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The Voyeurs

Diretor
Michael Mohan
Elenco
Sydney Sweeney, Justice Smith, Ben Hardy
Ano
2021
País
EUA

Suspense Prime Video ml-psicologico ml-investigação ml-jovem ml-crime ml-nivel-b ml-vc

The Voyeurs

Como "A Mulher na Janela", com Amy Adams e Julianne Moor, "The Voyeurs" (ou "Observadores") é um filme datado, típico dos anos 90, em uma época onde nossas referências eram infinitamente mais limitadas do que são hoje - digo isso, pois será necessário uma enorme dose de suspensão da realidade para embarcar no plot twist  que o roteirista e diretor Michael Mohan no oferece no final do segundo ato - e aqui cabe um comentário: a solução não é ruim, chega a ser até surpreendente, mas não é nada palpável tendo como base os inúmeros outros filmes ou séries do gênero que já assistimos com tantas ofertas por aí!

Pippa (Sydney Sweeney) e Thomas (Justice Smith) são um casal muito apaixonado que acabam de se mudar para um lindo apartamento, onde vão morar juntos pela primeira vez. Tudo é um mar de rosas para o casal até eles perceberem que, pela janela, conseguem acompanhar absolutamente tudo que se passa no apartamento de um vizinho do prédio em frente. Curiosos, os dois começam um excitante passatempo de observar a rotina do casal vizinho: o fotógrafo Seb (Ben Hardy) e a esposa Julia (Natasha Liu Bordizzo). Aos poucos, o que parecia uma mera diversão vai se tornando uma verdadeira obsessão para Pippa, e o enorme interesse que ela constrói sobre a vida de seus vizinhos começa a ameaçar o seu próprio relacionamento com Thomas. Confira o trailer:

É inegável que "The Voyeurs" toca em um assunto que soa fascinante para quase todo ser humano: a curiosidade de saber o que acontece atrás da parede ao lado (no caso, no prédio da frente). Com isso, nos conectamos rapidamente com o casal de protagonistas e entendemos aquela incontrolável sensação, muitas vezes excitante, de observar a vida alheia. Muito bem dirigido pelo Michael Mohan, a angustia de estarmos sendo observados acompanha a própria Pippa em muitos momentos do filme e a forma como Sweeney lida com essa "tensão" é quase tão provocadora quanto nos momentos em que ela mesmo passa a ser a observadora - e tudo isso não é por acaso, reparem. O trabalho da atriz (e não é o primeiro, basta lembrar de "The White Lotus") é sensacional, pois ela transita naquela linha tênue entre a curiosidade e a invasão de privacidade, deixando claro que sempre existe espaço para arriscar um pouco mais.

O grande problema do filme, na nossa opinião, não está na forma, mas sim no conteúdo. Os dois primeiros atos nos direcionam para um drama muito mais profundo, sensual e até provocador do que necessariamente para um suspense psicológico - o envolvimento entre os personagens cria um clima onde o medo de ser descoberto é até maior do que saber o que aconteceria se, de fato, fossemos descobertos! Acontece que a força dessa tensão vai se enfraquecendo durante o filme, pois a história parece não encontrar caminhos para manter esse mood, com isso assistimos somos apresentados para soluções pouco interessantes e quase sempre absurdas, que impactam na veracidade daquele bom drama e, claro, na relação entre os personagens com um conflito menos potente. 

Ao som de uma ótima versão de “Eyes without a face” na voz de Angel Olsen, "The Voyeurs" brinca com a melancolia do ser humano ao mesmo tempo em que provoca o fetiche da invasão de privacidade, mas sem se aprofundar em nenhum dos temas - e é isso que pode incomodar alguns. Ao estabelecer que o universo dos personagens-chave está em observar, no caso de Pippa em lidar com a visão das pessoas (ela trabalha em um consultório oftalmológico) e no caso de Seb em fotografar modelos maravilhosas, o roteiro força a barra em ter que provar que tudo faz sentido sempre. O que eu quero dizer é que se você não se apegar aos detalhes, "The Voyeurs" será um ótimo entretenimento. Se você também não se apegar ao realismo no pé da letra, o filme pode ser um entretenimento melhor ainda. Mas se você quiser algo inteligente, bem construído e cheio de camadas, esquece, esse filme pode não ser para você e nem foi feito para ser.

