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Man in the Arena

 "Man in the Arena" é um jóia, tão boa (ou melhor - dependendo da sua relação com o esporte do protagonista) que "Arremesso Final" da Netflix.

Dirigida pelo Gotham Chopra, que já havia trabalhado com Tom Brady em 2018 na série documental "Tom vs. Time" para o Facebook Watch, "Man in the Arena" é um relato exclusivo sobre cada uma das 9 aparições de Brady (com os Patriots) no Super Bowl. Cada episódio de uma hora em média, explora os momentos da vida do atleta dentro e fora do campo, da sua relação com os companheiros, com a imprensa e até com a família e amigos. Confira o trailer, em inglês:

Talvez o mais interessante da série é que mesmo tendo com pano de fundo as (até então) 9 disputas de Brady no Super Bowl, Chopra expande a narrativa construindo uma verdadeira linha do tempo com as passagens mais marcantes de 20 anos de carreira do QB. Das suas primeiras aparições ainda como novato na Universidade de Michigan, passando pela 199ª escolha no draft de 2000 da NFL, sua relação com o QB titular do Patriots na época, Drew Bledsoe, até o fim da dinastia de New England e da parceria com técnico Bill Belichick.

Com Tom Brady em todos os episódios como entrevistado e usando de seus próprios depoimentos como guia dessa linha narrativa tão rica para quem adora o esporte,  "Man in the Arena" pode até parecer não aliviar ao discutir algumas polêmicas envolvendo o jogador, mas ele também não se posicionando tão assertivamente sobre elas na frente das câmeras. Um exemplo, e pelo que muitos afirmam, talvez tenha sido a única mancha na carreira de Brady, o escândalo conhecido como Deflategate (onde, supostamente, os Patriots teriam usado bolas mais murchas do que a regra permite para levar vantagem sobre o Indianapolis Colts) poderia ter sido melhor desenvolvido no sentido de dar voz ao lado de Brady da história - mesmo sugerindo cobrir todos os pontos, Chopra parece não forçar muito a barra. No final, embora Brady tenha negado sua participação ou até a veracidade dessa denúncia, ele acabou suspenso por quatro jogos e os Patriots tiveram que pagar uma multa de US$ 1 milhão de dólares. Atualmente, virou história.

O único assunto que ficou de fora da série (e que incomodou um pouco) diz respeito ao drama vivido por seu companheiro de time Aaron Hernandez que, acusado de assassinar Ortiz Lloyd, foi preso e depois acabou se suicidando na prisão - tema, inclusive, que ganhou uma série documental na Netflix, também imperdível! O fato é que mesmo sendo considerado um fenômeno, Hernandez é citado rapidamente e seu nome praticamente desaparece na sombra do companheiro de posição, Rob Gronkowski.

 "Man in the Arena" é um recorte expressivo, profundo e honesto da carreira de Tom Brady, sem dúvida, um dos melhores atletas de todos os tempos e do esporte mundial - daqueles que se encontram na disputada prateleira ao lado de Pelé, Usain Bolt, Michael Phelps, Ayrton Senna, Michael Jordan e Tiger Woods. Em cada episódio temos uma verdadeira aula de liderança, relacionamento, adaptabilidade, desempenho, dedicação e até de motivação, com imagens de dentro de um ambiente extremamente fechado e pela voz de quem realmente esteve lá e venceu.

Vale muito a pena!

Assista Agora

 "Man in the Arena" é um jóia, tão boa (ou melhor - dependendo da sua relação com o esporte do protagonista) que "Arremesso Final" da Netflix.

Dirigida pelo Gotham Chopra, que já havia trabalhado com Tom Brady em 2018 na série documental "Tom vs. Time" para o Facebook Watch, "Man in the Arena" é um relato exclusivo sobre cada uma das 9 aparições de Brady (com os Patriots) no Super Bowl. Cada episódio de uma hora em média, explora os momentos da vida do atleta dentro e fora do campo, da sua relação com os companheiros, com a imprensa e até com a família e amigos. Confira o trailer, em inglês:

Talvez o mais interessante da série é que mesmo tendo com pano de fundo as (até então) 9 disputas de Brady no Super Bowl, Chopra expande a narrativa construindo uma verdadeira linha do tempo com as passagens mais marcantes de 20 anos de carreira do QB. Das suas primeiras aparições ainda como novato na Universidade de Michigan, passando pela 199ª escolha no draft de 2000 da NFL, sua relação com o QB titular do Patriots na época, Drew Bledsoe, até o fim da dinastia de New England e da parceria com técnico Bill Belichick.

Com Tom Brady em todos os episódios como entrevistado e usando de seus próprios depoimentos como guia dessa linha narrativa tão rica para quem adora o esporte,  "Man in the Arena" pode até parecer não aliviar ao discutir algumas polêmicas envolvendo o jogador, mas ele também não se posicionando tão assertivamente sobre elas na frente das câmeras. Um exemplo, e pelo que muitos afirmam, talvez tenha sido a única mancha na carreira de Brady, o escândalo conhecido como Deflategate (onde, supostamente, os Patriots teriam usado bolas mais murchas do que a regra permite para levar vantagem sobre o Indianapolis Colts) poderia ter sido melhor desenvolvido no sentido de dar voz ao lado de Brady da história - mesmo sugerindo cobrir todos os pontos, Chopra parece não forçar muito a barra. No final, embora Brady tenha negado sua participação ou até a veracidade dessa denúncia, ele acabou suspenso por quatro jogos e os Patriots tiveram que pagar uma multa de US$ 1 milhão de dólares. Atualmente, virou história.

O único assunto que ficou de fora da série (e que incomodou um pouco) diz respeito ao drama vivido por seu companheiro de time Aaron Hernandez que, acusado de assassinar Ortiz Lloyd, foi preso e depois acabou se suicidando na prisão - tema, inclusive, que ganhou uma série documental na Netflix, também imperdível! O fato é que mesmo sendo considerado um fenômeno, Hernandez é citado rapidamente e seu nome praticamente desaparece na sombra do companheiro de posição, Rob Gronkowski.

 "Man in the Arena" é um recorte expressivo, profundo e honesto da carreira de Tom Brady, sem dúvida, um dos melhores atletas de todos os tempos e do esporte mundial - daqueles que se encontram na disputada prateleira ao lado de Pelé, Usain Bolt, Michael Phelps, Ayrton Senna, Michael Jordan e Tiger Woods. Em cada episódio temos uma verdadeira aula de liderança, relacionamento, adaptabilidade, desempenho, dedicação e até de motivação, com imagens de dentro de um ambiente extremamente fechado e pela voz de quem realmente esteve lá e venceu.

Vale muito a pena!

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A Grande Escolha

"A Grande Escolha" é um filme imperdível para os fãs de esportes, especialmente aqueles que conhecem e estão acostumados com a dinâmica dos DRAFTs entre as temporadas que acontecem nos EUA, mais precisamente no futebol americano da NFL - e aqui, conhecendo ou não todas essas siglas, já vai ficar claro se o filme é realmente para você! Dirigido pelo veterano Ivan Reitman (do clássico "Os Caça-Fantasmas"), "Draft Day" (no original) se destaca pela abordagem inteligente e envolvente ao explorar com maestria os bastidores de um esporte que não para de crescer aqui no Brasil. O roteiro, mesmo que para alguns possa parecer previsível demais, tem diálogos afiados e sabe desenvolver uma trama que nos provoca, além da curiosidade, uma sensação de tensão constante. Eu diria que é como se "O Lobo de Wall Street" encontrasse "Um Domingo Qualquer".

Filho do falecido ex-técnico dos Browns, o executivo Sonny Weaver Jr. (Kevin Costner) teve um ano de altos e baixos antes do Draft da NFL. Seu quarterback titular, Brian Drew (Tom Welling), se machucou no meio da temporada e as chances de levar o Cleveland para os playoffs foram para o espaço. Pressionado pelo dono dos Browns (Frank Langella), Weaver faz uma troca estúpida e paga caro demais pela primeira escolha geral do Draft, que originalmente seria do Seattle. No entanto, existe uma chance de sair por cima, mas para isso ele precisa descobrir se vale a pena escolher Bo Callahan, QB de Wisconsin, ou se há algo por trás de sua “perfeição” que ainda ninguém descobriu. Confira o trailer:

Considerando que "A Grande Escolha" trata de um assunto complexo para quem não conhece muito bem a dinâmica do DRAFT e de como uma escolha errada pode impactar um time durante anos, é até natural que parte da audiência se incomode com um ou outro diálogo um pouco mais expositivo - é como se os roteiristas não soubessem exatamente quem assistiria aquele filme e se relacionaria com aquela história. O tema, óbvio, não é universal, mas mesmo diante dessa complexidade existe alguns elementos narrativos que suavizam o foco esportivo e nos apresentam outras camadas que melhoram a experiência - ao explorar o poder das escolhas dentro daquele ambiente tão competitivo e de enorme pressão é na humanização dos ícones esportivos que o roteiro consegue seus maiores trunfos.

Se o roteiro parece titubeiar em sua proposta, a direção habilidosa de Reitman não - ela captura não apenas a adrenalina dos jogos, mas também a dinâmica das relações interpessoais nos corredores da administração esportiva. Aqui dois pontos merecem sua atenção: a fotografia exuberante do Eric Steelberg (de "Tully")e a trilha sonora de John Debney (de "A Paixão de Cristo"). Juntos, esses elementos criam um envolvimento além do diálogo, um ritmo pulsante para a narrativa, transformando o que poderia parecer monótono em algo muito interessante de acompanhar. Veja, mesmo o drama sendo basicamente um jogo de "tentativa e erro" e de "adivinhações", seu contexto justifica cada intervenção técnica como prova de que a beleza do esporte como instituição vai muito além dos embates nas quatro linhas.

Kevin Costner entrega uma atuação relevante como Sonny Weaver Jr., conferindo ao seu personagem um range emocional que vai além dos clichês do gênero (até mesmo para ele). Sua química com Jennifer Garner (a Ali) funciona, proporcionando momentos realmente tocantes e até autênticos para aquele universo - chega a surpreender pela medida certa como tudo acontece em pouco menos de 120 minutos. Dito isso, "A Grande Escolha" pode ser considerado sim, uma jornada que não apenas entretém, mas também instiga reflexões sobre o significado das escolhas que fazemos em nossas vidas, simbolizadas por um esporte carregado de competitividade e paixão, onde, como o gatilho emocional, nada parece ser mais potente que a intuição. 

Se você leu até aqui, certamente você aprecia dramas esportivos e nesse filme você vai encontrar uma ótima escolha para sua diversão. Pode dar o play sem medo!

Assista Agora

"A Grande Escolha" é um filme imperdível para os fãs de esportes, especialmente aqueles que conhecem e estão acostumados com a dinâmica dos DRAFTs entre as temporadas que acontecem nos EUA, mais precisamente no futebol americano da NFL - e aqui, conhecendo ou não todas essas siglas, já vai ficar claro se o filme é realmente para você! Dirigido pelo veterano Ivan Reitman (do clássico "Os Caça-Fantasmas"), "Draft Day" (no original) se destaca pela abordagem inteligente e envolvente ao explorar com maestria os bastidores de um esporte que não para de crescer aqui no Brasil. O roteiro, mesmo que para alguns possa parecer previsível demais, tem diálogos afiados e sabe desenvolver uma trama que nos provoca, além da curiosidade, uma sensação de tensão constante. Eu diria que é como se "O Lobo de Wall Street" encontrasse "Um Domingo Qualquer".

Filho do falecido ex-técnico dos Browns, o executivo Sonny Weaver Jr. (Kevin Costner) teve um ano de altos e baixos antes do Draft da NFL. Seu quarterback titular, Brian Drew (Tom Welling), se machucou no meio da temporada e as chances de levar o Cleveland para os playoffs foram para o espaço. Pressionado pelo dono dos Browns (Frank Langella), Weaver faz uma troca estúpida e paga caro demais pela primeira escolha geral do Draft, que originalmente seria do Seattle. No entanto, existe uma chance de sair por cima, mas para isso ele precisa descobrir se vale a pena escolher Bo Callahan, QB de Wisconsin, ou se há algo por trás de sua “perfeição” que ainda ninguém descobriu. Confira o trailer:

Considerando que "A Grande Escolha" trata de um assunto complexo para quem não conhece muito bem a dinâmica do DRAFT e de como uma escolha errada pode impactar um time durante anos, é até natural que parte da audiência se incomode com um ou outro diálogo um pouco mais expositivo - é como se os roteiristas não soubessem exatamente quem assistiria aquele filme e se relacionaria com aquela história. O tema, óbvio, não é universal, mas mesmo diante dessa complexidade existe alguns elementos narrativos que suavizam o foco esportivo e nos apresentam outras camadas que melhoram a experiência - ao explorar o poder das escolhas dentro daquele ambiente tão competitivo e de enorme pressão é na humanização dos ícones esportivos que o roteiro consegue seus maiores trunfos.

