O terceiro capítulo da franquia "Planeta dos Macacos", possivelmente é o menos profundo se olharmos pela perspectiva de um roteiro cheio de camadas e nuances, que sempre nos deixou aquela sensação de ser algo inteligente, bem desenvolvido. No entanto, também é preciso que se diga, esse talvez seja o filme que melhor se aproxima de sua proposta em ser um thriller de ação e não um drama existencial. Lançado em 2017, "A Guerra" (ou "War for the Planet of the Apes", no original) seria o encerramento épico da trilogia que redefiniu o legado da franquia, até que, sete anos depois, a 20th Century Studios inventou o competente, "O Reinado" - mas esse é assunto para outro review. Mais uma vez dirigido pelo Matt Reeves, esse filme combina um escopo grandioso de um universo bem construído e com uma abordagem emocionalmente íntima capaz de entregar uma história que explora as consequências do "Confronto"- especialmente temas como liderança e os limites da luta pela sobrevivência. Assim como grandes épicos do cinema, Reeves utiliza a grandiosidade de um conceito visual único e o impacto emocional de nossa relação com personagens já marcantes para oferecer um desfecho que é ao mesmo tempo espetacular e introspectivo.
A narrativa acompanha César (Andy Serkis), o líder dos macacos, enquanto ele enfrenta uma guerra implacável contra os humanos liderados por um coronel impiedoso (Woody Harrelson). Após sofrer uma perda devastadora, César embarca em uma jornada pessoal de vingança e redenção, que o coloca diante de decisões morais complexas e questionamentos sobre o verdadeiro significado de liderança e sacrifício. Confira o trailer:
Veja, "Planeta dos Macacos: A Guerra" até busca o equilibro entra a ação de grande escala com momentos de pura introspecção, no entanto a evolução emocional de César como personagem central já estava estabelecida desde os outros dois filmes, o que transformou sua motivação aqui em algo mais visceral (primitivo) - e funciona, mas causa uma certa estranheza ao percebermos que os sub-plots encontram soluções mais óbvias (e muitas vezes mais fáceis) do que estávamos acostumados. O roteiro, assinado por Reeves e pelo time liderado pelo Mark Bomback, se pauta nas consequências sanguinárias de uma guerra e na luta por encontrar um estado de paz que parece ser impossível. Bomback continua sua busca por humanizar os macacos ao mesmo tempo que usa da simbologia para questionar a crueldade e a hipocrisia dos humanos. A construção de César como um líder complexo e moralmente ambíguo é um dos grandes méritos da trilogia, e "A Guerra" só aprofunda ainda mais sua jornada, com mais ação para destacar, na prática, os dilemas éticos que ele enfrenta ao tentar proteger seu povo enquanto lida com sua sede de vingança (tão discutida no filme anterior "com" e "por" Koba).
Matt Reeves demonstra mais uma vez sua habilidade excepcional como diretor. Ele constrói uma narrativa explorando temas como empatia, moralidade e brutalidade. Sua segunda direção na franquia, dessa vez se destaca pela maneira como ele utiliza a fotografia e os efeitos visuais para dar mais amplitude e fluidez, e assim contar sua história - confiando nos movimentos, gestos e olhares tanto quanto nos diálogos. Sua escolha por planos longos em uma atmosfera desoladora reforça a sensação de tensão e melancolia que permeia o filme. Nesse sentido Andy Serkis entrega uma das melhores performances de sua carreira - ele é capaz de transmitir a dor, mas também a determinação e a sabedoria de César. Woody Harrelson, como o Coronel, é o outro pilar do conflito principal - ele traz intensidade ao papel de um antagonista cuja motivação é moldada pelo medo e pela crueldade, criando um vilão de fato ameaçador.
Tecnicamente, o filme é impecável. Os efeitos visuais, mais uma vez criados pela Weta Digital, elevam o realismo dos macacos para um novo patamar - garantindo, inclusive, a terceira indicação ao Oscar de Efeitos Visuais. É realmente incrível como, filme após filme, o visual em CG (e captura) só melhora! "Planeta dos Macacos: A Guerra" é uma conclusão coerente para a trilogia, com ação, tensão e ritmo, mas sem nunca esquecer da importância de um impacto emocional. Para quem procura uma imersão ao universo da franquia, esse filme é tão essencial quanto os outros e certamente fará ainda mais sentido no destino de uma nova geração de personagens que vem por aí!
