Eu sou capaz de cravar que "Boys State" estará na disputa do próximo Oscar na categoria "Melhor Documentário"! Dito isso, é preciso ressaltar que o belíssimo trabalho do premiado diretor Jesse Moss e da sua parceira Amanda McBaine, traz um recorte bastante interessante do momento politico que vivemos no mundo, muitas vezes pautado no ataque em detrimento ao diálogo, com uma polarização que parece fazer mais sentido para muitos e onde os assuntos polêmicos, normalmente apoiados no extremismo, impactam fortemente nos resultados das urnas. Na verdade, "Boys State" trás para o debate a força da democracia como "fim", mas o que nos incomoda de verdade é o "meio" que as pessoas resolvem seguir - graças aos recentes péssimos exemplos que toda uma geração aprendeu a observar!
"Boys State" acompanha um programa de verão que funciona como uma espécie de preparação para uma nova geração de líderes políticos. Cada um desses eventos recebem centenas de alunos, todos indicados pelas suas escolas, e lá eles simulam todo o processo democrático americano, desde a formação de dois partidos até a eleição de um governador, seguindo exatamente as regras eleitorais do país. Confira o trailer:
Vencedor em festivais importantes como Sundance e South By Southwest em 2020, "Boys State" é, de fato, imperdível. Com uma dinâmica narrativa bastante interessante, fica impossível não se envolver com aquela disputa fictícia como se estivéssemos assistindo uma competição esportiva real - e como no esporte, a política envolve paixão e é incrível como "apenas" 1.200 jovens podem representar uma parcela bastante fiel da sociedade americana atual e isso é assustador! Olha, vale muito a pena, até para aquele que não faz tanta questão de refletir sobre o momento politico que muitos países estão vivendo!
Os assuntos são extremamente sensíveis: ao mesmo tempo em que se discute a proibição do aborto em qualquer circunstância, se valoriza a liberação do porte de armas de fogo sem qualquer controle - sim, é isso e muito mais que você vai encontrar nesse documentário de quase duas horas de duração! Acontece que os interlocutores são adolescentes e as intrigas criadas entres dois grupos são inquietantes pelo tamanho da semelhança com o que estamos acostumados a acompanhar na política entre os adultos. Outro elemento narrativo que impressiona é como os diretores são sensíveis ao separar os medíocres dos acima da média e, claro, como a relação entre eles é normalmente tão conflituosa!
É impressionante, porém, como alguns adolescentes estão realmente preocupados com a forma como a democracia impacta na construção de um estado de liberdade e como a valorização da união e o desenvolvimento das comunidades que pertencem, podem impactar na construção de uma carreira politica íntegra e assim transforma-los em grandes líderes. Ao escolher personagens que representam essas comunidades, Moss e McBaine nos provocam a entender a linha de raciocínio dos personagens e baseado em quais exemplos eles se apoiam para conquistar seus respectivos lugares no meio daquela multidão. Seja um filho de imigrantes, um negro homossexual, um deficiente fisico ou simplesmente um texano boa pinta, esses jovens entram no jogo e vão às últimas consequências morais para alcançar seus objetivos - e acabam nos levando juntos!
"Boys State" é uma aula de storytelling, muito bem construída, impactante e fluida, quase uma ficção adolescente, tamanha a competência em nos colocar dentro daquele universo que para muitos não vai passar de um deprimente experimento político - e não dá para tirar a razão de quem interpretar dessa forma! Em todo caso, dê o play e reflita, porque é isso que o documentário vai te causar: reflexão!
Eu sou capaz de cravar que "Boys State" estará na disputa do próximo Oscar na categoria "Melhor Documentário"! Dito isso, é preciso ressaltar que o belíssimo trabalho do premiado diretor Jesse Moss e da sua parceira Amanda McBaine, traz um recorte bastante interessante do momento politico que vivemos no mundo, muitas vezes pautado no ataque em detrimento ao diálogo, com uma polarização que parece fazer mais sentido para muitos e onde os assuntos polêmicos, normalmente apoiados no extremismo, impactam fortemente nos resultados das urnas. Na verdade, "Boys State" trás para o debate a força da democracia como "fim", mas o que nos incomoda de verdade é o "meio" que as pessoas resolvem seguir - graças aos recentes péssimos exemplos que toda uma geração aprendeu a observar!
"Boys State" acompanha um programa de verão que funciona como uma espécie de preparação para uma nova geração de líderes políticos. Cada um desses eventos recebem centenas de alunos, todos indicados pelas suas escolas, e lá eles simulam todo o processo democrático americano, desde a formação de dois partidos até a eleição de um governador, seguindo exatamente as regras eleitorais do país. Confira o trailer:
Vencedor em festivais importantes como Sundance e South By Southwest em 2020, "Boys State" é, de fato, imperdível. Com uma dinâmica narrativa bastante interessante, fica impossível não se envolver com aquela disputa fictícia como se estivéssemos assistindo uma competição esportiva real - e como no esporte, a política envolve paixão e é incrível como "apenas" 1.200 jovens podem representar uma parcela bastante fiel da sociedade americana atual e isso é assustador! Olha, vale muito a pena, até para aquele que não faz tanta questão de refletir sobre o momento politico que muitos países estão vivendo!
Os assuntos são extremamente sensíveis: ao mesmo tempo em que se discute a proibição do aborto em qualquer circunstância, se valoriza a liberação do porte de armas de fogo sem qualquer controle - sim, é isso e muito mais que você vai encontrar nesse documentário de quase duas horas de duração! Acontece que os interlocutores são adolescentes e as intrigas criadas entres dois grupos são inquietantes pelo tamanho da semelhança com o que estamos acostumados a acompanhar na política entre os adultos. Outro elemento narrativo que impressiona é como os diretores são sensíveis ao separar os medíocres dos acima da média e, claro, como a relação entre eles é normalmente tão conflituosa!
É impressionante, porém, como alguns adolescentes estão realmente preocupados com a forma como a democracia impacta na construção de um estado de liberdade e como a valorização da união e o desenvolvimento das comunidades que pertencem, podem impactar na construção de uma carreira politica íntegra e assim transforma-los em grandes líderes. Ao escolher personagens que representam essas comunidades, Moss e McBaine nos provocam a entender a linha de raciocínio dos personagens e baseado em quais exemplos eles se apoiam para conquistar seus respectivos lugares no meio daquela multidão. Seja um filho de imigrantes, um negro homossexual, um deficiente fisico ou simplesmente um texano boa pinta, esses jovens entram no jogo e vão às últimas consequências morais para alcançar seus objetivos - e acabam nos levando juntos!
"Boys State" é uma aula de storytelling, muito bem construída, impactante e fluida, quase uma ficção adolescente, tamanha a competência em nos colocar dentro daquele universo que para muitos não vai passar de um deprimente experimento político - e não dá para tirar a razão de quem interpretar dessa forma! Em todo caso, dê o play e reflita, porque é isso que o documentário vai te causar: reflexão!
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