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Suncoast

Diretor
Laura Chinn
Elenco
Nico Parker, Laura Linney, Woody Harrelson
Ano
2024
País
EUA

Drama ml-real ml-relacoes ml-jovem ml-biografia ml-livro ml-familia ml-rm Disney+

Suncoast

Selecionado para o Festival de Sundance em 2024, "Suncoast" é uma verdadeira pancada emocional, mas de uma beleza e sensibilidade admiráveis - ainda mais sabendo que muito do que vemos na tela faz parte de uma dolorida jornada que a própria diretora e sua família precisaram enfrentar. O filme dirigido pela estreante Laura Chinn captura com maestria a complexa dinâmica familiar e os desafios da vida sob a sombra da morte e aqui, sem cair no sentimentalismo piegas. "Suncoast" mostra o peso da iminência da morte, aquela que assombra, atormenta e sufoca, pela perspectiva de uma adolescente que transita entre a culpa, a angústia, a aflição e o desejo de seguir com sua vida e buscar a felicidade que sua mãe insiste em negar. Dói, eu admito, mas adianto que o roteiro transmite um inegável sentimento de aceitação que nos conforta e nos mantém reflexivos (talvez até positivos) durante todo o filme.

Doris (Nico Parker) é uma adolescente que passou os últimos seis anos ao lado da mãe, Kristine (Laura Linney), ajudando a cuidar do irmão que está gravemente doente. É nesse contexto de dor e revolta que ela acaba conhecendo o excêntrico ativista Paul Warren (Woody Harrelson) que está protestando contra um dos casos médicos mais marcantes do EUA e que acontece justamente na clínica onde o irmão de Doris está. Em um período de auto-descoberta e transformações, Doris se apoia nos conselhos de Paul para encontrar um caminho entre ser uma garota comum, aproveitando sua juventude com os colegas de turma da mesma idade, e viver uma jornada importante de amadurecimento, mesmo acompanhada do luto em vida. Confira o trailer:

Existe uma dor tão ou mais dolorosa do que a difícil tarefa de aceitar que o fim da vida de um ente querido está próximo - é a dor de precisar lidar com a verdade antes mesmo dela acontecer. Chinn (que como atriz se apresentava como Laura Kenley) sentiu isso na pele e com uma sabedoria singular foi capaz de transmitir toda essa confusão sentimental através de Doris e Kristine - é impressionante como ela consegue criar uma atmosfera intimista e muito realista, sem perder de vista uma certa beleza e até alguma poesia, em um momento onde em que a vida insiste em trazer dor e sofrimento. Ok, mas onde encontrar beleza e poesia tendo um filho (ou um irmão, dependendo do ponto de vista) com câncer no cérebro? A resposta não é simples e é justamente por isso que a diretora merece tantos elogios já que ela não romantiza o luto, mas nos posiciona como espectadores de um processo de aceitação muito bem desenvolvido. Veja, tanto Doris quanto Kristine têm seus próprios dilemas e frustrações mais íntimos, isso gera um embate constante, mas as possibilidades de entendimento diante da morte, basicamente é o que as mantém esperançosas perante a vida.

Nada em "Suncoast" é fácil de dirigir - existe uma certa dualidade entre esperança e tristeza que praticamente acompanha as protagonistas durante todo o filme. Aliás, que performances excepcionais! Laura Linney transmite com maestria a angústia e a resiliência de uma mãe que olha para a vida com a dificuldade de aceitar a doença do filho ao mesmo tempo que não admite ver sua outra filha amadurecer e buscar seus caminhos - esse, sem dúvida, é o seu melhor trabalho (e merece nossa atenção ao ponto de não me surpreender se for lembrada na temporada de premiações que vem pela frente). Já Nico Parker é o apoio que Linney. precisava - com muito talento, ela sabe equilibrar sentimentos complexos que partem da negação e da incompreensão até o encontro de uma beleza escondida nas relações sociais com pessoas da sua idade. E é aí que entra o outro pilar dessa tríade: Woody Harrelson - ele é a voz da razão, a figura paterna que carrega suas próprias dores, mas que está sempre disposto a ajudar ou, ao menos, consolar com sabedoria e experiência. Brilhante!

Produzido pelo Hulu, "Suncoast" é um filme difícil, cheio de simbolismos e que vai exigir alguma sensibilidade para entender que o que vemos na tela é só um recorte da dor mais profunda que um ser humano pode sentir. A narrativa é tocante no ponto certo, é vibrante ao não criar exageros ou embates desnecessários, é um convite para a reflexão sobre a importância da família, sobre a fragilidade da vida e, principalmente, sobre a força do amor eterno que nos mantém respirando mesmo dilacerados. Sensível, abordando temas tão delicados e sem a pretenção de ser inesquecível, mas cumprindo o seu papel como um ótimo drama  familiar, "Suncoast" é uma adorável (e viceral) surpresa do Star+!