Vale seu play!
O terceiro capítulo da franquia "Planeta dos Macacos", possivelmente é o menos profundo se olharmos pela perspectiva de um roteiro cheio de camadas e nuances, que sempre nos deixou aquela sensação de ser algo inteligente, bem desenvolvido. No entanto, também é preciso que se diga, esse talvez seja o filme que melhor se aproxima de sua proposta em ser um thriller de ação e não um drama existencial. Lançado em 2017, "A Guerra" (ou "War for the Planet of the Apes", no original) seria o encerramento épico da trilogia que redefiniu o legado da franquia, até que, sete anos depois, a 20th Century Studios inventou o competente, "O Reinado" - mas esse é assunto para outro review. Mais uma vez dirigido pelo Matt Reeves, esse filme combina um escopo grandioso de um universo bem construído e com uma abordagem emocionalmente íntima capaz de entregar uma história que explora as consequências do "Confronto"- especialmente temas como liderança e os limites da luta pela sobrevivência. Assim como grandes épicos do cinema, Reeves utiliza a grandiosidade de um conceito visual único e o impacto emocional de nossa relação com personagens já marcantes para oferecer um desfecho que é ao mesmo tempo espetacular e introspectivo.
A narrativa acompanha César (Andy Serkis), o líder dos macacos, enquanto ele enfrenta uma guerra implacável contra os humanos liderados por um coronel impiedoso (Woody Harrelson). Após sofrer uma perda devastadora, César embarca em uma jornada pessoal de vingança e redenção, que o coloca diante de decisões morais complexas e questionamentos sobre o verdadeiro significado de liderança e sacrifício. Confira o trailer:
Veja, "Planeta dos Macacos: A Guerra" até busca o equilibro entra a ação de grande escala com momentos de pura introspecção, no entanto a evolução emocional de César como personagem central já estava estabelecida desde os outros dois filmes, o que transformou sua motivação aqui em algo mais visceral (primitivo) - e funciona, mas causa uma certa estranheza ao percebermos que os sub-plots encontram soluções mais óbvias (e muitas vezes mais fáceis) do que estávamos acostumados. O roteiro, assinado por Reeves e pelo time liderado pelo Mark Bomback, se pauta nas consequências sanguinárias de uma guerra e na luta por encontrar um estado de paz que parece ser impossível. Bomback continua sua busca por humanizar os macacos ao mesmo tempo que usa da simbologia para questionar a crueldade e a hipocrisia dos humanos. A construção de César como um líder complexo e moralmente ambíguo é um dos grandes méritos da trilogia, e "A Guerra" só aprofunda ainda mais sua jornada, com mais ação para destacar, na prática, os dilemas éticos que ele enfrenta ao tentar proteger seu povo enquanto lida com sua sede de vingança (tão discutida no filme anterior "com" e "por" Koba).
Matt Reeves demonstra mais uma vez sua habilidade excepcional como diretor. Ele constrói uma narrativa explorando temas como empatia, moralidade e brutalidade. Sua segunda direção na franquia, dessa vez se destaca pela maneira como ele utiliza a fotografia e os efeitos visuais para dar mais amplitude e fluidez, e assim contar sua história - confiando nos movimentos, gestos e olhares tanto quanto nos diálogos. Sua escolha por planos longos em uma atmosfera desoladora reforça a sensação de tensão e melancolia que permeia o filme. Nesse sentido Andy Serkis entrega uma das melhores performances de sua carreira - ele é capaz de transmitir a dor, mas também a determinação e a sabedoria de César. Woody Harrelson, como o Coronel, é o outro pilar do conflito principal - ele traz intensidade ao papel de um antagonista cuja motivação é moldada pelo medo e pela crueldade, criando um vilão de fato ameaçador.
Tecnicamente, o filme é impecável. Os efeitos visuais, mais uma vez criados pela Weta Digital, elevam o realismo dos macacos para um novo patamar - garantindo, inclusive, a terceira indicação ao Oscar de Efeitos Visuais. É realmente incrível como, filme após filme, o visual em CG (e captura) só melhora! "Planeta dos Macacos: A Guerra" é uma conclusão coerente para a trilogia, com ação, tensão e ritmo, mas sem nunca esquecer da importância de um impacto emocional. Para quem procura uma imersão ao universo da franquia, esse filme é tão essencial quanto os outros e certamente fará ainda mais sentido no destino de uma nova geração de personagens que vem por aí!