Vale a pena? Sim, nessa condições! Então só dê o play se estiver disposto embarcar em uma ótima diversão!

Assista Agora

Como "A Mulher na Janela", com Amy Adams e Julianne Moor, "The Voyeurs" (ou "Observadores") é um filme datado, típico dos anos 90, em uma época onde nossas referências eram infinitamente mais limitadas do que são hoje - digo isso, pois será necessário uma enorme dose de suspensão da realidade para embarcar no plot twist  que o roteirista e diretor Michael Mohan no oferece no final do segundo ato - e aqui cabe um comentário: a solução não é ruim, chega a ser até surpreendente, mas não é nada palpável tendo como base os inúmeros outros filmes ou séries do gênero que já assistimos com tantas ofertas por aí!

Pippa (Sydney Sweeney) e Thomas (Justice Smith) são um casal muito apaixonado que acabam de se mudar para um lindo apartamento, onde vão morar juntos pela primeira vez. Tudo é um mar de rosas para o casal até eles perceberem que, pela janela, conseguem acompanhar absolutamente tudo que se passa no apartamento de um vizinho do prédio em frente. Curiosos, os dois começam um excitante passatempo de observar a rotina do casal vizinho: o fotógrafo Seb (Ben Hardy) e a esposa Julia (Natasha Liu Bordizzo). Aos poucos, o que parecia uma mera diversão vai se tornando uma verdadeira obsessão para Pippa, e o enorme interesse que ela constrói sobre a vida de seus vizinhos começa a ameaçar o seu próprio relacionamento com Thomas. Confira o trailer:

É inegável que "The Voyeurs" toca em um assunto que soa fascinante para quase todo ser humano: a curiosidade de saber o que acontece atrás da parede ao lado (no caso, no prédio da frente). Com isso, nos conectamos rapidamente com o casal de protagonistas e entendemos aquela incontrolável sensação, muitas vezes excitante, de observar a vida alheia. Muito bem dirigido pelo Michael Mohan, a angustia de estarmos sendo observados acompanha a própria Pippa em muitos momentos do filme e a forma como Sweeney lida com essa "tensão" é quase tão provocadora quanto nos momentos em que ela mesmo passa a ser a observadora - e tudo isso não é por acaso, reparem. O trabalho da atriz (e não é o primeiro, basta lembrar de "The White Lotus") é sensacional, pois ela transita naquela linha tênue entre a curiosidade e a invasão de privacidade, deixando claro que sempre existe espaço para arriscar um pouco mais.

O grande problema do filme, na nossa opinião, não está na forma, mas sim no conteúdo. Os dois primeiros atos nos direcionam para um drama muito mais profundo, sensual e até provocador do que necessariamente para um suspense psicológico - o envolvimento entre os personagens cria um clima onde o medo de ser descoberto é até maior do que saber o que aconteceria se, de fato, fossemos descobertos! Acontece que a força dessa tensão vai se enfraquecendo durante o filme, pois a história parece não encontrar caminhos para manter esse mood, com isso assistimos somos apresentados para soluções pouco interessantes e quase sempre absurdas, que impactam na veracidade daquele bom drama e, claro, na relação entre os personagens com um conflito menos potente. 

Ao som de uma ótima versão de “Eyes without a face” na voz de Angel Olsen, "The Voyeurs" brinca com a melancolia do ser humano ao mesmo tempo em que provoca o fetiche da invasão de privacidade, mas sem se aprofundar em nenhum dos temas - e é isso que pode incomodar alguns. Ao estabelecer que o universo dos personagens-chave está em observar, no caso de Pippa em lidar com a visão das pessoas (ela trabalha em um consultório oftalmológico) e no caso de Seb em fotografar modelos maravilhosas, o roteiro força a barra em ter que provar que tudo faz sentido sempre. O que eu quero dizer é que se você não se apegar aos detalhes, "The Voyeurs" será um ótimo entretenimento. Se você também não se apegar ao realismo no pé da letra, o filme pode ser um entretenimento melhor ainda. Mas se você quiser algo inteligente, bem construído e cheio de camadas, esquece, esse filme pode não ser para você e nem foi feito para ser.

Vale a pena? Sim, nessa condições! Então só dê o play se estiver disposto embarcar em uma ótima diversão!

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