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Acima das Nuvens

Diretor
Olivier Assayas
Elenco
Juliette Binoche, Kristen Stewart, Chloë Grace Moretz
Ano
2014
País
França

Drama Prime Video ml-relacoes ml-independente ml-frança ml-cannes ml-casal ml-hc ml-rm

Acima das Nuvens

"Acima das Nuvens" fala sobre o dolorido processo de envelhecer pelos olhos de uma atriz completamente dependente de um personagem que não representa há muitos anos e que, por uma rasteira do destino, terá que encarar de frente, interpretado por uma jovem e talentosa atriz marcada por atitudes, digamos, pouco convencionais - e aí é que está a genialidade do filme e de sua narrativa metalinguística: Juliette Binoche é essa atriz que precisa encarar o que ela mesmo foi, porém em uma peça de teatro.

Há 20 anos, Maria Enders (Binoche) ficou famosa por uma atuação memorável nos palcos pelas mãos do renomado dramaturgo e cineasta Wilhelm Melchior. Anos depois, ela tem que enfrentar o fato de que terá que dividir cena com uma jovem estrela de Hollywood que irá interpretar o mesmo papel em uma remontagem do espetáculo que a consagrou. Sua nova personagem, porém, é a antítese da jovialidade e irresponsabilidade que Maria representou um dia, agora ela fará o papel de uma empresária de meia-idade, insegura e apaixonada pela assistente 20 anos mais jovem. Para se preparar para o espetáculo, Enders parte com sua bela, jovem e dedicada assistente Vallentine (Kristen Stewart) para a região montanhosa suíça de Engadin, onde é obrigada a enfrentar o presente, o revisitar seu passado e , principalmente, encarar seus desejos mais ocultos e solitários. Confira o trailer:

Reparem no contexto: Maria Enders está tentando recomeçar sua vida depois de um divórcio pouco amigável, carrega o fato de ter sido ignorada por um amor platônico da juventude e com quem dividiu cena em vários trabalhos do seu mentor Wilhelm Melchior que, inclusive, acaba de abandona-la depois de se suicidar, justamente no momento em que ela iria fazer uma homenagem por sua história e obra. Sim, são três situações razoavelmente independentes, mas que carregam as marcas que Maria insiste em esconder e isso se torna um presente inimaginável na construção de uma personagem tão cheia de camadas que ela resolve interpretar  - e que para Binoche a regra é serve da mesma forma!

A passagem do tempo, simbolizada pelas nuvens sinuosas de Sils Maria, nos Alpes suíços, é o primeiro de muitos símbolos que o talentoso diretor Olivier Assayas propõe para "Acima das Nuvens". O filme é uma espécie de jornada de auto-conhecimento ou até um drama de redenção fantasiado de conflito geracional, cheio de comentários e críticas sobre arte, cinema, relacionamentos, irresponsabilidades e sobre cultura de celebridades. Ao acompanharmos a relação de Maria Enders e Vallentine percebemos a dualidade entre os textos da peça sendo ensaiada com divagações pessoais que impactam no relacionamento das duas, com muita sensibilidade e provocando muitas desconfianças em quem assiste - será que a vida está imitando a arte? 

"Acima das Nuvens" não é um filme fácil, seu simbolismo é frequente e mergulhar nele é quase condicional para se apaixonar pelo filme - embora o diretor equilibre muito bem o jogo do "duplo sentido", ele não faz questão nenhuma de entregar suas convicções. Assayas não se esquece do universo em que esta inserido e muito menos do passado de Binoche ou de Kristen Stewart para citar os "valores" do cinema moderno americano frente ao clássico e artísticos cinema europeu ou até sobre o abismo temporal que se abre e vai sugando as oportunidades de uma atriz experiente em detrimento ao novo estilo de vida marginal de outras atrizes que são notícia - é cruel, mas real! 

Veja, "Acima das Nuvens" concorreu em Cannes em 2014 e levou mais de 20 prêmios em sua carreira nos festivais - seu conceito narrativo é muito autoral e extremamente independente, ou seja, vai agradar quem gosta do estilo e quem está disposto a olhar para os detalhes muito além do que vemos nas telas!