Vale seu play!
"Planeta dos Macacos: A Origem" é entretenimento puro - e se você também demorou para dar o play nessa nova versão do clássico de 1968, saiba que você está perdendo 120 minutos de muita diversão e adrenalina. Dirigido por Rupert Wyatt (da série "The Mosquito Coast") e baseado na obra de Pierre Boulle, esse filme é uma reinvenção ousada e tecnicamente impressionante da icônica franquia de ficção científica composta pelos cinco filmes originais - e que não tem nenhuma ligação com o filme do Tim Burton de 2001. Com um roteiro assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (dupla responsável por "Avatar: O Caminho da Água"), "Rise of the Planet of the Apes", no original, mistura ação e drama, com uma pitada de crítica social nas entrelinhas, para explorar as origens de um dos universos mais fascinantes do cinema. O interessante desse reboot, podemos chamar assim, é que ele equilibra perfeitamente o espetáculo visual com uma narrativa dinâmica e bem construída, criando uma obra que ressoa emocionalmente enquanto expande sua mitologia.
A história acompanha Will Rodman (James Franco), um cientista dedicado a encontrar a cura para o Alzheimer, doença que afeta seu pai, Charles (John Lithgow). Durante seus experimentos, no entanto, Will desenvolve uma espécie de vírus que nos macacos testados, aumenta significativamente sua inteligência. É nesse contexto que nasce César (Andy Serkis), um chimpanzé que herda a inteligência extraordinária do experimento e se torna o centro de uma revolução contra os humanos. Ao longo do filme, a relação entre César e Will evolui, enquanto questões de ética, controle e evolução são exploradas de forma realmente envolvente. Confira o trailer:
Rupert Wyatt dirige o filme com uma abordagem que busca nivelar elementos dramáticos que remetem tanto ao íntimo quanto ao épico. Wyatt constrói, cuidadosamente, a jornada de César, transformando um chimpanzé inocente e curioso em um líder carismático e inspirador - sim, você vai torcer para os macacos contra os seres-humanos (e isso é muito divertido)! Wyatt usa sequências de ação impactantes, mas sem sacrificar o desenvolvimento emocional dos personagens, criando assim uma narrativa que surpreendentemente se torna reflexiva. Obviamente que o gênero pede uma edição dinâmica com uma fotografia que capture tanto a beleza da natureza quanto a opressão dos ambientes controlados pelos humanos, no entanto é essa dicotomia bem pontuada no roteiro que coloca o filme em outro patamar.
O roteiro de Jaffa e Silver é uma das maiores forças do filme. Ele consegue equilibrar o drama humano com questões éticas de forma acessível e envolvente. A transformação de César é o coração da história, claro, mas o roteiro consegue oferecer bons momentos de introspecção com a mesma potência com que traz a tensão para a narrativa. Ao abordar questões como a exploração científica, os impactos dos testes em animais e os perigos do poder descontrolado, "Planeta dos Macacos: A Origem" ganha musculatura e cria uma conexão interessante com a audiência sem precisar ser verborrágico demais. Aliás, ponto para Andy Serkis - ele entrega uma atuação impressionante como César, mesmo com sua composição em CG. Por meio de captura de movimento, Serkis traz uma complexidade emocional impressionante ao personagem, tornando-o uma figura sensível e poderosa ao mesmo tempo. James Franco também vai bem - ele entrega uma atuação sólida, especialmente na sua relação com John Lithgow, trazendo uma dose significativa de humanidade perante uma relação familiar pautada pela finitude.