Se o roteiro parece titubeiar em sua proposta, a direção habilidosa de Reitman não - ela captura não apenas a adrenalina dos jogos, mas também a dinâmica das relações interpessoais nos corredores da administração esportiva. Aqui dois pontos merecem sua atenção: a fotografia exuberante do Eric Steelberg (de "Tully")e a trilha sonora de John Debney (de "A Paixão de Cristo"). Juntos, esses elementos criam um envolvimento além do diálogo, um ritmo pulsante para a narrativa, transformando o que poderia parecer monótono em algo muito interessante de acompanhar. Veja, mesmo o drama sendo basicamente um jogo de "tentativa e erro" e de "adivinhações", seu contexto justifica cada intervenção técnica como prova de que a beleza do esporte como instituição vai muito além dos embates nas quatro linhas.

Kevin Costner entrega uma atuação relevante como Sonny Weaver Jr., conferindo ao seu personagem um range emocional que vai além dos clichês do gênero (até mesmo para ele). Sua química com Jennifer Garner (a Ali) funciona, proporcionando momentos realmente tocantes e até autênticos para aquele universo - chega a surpreender pela medida certa como tudo acontece em pouco menos de 120 minutos. Dito isso, "A Grande Escolha" pode ser considerado sim, uma jornada que não apenas entretém, mas também instiga reflexões sobre o significado das escolhas que fazemos em nossas vidas, simbolizadas por um esporte carregado de competitividade e paixão, onde, como o gatilho emocional, nada parece ser mais potente que a intuição. 

Se você leu até aqui, certamente você aprecia dramas esportivos e nesse filme você vai encontrar uma ótima escolha para sua diversão. Pode dar o play sem medo!

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A Mente do Assassino: Aaron Hernandez

"A Mente do Assassino: Aaron Hernandez" é mais um daqueles documentários que nos fazem refletir sobre a verdadeira condição humana como reflexo de uma sociedade doente, onde os valores são facilmente subvertidos e uma família desestruturada só colabora para essa quebra de confiança e afeto. Claro que existia uma patologia, a encefalopatia traumática crônica - uma doença que causa trauma cerebral em jogadores de futebol americano, resultado de concussões repetidas na cabeça e que merece nossa atenção; mas o fato é que alguns (ou a combinação) desses fatores transformaram um jovem jogador da NFL em um frio assassino! Aaron Hernandez já era uma realidade do esporte com pouco mais de 20 anos, jogava no New England Patriots com Tom Brady e ao lado de Rob Gronkowski, tinha acabado de jogar um Super Bowl onde, inclusive, marcou um Touchdown, tinha um contrato de 40 milhões de dólares garantidos, uma esposa e uma filha recém nascida! Tudo caminhava bem até que o corpo de Ortiz Lloyd é encontrado em North Attleboro, próximo a mansão de Aaron. Lloyd era namorado da irmã de sua esposa e foi só a investigação começar que o jogador  já foi preso graças as inúmeras evidências que o colocavam como principal suspeito!

A série da Netflix, destrincha essas evidências ao mesmo tempo em que reconstrói a caminhada esportiva e social de Aaron Hernandez até o dia do seu suicídio. São três episódios de uma hora, com uma dinâmica bastante interessante que não se propõem em inocentar o atleta e sim tentar descobrir as razões que o levaram a cometer o crime! Olha, se você gostou de "O.J.: Made in America", não perca tempo, dê o play porque você não vai se arrepender! Confira o trailer:

O diretor de "A Mente do Assassino: Aaron Hernandez" é Geno McDermott, o produtor responsável por "The Murder Tapes". Ele foi muito inteligente em construir uma narrativa fácil de acompanhar, até para quem não conhece muito dos bastidores do futebol americano. Desde a infância de Aaron Hernandez em Connecticut, passando pela escolha de estudar (e jogar) na Universidade da Flórida, até seus últimos dias no melhor time da NFL, o New England Patriots; a série estabelece uma linha temporal que, embora não seja tão linear, equilibra muito bem vida pessoal e esportiva com depoimentos de fãs, colegas de trabalho, familiares, jornalistas e advogados, com imagens do julgamento, de reportagens da época e até uma ou outra cena dramatizada - o fato é que o documentário poderia ser um filme de ficção tranquilamente de tão potente que é a história - a dinâmica e o storytelling construído estão perfeitos! Algumas fotografias, vídeos, imagens de vigilância e até alguns telefonemas gravados enquanto Aaron Hernandez estava na prisão ajudam a construir um personagem extremamente complexo e uma história surreal, que nos convida ao julgamento a cada nova informação - muito na linha do que aprendemos a amar com "Making a Murderer". 

"A Mente do Assassino:Aaron Hernandez" é uma série documental para quem gosta do gênero. Não é um projeto tão complexo como o já citado "Making a Murderer" que acompanha a investigação, o julgamento e busca pela inocência do protagonista; também não tem tantas reviravoltas e, poucas vezes, a história nos deixa alguma dúvida, mas, certamente, tem um valor enorme como o relato de uma vida que se perde dentro das suas próprias conquistas. Tomei muito cuidado durante minha escrita para não entrar em detalhes do caso e para não estragar a sua experiência de descobertas, mas quero deixar claro que existem pontos obscuros, versões nebulosas sobre certas passagens e até algumas especulações que seriam impossíveis de se comprovar nesse momento - o que torna a série da Netflix viciante como todas as outras desse mesmo estilo - para quem gosta, claro!

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"A Mente do Assassino: Aaron Hernandez" é mais um daqueles documentários que nos fazem refletir sobre a verdadeira condição humana como reflexo de uma sociedade doente, onde os valores são facilmente subvertidos e uma família desestruturada só colabora para essa quebra de confiança e afeto. Claro que existia uma patologia, a encefalopatia traumática crônica - uma doença que causa trauma cerebral em jogadores de futebol americano, resultado de concussões repetidas na cabeça e que merece nossa atenção; mas o fato é que alguns (ou a combinação) desses fatores transformaram um jovem jogador da NFL em um frio assassino! Aaron Hernandez já era uma realidade do esporte com pouco mais de 20 anos, jogava no New England Patriots com Tom Brady e ao lado de Rob Gronkowski, tinha acabado de jogar um Super Bowl onde, inclusive, marcou um Touchdown, tinha um contrato de 40 milhões de dólares garantidos, uma esposa e uma filha recém nascida! Tudo caminhava bem até que o corpo de Ortiz Lloyd é encontrado em North Attleboro, próximo a mansão de Aaron. Lloyd era namorado da irmã de sua esposa e foi só a investigação começar que o jogador  já foi preso graças as inúmeras evidências que o colocavam como principal suspeito!

A série da Netflix, destrincha essas evidências ao mesmo tempo em que reconstrói a caminhada esportiva e social de Aaron Hernandez até o dia do seu suicídio. São três episódios de uma hora, com uma dinâmica bastante interessante que não se propõem em inocentar o atleta e sim tentar descobrir as razões que o levaram a cometer o crime! Olha, se você gostou de "O.J.: Made in America", não perca tempo, dê o play porque você não vai se arrepender! Confira o trailer:

O diretor de "A Mente do Assassino: Aaron Hernandez" é Geno McDermott, o produtor responsável por "The Murder Tapes". Ele foi muito inteligente em construir uma narrativa fácil de acompanhar, até para quem não conhece muito dos bastidores do futebol americano. Desde a infância de Aaron Hernandez em Connecticut, passando pela escolha de estudar (e jogar) na Universidade da Flórida, até seus últimos dias no melhor time da NFL, o New England Patriots; a série estabelece uma linha temporal que, embora não seja tão linear, equilibra muito bem vida pessoal e esportiva com depoimentos de fãs, colegas de trabalho, familiares, jornalistas e advogados, com imagens do julgamento, de reportagens da época e até uma ou outra cena dramatizada - o fato é que o documentário poderia ser um filme de ficção tranquilamente de tão potente que é a história - a dinâmica e o storytelling construído estão perfeitos! Algumas fotografias, vídeos, imagens de vigilância e até alguns telefonemas gravados enquanto Aaron Hernandez estava na prisão ajudam a construir um personagem extremamente complexo e uma história surreal, que nos convida ao julgamento a cada nova informação - muito na linha do que aprendemos a amar com "Making a Murderer". 

"A Mente do Assassino:Aaron Hernandez" é uma série documental para quem gosta do gênero. Não é um projeto tão complexo como o já citado "Making a Murderer" que acompanha a investigação, o julgamento e busca pela inocência do protagonista; também não tem tantas reviravoltas e, poucas vezes, a história nos deixa alguma dúvida, mas, certamente, tem um valor enorme como o relato de uma vida que se perde dentro das suas próprias conquistas. Tomei muito cuidado durante minha escrita para não entrar em detalhes do caso e para não estragar a sua experiência de descobertas, mas quero deixar claro que existem pontos obscuros, versões nebulosas sobre certas passagens e até algumas especulações que seriam impossíveis de se comprovar nesse momento - o que torna a série da Netflix viciante como todas as outras desse mesmo estilo - para quem gosta, claro!

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Al Davis vs. The NFL

Esse não é um documentário sobre o "esporte", esse é um documentário  sobre os bastidores do "esporte", sobre o negócio, sobre o futuro, sobre duas formas distintas de escrever a história, só que pelo olhar de figuras marcantes do futebol americano que nunca estiveram em "campo":  o ex-proprietário dos Raiders, Al Davis, e o ex-comissário da NFL, Pete Rozelle.

"Al Davis vs. The NFL" mostra os reflexos de uma relação conflituosa entre duas ligas profissionais de futebol americano, a AFL e a NFL, soberanas na década de 1960, que resultou em uma enorme animosidade quando Al Davis quis sair de Oakland e levar o seu Raders para Los Angeles e que acabou gerando um desgastante processo antitruste que Davis moveu contra a NFL em 1980, justamente por Rozelle acreditar que essa decisão não cabia apenas a uma pessoa e sim aos 28 sócios de uma única liga que havia sido criada para evitar conflitos de interesses e preservar a vontade do todo. Confira o trailer:

Mais uma incrível produção do selo "30 for 30" da ESPN Films, "Al Davis vs. The NFL" é um recorte histórico que discute a visão empreendedora tendo como pano de fundo o esporte. Se de um lado entendemos o conceito liberal de Al Davis, do outro somos impactados sobre a visão controladora de Rozelle - e o interessante do documentário dirigido por Ken Rodgers (de "The Four Falls of Buffalo") é que em nenhum momento ele defende um dos lados, deixando para a audiência a posição de júri e, admito, dentro de um determinado contexto, ambas as visões faziam sentido para o negócio.

Veja, já nos começo dos anos 80, Davis queria um estádio maior, de última geração, onde pudesse arrecadar mais receita com venda de ingressos e de camarotes luxuosos, além de poder negociar maiores verbas com os contratos de transmissão que a NFL liderava. Já Rozelle queria que o todo decidisse o destino da liga, não queria que o proprietário de um time tivesse a liberdade de decidir sozinho qual o melhor local para levar sua franquia e assim abrisse um precedente que certamente impactaria na identidade da liga e na tradição dos seus times - é como se ele quisesse impedir que, da noite para o dia, o Flamengo, sozinho, resolvesse mudar para São Paulo, deixando seus torcedores de décadas à 450 km de distância.

O fato é que nenhuma competição, dentro ou fora do campo, ajudou a moldar a NFL moderna tanto quanto esses embates de décadas entre Al Davis e Pete Rozelle e o documentário foi muito feliz em pontuar todos os detalhes e implicações dessa disputa profissional. Um detalhe interessante: a história é contada em primeira pessoa, e o diretor apostou em um conceito narrativo (e visual) que preservou os espíritos de Pete e Davis como protagonistas - como ambos já faleceram, foi usada a técnica de “deepfake” para coloca-los lado a lado mais uma vez. Embora a reinvenção possa não parecer real (e claramente essa não era a intenção), a montagem do próprio Rogers foi muito sensível e inteligente para equilibrar inúmeras imagens de arquivo com a naturalidade de um contador de histórias que olha para o passado e avalia sua importância no presente.

Vale muito a pena!

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Esse não é um documentário sobre o "esporte", esse é um documentário  sobre os bastidores do "esporte", sobre o negócio, sobre o futuro, sobre duas formas distintas de escrever a história, só que pelo olhar de figuras marcantes do futebol americano que nunca estiveram em "campo":  o ex-proprietário dos Raiders, Al Davis, e o ex-comissário da NFL, Pete Rozelle.