Vale muito o seu play!

Assista Agora

Selecionado para o Festival de Sundance em 2024, "Suncoast" é uma verdadeira pancada emocional, mas de uma beleza e sensibilidade admiráveis - ainda mais sabendo que muito do que vemos na tela faz parte de uma dolorida jornada que a própria diretora e sua família precisaram enfrentar. O filme dirigido pela estreante Laura Chinn captura com maestria a complexa dinâmica familiar e os desafios da vida sob a sombra da morte e aqui, sem cair no sentimentalismo piegas. "Suncoast" mostra o peso da iminência da morte, aquela que assombra, atormenta e sufoca, pela perspectiva de uma adolescente que transita entre a culpa, a angústia, a aflição e o desejo de seguir com sua vida e buscar a felicidade que sua mãe insiste em negar. Dói, eu admito, mas adianto que o roteiro transmite um inegável sentimento de aceitação que nos conforta e nos mantém reflexivos (talvez até positivos) durante todo o filme.

Doris (Nico Parker) é uma adolescente que passou os últimos seis anos ao lado da mãe, Kristine (Laura Linney), ajudando a cuidar do irmão que está gravemente doente. É nesse contexto de dor e revolta que ela acaba conhecendo o excêntrico ativista Paul Warren (Woody Harrelson) que está protestando contra um dos casos médicos mais marcantes do EUA e que acontece justamente na clínica onde o irmão de Doris está. Em um período de auto-descoberta e transformações, Doris se apoia nos conselhos de Paul para encontrar um caminho entre ser uma garota comum, aproveitando sua juventude com os colegas de turma da mesma idade, e viver uma jornada importante de amadurecimento, mesmo acompanhada do luto em vida. Confira o trailer:

Existe uma dor tão ou mais dolorosa do que a difícil tarefa de aceitar que o fim da vida de um ente querido está próximo - é a dor de precisar lidar com a verdade antes mesmo dela acontecer. Chinn (que como atriz se apresentava como Laura Kenley) sentiu isso na pele e com uma sabedoria singular foi capaz de transmitir toda essa confusão sentimental através de Doris e Kristine - é impressionante como ela consegue criar uma atmosfera intimista e muito realista, sem perder de vista uma certa beleza e até alguma poesia, em um momento onde em que a vida insiste em trazer dor e sofrimento. Ok, mas onde encontrar beleza e poesia tendo um filho (ou um irmão, dependendo do ponto de vista) com câncer no cérebro? A resposta não é simples e é justamente por isso que a diretora merece tantos elogios já que ela não romantiza o luto, mas nos posiciona como espectadores de um processo de aceitação muito bem desenvolvido. Veja, tanto Doris quanto Kristine têm seus próprios dilemas e frustrações mais íntimos, isso gera um embate constante, mas as possibilidades de entendimento diante da morte, basicamente é o que as mantém esperançosas perante a vida.

Nada em "Suncoast" é fácil de dirigir - existe uma certa dualidade entre esperança e tristeza que praticamente acompanha as protagonistas durante todo o filme. Aliás, que performances excepcionais! Laura Linney transmite com maestria a angústia e a resiliência de uma mãe que olha para a vida com a dificuldade de aceitar a doença do filho ao mesmo tempo que não admite ver sua outra filha amadurecer e buscar seus caminhos - esse, sem dúvida, é o seu melhor trabalho (e merece nossa atenção ao ponto de não me surpreender se for lembrada na temporada de premiações que vem pela frente). Já Nico Parker é o apoio que Linney. precisava - com muito talento, ela sabe equilibrar sentimentos complexos que partem da negação e da incompreensão até o encontro de uma beleza escondida nas relações sociais com pessoas da sua idade. E é aí que entra o outro pilar dessa tríade: Woody Harrelson - ele é a voz da razão, a figura paterna que carrega suas próprias dores, mas que está sempre disposto a ajudar ou, ao menos, consolar com sabedoria e experiência. Brilhante!

Produzido pelo Hulu, "Suncoast" é um filme difícil, cheio de simbolismos e que vai exigir alguma sensibilidade para entender que o que vemos na tela é só um recorte da dor mais profunda que um ser humano pode sentir. A narrativa é tocante no ponto certo, é vibrante ao não criar exageros ou embates desnecessários, é um convite para a reflexão sobre a importância da família, sobre a fragilidade da vida e, principalmente, sobre a força do amor eterno que nos mantém respirando mesmo dilacerados. Sensível, abordando temas tão delicados e sem a pretenção de ser inesquecível, mas cumprindo o seu papel como um ótimo drama  familiar, "Suncoast" é uma adorável (e viceral) surpresa do Star+!

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