Mesmo datados, os efeitos visuais, criados pela Weta Digital, são um marco na indústria cinematográfica. A captura de movimentos e a animação digital que deu vida ao César (e aos outros macacos) têm um nível de realismo e expressividade sem precedentes - sem dúvida que elevou o filme a um novo patamar técnico (tanto que foi indicado ao Oscar da categoria em 2012). Cada detalhe, desde o olhar de César até suas interações com o ambiente, é meticulosamente projetado para criar uma experiência imersiva e emocionalmente impactante - funciona demais e foi o que abriu espaço para o que viria anos depois. A trilha sonora de Patrick Doyle (de "Frankenstein de Mary Shelley") intensifica o impacto emocional e a tensão do filme, enquanto o espetacular desenho de som destaca o contraste entre os mundos (humano e animal), amplificando a atmosfera de conflito e de transformação. Então, para finalizar um conselho: assista o filme na maior tela que puder e com o som mais alto que suportar, a experiência será sensacional!
Vale demais o seu play!
"Planeta dos Macacos: A Origem" é entretenimento puro - e se você também demorou para dar o play nessa nova versão do clássico de 1968, saiba que você está perdendo 120 minutos de muita diversão e adrenalina. Dirigido por Rupert Wyatt (da série "The Mosquito Coast") e baseado na obra de Pierre Boulle, esse filme é uma reinvenção ousada e tecnicamente impressionante da icônica franquia de ficção científica composta pelos cinco filmes originais - e que não tem nenhuma ligação com o filme do Tim Burton de 2001. Com um roteiro assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (dupla responsável por "Avatar: O Caminho da Água"), "Rise of the Planet of the Apes", no original, mistura ação e drama, com uma pitada de crítica social nas entrelinhas, para explorar as origens de um dos universos mais fascinantes do cinema. O interessante desse reboot, podemos chamar assim, é que ele equilibra perfeitamente o espetáculo visual com uma narrativa dinâmica e bem construída, criando uma obra que ressoa emocionalmente enquanto expande sua mitologia.
A história acompanha Will Rodman (James Franco), um cientista dedicado a encontrar a cura para o Alzheimer, doença que afeta seu pai, Charles (John Lithgow). Durante seus experimentos, no entanto, Will desenvolve uma espécie de vírus que nos macacos testados, aumenta significativamente sua inteligência. É nesse contexto que nasce César (Andy Serkis), um chimpanzé que herda a inteligência extraordinária do experimento e se torna o centro de uma revolução contra os humanos. Ao longo do filme, a relação entre César e Will evolui, enquanto questões de ética, controle e evolução são exploradas de forma realmente envolvente. Confira o trailer:
Rupert Wyatt dirige o filme com uma abordagem que busca nivelar elementos dramáticos que remetem tanto ao íntimo quanto ao épico. Wyatt constrói, cuidadosamente, a jornada de César, transformando um chimpanzé inocente e curioso em um líder carismático e inspirador - sim, você vai torcer para os macacos contra os seres-humanos (e isso é muito divertido)! Wyatt usa sequências de ação impactantes, mas sem sacrificar o desenvolvimento emocional dos personagens, criando assim uma narrativa que surpreendentemente se torna reflexiva. Obviamente que o gênero pede uma edição dinâmica com uma fotografia que capture tanto a beleza da natureza quanto a opressão dos ambientes controlados pelos humanos, no entanto é essa dicotomia bem pontuada no roteiro que coloca o filme em outro patamar.
O roteiro de Jaffa e Silver é uma das maiores forças do filme. Ele consegue equilibrar o drama humano com questões éticas de forma acessível e envolvente. A transformação de César é o coração da história, claro, mas o roteiro consegue oferecer bons momentos de introspecção com a mesma potência com que traz a tensão para a narrativa. Ao abordar questões como a exploração científica, os impactos dos testes em animais e os perigos do poder descontrolado, "Planeta dos Macacos: A Origem" ganha musculatura e cria uma conexão interessante com a audiência sem precisar ser verborrágico demais. Aliás, ponto para Andy Serkis - ele entrega uma atuação impressionante como César, mesmo com sua composição em CG. Por meio de captura de movimento, Serkis traz uma complexidade emocional impressionante ao personagem, tornando-o uma figura sensível e poderosa ao mesmo tempo. James Franco também vai bem - ele entrega uma atuação sólida, especialmente na sua relação com John Lithgow, trazendo uma dose significativa de humanidade perante uma relação familiar pautada pela finitude.