"Al Davis vs. The NFL" mostra os reflexos de uma relação conflituosa entre duas ligas profissionais de futebol americano, a AFL e a NFL, soberanas na década de 1960, que resultou em uma enorme animosidade quando Al Davis quis sair de Oakland e levar o seu Raders para Los Angeles e que acabou gerando um desgastante processo antitruste que Davis moveu contra a NFL em 1980, justamente por Rozelle acreditar que essa decisão não cabia apenas a uma pessoa e sim aos 28 sócios de uma única liga que havia sido criada para evitar conflitos de interesses e preservar a vontade do todo. Confira o trailer:

Mais uma incrível produção do selo "30 for 30" da ESPN Films, "Al Davis vs. The NFL" é um recorte histórico que discute a visão empreendedora tendo como pano de fundo o esporte. Se de um lado entendemos o conceito liberal de Al Davis, do outro somos impactados sobre a visão controladora de Rozelle - e o interessante do documentário dirigido por Ken Rodgers (de "The Four Falls of Buffalo") é que em nenhum momento ele defende um dos lados, deixando para a audiência a posição de júri e, admito, dentro de um determinado contexto, ambas as visões faziam sentido para o negócio.

Veja, já nos começo dos anos 80, Davis queria um estádio maior, de última geração, onde pudesse arrecadar mais receita com venda de ingressos e de camarotes luxuosos, além de poder negociar maiores verbas com os contratos de transmissão que a NFL liderava. Já Rozelle queria que o todo decidisse o destino da liga, não queria que o proprietário de um time tivesse a liberdade de decidir sozinho qual o melhor local para levar sua franquia e assim abrisse um precedente que certamente impactaria na identidade da liga e na tradição dos seus times - é como se ele quisesse impedir que, da noite para o dia, o Flamengo, sozinho, resolvesse mudar para São Paulo, deixando seus torcedores de décadas à 450 km de distância.

O fato é que nenhuma competição, dentro ou fora do campo, ajudou a moldar a NFL moderna tanto quanto esses embates de décadas entre Al Davis e Pete Rozelle e o documentário foi muito feliz em pontuar todos os detalhes e implicações dessa disputa profissional. Um detalhe interessante: a história é contada em primeira pessoa, e o diretor apostou em um conceito narrativo (e visual) que preservou os espíritos de Pete e Davis como protagonistas - como ambos já faleceram, foi usada a técnica de “deepfake” para coloca-los lado a lado mais uma vez. Embora a reinvenção possa não parecer real (e claramente essa não era a intenção), a montagem do próprio Rogers foi muito sensível e inteligente para equilibrar inúmeras imagens de arquivo com a naturalidade de um contador de histórias que olha para o passado e avalia sua importância no presente.

Vale muito a pena!

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American Crime Story - 1ª Temporada

American Crime Story - 1ª Temporada

“American Crime Story” é uma série antológica, onde a cada temporada uma história é contada (com começo, meio e fim como uma minissérie), que derivou do grande sucesso que foi “American Horror Story”, criada pelo badalado Ryan Murphy (de “Halston”)  A diferença entre as duas, é que em "Crime Story”, como o próprio nome diz, cada temporada se baseia em um caso real, seja de assassinato ou não (tanto que o terceiro ano da série focou no escândalo envolvendo o ex presidente Bill Clinton e Mônica Lewinsky).

Nessa primeira temporada, acompanhamos o advogado Robert Shapiro (John Travolta) reunindo um time de estrelas para defender o ex-astro da NFL, OJ Simpson (Cuba Gooding Jr.). Os advogados foram chamados 13 dias depois dos assassinatos de Nicole Brown Simpson, ex-esposa de OJ e Ronald Lyle Goldman, um amigo que foi até a casa de Nicole para, supostamente, devolver um pertence da mãe dela. O interessante porém, é que depois do crime, todas as provas recolhidas pela policia não diziam outra coisa: OJ era culpado. Confira o trailer:

Embora fosse tão nítido a culpa do ex jogador de futebol americano, esse não era um caso comum - o envolvido era famoso, amado por todos e ainda era negro. A complexidade está em uma trama que conta uma história de maneira muito clara, não deixando dúvidas sobre quem foi o verdadeiro culpado, mas é na atuação de Cuba Gooding Jr., tão convincente, que por vezes você também pode ficar em dúvida se ele era realmente o assassino.

A trama frenética sempre está em movimento, afinal em um caso como esse não existiria tempo para respirar, tudo acontece muito rápido e toma proporções inimagináveis. É um turbilhão de emoções (e de discussões culturais) para todos os personagens envolvidos, e principalmente para nós como audiência. Para se ter uma ideia, uma revista foi capaz de  "embranquecer" a figura de O.J. Simpson em uma capa de revista como se isso radicasse sua inocência - é quase surreal, mas acreditem, tudo isso realmente aconteceu.

A atriz Sarah Paulson, também foi uma escolha mais que certa para interpretar a promotora de justiça Marcia Clark - ela sempre foi muito assediada pela mídia, pelos seus companheiros de trabalho, especialmente porque nunca se preocupava com a aparência como outras mulheres, e para esses homens isso era quase de outro mundo. Ao dar vida para uma mulher que não tinha uma vida fácil, nem profissional e muito menos pessoal, Paulson brilhou, carregando nuances necessárias para transmitir todas as inseguranças da personagem com muita sensibilidade - esse performance, inclusive, lhe rendeu o Emmy de Melhor Atriz em 2016.

“American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson” é exemplar! Essa primeira temporada, responsabilidade de Scott Alexander e Larry Karaszewski, acerta em todos os quesitos possíveis: seja na adaptação do livro em que se baseou, "The Run of His Life: The People v. O.J. Simpson" de Jeffrey Toobin; na direção do próprio Ryan Murphy; no casting maravilhoso que proporcionou atuações seguras e competentes e até mesmo no ritmo que proporciona uma maratona mais que bem vinda, afinal essa história vai te prender do inicio ao fim.

PS: O documentário "O.J. Simpson Made in America", grande vencedor do Oscar de 2017, faz com que tenhamos uma percepção da série um pouco diferente, mas não por isso menos interessante. A sensação de torcer para que tudo fosse mentira quando se assiste ao documentário, dado o carisma (e a história de superação) do O.J., praticamente some na ficção, já que fica impossível não torcer para os promotores - talvez por uma visão mais romântica dos fatos e por acabar se envolvendo mais com a narrativa proposta pelo roteiro, onde o backstage do processo está mais presente, a vida dos promotores mais exposta, etc. São experiências diferentes, mas complementares. Sugiro conhecer a história pelo documentário (que também está disponível no Star+) e depois partir para o entretenimento dessa série.

Escrito por Mark Hewes - uma parceria @indiqueipraver

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“American Crime Story” é uma série antológica, onde a cada temporada uma história é contada (com começo, meio e fim como uma minissérie), que derivou do grande sucesso que foi “American Horror Story”, criada pelo badalado Ryan Murphy (de “Halston”)  A diferença entre as duas, é que em "Crime Story”, como o próprio nome diz, cada temporada se baseia em um caso real, seja de assassinato ou não (tanto que o terceiro ano da série focou no escândalo envolvendo o ex presidente Bill Clinton e Mônica Lewinsky).

Nessa primeira temporada, acompanhamos o advogado Robert Shapiro (John Travolta) reunindo um time de estrelas para defender o ex-astro da NFL, OJ Simpson (Cuba Gooding Jr.). Os advogados foram chamados 13 dias depois dos assassinatos de Nicole Brown Simpson, ex-esposa de OJ e Ronald Lyle Goldman, um amigo que foi até a casa de Nicole para, supostamente, devolver um pertence da mãe dela. O interessante porém, é que depois do crime, todas as provas recolhidas pela policia não diziam outra coisa: OJ era culpado. Confira o trailer:

Embora fosse tão nítido a culpa do ex jogador de futebol americano, esse não era um caso comum - o envolvido era famoso, amado por todos e ainda era negro. A complexidade está em uma trama que conta uma história de maneira muito clara, não deixando dúvidas sobre quem foi o verdadeiro culpado, mas é na atuação de Cuba Gooding Jr., tão convincente, que por vezes você também pode ficar em dúvida se ele era realmente o assassino.

A trama frenética sempre está em movimento, afinal em um caso como esse não existiria tempo para respirar, tudo acontece muito rápido e toma proporções inimagináveis. É um turbilhão de emoções (e de discussões culturais) para todos os personagens envolvidos, e principalmente para nós como audiência. Para se ter uma ideia, uma revista foi capaz de  "embranquecer" a figura de O.J. Simpson em uma capa de revista como se isso radicasse sua inocência - é quase surreal, mas acreditem, tudo isso realmente aconteceu.

A atriz Sarah Paulson, também foi uma escolha mais que certa para interpretar a promotora de justiça Marcia Clark - ela sempre foi muito assediada pela mídia, pelos seus companheiros de trabalho, especialmente porque nunca se preocupava com a aparência como outras mulheres, e para esses homens isso era quase de outro mundo. Ao dar vida para uma mulher que não tinha uma vida fácil, nem profissional e muito menos pessoal, Paulson brilhou, carregando nuances necessárias para transmitir todas as inseguranças da personagem com muita sensibilidade - esse performance, inclusive, lhe rendeu o Emmy de Melhor Atriz em 2016.

“American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson” é exemplar! Essa primeira temporada, responsabilidade de Scott Alexander e Larry Karaszewski, acerta em todos os quesitos possíveis: seja na adaptação do livro em que se baseou, "The Run of His Life: The People v. O.J. Simpson" de Jeffrey Toobin; na direção do próprio Ryan Murphy; no casting maravilhoso que proporcionou atuações seguras e competentes e até mesmo no ritmo que proporciona uma maratona mais que bem vinda, afinal essa história vai te prender do inicio ao fim.

PS: O documentário "O.J. Simpson Made in America", grande vencedor do Oscar de 2017, faz com que tenhamos uma percepção da série um pouco diferente, mas não por isso menos interessante. A sensação de torcer para que tudo fosse mentira quando se assiste ao documentário, dado o carisma (e a história de superação) do O.J., praticamente some na ficção, já que fica impossível não torcer para os promotores - talvez por uma visão mais romântica dos fatos e por acabar se envolvendo mais com a narrativa proposta pelo roteiro, onde o backstage do processo está mais presente, a vida dos promotores mais exposta, etc. São experiências diferentes, mas complementares. Sugiro conhecer a história pelo documentário (que também está disponível no Star+) e depois partir para o entretenimento dessa série.

Escrito por Mark Hewes - uma parceria @indiqueipraver

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American Underdog

Assistam esse filme! Não existe outra maneira de começar esse review sem exaltar a jornada do QB do St. Louis Rams, Kurt Warner. Sim, é um filme de superação como muitos que já assistimos, cheio de clichês, dificuldades, dor, dúvidas e redenção, porém com um elemento narrativo que subverte toda expectativa de sucesso de um personagem: essa é uma história impossível de acontecer... mas aconteceu, de verdade!

Kurt Warner (Zachary Levi) sempre amou futebol americano e começou uma carreira ainda no ensino médio em Iowa, um centro sem muita exposição nacional para o esporte. No entanto, enquanto buscava o seu grande sonho, ele passou por diversas dificuldades financeiras, chegando a trabalhar como repositor em um supermercado assim que saiu da faculdade. Após levar seu time até a final de uma modalidade que muitos chamavam de "circo", o Arena Football League, Warner tem a chance de estrear, com 28 anos, como quarterback da NFL. Confira o trailer (em inglês):

Obviamente que a história de Warner precisou de uma certa adaptação até chegar às telas - talvez uma minissérie se encaixasse melhor para explorar alguns pontos interessantes da jornada do jogador antes de alcançar seu sucesso, mas que acabaram ficarando de fora do filme, como por exemplo quando ele foi despachado para a NFL Europa assim que fechou contrato com o St. Louis Rams. Importante dizer que essas escolhas narrativas do roteiro não impactam em absolutamente nada na experiência de acompanhar essa cinebiografia.

Baseado no livro "All Things Possible" de Michael Silver e escrito pelos irmãos Erwin ("Talento e Fé") ao lado de David Aaron Cohen (da série "Friday Night Lights"), "American Underdog" equilibra perfeitamente os desafios pessoais de Warner com sua obsessão pelo esporte. Mais do que um filme sobre Futebol Americano, o que temos aqui é um ótimo drama sobre relações humanas em diversos momentos de vida - e talvez seja isso que nos impacte tanto. Construir uma carreira planejando cada um dos passos sem se desviar do objetivo pode até soar romântico, mas na prática a história é outra - a própria Sheryl Sandberg, COO do Facebook e braço direito de Mark Zuckerberg comenta em seu livro "Faça Acontecer" que é preciso fazer alguns desvios em busca de experiências (e aprimoramentos) até chegar ao objetivo final, de fato, preparado. É incrível como o roteiro capta esse principio e insere em um contexto sem abusar do didatismo, mas que acabam enriquecendo as camadas do personagem e, claro, nos faz cada vez mais torcer por ele.

