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Trust

Diretor
Danny Boyle
Elenco
Donald Sutherland, Michael Esper, Brendan Fraser
Ano
2018
País
Reino Unido

Drama ml-relacoes ml-empreendedorismo ml-politico ml-familia Disney+ ml-crise

Trust

Se você acompanhou o dia a dia da Família Roy, dona de um dos maiores conglomerados de Mídia e Entretenimento do Mundo na ficção, certamente vai se envolver com a história real da família Getty, que fez fortuna com a indústria do petróleo e foi considerada uma das mais ricas do mundo, mas também uma das mais infelizes. Pelas mão do grande Danny Boyle (de "Steve Jobs") e do roteirista Simon Beaufoy (de "Quem Quer Ser um Milionário?"), a minissérie "Trust" faz um radiografia muito inteligente e provocativa sobre a dinâmica familiar dos Getty, proporcionando uma experiência que não por acaso nos remete aos clássicos como "O Poderoso Chefão" ou "Fargo". Dito isso, é muito fácil entender a razão pela qual não conseguimos tirar os olhos da tela desde o primeiro episódio e como somos cativados por uma narrativa tensa, angustiante e muitas vezes constrangedora, com atuações incríveis e uma direção capaz de nos inserir tanto no glamour quanto na decadência brutal da aristocracia britânica.

Ambientada em 1973, a trama inicia quando o jovem neto de J. Paul Getty (Donald Sutherland) é sequestrado em Roma e um resgate de milhões de dólares é exigido. O problema é que a família não demonstra tanto interesse em conseguir o rapaz de volta: o próprio avô de J. Paul Getty III (Harris Dickinson) se recusa a liberar a quantia e argumenta que se pagasse um centavo para os sequestradores, em breve teria os outros 14 netos sequestrados. Já o pai do sequestrado, envolvido em drogas, não responde os telefonemas dos sequestradores e sobra para mãe do rapaz, Gail Getty (Hilary Swank), com dificuldades financeiras, negociar pela vida do filho. Confira o trailer (em inglês):

O que realmente diferencia "Trust", e que mais uma vez nos faz lembrar de “Succession”, é a maneira como o texto de Beaufoy mergulha na psicologia doentia de seus personagens e na complexidade das relações entre eles. À medida que a história se desenrola, somos levados a questionar o que motiva esses indivíduos, com tanto dinheiro, a agir de uma forma tão extrema para proteger seus interesses. Ao confrontar questões morais profundas, enquanto nos mantém presos em um enredo de fato cativante, a minissérie se apropria da disfuncionalidade absurda da família para criar um palco onde Donald Sutherland brilha e Brendan Fraser, como James Fletcher Chace, entrega uma das melhores performances de sua carreira. Aliás, é inegável a química entre eles - de arrepiar.

Ao olhar sob o aspecto mais técnico de "Trust", posso te garantir: é igualmente impressionante! A direção de arte da Suttirat Anne Larlarb (de "Obi-Wan Kenobi") e a fotografia da dupla Christopher Ross e Monika Lenczewska, ambos sem muito destaque até aquele momento, mas extremamente talentosos, merecem nossa atenção - eles constroem uma atmosfera de ostentação e riqueza em detalhes. Cada cenário, figurino e enquadramento contribuem para uma imersão profunda na década de 1970 onde o luxo da família Getty salta aos olhos, mas também machuca o coração. Aqui cabe o elogio para a trilha sonora do James Lavelle (de "The Man From Mo' Wax") que combina músicas clássicas com contemporâneas que ressaltam, como poucas, as emoções e a tensão da narrativa durante todos os episódios.

O fato é que "Trust" é o tipo de obra-prima que merecia um maior reconhecimento - ser de 2018 e da FX certamente prejudicou seu alcance; e sim, a minissérie também tem alguns momentos mais lentos, escuros, introspectivos, mas repare como tudo é tão bem encaixado com a proposta de Boyle que olha, se você está em busca de uma trama inteligente e com algumas reviravoltas muito bem construídas, pode dar o play sem receio algum. Você certamente vai encontrar atuações soberbas, uma produção meticulosa e uma narrativa que desafia as convenções, entregando uma experiência realmente envolvente e intrigante.

