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Até os Ossos

Diretor
Luca Guadagnino
Elenco
Taylor Russell, Timothée Chalamet, Mark Rylance
Ano
2022
País
EUA

Suspense Prime Video ml-psicologico ml-violencia ml-serial-killer ml-crime ml-vc

Até os Ossos

Olha, "Até os Ossos" não é nada fácil e justamente por isso deve dividir opiniões - até pela zona um pouco cinzenta por onde ele transita, entre um profundo drama de relações e um suspense com boa dose de realismo. O filme dirigido por Luca Guadagnino (de "Me Chame pelo Seu Nome), mergulha, sem receios, nas complexidades da condição humana, explorando dois temas bastante sensíveis: o primeiro, identidade; o segundo, muito chocante, canibalismo. Com uma abordagem visceral e perturbadora, o filme nos desafia a confrontar nossas próprias noções de existência e a questionar o "diferente" por um olhar mais íntimo - mas cuidado: você pode se impressionar com as cenas que você vai assistir ao dar o play.

Assombrada por um instinto que é incapaz de controlar, a jovem Maren Yearly (Taylor Russell) embarca em uma jornada em busca de suas raízes após ceder a um novo ataque canibal. No caminho, ela encontra o misterioso Lee (Timothée Chalamet), que demonstra padecer do mesmo problema. Juntos, eles percebem que a aceitação deve se sobressair à compreensão de sua verdadeira essência, e buscam por formas que autorizem a manutenção de seu relacionamento. Confira o trailer:

Talvez a melhor forma de definir "Até os Ossos" seja: um suspense com alma. Digo isso pois o roteiro escrito pelo David Kajganich (de "Suspíria: A Dança do Medo") e pela Camille DeAngelis (que criou a história) foge do lugar comum ao tentar equilibrar uma trama de certa forma simples, mas com elementos pouco explorados no cinema ao longo dos anos - embora seja inegável que o tema "canibalismo" venha ganhando cada vez mais holofotes em produções recentes. Talvez, essa ousadia do roteiro tenha encontrado uma gramática cinematográfica perfeita nas mãos de Guadagnino, já que o diretor é capaz de levar o público para uma jornada emocional e psicológica extremamente desconfortável sem se esquecer de que por trás do impacto visual, existe dores muito particulares de seus personagens - reparem como o texto transmite a vulnerabilidade e a intensidade dos personagens com a mesma precisão.

Sua direção é mais uma vez primorosa. Com uma abordagem visual arrojada, seguindo aquele estilo mais independente, com cenas de diálogos importantes resolvidas sem cortes e muita, muita, criatividade para refletir a angústia e a desconexão daquela realidade em imagens - e aqui cabe um outro elogio: o desenho de som, muitas vezes faz o mesmo papel da imagem com maestria, já que Guadagnino "sugere" e "mostra" com a igual potência. A fotografia do bielorrusso Arseni Khachaturan (de "The Idol") é marcada por imagens impactantes sim, mas também por muito simbolismo já que precisa retratar uma condição que enxerga beleza e um desejo peculiar pelo corpo humano, de uma forma completamente diferente de quem assiste - que, inclusive, sente na pele uma enorme repulsa.

Por fim é preciso destacar as performances de Russell e Chalamet. Ambos com uma entrega visceral, além de uma capacidade de se expressar e trabalhar uma gama de emoções sem usar muito das palavras - lindo de ver. Outro que merece aplausos é Mark Rylance como Sully - é incrível como ele transmite sua dor e sua frustração, ao mesmo tempo em que o olhar indica sua obsessão. Olha, digno de prêmios!

O fato é que "Bones and All" (no original) não vai ter meio termo, ou você vai amar ou vai odiar - principalmente se você levar em consideração que depois do prólogo (genial), o primeiro ato patina um pouco, deixando o segundo ato para ajustar o tom da narrativa e entregar um terceiro ato bem mais redondinho e surpreendente. Agora, também é preciso dizer que, embarcado na experiência, o filme não terá problemas em se mostrar desafiador ao mergulhar nas profundezas de uma condição humana muito desconfortável.