O maior mérito de "American Underdog" não está nas cenas coreografadas no campo de jogo ou nas imagens de arquivo que brilhantemente são encaixadas entre um plano e outro para trazer o máximo de veracidade para a história. Não, o mérito está na construção do personagem e na exposição de uma atmosfera muito mais próxima do nosso dia a dia do que de um conto de fadas com final feliz. Claro que o abraço exagerado e desconfortável no técnico Dick Vermeil (Dennis Quaid) assim que recebe a noticia que terá uma chance na NFL é tão clichê quanto as cobranças grosseiras do coordenador ofensivo do time que tinham como propósito preparar o atleta para o momento-chave de sua carreira, mas tudo isso funciona - afinal, é um filme sobre o esporte e suas lições de resiliência!

Sendo assim, se você assistiu e gostou de "Rudy", "Safety""No Limite" ou qualquer outro filme ou até documentário sobre histórias do esporte que já recomendamos, pode dar o play tranquilamente que você não vai se arrepender e provavelmente vai se surpreender com a história de Kurt Warner que em 5 anos saiu do nada até ganhar o Super Bowl e ser considerado o MVP da Temporada e da Final da NFL.

Vale muito o seu play!

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Assistam esse filme! Não existe outra maneira de começar esse review sem exaltar a jornada do QB do St. Louis Rams, Kurt Warner. Sim, é um filme de superação como muitos que já assistimos, cheio de clichês, dificuldades, dor, dúvidas e redenção, porém com um elemento narrativo que subverte toda expectativa de sucesso de um personagem: essa é uma história impossível de acontecer... mas aconteceu, de verdade!

Kurt Warner (Zachary Levi) sempre amou futebol americano e começou uma carreira ainda no ensino médio em Iowa, um centro sem muita exposição nacional para o esporte. No entanto, enquanto buscava o seu grande sonho, ele passou por diversas dificuldades financeiras, chegando a trabalhar como repositor em um supermercado assim que saiu da faculdade. Após levar seu time até a final de uma modalidade que muitos chamavam de "circo", o Arena Football League, Warner tem a chance de estrear, com 28 anos, como quarterback da NFL. Confira o trailer (em inglês):

Obviamente que a história de Warner precisou de uma certa adaptação até chegar às telas - talvez uma minissérie se encaixasse melhor para explorar alguns pontos interessantes da jornada do jogador antes de alcançar seu sucesso, mas que acabaram ficarando de fora do filme, como por exemplo quando ele foi despachado para a NFL Europa assim que fechou contrato com o St. Louis Rams. Importante dizer que essas escolhas narrativas do roteiro não impactam em absolutamente nada na experiência de acompanhar essa cinebiografia.

Baseado no livro "All Things Possible" de Michael Silver e escrito pelos irmãos Erwin ("Talento e Fé") ao lado de David Aaron Cohen (da série "Friday Night Lights"), "American Underdog" equilibra perfeitamente os desafios pessoais de Warner com sua obsessão pelo esporte. Mais do que um filme sobre Futebol Americano, o que temos aqui é um ótimo drama sobre relações humanas em diversos momentos de vida - e talvez seja isso que nos impacte tanto. Construir uma carreira planejando cada um dos passos sem se desviar do objetivo pode até soar romântico, mas na prática a história é outra - a própria Sheryl Sandberg, COO do Facebook e braço direito de Mark Zuckerberg comenta em seu livro "Faça Acontecer" que é preciso fazer alguns desvios em busca de experiências (e aprimoramentos) até chegar ao objetivo final, de fato, preparado. É incrível como o roteiro capta esse principio e insere em um contexto sem abusar do didatismo, mas que acabam enriquecendo as camadas do personagem e, claro, nos faz cada vez mais torcer por ele.

O maior mérito de "American Underdog" não está nas cenas coreografadas no campo de jogo ou nas imagens de arquivo que brilhantemente são encaixadas entre um plano e outro para trazer o máximo de veracidade para a história. Não, o mérito está na construção do personagem e na exposição de uma atmosfera muito mais próxima do nosso dia a dia do que de um conto de fadas com final feliz. Claro que o abraço exagerado e desconfortável no técnico Dick Vermeil (Dennis Quaid) assim que recebe a noticia que terá uma chance na NFL é tão clichê quanto as cobranças grosseiras do coordenador ofensivo do time que tinham como propósito preparar o atleta para o momento-chave de sua carreira, mas tudo isso funciona - afinal, é um filme sobre o esporte e suas lições de resiliência!

Sendo assim, se você assistiu e gostou de "Rudy", "Safety""No Limite" ou qualquer outro filme ou até documentário sobre histórias do esporte que já recomendamos, pode dar o play tranquilamente que você não vai se arrepender e provavelmente vai se surpreender com a história de Kurt Warner que em 5 anos saiu do nada até ganhar o Super Bowl e ser considerado o MVP da Temporada e da Final da NFL.

Vale muito o seu play!

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Ballers

Em uma época pré-streaming, uma série como "Ballers" da HBO, é possível dizer, não recebeu os méritos que ela de fato merecia. Bem na linha do já clássico "Entourage" (o produtor executivo, Mark Wahlberg, também está envolvido nesse projeto), mas com uma levada mais adulta, "Ballers" consegue equilibrar perfeitamente o tom mais sério do drama com alívios cômicos que, mesmo recheados de clichês, divertem demais! 

Na ensolarada e badalada cidade de Miami, muitos jogadores de futebol americano aproveitam a vida fora dos campos em meio à ostentação. Spencer Strassmore (Dwayne Johnson) também foi jogador, mas decidiu se aposentar para ser uma espécie de agente desses esportistas, um emprego para ainda tentar se manter no topo, mas quando se trata de ascensão social e oportunidades no esporte, nada fica muito fácil. Confira o trailer:

Não por acaso um dos diretores de "Ballers" é o talentoso Peter Berg, criador de "Friday Night Lights" - outro verdadeiro clássico para os amantes do futebol americano que passaram a acompanhar na ficção, os dramas (reais) dos bastidores do esporte no inicio dos anos 2000 (mais precisamente em 2006). Cito isso, pois essa série da HBO funciona como uma mistura perfeita da já citada "Entourage" com "Friday Night Lights", se apropriando do grande know-how de Berg em contar histórias sobre o esporte, mas também retratando com grande importância o glamour (e a efemeridade) dos bastidores que Wahlberg tanto domina.

Mesmo com cinco temporadas e um final planejado (e realizado), é preciso dizer que "Ballers" se constrói, na verdade, em cima de um grande e homeopático arco. Digo isso, pois em um primeiro olhar, o ritmo cadenciado dos episódios iniciais parece se sustentar apenas pela simpatia e química dos atores - em especial de Dwayne Johnson, mas sem esquecer das ótimas performances de John David Washington (como Ricky Jerret) e de Donovan W. Carter (como Vernon Littlefield). O que posso te garantir é que o roteiro vai muito além do trabalho do elenco e das, aparentemente, tramas superficiais que narrativamente são exemplificadas pelas loucuras e depravações dos personagens. O roteiro tem o mérito de mergulhar em interessantes camadas que exploram com muita inteligência (e alguma sensibilidade) o psicológico de tudo que envolve a jornada de crescimento e a carreira de um atleta de alto nível na NFL.

Para quem gosta e segue os noticiários dos esportes (americanos) e tem curiosidade de saber o que acontece antes da "bola subir", "Ballers" é um tiro certo! Notavelmente desenvolvida para o público masculino, a trama vai te trazer algumas memórias do "politicamente incorreto", mas com muita diversão - é como se "Californication" se passasse nos bastidores do Futebol Americano, com uma figura (também) muito carismática no comando e um texto extremamente afinado de Stephen Levinson (de "Padre Stu - Luta pela Fé").

Vale muito (muito mesmo) o seu play!

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Em uma época pré-streaming, uma série como "Ballers" da HBO, é possível dizer, não recebeu os méritos que ela de fato merecia. Bem na linha do já clássico "Entourage" (o produtor executivo, Mark Wahlberg, também está envolvido nesse projeto), mas com uma levada mais adulta, "Ballers" consegue equilibrar perfeitamente o tom mais sério do drama com alívios cômicos que, mesmo recheados de clichês, divertem demais! 

Na ensolarada e badalada cidade de Miami, muitos jogadores de futebol americano aproveitam a vida fora dos campos em meio à ostentação. Spencer Strassmore (Dwayne Johnson) também foi jogador, mas decidiu se aposentar para ser uma espécie de agente desses esportistas, um emprego para ainda tentar se manter no topo, mas quando se trata de ascensão social e oportunidades no esporte, nada fica muito fácil. Confira o trailer:

Não por acaso um dos diretores de "Ballers" é o talentoso Peter Berg, criador de "Friday Night Lights" - outro verdadeiro clássico para os amantes do futebol americano que passaram a acompanhar na ficção, os dramas (reais) dos bastidores do esporte no inicio dos anos 2000 (mais precisamente em 2006). Cito isso, pois essa série da HBO funciona como uma mistura perfeita da já citada "Entourage" com "Friday Night Lights", se apropriando do grande know-how de Berg em contar histórias sobre o esporte, mas também retratando com grande importância o glamour (e a efemeridade) dos bastidores que Wahlberg tanto domina.

Mesmo com cinco temporadas e um final planejado (e realizado), é preciso dizer que "Ballers" se constrói, na verdade, em cima de um grande e homeopático arco. Digo isso, pois em um primeiro olhar, o ritmo cadenciado dos episódios iniciais parece se sustentar apenas pela simpatia e química dos atores - em especial de Dwayne Johnson, mas sem esquecer das ótimas performances de John David Washington (como Ricky Jerret) e de Donovan W. Carter (como Vernon Littlefield). O que posso te garantir é que o roteiro vai muito além do trabalho do elenco e das, aparentemente, tramas superficiais que narrativamente são exemplificadas pelas loucuras e depravações dos personagens. O roteiro tem o mérito de mergulhar em interessantes camadas que exploram com muita inteligência (e alguma sensibilidade) o psicológico de tudo que envolve a jornada de crescimento e a carreira de um atleta de alto nível na NFL.

Para quem gosta e segue os noticiários dos esportes (americanos) e tem curiosidade de saber o que acontece antes da "bola subir", "Ballers" é um tiro certo! Notavelmente desenvolvida para o público masculino, a trama vai te trazer algumas memórias do "politicamente incorreto", mas com muita diversão - é como se "Californication" se passasse nos bastidores do Futebol Americano, com uma figura (também) muito carismática no comando e um texto extremamente afinado de Stephen Levinson (de "Padre Stu - Luta pela Fé").

Vale muito (muito mesmo) o seu play!

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Brooklyn Saints: Paixão pelo Esporte

É claro que o fã de futebol americano vai se conectar de uma forma diferente com "We Are the Brooklyn Saints" (no original), mas eu diria que a série documental da Netflix tem um objetivo menos esportivo do que o excelente "Last Chance U", por exemplo. A sensação que me deu é que o roteiro explorou muito mais as relações familiares e como o esporte pode impactar na vida de uma criança, do que propriamente como essa sendo a chance da vida daqueles garotos de ascender socialmente ao melhor estilo "custe o que custar" - não que esse elemento tão vivo na cultura americana não esteja presente na narrativa, mas sem a menor dúvida ele não é o foco e muito menos tem uma importância vital para nos manter ligados durante os 4 episódios dessa temporada.  

"Brooklyn Saints: Paixão pelo Esporte" acompanha um programa de futebol juvenil no centro da cidade de East NY, no Brooklyn. Voltado para meninos de 7 a 13 anos de idade, a escolinha Brooklyn Saints é mais do que um esporte: é uma espécie de família, uma comunidade que trabalha como porta aberta para oportunidades de crescimento e aprendizados - um local cheio de lições valiosas para a vida toda. Confira o trailer:

O conceito da série é muito claro: acompanhar alguns personagens (especialmente D-lo and Kenan) durante a temporada de futebol americano escolar - mas não necessariamente trazendo as dificuldades ou desafios do esporte ou de aprendizado. Eu diria que é muito mais um recorte social e como a relação com os familiares, na intimidade, impactam no desenvolvimento esportivo das crianças. Veja, eles são muito novos e mesmo com a cultura do "só o melhor e mais forte vai vencer" não vemos nenhum tipo de excesso dos treinadores perante os garotos - aliás, a relação do Coach da equipe U9 (under 9 years) do Brooklin é tão bacana e marcante que chega a ser emocionante (e não sei se posso dizer a mesma coisa do responsável pela equipe U13).

Obviamente que essa escolha narrativa impacta em um elemento técnico que faz muita diferença como entretenimento: os conflitos de "Brooklyn Saints: Paixão pelo Esporte" são frágeis, não tem a potência de "Nada de Bandeja" e muito menos a polêmica de "Last Chance U" - apenas uma ou outra situação vai te tirar da zona de conforto. Mas preciso complementar: nem por isso deixa de ser uma série simpática e com mensagens que nos fazem refletir como seres humanos e, certamente, vai tocar os pais que enxergam no esporte, uma forma saudável de preparar os filhos para o mundo.