Mesmo datados, os efeitos visuais, criados pela Weta Digital, são um marco na indústria cinematográfica. A captura de movimentos e a animação digital que deu vida ao César (e aos outros macacos) têm um nível de realismo e expressividade sem precedentes - sem dúvida que elevou o filme a um novo patamar técnico (tanto que foi indicado ao Oscar da categoria em 2012). Cada detalhe, desde o olhar de César até suas interações com o ambiente, é meticulosamente projetado para criar uma experiência imersiva e emocionalmente impactante - funciona demais e foi o que abriu espaço para o que viria anos depois. A trilha sonora de Patrick Doyle (de "Frankenstein de Mary Shelley") intensifica o impacto emocional e a tensão do filme, enquanto o espetacular desenho de som destaca o contraste entre os mundos (humano e animal), amplificando a atmosfera de conflito e de transformação. Então, para finalizar um conselho: assista o filme na maior tela que puder e com o som mais alto que suportar, a experiência será sensacional!
Vale demais o seu play!
No que se propõe, essa continuação é um raro caso de ser tão boa quanto o primeiro filme! "Planeta dos Macacos: O Confronto", dessa vez dirigido por um talentoso Matt Reeves que havia brilhado ao construir uma narrativa incrivelmente tensa e angustiante em "Cloverfield: Monstro" e em "Deixe-me Entrar", é um complemento interessante no projeto de revitalizar a franquia. Continuando a história iniciada em "A Origem"de 2011, o filme expande sua proposta de modernizar um clássico da ficção cientifica com o equilíbrio magistral entre o drama humano, uma ação de tirar o fôlego e outras reflexões sobre poder, liderança e convivência entre diferentes.
A trama se passa uma década após os eventos do primeiro filme. A vida como conhecemos foi transformada por uma pandemia causada pelo vírus símio (tema introduzido com muita inteligência em "A Origem"), enquanto os macacos liderados por César (Andy Serkis) prosperam em uma comunidade organizada e isolada nas florestas próximas a São Francisco. A paz entre humanos e macacos é colocada à prova quando um grupo de sobreviventes humanos, liderado por Malcolm (Jason Clarke), precisa acessar uma usina hidrelétrica na área dominada pelos símios para restaurar a energia de sua colônia. Apesar das tentativas de César e Malcolm de estabelecerem um entendimento pacífico, tensões externas e internas, especialmente com Koba (Toby Kebbell), ameaçam desencadear um confronto inevitável que pode mudar a história da humanidade. Confira o trailer:
É inegável a qualidade de Matt Reeves como diretor e ao imprimir sua marca - ele transforma "O Confronto" em uma experiência cinematográfica realmente épica e emocionalmente bem envolvente. Sua habilidade em equilibrar sequências de ação espetaculares com momentos mais intimistas e carregados de significado, eleva o filme a um nível muito interessante de sofisticação - especialmente se pensarmos que aqui temos uma continuação de um reboot! O trabalho de Reeves com seus belos planos e com o desenvolvimento de um ritmo que respeita a gramática do gênero, é exemplar - ele utiliza das nuances da natureza para contrastar a harmonia do mundo dos macacos com o caos e a desesperança de uma sociedade humana devastada. A frase de César "Macaco não mata Macaco", pode até parecer "pronta" demais, mas nesse contexto comparativo ela vem carregada de simbolismo - repare como a direção se aproveita disso para transmitir uma sensação constante de tensão crescente, culminando em um clímax emocionante e devastador.
O roteiro, assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (de "A Origem") com o reforço de Mark Bomback, (de "Em Defesa de Jacob"), traz para a jornada personagens ricos e mais complexos, que tomam decisões moralmente ambíguas. César se desenvolve como um líder carismático e ético, mas que passa a enfrentar os desafios e dúvidas em seu próprio grupo, principalmente com Koba - um macaco traumatizado pelos abusos humanos do passado. Do outro lado, somos apresentados a Malcolm que serve como um contraponto esperançoso ao pragmatismo brutal de Dreyfus (Gary Oldman). A construção desses quatro personagens e a forma como o roteiro explora as nuances das relações entre eles fazem de "O Confronto" uma história capaz de discutir nas entrelinhas, temas como confiança, traição e os perigos latentes do preconceito.