Imperdível!

Assista Agora

Se você acompanhou o dia a dia da Família Roy, dona de um dos maiores conglomerados de Mídia e Entretenimento do Mundo na ficção, certamente vai se envolver com a história real da família Getty, que fez fortuna com a indústria do petróleo e foi considerada uma das mais ricas do mundo, mas também uma das mais infelizes. Pelas mão do grande Danny Boyle (de "Steve Jobs") e do roteirista Simon Beaufoy (de "Quem Quer Ser um Milionário?"), a minissérie "Trust" faz um radiografia muito inteligente e provocativa sobre a dinâmica familiar dos Getty, proporcionando uma experiência que não por acaso nos remete aos clássicos como "O Poderoso Chefão" ou "Fargo". Dito isso, é muito fácil entender a razão pela qual não conseguimos tirar os olhos da tela desde o primeiro episódio e como somos cativados por uma narrativa tensa, angustiante e muitas vezes constrangedora, com atuações incríveis e uma direção capaz de nos inserir tanto no glamour quanto na decadência brutal da aristocracia britânica.

Ambientada em 1973, a trama inicia quando o jovem neto de J. Paul Getty (Donald Sutherland) é sequestrado em Roma e um resgate de milhões de dólares é exigido. O problema é que a família não demonstra tanto interesse em conseguir o rapaz de volta: o próprio avô de J. Paul Getty III (Harris Dickinson) se recusa a liberar a quantia e argumenta que se pagasse um centavo para os sequestradores, em breve teria os outros 14 netos sequestrados. Já o pai do sequestrado, envolvido em drogas, não responde os telefonemas dos sequestradores e sobra para mãe do rapaz, Gail Getty (Hilary Swank), com dificuldades financeiras, negociar pela vida do filho. Confira o trailer (em inglês):

O que realmente diferencia "Trust", e que mais uma vez nos faz lembrar de “Succession”, é a maneira como o texto de Beaufoy mergulha na psicologia doentia de seus personagens e na complexidade das relações entre eles. À medida que a história se desenrola, somos levados a questionar o que motiva esses indivíduos, com tanto dinheiro, a agir de uma forma tão extrema para proteger seus interesses. Ao confrontar questões morais profundas, enquanto nos mantém presos em um enredo de fato cativante, a minissérie se apropria da disfuncionalidade absurda da família para criar um palco onde Donald Sutherland brilha e Brendan Fraser, como James Fletcher Chace, entrega uma das melhores performances de sua carreira. Aliás, é inegável a química entre eles - de arrepiar.

Ao olhar sob o aspecto mais técnico de "Trust", posso te garantir: é igualmente impressionante! A direção de arte da Suttirat Anne Larlarb (de "Obi-Wan Kenobi") e a fotografia da dupla Christopher Ross e Monika Lenczewska, ambos sem muito destaque até aquele momento, mas extremamente talentosos, merecem nossa atenção - eles constroem uma atmosfera de ostentação e riqueza em detalhes. Cada cenário, figurino e enquadramento contribuem para uma imersão profunda na década de 1970 onde o luxo da família Getty salta aos olhos, mas também machuca o coração. Aqui cabe o elogio para a trilha sonora do James Lavelle (de "The Man From Mo' Wax") que combina músicas clássicas com contemporâneas que ressaltam, como poucas, as emoções e a tensão da narrativa durante todos os episódios.

O fato é que "Trust" é o tipo de obra-prima que merecia um maior reconhecimento - ser de 2018 e da FX certamente prejudicou seu alcance; e sim, a minissérie também tem alguns momentos mais lentos, escuros, introspectivos, mas repare como tudo é tão bem encaixado com a proposta de Boyle que olha, se você está em busca de uma trama inteligente e com algumas reviravoltas muito bem construídas, pode dar o play sem receio algum. Você certamente vai encontrar atuações soberbas, uma produção meticulosa e uma narrativa que desafia as convenções, entregando uma experiência realmente envolvente e intrigante.

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