Vale o play pela conexão imediata com os personagens, mas não espere roer as unhas pelos desafios esportivos que eles enfrentarão.

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É claro que o fã de futebol americano vai se conectar de uma forma diferente com "We Are the Brooklyn Saints" (no original), mas eu diria que a série documental da Netflix tem um objetivo menos esportivo do que o excelente "Last Chance U", por exemplo. A sensação que me deu é que o roteiro explorou muito mais as relações familiares e como o esporte pode impactar na vida de uma criança, do que propriamente como essa sendo a chance da vida daqueles garotos de ascender socialmente ao melhor estilo "custe o que custar" - não que esse elemento tão vivo na cultura americana não esteja presente na narrativa, mas sem a menor dúvida ele não é o foco e muito menos tem uma importância vital para nos manter ligados durante os 4 episódios dessa temporada.  

"Brooklyn Saints: Paixão pelo Esporte" acompanha um programa de futebol juvenil no centro da cidade de East NY, no Brooklyn. Voltado para meninos de 7 a 13 anos de idade, a escolinha Brooklyn Saints é mais do que um esporte: é uma espécie de família, uma comunidade que trabalha como porta aberta para oportunidades de crescimento e aprendizados - um local cheio de lições valiosas para a vida toda. Confira o trailer:

O conceito da série é muito claro: acompanhar alguns personagens (especialmente D-lo and Kenan) durante a temporada de futebol americano escolar - mas não necessariamente trazendo as dificuldades ou desafios do esporte ou de aprendizado. Eu diria que é muito mais um recorte social e como a relação com os familiares, na intimidade, impactam no desenvolvimento esportivo das crianças. Veja, eles são muito novos e mesmo com a cultura do "só o melhor e mais forte vai vencer" não vemos nenhum tipo de excesso dos treinadores perante os garotos - aliás, a relação do Coach da equipe U9 (under 9 years) do Brooklin é tão bacana e marcante que chega a ser emocionante (e não sei se posso dizer a mesma coisa do responsável pela equipe U13).

Obviamente que essa escolha narrativa impacta em um elemento técnico que faz muita diferença como entretenimento: os conflitos de "Brooklyn Saints: Paixão pelo Esporte" são frágeis, não tem a potência de "Nada de Bandeja" e muito menos a polêmica de "Last Chance U" - apenas uma ou outra situação vai te tirar da zona de conforto. Mas preciso complementar: nem por isso deixa de ser uma série simpática e com mensagens que nos fazem refletir como seres humanos e, certamente, vai tocar os pais que enxergam no esporte, uma forma saudável de preparar os filhos para o mundo.

Vale o play pela conexão imediata com os personagens, mas não espere roer as unhas pelos desafios esportivos que eles enfrentarão.

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Bye Bye Barry

Barry Sanders foi um dos maiores jogadores de futebol americano de todos os tempos. Sua carreira na NFL, de 1989 a 1998, foi marcada por uma combinação de velocidade, habilidade e força que o tornou um dos running backs mais dominantes da história da liga. O que ninguém esperava é que, no seu auge, Sanders se aposentasse "da noite para o dia" sem maiores explicações - algo como se o Pelé resolvesse parar de jogar 3 meses antes da Copa de 70. Sim, a comparação pode até parecer absurda, mas foi exatamente isso que aconteceu em 1999, levantando inúmeras perguntas sobre os reais motivos dessa decisão e que os diretores estreantes, Paul Monusky, Micaela Powers, Angela Torma, tentam responder a partir de uma retrospectiva belíssima e de uma entrevista inédita com o seu protagonista que fala de assuntos que vão muito além das histórias vividas dentro das quatro linhas.

Quando o craque Barry Sanders sumiu no auge de sua carreira, ele deixou o mundo da NFL em choque. Ele ainda estava voando, tentando quebrar o histórico recorde de jardas corridas, quando embarcou em um voo para a Inglaterra e nunca mais pisou em campo. Agora, 24 anos depois, Barry revisita sua carreira para finalmente desvendar o mistério sobre sua aposentadoria. Confira o trailer (em inglês):

Produzido pela "NFL Films", esse excelente documentário parece feito sob medida para os amantes do esporte. Aliás, mais que um documentário esportivo, "Bye Bye Barry" é uma verdadeira imersão na vida de um atleta cuja carreira transcendeu as estatísticas ao deixar uma marca impressionante nos livros da liga profissional de futebol americano. Mesmo estreantes, o trio de diretores se apropria de depoimentos exclusivos de colegas de equipe, treinadores, torcedores do Lions (entre eles astros como Jeff Daniels e Eminem), familiares e do próprio Sanders, para revelar os desafios e triunfos que moldaram a trajetória do jogador, proporcionando uma compreensão mais profunda do homem por trás do capacete - e talvez seja aqui que a obra surpreenda. O foco na personalidade de Sanders, humaniza o personagem e ao mostrar que ele era um jogador introvertido e que preferia manter sua vida pessoal longe dos holofotes, contrastando com a imagem de superstar que ele tinha dentro de campo, tudo que segue passa a fazer mais sentido.

Muito bem montado, o filme captura a intensidade dos momentos cruciais nos jogos, nos transportando para a emoção do campo, ao mesmo tempo que explora os desafios pessoais que levaram à sua decisão única de se aposentar, lançando luz sobre as complexidades do mundo esportivo para um jovem que só queria jogar futebol. Existe aqui uma sensibilidade da direção em criar paralelos entre o Sanders do passado e o do presente, como se esse olhar em retrospectiva nos ajudasse a entender que nada foi por acaso e que, mesmo sem parecer, nunca existiu arrependimentos. Veja, mesmo que exista um certo tom de homenagem para um dos maiores jogadores da história da liga, eu diria que "Bye Bye Barry" é mesmo uma oportunidade de conhecer a personalidade de alguém realmente diferente do que estamos acostumados.

A profundidade da pesquisa é evidente, revelando nuances pouco conhecidas sobre a dinâmica entre Sanders e as equipes em que jogou, essencialmente o Detroit Lions. Agora, saiba que o documentário vai além do simples relato de jogadas espetaculares, mergulhando nas questões humanas que moldaram o legado do jogador. Seja na busca por culpados de suas derrotas, no entendimento sobre as pressões externas diante de suas vitórias e, especialmente, pelas consequências pessoais que o esporte trouxe para a vida do atleta, "Bye Bye Barry" é um relato sensível feito para quem realmente gosta do esporte e de sua história através dos anos - nesse caso, pela perspectiva do ser humano e de suas escolhas.

Vale muito o seu play!

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Barry Sanders foi um dos maiores jogadores de futebol americano de todos os tempos. Sua carreira na NFL, de 1989 a 1998, foi marcada por uma combinação de velocidade, habilidade e força que o tornou um dos running backs mais dominantes da história da liga. O que ninguém esperava é que, no seu auge, Sanders se aposentasse "da noite para o dia" sem maiores explicações - algo como se o Pelé resolvesse parar de jogar 3 meses antes da Copa de 70. Sim, a comparação pode até parecer absurda, mas foi exatamente isso que aconteceu em 1999, levantando inúmeras perguntas sobre os reais motivos dessa decisão e que os diretores estreantes, Paul Monusky, Micaela Powers, Angela Torma, tentam responder a partir de uma retrospectiva belíssima e de uma entrevista inédita com o seu protagonista que fala de assuntos que vão muito além das histórias vividas dentro das quatro linhas.

Quando o craque Barry Sanders sumiu no auge de sua carreira, ele deixou o mundo da NFL em choque. Ele ainda estava voando, tentando quebrar o histórico recorde de jardas corridas, quando embarcou em um voo para a Inglaterra e nunca mais pisou em campo. Agora, 24 anos depois, Barry revisita sua carreira para finalmente desvendar o mistério sobre sua aposentadoria. Confira o trailer (em inglês):

Produzido pela "NFL Films", esse excelente documentário parece feito sob medida para os amantes do esporte. Aliás, mais que um documentário esportivo, "Bye Bye Barry" é uma verdadeira imersão na vida de um atleta cuja carreira transcendeu as estatísticas ao deixar uma marca impressionante nos livros da liga profissional de futebol americano. Mesmo estreantes, o trio de diretores se apropria de depoimentos exclusivos de colegas de equipe, treinadores, torcedores do Lions (entre eles astros como Jeff Daniels e Eminem), familiares e do próprio Sanders, para revelar os desafios e triunfos que moldaram a trajetória do jogador, proporcionando uma compreensão mais profunda do homem por trás do capacete - e talvez seja aqui que a obra surpreenda. O foco na personalidade de Sanders, humaniza o personagem e ao mostrar que ele era um jogador introvertido e que preferia manter sua vida pessoal longe dos holofotes, contrastando com a imagem de superstar que ele tinha dentro de campo, tudo que segue passa a fazer mais sentido.

Muito bem montado, o filme captura a intensidade dos momentos cruciais nos jogos, nos transportando para a emoção do campo, ao mesmo tempo que explora os desafios pessoais que levaram à sua decisão única de se aposentar, lançando luz sobre as complexidades do mundo esportivo para um jovem que só queria jogar futebol. Existe aqui uma sensibilidade da direção em criar paralelos entre o Sanders do passado e o do presente, como se esse olhar em retrospectiva nos ajudasse a entender que nada foi por acaso e que, mesmo sem parecer, nunca existiu arrependimentos. Veja, mesmo que exista um certo tom de homenagem para um dos maiores jogadores da história da liga, eu diria que "Bye Bye Barry" é mesmo uma oportunidade de conhecer a personalidade de alguém realmente diferente do que estamos acostumados.

A profundidade da pesquisa é evidente, revelando nuances pouco conhecidas sobre a dinâmica entre Sanders e as equipes em que jogou, essencialmente o Detroit Lions. Agora, saiba que o documentário vai além do simples relato de jogadas espetaculares, mergulhando nas questões humanas que moldaram o legado do jogador. Seja na busca por culpados de suas derrotas, no entendimento sobre as pressões externas diante de suas vitórias e, especialmente, pelas consequências pessoais que o esporte trouxe para a vida do atleta, "Bye Bye Barry" é um relato sensível feito para quem realmente gosta do esporte e de sua história através dos anos - nesse caso, pela perspectiva do ser humano e de suas escolhas.

Vale muito o seu play!

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Colin em Preto e Branco

"Colin em Preto e Branco" chegou no catálogo da Netflix com o status de minissérie premium, dirigida por Ava DuVernay (do enorme sucesso da plataforma, "Olhos que Condenam") e criada em parceria com o próprio Colin Kaepernick - uma das grandes estrelas da NIKE, mesmo "aposentado". A grande questão, porém, é que as escolhas criativas de DuVernay devem afastar um público pouco disposto a se conectar com narrativas menos tradicionais e isso será um ponto sensível na continuidade do projeto que "claramente" mereceria mais episódios - ao final dos seis primeiros, temos a exata sensação de que "a história só está começando"!

Como uma espécie de entidade onipresente, Colin Kaepernick conta histórias sobre a cultura negra e como o racismo foi se institucionalizando nos EUA através dos tempos, principalmente no esporte, mas com reflexos na sociedade como um todo (inclusive dentro de sua própria casa), ao mesmo tempo em que narra sua jornada até a chegada na universidade. Negro e adotado por uma família branca, Kaepernick precisou enfrentar inúmeros obstáculos de raça, classe e cultura para poder crescer e ser reconhecido como um potencial atleta de elite. "Colin em Preto e Branco" acompanha o relacionamento com a família, com os amigos e companheiros de time em meio as descobertas da adolescência, além, é claro, da sua busca incansável por respostas, dentro e fora, dos campos. Confira o trailer:

Independente da forma, o conteúdo de "Colin em Preto e Branco" é no mínimo curioso - afinal estamos falando de um atleta que pode ser considerado um dos melhores de sua geração no esporte mais popular dos EUA. A grande questão é que a expectativa em torno de sua história como ativista perante os direitos civis se confunde com sua carreira como atleta de futebol americano, na universidade e principalmente na NFL - quando em 2016, se recusou a levantar para cantar o hino nacional dos Estados Unidos em protesto ao tratamento recebido pela comunidade negra no país. Acontece que "Colin em Preto e Branco" foca nos dramas esportivos de Kaepernick na época do colegial e nos primeiros impactos que o racismo teve em sua vida.

Isso é ruim? Não, mas também não é o assunto mais importante da vida do protagonista como figura pública - por receio da Netflix ou um erro grave no marketing de divulgação, só isso pode justificar a escolha de categorizar "Colin em Preto e Branco" como minissérie! Veja, as pessoas que conhecem um pouco da jornada de Kaepernick não vão assistir a "minissérie" só para descobrir as razões que fizeram o jovem escolher o futebol americano e não o beisebol antes da universidade. A história é interessante? Sim, mas é pouco em relação ao que aconteceu depois: os impactos daquela atitude de 2016 no resto da carreira, por exemplo - é como se em "Divino Baggio"o filme não mostrasse o drama da final da Copa de 1994 para focar no sonho de Baggio em jogar pela seleção italiana.