Com uma direção magistral de Matt Reeves, performances marcantes lideradas por Andy Serkis (agora 100% protagonista) e uma narrativa visualmente arrebatadora, com efeitos especiais ainda melhores que do primeiro filme, eu diria que "O Confronto" se consolida como um dos melhores da franquia e que deve ser encarado com um certo destaque na perspectiva do cinema contemporâneo de reinvenção. Esse "Planeta dos Macacos" é mesmo um espetáculo visual, emocionante e reflexivo, que transcende o entretenimento banal para se tornar uma obra profundamente impactante como experiência que vai fazer valer muito o seu play!
Pegue a pipoca e divirta-se!
No que se propõe, essa continuação é um raro caso de ser tão boa quanto o primeiro filme! "Planeta dos Macacos: O Confronto", dessa vez dirigido por um talentoso Matt Reeves que havia brilhado ao construir uma narrativa incrivelmente tensa e angustiante em "Cloverfield: Monstro" e em "Deixe-me Entrar", é um complemento interessante no projeto de revitalizar a franquia. Continuando a história iniciada em "A Origem"de 2011, o filme expande sua proposta de modernizar um clássico da ficção cientifica com o equilíbrio magistral entre o drama humano, uma ação de tirar o fôlego e outras reflexões sobre poder, liderança e convivência entre diferentes.
A trama se passa uma década após os eventos do primeiro filme. A vida como conhecemos foi transformada por uma pandemia causada pelo vírus símio (tema introduzido com muita inteligência em "A Origem"), enquanto os macacos liderados por César (Andy Serkis) prosperam em uma comunidade organizada e isolada nas florestas próximas a São Francisco. A paz entre humanos e macacos é colocada à prova quando um grupo de sobreviventes humanos, liderado por Malcolm (Jason Clarke), precisa acessar uma usina hidrelétrica na área dominada pelos símios para restaurar a energia de sua colônia. Apesar das tentativas de César e Malcolm de estabelecerem um entendimento pacífico, tensões externas e internas, especialmente com Koba (Toby Kebbell), ameaçam desencadear um confronto inevitável que pode mudar a história da humanidade. Confira o trailer:
É inegável a qualidade de Matt Reeves como diretor e ao imprimir sua marca - ele transforma "O Confronto" em uma experiência cinematográfica realmente épica e emocionalmente bem envolvente. Sua habilidade em equilibrar sequências de ação espetaculares com momentos mais intimistas e carregados de significado, eleva o filme a um nível muito interessante de sofisticação - especialmente se pensarmos que aqui temos uma continuação de um reboot! O trabalho de Reeves com seus belos planos e com o desenvolvimento de um ritmo que respeita a gramática do gênero, é exemplar - ele utiliza das nuances da natureza para contrastar a harmonia do mundo dos macacos com o caos e a desesperança de uma sociedade humana devastada. A frase de César "Macaco não mata Macaco", pode até parecer "pronta" demais, mas nesse contexto comparativo ela vem carregada de simbolismo - repare como a direção se aproveita disso para transmitir uma sensação constante de tensão crescente, culminando em um clímax emocionante e devastador.
O roteiro, assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (de "A Origem") com o reforço de Mark Bomback, (de "Em Defesa de Jacob"), traz para a jornada personagens ricos e mais complexos, que tomam decisões moralmente ambíguas. César se desenvolve como um líder carismático e ético, mas que passa a enfrentar os desafios e dúvidas em seu próprio grupo, principalmente com Koba - um macaco traumatizado pelos abusos humanos do passado. Do outro lado, somos apresentados a Malcolm que serve como um contraponto esperançoso ao pragmatismo brutal de Dreyfus (Gary Oldman). A construção desses quatro personagens e a forma como o roteiro explora as nuances das relações entre eles fazem de "O Confronto" uma história capaz de discutir nas entrelinhas, temas como confiança, traição e os perigos latentes do preconceito.
Com uma direção magistral de Matt Reeves, performances marcantes lideradas por Andy Serkis (agora 100% protagonista) e uma narrativa visualmente arrebatadora, com efeitos especiais ainda melhores que do primeiro filme, eu diria que "O Confronto" se consolida como um dos melhores da franquia e que deve ser encarado com um certo destaque na perspectiva do cinema contemporâneo de reinvenção. Esse "Planeta dos Macacos" é mesmo um espetáculo visual, emocionante e reflexivo, que transcende o entretenimento banal para se tornar uma obra profundamente impactante como experiência que vai fazer valer muito o seu play!