Se eu fosse você, eu arriscaria!  

Assista Agora

Olha, "Até os Ossos" não é nada fácil e justamente por isso deve dividir opiniões - até pela zona um pouco cinzenta por onde ele transita, entre um profundo drama de relações e um suspense com boa dose de realismo. O filme dirigido por Luca Guadagnino (de "Me Chame pelo Seu Nome), mergulha, sem receios, nas complexidades da condição humana, explorando dois temas bastante sensíveis: o primeiro, identidade; o segundo, muito chocante, canibalismo. Com uma abordagem visceral e perturbadora, o filme nos desafia a confrontar nossas próprias noções de existência e a questionar o "diferente" por um olhar mais íntimo - mas cuidado: você pode se impressionar com as cenas que você vai assistir ao dar o play.

Assombrada por um instinto que é incapaz de controlar, a jovem Maren Yearly (Taylor Russell) embarca em uma jornada em busca de suas raízes após ceder a um novo ataque canibal. No caminho, ela encontra o misterioso Lee (Timothée Chalamet), que demonstra padecer do mesmo problema. Juntos, eles percebem que a aceitação deve se sobressair à compreensão de sua verdadeira essência, e buscam por formas que autorizem a manutenção de seu relacionamento. Confira o trailer:

Talvez a melhor forma de definir "Até os Ossos" seja: um suspense com alma. Digo isso pois o roteiro escrito pelo David Kajganich (de "Suspíria: A Dança do Medo") e pela Camille DeAngelis (que criou a história) foge do lugar comum ao tentar equilibrar uma trama de certa forma simples, mas com elementos pouco explorados no cinema ao longo dos anos - embora seja inegável que o tema "canibalismo" venha ganhando cada vez mais holofotes em produções recentes. Talvez, essa ousadia do roteiro tenha encontrado uma gramática cinematográfica perfeita nas mãos de Guadagnino, já que o diretor é capaz de levar o público para uma jornada emocional e psicológica extremamente desconfortável sem se esquecer de que por trás do impacto visual, existe dores muito particulares de seus personagens - reparem como o texto transmite a vulnerabilidade e a intensidade dos personagens com a mesma precisão.

Sua direção é mais uma vez primorosa. Com uma abordagem visual arrojada, seguindo aquele estilo mais independente, com cenas de diálogos importantes resolvidas sem cortes e muita, muita, criatividade para refletir a angústia e a desconexão daquela realidade em imagens - e aqui cabe um outro elogio: o desenho de som, muitas vezes faz o mesmo papel da imagem com maestria, já que Guadagnino "sugere" e "mostra" com a igual potência. A fotografia do bielorrusso Arseni Khachaturan (de "The Idol") é marcada por imagens impactantes sim, mas também por muito simbolismo já que precisa retratar uma condição que enxerga beleza e um desejo peculiar pelo corpo humano, de uma forma completamente diferente de quem assiste - que, inclusive, sente na pele uma enorme repulsa.

Por fim é preciso destacar as performances de Russell e Chalamet. Ambos com uma entrega visceral, além de uma capacidade de se expressar e trabalhar uma gama de emoções sem usar muito das palavras - lindo de ver. Outro que merece aplausos é Mark Rylance como Sully - é incrível como ele transmite sua dor e sua frustração, ao mesmo tempo em que o olhar indica sua obsessão. Olha, digno de prêmios!

O fato é que "Bones and All" (no original) não vai ter meio termo, ou você vai amar ou vai odiar - principalmente se você levar em consideração que depois do prólogo (genial), o primeiro ato patina um pouco, deixando o segundo ato para ajustar o tom da narrativa e entregar um terceiro ato bem mais redondinho e surpreendente. Agora, também é preciso dizer que, embarcado na experiência, o filme não terá problemas em se mostrar desafiador ao mergulhar nas profundezas de uma condição humana muito desconfortável.

Se eu fosse você, eu arriscaria!  

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