A produção é de fato excelente, a direção também, mas dois pontos se sobressaem: a participação do Colin Kaepernick como condutor da história chega a ser emocionante em muitas passagens (a experiência de ver ele assistindo sua história em retrospectiva é incrível) e o trabalho do Jaden Michael como protagonista na adolescência - impressionante como Jaden é convincente. Repare como o conceito estético/narrativo, que elimina a quarta parede, nos coloca frente a frente com Kaepernick e com o que ele tem a dizer, funciona e é impactante - quem conhece um pouco mais do atleta, certamente, vai se conectar de uma forma diferente com esses prólogos dos episódios, mas quem caiu de para-quedas vai achar chato.

Eu pessoalmente gostei muito, mas sou suspeito por acompanhar o esporte e ser fã do atleta - que inclusive levou o meu time (San Francisco 49ers) ao Superbowl de 2013, depois de muito tempo. Para quem não sabe nada de futebol americano ou não conhece Kaepernick, "Colin em Preto e Branco" pode soar como mais um daqueles dramas esportivos sobre superação e resiliência com toques de seriado juvenil dos anos 90.

PS: a continuação da história será essencial para o reconhecimento do produto como obra importante sobre a luta contra o racismo e sobre a hipocrisia da sociedade (principalmente esportiva) americana, mas até o momento, nada foi confirmado pela Netflix. Sendo assim, a minissérie embora tenha um "fim", vai deixar um gostinho de "quero mais".

Assista Agora

"Colin em Preto e Branco" chegou no catálogo da Netflix com o status de minissérie premium, dirigida por Ava DuVernay (do enorme sucesso da plataforma, "Olhos que Condenam") e criada em parceria com o próprio Colin Kaepernick - uma das grandes estrelas da NIKE, mesmo "aposentado". A grande questão, porém, é que as escolhas criativas de DuVernay devem afastar um público pouco disposto a se conectar com narrativas menos tradicionais e isso será um ponto sensível na continuidade do projeto que "claramente" mereceria mais episódios - ao final dos seis primeiros, temos a exata sensação de que "a história só está começando"!

Como uma espécie de entidade onipresente, Colin Kaepernick conta histórias sobre a cultura negra e como o racismo foi se institucionalizando nos EUA através dos tempos, principalmente no esporte, mas com reflexos na sociedade como um todo (inclusive dentro de sua própria casa), ao mesmo tempo em que narra sua jornada até a chegada na universidade. Negro e adotado por uma família branca, Kaepernick precisou enfrentar inúmeros obstáculos de raça, classe e cultura para poder crescer e ser reconhecido como um potencial atleta de elite. "Colin em Preto e Branco" acompanha o relacionamento com a família, com os amigos e companheiros de time em meio as descobertas da adolescência, além, é claro, da sua busca incansável por respostas, dentro e fora, dos campos. Confira o trailer:

Independente da forma, o conteúdo de "Colin em Preto e Branco" é no mínimo curioso - afinal estamos falando de um atleta que pode ser considerado um dos melhores de sua geração no esporte mais popular dos EUA. A grande questão é que a expectativa em torno de sua história como ativista perante os direitos civis se confunde com sua carreira como atleta de futebol americano, na universidade e principalmente na NFL - quando em 2016, se recusou a levantar para cantar o hino nacional dos Estados Unidos em protesto ao tratamento recebido pela comunidade negra no país. Acontece que "Colin em Preto e Branco" foca nos dramas esportivos de Kaepernick na época do colegial e nos primeiros impactos que o racismo teve em sua vida.

Isso é ruim? Não, mas também não é o assunto mais importante da vida do protagonista como figura pública - por receio da Netflix ou um erro grave no marketing de divulgação, só isso pode justificar a escolha de categorizar "Colin em Preto e Branco" como minissérie! Veja, as pessoas que conhecem um pouco da jornada de Kaepernick não vão assistir a "minissérie" só para descobrir as razões que fizeram o jovem escolher o futebol americano e não o beisebol antes da universidade. A história é interessante? Sim, mas é pouco em relação ao que aconteceu depois: os impactos daquela atitude de 2016 no resto da carreira, por exemplo - é como se em "Divino Baggio"o filme não mostrasse o drama da final da Copa de 1994 para focar no sonho de Baggio em jogar pela seleção italiana.

A produção é de fato excelente, a direção também, mas dois pontos se sobressaem: a participação do Colin Kaepernick como condutor da história chega a ser emocionante em muitas passagens (a experiência de ver ele assistindo sua história em retrospectiva é incrível) e o trabalho do Jaden Michael como protagonista na adolescência - impressionante como Jaden é convincente. Repare como o conceito estético/narrativo, que elimina a quarta parede, nos coloca frente a frente com Kaepernick e com o que ele tem a dizer, funciona e é impactante - quem conhece um pouco mais do atleta, certamente, vai se conectar de uma forma diferente com esses prólogos dos episódios, mas quem caiu de para-quedas vai achar chato.

Eu pessoalmente gostei muito, mas sou suspeito por acompanhar o esporte e ser fã do atleta - que inclusive levou o meu time (San Francisco 49ers) ao Superbowl de 2013, depois de muito tempo. Para quem não sabe nada de futebol americano ou não conhece Kaepernick, "Colin em Preto e Branco" pode soar como mais um daqueles dramas esportivos sobre superação e resiliência com toques de seriado juvenil dos anos 90.

PS: a continuação da história será essencial para o reconhecimento do produto como obra importante sobre a luta contra o racismo e sobre a hipocrisia da sociedade (principalmente esportiva) americana, mas até o momento, nada foi confirmado pela Netflix. Sendo assim, a minissérie embora tenha um "fim", vai deixar um gostinho de "quero mais".

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Escola da Fraude

Quando você acha que já viu tudo, chega um documentário e te mostra que o ser humano é capaz de tudo para massagear o seu ego e ainda ganhar algum troco em cima do sonho dos outros - mesmo que essa mesma pessoa ainda tenha conseguido gerar algumas oportunidades que se dessem certo, fariam a história ser completamente diferente do que é contada em "Escola da Fraude: O Escândalo de Bishop Sycamore". Essa produção da HBO é uma mistura de "Fyre Festival"com "Last Chance U" e justamente por isso nos provoca uma série de sentimentos que tendem a embrulhar nosso estômago! Para nós, brasileiros, essa história soa um pouco descolada da realidade, mas acreditem: o caso Bishop Sycamore é um exemplo emblemático das complexidades e desafios que envolvem o esporte no ensino médio nos Estados Unidos - principalmente no que diz respeito a fragilidade da regulamentação que aflige esse cenário e o impacto que uma fraude "bem construída" pode ter na vida de tantos jovens..

Em 2021, um dos maiores canais esportivos do mundo, a ESPN, transmite para todos os Estados Unidos um jogo de futebol americano envolvendo uma desconhecida equipe da escola Bishop Sycamore de Ohio, os Centurions, contra a IMG Academy, uma verdadeira potência do esporte pré-universidade e uma das referências em preparar talentos para NFL. Após uma verdadeira lavada dentro de campo, começa uma investigação fora dele que acaba revelando que essa instituição jamais existiu de verdade! Mas então como a "BS High" chegou até ali, em uma partida desse nível e em rede nacional? Confira o trailer (em inglês) e veja onde esses jovens se enfiaram:

Os diretores Travon Free e Martin Desmond Roe, ambos vencedores do Oscar de "Curta-Metragem em 2021 por "Dois Estranhos", foram muito inteligentes, e corajosos, ao trazer para frente das câmeras a principal peça desse caso maluco: o criador e responsável pela Bishop Sycamore, Roy Johnson. Em um primeiro olhar, ele até parece ser um cara simpático, com a melhor das intenções, mas reparem como essa impressão começa a desabar e como sua verdadeira persona passa a nos gerar certa repulsa. Alternando depoimentos dos ex-jogadores da BS com os do próprio Roy, sempre ilustradas com inúmeras imagens de arquivo da época do escândalo, inclusive com cenas do jogo contra a IMG, o documentário de pouco mais de 90 minutos detalha cada passo da fraude, suas motivações e, principalmente, como ela ganhou enorme repercussão. 

Veja, não se trata de um filme sobre futebol americano. Se trata de um filme sobre uma fraude absurda ao melhor estilo Billy McFarland (ele, aliás, é lembrado por um meme assim que descobrem que Bishop Sycamore não era bem aquilo que foi prometido). É interessante como o documentário explora as várias revelações perturbadoras sobre a escola e a equipe que apanhou feito da IMG. Johnson é questionado pelos diretores e não foge das respostas até quando é confrontado sobre seus jogadores serem adultos, alguns com mais de 20 anos de idade e ainda estarem no "ensino médio", ou sobre o histórico de inadimplência e os problemas legais monstruosos que levantaram a dúvidas sobre a própria existência da escola como uma instituição educacional legítima. Com um certo tom de deboche, Johnson deixa claro que as coisas não saíram exatamente como ele queria, mas que nem por isso, voltaria atrás em suas atitudes - ele realmente acredita ter feito tudo pelo bem dos jovens e essa convicção, de fato, nos faz refletir: até onde ele foi mal caráter, ou sonhou mais alto do que podia realizar?

O fato é que o caso Bishop Sycamore expôs lacunas significativas no sistema de regulamentação do futebol americano de ensino médio nos EUA. A falta de fiscalização permitiu que uma equipe fraudulenta ganhasse destaque nacional, enganando não apenas seus atletas e alunos, mas também os organizadores de um evento transmitido para o país inteiro - uma verdadeira vergonha nacional. Além disso, e aqui acho que "Escola da Fraude: O Escândalo de Bishop Sycamore" muda de patamar, o filme trouxe à tona, mais uma vez, questões sobre a pressão para com os jovens atletas que acabaram atraídos para a equipe com a promessa de exposição e futuras bolsas de estudo universitárias, mas que de repente se viram envolvidos em um esquema que não apenas os explorou, mas também os colocou em risco fisicamente e psicologicamente.

Olha, é uma pancada, mas vale muito o seu play!

Assista Agora

Quando você acha que já viu tudo, chega um documentário e te mostra que o ser humano é capaz de tudo para massagear o seu ego e ainda ganhar algum troco em cima do sonho dos outros - mesmo que essa mesma pessoa ainda tenha conseguido gerar algumas oportunidades que se dessem certo, fariam a história ser completamente diferente do que é contada em "Escola da Fraude: O Escândalo de Bishop Sycamore". Essa produção da HBO é uma mistura de "Fyre Festival"com "Last Chance U" e justamente por isso nos provoca uma série de sentimentos que tendem a embrulhar nosso estômago! Para nós, brasileiros, essa história soa um pouco descolada da realidade, mas acreditem: o caso Bishop Sycamore é um exemplo emblemático das complexidades e desafios que envolvem o esporte no ensino médio nos Estados Unidos - principalmente no que diz respeito a fragilidade da regulamentação que aflige esse cenário e o impacto que uma fraude "bem construída" pode ter na vida de tantos jovens..

Em 2021, um dos maiores canais esportivos do mundo, a ESPN, transmite para todos os Estados Unidos um jogo de futebol americano envolvendo uma desconhecida equipe da escola Bishop Sycamore de Ohio, os Centurions, contra a IMG Academy, uma verdadeira potência do esporte pré-universidade e uma das referências em preparar talentos para NFL. Após uma verdadeira lavada dentro de campo, começa uma investigação fora dele que acaba revelando que essa instituição jamais existiu de verdade! Mas então como a "BS High" chegou até ali, em uma partida desse nível e em rede nacional? Confira o trailer (em inglês) e veja onde esses jovens se enfiaram:

Os diretores Travon Free e Martin Desmond Roe, ambos vencedores do Oscar de "Curta-Metragem em 2021 por "Dois Estranhos", foram muito inteligentes, e corajosos, ao trazer para frente das câmeras a principal peça desse caso maluco: o criador e responsável pela Bishop Sycamore, Roy Johnson. Em um primeiro olhar, ele até parece ser um cara simpático, com a melhor das intenções, mas reparem como essa impressão começa a desabar e como sua verdadeira persona passa a nos gerar certa repulsa. Alternando depoimentos dos ex-jogadores da BS com os do próprio Roy, sempre ilustradas com inúmeras imagens de arquivo da época do escândalo, inclusive com cenas do jogo contra a IMG, o documentário de pouco mais de 90 minutos detalha cada passo da fraude, suas motivações e, principalmente, como ela ganhou enorme repercussão. 