Pegue a pipoca e divirta-se!
A longeva (e para alguns já desgastada) franquia "Planeta dos Macacos" retorna com mais um episódio, dessa vez "O Reinado". Dirigido por Wes Ball (de "Maze Runner"), o filme traz uma nova perspectiva ao universo estabelecido na trilogia de César, comandada por Rupert Wyatt e Matt Reeves. Ambientado muitos anos após os eventos de "A Guerra", "Kingdom of the Planet of the Apes" (no original) busca expandir a mitologia da saga, apresentando novos personagens, uma nova sociedade animal e outros dilemas morais em um mundo onde a humanidade se tornou uma sombra do que já foi. Novamente com um visual deslumbrante e uma trama que mantém a essência reflexiva da franquia, "O Reinado" é mais um bom entretenimento para um final de semana chuvoso - ainda que sem a mesma profundidade emocional dos filmes anteriores, vai te divertir!
A história se passa várias gerações após a morte de César, quando os macacos já estabeleceram diferentes comunidades e vivem em uma sociedade onde a hierarquia e o controle são disputados com novas ideologias. Noé (Owen Teague), um jovem macaco pertencente a um clã pacífico, vê sua vida mudar drasticamente quando seu vilarejo é atacado por Proximus César (Kevin Durand), um líder tirânico que distorce o legado do verdadeiro César para justificar sua busca por poder. Durante sua jornada de vingança e autodescoberta, Noé se alia à Nova (Freya Allan), cuja inteligência desafia a crença de que os humanos perderam completamente sua racionalidade. À medida que ambos exploram o mundo em transformação, o filme levanta questionamentos importantes sobre memória histórica, sobre poder e sobre a natureza da liderança sob diversos aspectos. Confira o trailer:
Diferente da trilogia anterior, que acompanhava a evolução filosófica de César e sua busca por coexistência, "O Reinado" adota uma estrutura mais próxima de uma aventura épica. Wes Ball imprime sua assinatura visual, criando um universo realmente grandioso e cheio de detalhes, com cenários impressionantes que mostram tanto a degradação humana quanto a ascensão das civilizações dos macacos. A direção se destaca pelas sequências de ação bem construídas e pelo ritmo que mantém a audiência realmente imersa na jornada do jovem Noé. Ainda assim, a profundidade emocional que marcou os filmes anteriores é diluída em prol de uma narrativa mais convencional de uma jornada do herói versus o tirano que agora é seu semelhante.
O roteiro de Josh Friedman (de "Avatar: O Caminho da Água") até que busca equilibrar bem os elementos de ficção científica com o drama íntimo e assim fortalecer a construção de um novo capítulo da franquia que certamente terá mais desdobramentos. A escolha de explorar um vilão como Proximus César, que manipula o legado de César para seus próprios fins, adiciona elementos interessantes sobre o uso da história para justificar o autoritarismo - uma temática, aliás, que dialoga fortemente com eventos do mundo real, não é mesmo? Contudo, Noé, apesar de ser um protagonista cativante, carece do tempo e de um arco transformador mais forte - algo que César teve durante sua trilogia. Sua jornada é eficiente, porém menos impactante, mas, sinceramente, acho que vale pelo beneficio da dúvida. Quem sabe não estamos sendo precipitados demais em julgar o personagem por um único filme?!
No campo técnico, "O Reinado" supera ainda mais o padrão que já era elevado. Os trabalhos de composição e de captura continuam impressionantes, tornando os macacos incrivelmente mais realistas, especialmente nas expressões faciais e agora com uma movimentação bem mais fluida - e claro que justifica sua indicação para o Oscar de Efeitos Visuais em 2025. A fotografia do húngaro Gyula Pados também merece destaque - ele captura com maestria a grandiosidade dos ambientes naturais e das ruínas de Proximus César, enquanto a trilha sonora de John Paesano complementa toda essa atmosfera épica da narrativa de Ball. O fato é que "Planeta dos Macacos: O Reinado" abre sim um caminho para novas possibilidades dentro desse universo, deixando plots promissores para futuras sequências e quem sabe, para consolidar ainda mais o valor e o poder da franquia!
