (eles já foram um casal na vida real). Magimel traz a Dodin uma camada de profundidade que vai além do mero papel de um chef; ele é um homem apaixonado pela comida e pelas experiências que o sabor pode proporcionar, mas também é uma figura vulnerável e de certa forma inseguro perante seu amor por Eugénie. Binoche, por sua vez, oferece uma interpretação rica e contida, expressando uma força interior e uma independência que são fundamentais para o desenvolvimento da narrativa. A dinâmica entre os dois é carregada de desejo e respeito mútuo, se comunicando mais pelos gestos e olhares do que com palavras, em um retrato delicado do amor e do companheirismo verdadeiro.

Veja, o filme se concentra nos momentos de convivência silenciosa, nas delicadezas que revelam as profundezas emocionais dos protagonistas, ou seja, você está realmente diante de um drama de relações nada convencional, mas belíssimo de assistir. "O Sabor da Vida" poderia até ter, mas evita cenas dramáticas intensas para construir uma jornada onde os pequenos detalhes, como a preparação de uma refeição ou o ajuste cuidadoso de um prato, se tornam veículos de expressão muito mais potentes e representativos de um sentimento mais íntimo. Indicado ao Oscar de Filme Internacional pela França e premiado em festivais importantes em 2023, "O Sabor da Vida" é belo e reflexivo, moldado para aqueles que apreciam o cinema sensorial e o valor de uma boa gastronomia.

Vale muito o seu play!

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