Veja, não se trata de um filme sobre futebol americano. Se trata de um filme sobre uma fraude absurda ao melhor estilo Billy McFarland (ele, aliás, é lembrado por um meme assim que descobrem que Bishop Sycamore não era bem aquilo que foi prometido). É interessante como o documentário explora as várias revelações perturbadoras sobre a escola e a equipe que apanhou feito da IMG. Johnson é questionado pelos diretores e não foge das respostas até quando é confrontado sobre seus jogadores serem adultos, alguns com mais de 20 anos de idade e ainda estarem no "ensino médio", ou sobre o histórico de inadimplência e os problemas legais monstruosos que levantaram a dúvidas sobre a própria existência da escola como uma instituição educacional legítima. Com um certo tom de deboche, Johnson deixa claro que as coisas não saíram exatamente como ele queria, mas que nem por isso, voltaria atrás em suas atitudes - ele realmente acredita ter feito tudo pelo bem dos jovens e essa convicção, de fato, nos faz refletir: até onde ele foi mal caráter, ou sonhou mais alto do que podia realizar?

O fato é que o caso Bishop Sycamore expôs lacunas significativas no sistema de regulamentação do futebol americano de ensino médio nos EUA. A falta de fiscalização permitiu que uma equipe fraudulenta ganhasse destaque nacional, enganando não apenas seus atletas e alunos, mas também os organizadores de um evento transmitido para o país inteiro - uma verdadeira vergonha nacional. Além disso, e aqui acho que "Escola da Fraude: O Escândalo de Bishop Sycamore" muda de patamar, o filme trouxe à tona, mais uma vez, questões sobre a pressão para com os jovens atletas que acabaram atraídos para a equipe com a promessa de exposição e futuras bolsas de estudo universitárias, mas que de repente se viram envolvidos em um esquema que não apenas os explorou, mas também os colocou em risco fisicamente e psicologicamente.

Olha, é uma pancada, mas vale muito o seu play!

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Gleason

ELA (esclerose lateral amiotrófica) é um doença do sistema nervoso que enfraquece os músculos e afeta as funções físicas, já que o cérebro não consegue mais se comunicar com o corpo graças a destruição gradual das células nervosas. Agora, imagine ser diagnosticado com apenas 34 anos, ter uma expectativa de vida de 2 a 5 anos e ainda descobrir, na mesma época, que sua esposa está grávida do seu primeiro filho!

Se você, como eu, sentiu um aperto no peito ao ler esse primeiro parágrafo, "A Luta de Steve" (título nacional) mostra justamente a jornada do ex-jogador de futebol americano, ídolo do New Orleans Saints, Steve Gleason, para se adaptar a essa nova realidade e, de alguma forma, ter uma relação com seu filho prestes a nascer. Sem muitos rodeios e de uma forma bastante cruel, o documentário escancara a progressão da doença e a maneira como Steve e sua família se preparam para um futuro preocupante. A medida que vemos os vídeos gravados por eles mesmos, entendemos o poder devastador da doença como poucas vezes vi documentado - trazendo discussões complexas sobre fé, convivência, resiliência, aceitação, esperança, etc! Confira o trailer (em inglês):

"Gleason" tem quase duas horas e é muito duro! Muito difícil de digerir e emocionante. As escolhas do diretor J. Clay Tweel só colaboram para um retrato real de como a doença vai destruindo o paciente e mudando completamente sua relação com a família e com o mundo - a opção por mostrar cenas inteiras sem muita edição só potencializa uma enxurrada de sensações que temos ao acompanhar Steve. É difícil, mas não por acaso o documentário ganhou o "Critics' Choice Documentary Awards", o "SXSW Film Festival" e ainda foi finalista do "Sundance Festival" em 2016.

Produzido pela "Amazon Studios", o documentário tem momentos únicos que valem muito sua atenção. O primeiro mostra a reação de esposa de Steve quando seu sogro leva o filho para conhecer um curandeiro - embora seja tocante a força de vontade e desejo de continuar vivendo de Steve, o que vemos sem corte algum é muito dolorido. Outro momento interessante é a discussão que Steve tem com seu pai sobre fé - são pontos de vista completamente diferentes, mas o que nos comove é a força da relação construída na cena e a dor que ambos (pais) tem que suportar. E para finalizar, a forma como Steve usa de sua notoriedade como esportista para ajudar outros pacientes de ELA. 

(Provavelmente você vai se lembrar de uma famosa campanha que viralizou em 2015 com o "Desafio do Balde de Gelo". Nela, celebridades se desafiavam a jogar um balde cheio de gelo em troca de doações para a pesquisa de ELA. Steve, inclusive, desafiou oPresidente Obama depois que ele aprovou a Lei Steven Gleason - o ato assinado pelo presidente americano dava acesso médico para as pessoas com a doença para conseguir um aparelho que gerava uma mensagem de acordo com os comandos visuais.) 

Misturando gravações pessoais, noticiários da época, entrevistas com familiares, amigos e, claro, com Steve e sua mulher, Michel Varisco, "Gleason" vai fundo no reflexos sociais, familiares, fisico e psicológico da doença! Vale muito a pena, mas é preciso estar preparado (eu mesmo pensei em desistir algumas vezes)!

Ah, antes de finalizar, o documentário ainda mostra uma conversa emocionante e franca com o vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder, sobre paternidade e escolhas de vida, que é de apertar o coração!

Assista Agora 

ELA (esclerose lateral amiotrófica) é um doença do sistema nervoso que enfraquece os músculos e afeta as funções físicas, já que o cérebro não consegue mais se comunicar com o corpo graças a destruição gradual das células nervosas. Agora, imagine ser diagnosticado com apenas 34 anos, ter uma expectativa de vida de 2 a 5 anos e ainda descobrir, na mesma época, que sua esposa está grávida do seu primeiro filho!

Se você, como eu, sentiu um aperto no peito ao ler esse primeiro parágrafo, "A Luta de Steve" (título nacional) mostra justamente a jornada do ex-jogador de futebol americano, ídolo do New Orleans Saints, Steve Gleason, para se adaptar a essa nova realidade e, de alguma forma, ter uma relação com seu filho prestes a nascer. Sem muitos rodeios e de uma forma bastante cruel, o documentário escancara a progressão da doença e a maneira como Steve e sua família se preparam para um futuro preocupante. A medida que vemos os vídeos gravados por eles mesmos, entendemos o poder devastador da doença como poucas vezes vi documentado - trazendo discussões complexas sobre fé, convivência, resiliência, aceitação, esperança, etc! Confira o trailer (em inglês):

"Gleason" tem quase duas horas e é muito duro! Muito difícil de digerir e emocionante. As escolhas do diretor J. Clay Tweel só colaboram para um retrato real de como a doença vai destruindo o paciente e mudando completamente sua relação com a família e com o mundo - a opção por mostrar cenas inteiras sem muita edição só potencializa uma enxurrada de sensações que temos ao acompanhar Steve. É difícil, mas não por acaso o documentário ganhou o "Critics' Choice Documentary Awards", o "SXSW Film Festival" e ainda foi finalista do "Sundance Festival" em 2016.

Produzido pela "Amazon Studios", o documentário tem momentos únicos que valem muito sua atenção. O primeiro mostra a reação de esposa de Steve quando seu sogro leva o filho para conhecer um curandeiro - embora seja tocante a força de vontade e desejo de continuar vivendo de Steve, o que vemos sem corte algum é muito dolorido. Outro momento interessante é a discussão que Steve tem com seu pai sobre fé - são pontos de vista completamente diferentes, mas o que nos comove é a força da relação construída na cena e a dor que ambos (pais) tem que suportar. E para finalizar, a forma como Steve usa de sua notoriedade como esportista para ajudar outros pacientes de ELA. 

(Provavelmente você vai se lembrar de uma famosa campanha que viralizou em 2015 com o "Desafio do Balde de Gelo". Nela, celebridades se desafiavam a jogar um balde cheio de gelo em troca de doações para a pesquisa de ELA. Steve, inclusive, desafiou oPresidente Obama depois que ele aprovou a Lei Steven Gleason - o ato assinado pelo presidente americano dava acesso médico para as pessoas com a doença para conseguir um aparelho que gerava uma mensagem de acordo com os comandos visuais.) 

Misturando gravações pessoais, noticiários da época, entrevistas com familiares, amigos e, claro, com Steve e sua mulher, Michel Varisco, "Gleason" vai fundo no reflexos sociais, familiares, fisico e psicológico da doença! Vale muito a pena, mas é preciso estar preparado (eu mesmo pensei em desistir algumas vezes)!

Ah, antes de finalizar, o documentário ainda mostra uma conversa emocionante e franca com o vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder, sobre paternidade e escolhas de vida, que é de apertar o coração!

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Last Chance U

Essa série documental é uma das minhas preferidas, mas não só porque eu gosto muito de futebol americano, mas porque o esporte é só o pano de fundo para o elemento que mais interessa uma narrativa: os personagens. 

Em época de Copa do Mundo o que mais irrita quem gosta do esporte são comentários ou discussões superficiais sobre o comportamento de atletas (dentro e fora de campo) sem dimensionar o que pode ser o dia a dia desses jogadores e o que cada um um trás na sua bagagem de vida. Ver o esporte como única ferramenta de ascensão social e acompanhar o processo de crescimento ou fracasso desses jogadores, é impactante. Chega a ser desumano, eu diria."Last Chance U" fala disso, de esportistas acima da média que antes de tudo são seres humanos, com suas qualidades e, principalmente (e esse é o grande mérito da série e que nos faz refletir), com seus defeitos. Confira o trailer:

"Last Chance U" mistura depoimentos dos jogadores, técnicos e educadores, cenas dos treinos e bastidores dos jogos, o dia a dia na Faculdade (e as dificuldades de aprendizado de cada um), a relação com a família, com os amigos, com as más companhias. A série ainda mostra os melhores momentos da temporada do College - as vitórias, derrotas, frustrações e muita, mas muita, pressão para tentar ser convidado para uma faculdade de elite e assim poder entrar no radar dos olheiros da NFL. O incrível da série é a forma como o Diretor (e os roteiristas) amarram tantas histórias, de tantos personagens. Seu sucesso enorme é resultado dessa fluidez, dessa organicidade na construção de uma linha narrativa coerente, profunda e divertida para quem assiste. É impossível não torcer, ou se revoltar, com algum personagem! É uma história da vida real muito bem desenvolvida, mesmo!!!!

Cada temporada tem 8 episódios de uma hora em média, que passam voando - não é preciso ser um expert em Futebol Americano, mas se você tiver um bom conhecimento da dinâmica do esporte, a experiência de assistir a história desses jovens fica ainda mais incrível! Saiba que a série é uma das coisas mais originais e interessantes que a Netflix já produziu. Vale a pena!

Assista Agora 

Essa série documental é uma das minhas preferidas, mas não só porque eu gosto muito de futebol americano, mas porque o esporte é só o pano de fundo para o elemento que mais interessa uma narrativa: os personagens. 

Em época de Copa do Mundo o que mais irrita quem gosta do esporte são comentários ou discussões superficiais sobre o comportamento de atletas (dentro e fora de campo) sem dimensionar o que pode ser o dia a dia desses jogadores e o que cada um um trás na sua bagagem de vida. Ver o esporte como única ferramenta de ascensão social e acompanhar o processo de crescimento ou fracasso desses jogadores, é impactante. Chega a ser desumano, eu diria."Last Chance U" fala disso, de esportistas acima da média que antes de tudo são seres humanos, com suas qualidades e, principalmente (e esse é o grande mérito da série e que nos faz refletir), com seus defeitos. Confira o trailer:

"Last Chance U" mistura depoimentos dos jogadores, técnicos e educadores, cenas dos treinos e bastidores dos jogos, o dia a dia na Faculdade (e as dificuldades de aprendizado de cada um), a relação com a família, com os amigos, com as más companhias. A série ainda mostra os melhores momentos da temporada do College - as vitórias, derrotas, frustrações e muita, mas muita, pressão para tentar ser convidado para uma faculdade de elite e assim poder entrar no radar dos olheiros da NFL. O incrível da série é a forma como o Diretor (e os roteiristas) amarram tantas histórias, de tantos personagens. Seu sucesso enorme é resultado dessa fluidez, dessa organicidade na construção de uma linha narrativa coerente, profunda e divertida para quem assiste. É impossível não torcer, ou se revoltar, com algum personagem! É uma história da vida real muito bem desenvolvida, mesmo!!!!

Cada temporada tem 8 episódios de uma hora em média, que passam voando - não é preciso ser um expert em Futebol Americano, mas se você tiver um bom conhecimento da dinâmica do esporte, a experiência de assistir a história desses jovens fica ainda mais incrível! Saiba que a série é uma das coisas mais originais e interessantes que a Netflix já produziu. Vale a pena!