Especialmente para os fãs da saga, vale muito o seu play!
A longeva (e para alguns já desgastada) franquia "Planeta dos Macacos" retorna com mais um episódio, dessa vez "O Reinado". Dirigido por Wes Ball (de "Maze Runner"), o filme traz uma nova perspectiva ao universo estabelecido na trilogia de César, comandada por Rupert Wyatt e Matt Reeves. Ambientado muitos anos após os eventos de "A Guerra", "Kingdom of the Planet of the Apes" (no original) busca expandir a mitologia da saga, apresentando novos personagens, uma nova sociedade animal e outros dilemas morais em um mundo onde a humanidade se tornou uma sombra do que já foi. Novamente com um visual deslumbrante e uma trama que mantém a essência reflexiva da franquia, "O Reinado" é mais um bom entretenimento para um final de semana chuvoso - ainda que sem a mesma profundidade emocional dos filmes anteriores, vai te divertir!
A história se passa várias gerações após a morte de César, quando os macacos já estabeleceram diferentes comunidades e vivem em uma sociedade onde a hierarquia e o controle são disputados com novas ideologias. Noé (Owen Teague), um jovem macaco pertencente a um clã pacífico, vê sua vida mudar drasticamente quando seu vilarejo é atacado por Proximus César (Kevin Durand), um líder tirânico que distorce o legado do verdadeiro César para justificar sua busca por poder. Durante sua jornada de vingança e autodescoberta, Noé se alia à Nova (Freya Allan), cuja inteligência desafia a crença de que os humanos perderam completamente sua racionalidade. À medida que ambos exploram o mundo em transformação, o filme levanta questionamentos importantes sobre memória histórica, sobre poder e sobre a natureza da liderança sob diversos aspectos. Confira o trailer:
Diferente da trilogia anterior, que acompanhava a evolução filosófica de César e sua busca por coexistência, "O Reinado" adota uma estrutura mais próxima de uma aventura épica. Wes Ball imprime sua assinatura visual, criando um universo realmente grandioso e cheio de detalhes, com cenários impressionantes que mostram tanto a degradação humana quanto a ascensão das civilizações dos macacos. A direção se destaca pelas sequências de ação bem construídas e pelo ritmo que mantém a audiência realmente imersa na jornada do jovem Noé. Ainda assim, a profundidade emocional que marcou os filmes anteriores é diluída em prol de uma narrativa mais convencional de uma jornada do herói versus o tirano que agora é seu semelhante.
O roteiro de Josh Friedman (de "Avatar: O Caminho da Água") até que busca equilibrar bem os elementos de ficção científica com o drama íntimo e assim fortalecer a construção de um novo capítulo da franquia que certamente terá mais desdobramentos. A escolha de explorar um vilão como Proximus César, que manipula o legado de César para seus próprios fins, adiciona elementos interessantes sobre o uso da história para justificar o autoritarismo - uma temática, aliás, que dialoga fortemente com eventos do mundo real, não é mesmo? Contudo, Noé, apesar de ser um protagonista cativante, carece do tempo e de um arco transformador mais forte - algo que César teve durante sua trilogia. Sua jornada é eficiente, porém menos impactante, mas, sinceramente, acho que vale pelo beneficio da dúvida. Quem sabe não estamos sendo precipitados demais em julgar o personagem por um único filme?!
No campo técnico, "O Reinado" supera ainda mais o padrão que já era elevado. Os trabalhos de composição e de captura continuam impressionantes, tornando os macacos incrivelmente mais realistas, especialmente nas expressões faciais e agora com uma movimentação bem mais fluida - e claro que justifica sua indicação para o Oscar de Efeitos Visuais em 2025. A fotografia do húngaro Gyula Pados também merece destaque - ele captura com maestria a grandiosidade dos ambientes naturais e das ruínas de Proximus César, enquanto a trilha sonora de John Paesano complementa toda essa atmosfera épica da narrativa de Ball. O fato é que "Planeta dos Macacos: O Reinado" abre sim um caminho para novas possibilidades dentro desse universo, deixando plots promissores para futuras sequências e quem sabe, para consolidar ainda mais o valor e o poder da franquia!
Especialmente para os fãs da saga, vale muito o seu play!