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Segunda, 28 Fevereiro 2022 07:57

A Era dos Dados - Round 6, mais um "case Netflix"

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A história da Netflix é um estudo de caso perfeito para aqueles que precisam de públicos engajados para sobreviver. Afinal, como duvidar de uma empresa que saiu do zero em 1997 para um valor de mais de 225 bilhões de dólares em 2021. E para quem o céu (dos dados) é mais um alvo do que um limite?

Ciência de dados? Big data analytics? Que história é essa?

Na verdade, é um processo. A ciência de dados pode parecer para um leigo algo que é realizado por iniciados que utilizam bolas de cristal – sim, estamos falando de MacBook Pros – falam uma língua esquisita sobre aprendizado de máquina, árvores aleatórias, redes profundas armazenadas em poderosos data warehouse, classificadores bayesianos e produzem previsões incrivelmente detalhadas do que o futuro trará.

Por mais que a equipe da Always On fique tentada com a ideia de ser vista como um conjunto de super heróis, a realidade é um pouco diferente. Tem mais a ver com aquela frase do Thomas Edison: “talento é 1% inspiração e 99% transpiração”.

O poder da ciência de dados vem do esforço permanente de profissionais preparados para adquirir uma compreensão cada vez mais profunda de:

  1. estatísticas e algoritmos;
  2. programação e hacking; e
  3. habilidades de comunicação.

E, mais importante, trata-se da aplicação desses três conjuntos de habilidades de maneira disciplinada e sistemática. Esse processo tem vários passos:

  1. Defina o problema;
  2. Colete os dados brutos necessários para resolver o problema;
  3. Estruture os dados;
  4. Explore as informações;
  5. Realize análises aprofundadas (aprendizado de máquina, modelos estatísticos); e
  6. Comunique os resultados da análise (data analytics).

Todas as análises e resultados técnicos que você apresentar são de pouco valor, a menos que você possa explicar às partes interessadas o que eles significam, de uma forma que seja compreensível e convincente.

A narrativa de dados é uma habilidade crítica e subestimada que você precisará aprender a construir e usar.

Uma das formas de tangibilizar o acesso a estas e outras informações é utilizar ferramentas de data visualization (visualização de dados) - como Power BI (para dar um exemplo).

Serviços de streaming e o que mais?

Como vimos no exemplo da Netflix, a ciência de dados e data analytics podem ser usadas como uma arma poderosa quando se trata de entender o comportamento do consumidor.

E não apenas para quem precisa de audiências engajadas, como é o caso de serviços de streaming de vídeo. Ela pode ser usada por praticamente todos os setores.

Analistas de sinistros de seguros podem usar a ciência de dados para identificar comportamento fraudulento, cientistas de dados de comércio eletrônico podem construir experiências personalizadas para seus clientes, empresas de streaming de música podem usá-lo para criar diferentes gêneros de playlists – as possibilidades são infinitas.

Mas você não precisa esperar para conhecê-las.

Como vimos, a Netflix leva a ciência de dados para o nível seguinte do jogo (big data analytics), usando os insights que retira de suas análises para orientar a forma como seus executivos compram, licenciam e criam novos conteúdos.

Foi assim com o "Round 6" que, com o mundo conturbado pelos revezes do Covid 19, o big data analytics revelou para os executivos Netflix a relevância da série.

"Round 6" - Netflix teria gasto uma “pechincha” para comprar a série

Para ter a série "Round 6" em seu catálogo, a Netflix teria desembolsado a quantia de US$ 21,4 milhões, o equivalente a quase R$ 118 milhões, de acordo com informações obtidas pela Bloomberg.

Desde seu lançamento, a trama segue no topo da lista dos títulos mais assistidos em diversos países e se tornou a produção original da Netflix mais assistida em todo o mundo.

Mas o mais curioso disso tudo é que o valor nem de longe está perto de outras aquisições milionárias feitas pela Netflix — e, na verdade, ela foi uma "pechincha".

Por exemplo, a plataforma de streaming investiu US$ 118 milhões para obter exclusividade sobre "Friends" no passado e desembolsou cerca de US$ 130 milhões para desenvolver a série original "The Crown", que conta a história da Rainha Elizabeth II.

Importante ressaltar aqui alguns pontos que poderiam ser inibidores para a escolha de "Round 6" e que a utilização do big data analytics pela Netflix possibilitou superá-los, viabilizando sua aquisição:

  • Produção sul-coreana;
  • Diretor e elenco desconhecidos no ocidente;
  • Falado em coreano;
  • Round 6 traz tipicidades de uma cultura (sul coreana) pouco conhecida além fronteiras;

O sucesso de "Round 6" ressalta a importância de se contar com uma inteligência de dados para alavancar uma visão negocial compatível com a r(evolução) digital em escala exponencial.

Estamos avançando celeremente numa era onde a inteligência de dados passa a ser indispensável.

Esse texto foi escrito pelo Paulo Pereira, especialista em Data Science e Marketing Digital, Fundador & CEO da "Desbrava Data". O Paulo vai colaborar com o Blog da Viu Review sempre que o tema esbarrar no mercado de entretenimento, mas se você se interessa pelo assunto "Ciência de Dados", sugiro que você assine a newsletter "A Era do Dados", basta clicar no botão abaixo:

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