É lindo, mas não será para todos!

Assista Agora

"Acima das Nuvens" fala sobre o dolorido processo de envelhecer pelos olhos de uma atriz completamente dependente de um personagem que não representa há muitos anos e que, por uma rasteira do destino, terá que encarar de frente, interpretado por uma jovem e talentosa atriz marcada por atitudes, digamos, pouco convencionais - e aí é que está a genialidade do filme e de sua narrativa metalinguística: Juliette Binoche é essa atriz que precisa encarar o que ela mesmo foi, porém em uma peça de teatro.

Há 20 anos, Maria Enders (Binoche) ficou famosa por uma atuação memorável nos palcos pelas mãos do renomado dramaturgo e cineasta Wilhelm Melchior. Anos depois, ela tem que enfrentar o fato de que terá que dividir cena com uma jovem estrela de Hollywood que irá interpretar o mesmo papel em uma remontagem do espetáculo que a consagrou. Sua nova personagem, porém, é a antítese da jovialidade e irresponsabilidade que Maria representou um dia, agora ela fará o papel de uma empresária de meia-idade, insegura e apaixonada pela assistente 20 anos mais jovem. Para se preparar para o espetáculo, Enders parte com sua bela, jovem e dedicada assistente Vallentine (Kristen Stewart) para a região montanhosa suíça de Engadin, onde é obrigada a enfrentar o presente, o revisitar seu passado e , principalmente, encarar seus desejos mais ocultos e solitários. Confira o trailer:

Reparem no contexto: Maria Enders está tentando recomeçar sua vida depois de um divórcio pouco amigável, carrega o fato de ter sido ignorada por um amor platônico da juventude e com quem dividiu cena em vários trabalhos do seu mentor Wilhelm Melchior que, inclusive, acaba de abandona-la depois de se suicidar, justamente no momento em que ela iria fazer uma homenagem por sua história e obra. Sim, são três situações razoavelmente independentes, mas que carregam as marcas que Maria insiste em esconder e isso se torna um presente inimaginável na construção de uma personagem tão cheia de camadas que ela resolve interpretar  - e que para Binoche a regra é serve da mesma forma!

A passagem do tempo, simbolizada pelas nuvens sinuosas de Sils Maria, nos Alpes suíços, é o primeiro de muitos símbolos que o talentoso diretor Olivier Assayas propõe para "Acima das Nuvens". O filme é uma espécie de jornada de auto-conhecimento ou até um drama de redenção fantasiado de conflito geracional, cheio de comentários e críticas sobre arte, cinema, relacionamentos, irresponsabilidades e sobre cultura de celebridades. Ao acompanharmos a relação de Maria Enders e Vallentine percebemos a dualidade entre os textos da peça sendo ensaiada com divagações pessoais que impactam no relacionamento das duas, com muita sensibilidade e provocando muitas desconfianças em quem assiste - será que a vida está imitando a arte? 

"Acima das Nuvens" não é um filme fácil, seu simbolismo é frequente e mergulhar nele é quase condicional para se apaixonar pelo filme - embora o diretor equilibre muito bem o jogo do "duplo sentido", ele não faz questão nenhuma de entregar suas convicções. Assayas não se esquece do universo em que esta inserido e muito menos do passado de Binoche ou de Kristen Stewart para citar os "valores" do cinema moderno americano frente ao clássico e artísticos cinema europeu ou até sobre o abismo temporal que se abre e vai sugando as oportunidades de uma atriz experiente em detrimento ao novo estilo de vida marginal de outras atrizes que são notícia - é cruel, mas real! 

Veja, "Acima das Nuvens" concorreu em Cannes em 2014 e levou mais de 20 prêmios em sua carreira nos festivais - seu conceito narrativo é muito autoral e extremamente independente, ou seja, vai agradar quem gosta do estilo e quem está disposto a olhar para os detalhes muito além do que vemos nas telas!

É lindo, mas não será para todos!

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