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No Limite

Antes de mais nada é preciso dizer: "No Limite - A História de Ernie Davis" é excelente! Para quem gosta de um filme que vai além do "pano de fundo" que nesse caso, mais uma vez, é o futebol americano, é imperdível. Ele é uma mistura de "Rudy" com "Como um domingo qualquer" - e se você sabe do que eu estou falando, não demore para dar o play; mas se você não sabe, você vai encontrar uma linda e emocionante jornada de perseverança, ética, disciplina, foco e, principalmente, honra!

"The Express" (no original) conta a história real de superação e talento de Ernie Davis (vivido quando criança por Justin Martin e quando adulto por Rob Brown), um jogador de futebol americano que quebrou barreiras raciais nos anos 60. Ele foi o primeiro atleta negro a receber o Troféu Heisman, concedido aos melhores jogadores universitários. Sua luta pela igualdade e respeito mudou a essência do esporte norte-americano; e até hoje a vida deste jovem continua inspirando novas gerações. Criado em meio à pobreza, Ernie teve de superar obstáculos econômicos e sociais para se tornar um dos melhores “running backs” (posição de corredor) da história do futebol americano universitário. Guiado pelo lendário técnico Ben Schwartzwalder (Dennis Quaid), homem de personalidade forte e dono de um instinto de campeão, Davis aprimora suas habilidades e dá início a uma escalada dentro do esporte. Só que, no meio do percurso, o vencedor se depara com um golpe do destino que poderá impedi-lo de continuar a carreira de jogador e, até mesmo, de viver. Confira o trailer (em inglês):

Com a duplamente complicada missão de adaptar um livro (de Robert Gallagher, publicado originalmente em 1983) e escrever uma cinebiografia, o roteiro deCharles Leavitt é muito inteligente em equilibrar perfeitamente a discriminação racial nos EUA durante a vigência das leis segregacionistas de Jim Crow com a ascensão esportiva de Ernie como símbolo de sua época para as crianças e jovens negros - e aqui cabe uma observação importante: o roteiro, mesmo apegado a uma fórmula já conhecida de histórias de superação e embate social por direitos iguais, corta um enorme caminho ao estabelecer a enorme capacidade esportiva de Ernie desde o início, não perdendo tempo com treinamentos ou momentos de superação física. Essa escolha permite mais tempo de tela para que o filme trabalhe o tema do preconceito a todo momento.

As sequências de futebol americano, são muito bem realizadas pelo diretor Gary Fleder - o mais próximo que encontrei até aqui do excelente "Como um domingo qualquer" do Oliver Stone. Quanto ao elenco, algumas observações: Dennis Quais está ótimo mais uma vez - ele funciona muito bem para pontuar um tipo de racismo que sequer percebemos como racismo. Rob Brown, entrega um Ernie Davis humano, equilibrado na performance, sem estereotipar o personagem e profundo na construção de um mito com muita sensibilidade. E ainda temos Chadwick Boseman em seu primeiro papel deno cinema com uma relevante participação, embora com falas de poucos minutos somente no final do filme.

"No Limite - A História de Ernie Davis" é emocionante ao mesmo tempo em que não se envergonha de usar o texto para passar de forma bem clara sua mensagem, deixando, inclusive, o futebol americano de lado para alcançar esse objetivo - certamente com mais propriedade que produções como "Talento e Fé"e até "Coach Carter". Eu diria, inclusive, que o filme poderia tranquilamente ser um episódio de "Small Axe" pela qualidade técnica e artística, e pela mensagem direta e coerente!

Vale muito a pena!

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Antes de mais nada é preciso dizer: "No Limite - A História de Ernie Davis" é excelente! Para quem gosta de um filme que vai além do "pano de fundo" que nesse caso, mais uma vez, é o futebol americano, é imperdível. Ele é uma mistura de "Rudy" com "Como um domingo qualquer" - e se você sabe do que eu estou falando, não demore para dar o play; mas se você não sabe, você vai encontrar uma linda e emocionante jornada de perseverança, ética, disciplina, foco e, principalmente, honra!

"The Express" (no original) conta a história real de superação e talento de Ernie Davis (vivido quando criança por Justin Martin e quando adulto por Rob Brown), um jogador de futebol americano que quebrou barreiras raciais nos anos 60. Ele foi o primeiro atleta negro a receber o Troféu Heisman, concedido aos melhores jogadores universitários. Sua luta pela igualdade e respeito mudou a essência do esporte norte-americano; e até hoje a vida deste jovem continua inspirando novas gerações. Criado em meio à pobreza, Ernie teve de superar obstáculos econômicos e sociais para se tornar um dos melhores “running backs” (posição de corredor) da história do futebol americano universitário. Guiado pelo lendário técnico Ben Schwartzwalder (Dennis Quaid), homem de personalidade forte e dono de um instinto de campeão, Davis aprimora suas habilidades e dá início a uma escalada dentro do esporte. Só que, no meio do percurso, o vencedor se depara com um golpe do destino que poderá impedi-lo de continuar a carreira de jogador e, até mesmo, de viver. Confira o trailer (em inglês):

Com a duplamente complicada missão de adaptar um livro (de Robert Gallagher, publicado originalmente em 1983) e escrever uma cinebiografia, o roteiro deCharles Leavitt é muito inteligente em equilibrar perfeitamente a discriminação racial nos EUA durante a vigência das leis segregacionistas de Jim Crow com a ascensão esportiva de Ernie como símbolo de sua época para as crianças e jovens negros - e aqui cabe uma observação importante: o roteiro, mesmo apegado a uma fórmula já conhecida de histórias de superação e embate social por direitos iguais, corta um enorme caminho ao estabelecer a enorme capacidade esportiva de Ernie desde o início, não perdendo tempo com treinamentos ou momentos de superação física. Essa escolha permite mais tempo de tela para que o filme trabalhe o tema do preconceito a todo momento.

As sequências de futebol americano, são muito bem realizadas pelo diretor Gary Fleder - o mais próximo que encontrei até aqui do excelente "Como um domingo qualquer" do Oliver Stone. Quanto ao elenco, algumas observações: Dennis Quais está ótimo mais uma vez - ele funciona muito bem para pontuar um tipo de racismo que sequer percebemos como racismo. Rob Brown, entrega um Ernie Davis humano, equilibrado na performance, sem estereotipar o personagem e profundo na construção de um mito com muita sensibilidade. E ainda temos Chadwick Boseman em seu primeiro papel deno cinema com uma relevante participação, embora com falas de poucos minutos somente no final do filme.

"No Limite - A História de Ernie Davis" é emocionante ao mesmo tempo em que não se envergonha de usar o texto para passar de forma bem clara sua mensagem, deixando, inclusive, o futebol americano de lado para alcançar esse objetivo - certamente com mais propriedade que produções como "Talento e Fé"e até "Coach Carter". Eu diria, inclusive, que o filme poderia tranquilamente ser um episódio de "Small Axe" pela qualidade técnica e artística, e pela mensagem direta e coerente!

Vale muito a pena!

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O Jogo de uma Vida

Não se trata de recordes, se trata de um time! Sim, eu sei que essa frase pode parecer batida, pretensiosa e até hipócrita se enxergarmos pelo prisma do reconhecimento individual dos dias de hoje, e talvez, justamente por isso que "O Jogo de uma Vida" mereça sua atenção. Embora seja um filme sobre esportes (mais precisamente sobre o futebol americano) e longe de ser uma superprodução (mesmo contando com atores renomados), posso afirmar que mais uma vez o "fator humano" transforma uma linha narrativa usual (para não dizer batida) de um subgênero cinematográfico com uma audiência cativa, em algo muito interessante e com uma história que, de fato, merecia ser contada.

"When the Game Stands Tall" (no original) acompanha a trajetória lendária e recordista de Bob Ladouceur (Jim Caviezel), treinador de futebol americano que assumiu o desconhecido time De La Salle High School Spartans e conduziu seus atletas da obscuridade à incrível marca de 151 jogos de invencibilidade. Baseado em uma história real, o filme não retrata a jornada de vitórias especificamente, mas como Ladouceur transformou o conceito de um programa escolar vencedor em algo que ia muito além do esporte. Confira o trailer:

Thomas Carter foi o responsável por outra obra sobre um personagem sensacional do esporte, "Coach Carter". Seguindo exatamente a mesma linha, Carter sai do basquete e vai para o futebol americano para nos entregar mais um importante filme biográfico, mas dessa vez com um peso esportivo maior na história e na narrativa. Se em "Coach Carter" o basquete era "apenas" o ponto de partida para explorar a relação entre educação e esporte, e como isso está inserido na sociedade americana, "O Jogo de uma Vida" faz o caminho contrário, mas respeitando o conceito estabelecido pelo subgênero com belíssimas cenas no campo de jogo - drama e emoção não faltam. Claro que você também vai encontrar inúmeras lições de liderança e postura perante a vida, passagens de superação e frases inspiracionais, mas o mais interessante que o fato em si, é o exemplo, o legado.

Baseado no livro de Neil Hayes, a adaptação feita pelo Scott Marshall Smith (de "A cartada final") não é um primor, eu diria até que é cheia de furos e muito superficial, mas a montagem do Scott Richter (profissional com uma interessante carreira em clipes musicais) ajuda a conectar a audiência com o que realmente importa: a construção de uma (ou várias) narrativas que convergem lindamente no terceiro ato, dando a sensação de que o filme é até mais perfeito do que realmente é. Sempre apoiado em uma trilha sonora que pauta o clima de cada cena, Richter e Carter conseguem nos provocar emocionalmente e nos prender mesmo com todas as limitações artísticas da produção. Caviezel é sempre aquilo (alguns gostam, eu acho canastrão). Já Laura Dern, como a esposa de Ladouceur (Bev), essa sim entrega uma personagem mais verdadeira e honesta com a situação em que vive. Michael Chiklis, o assistente técnico e parceiro de Bob (Terry Eidson), também brilha e transita perfeitamente entre a dramaticidade e a humanidade que Caviezel dificilmente entrega.

Tão interessante quanto o filme, são nos créditos onde entendemos o tamanho de Bob Ladouceur e de seu trabalho. São imagens raras de arquivo e entrevistas como a do lendário e inesquecível ex-treinador do Raiders, John Madden, que considerava Ladouceur o melhor técnico de futebol americano de todos os tempos - mesmo ele sendo do High School. Veja, 151 vitórias consecutivas não é um feito a ser ignorado, mas mais interessante do que se apegar as vitórias, foi no momento da derrota e na reconstrução de um time com potencial vencedor, que a trama mostrou sua força e importância como recorte histórico.

É um filme para o amante do esporte que merece ser assistido e estudado. Vale seu play!

Assista Agora

Não se trata de recordes, se trata de um time! Sim, eu sei que essa frase pode parecer batida, pretensiosa e até hipócrita se enxergarmos pelo prisma do reconhecimento individual dos dias de hoje, e talvez, justamente por isso que "O Jogo de uma Vida" mereça sua atenção. Embora seja um filme sobre esportes (mais precisamente sobre o futebol americano) e longe de ser uma superprodução (mesmo contando com atores renomados), posso afirmar que mais uma vez o "fator humano" transforma uma linha narrativa usual (para não dizer batida) de um subgênero cinematográfico com uma audiência cativa, em algo muito interessante e com uma história que, de fato, merecia ser contada.

"When the Game Stands Tall" (no original) acompanha a trajetória lendária e recordista de Bob Ladouceur (Jim Caviezel), treinador de futebol americano que assumiu o desconhecido time De La Salle High School Spartans e conduziu seus atletas da obscuridade à incrível marca de 151 jogos de invencibilidade. Baseado em uma história real, o filme não retrata a jornada de vitórias especificamente, mas como Ladouceur transformou o conceito de um programa escolar vencedor em algo que ia muito além do esporte. Confira o trailer:

Thomas Carter foi o responsável por outra obra sobre um personagem sensacional do esporte, "Coach Carter". Seguindo exatamente a mesma linha, Carter sai do basquete e vai para o futebol americano para nos entregar mais um importante filme biográfico, mas dessa vez com um peso esportivo maior na história e na narrativa. Se em "Coach Carter" o basquete era "apenas" o ponto de partida para explorar a relação entre educação e esporte, e como isso está inserido na sociedade americana, "O Jogo de uma Vida" faz o caminho contrário, mas respeitando o conceito estabelecido pelo subgênero com belíssimas cenas no campo de jogo - drama e emoção não faltam. Claro que você também vai encontrar inúmeras lições de liderança e postura perante a vida, passagens de superação e frases inspiracionais, mas o mais interessante que o fato em si, é o exemplo, o legado.

Baseado no livro de Neil Hayes, a adaptação feita pelo Scott Marshall Smith (de "A cartada final") não é um primor, eu diria até que é cheia de furos e muito superficial, mas a montagem do Scott Richter (profissional com uma interessante carreira em clipes musicais) ajuda a conectar a audiência com o que realmente importa: a construção de uma (ou várias) narrativas que convergem lindamente no terceiro ato, dando a sensação de que o filme é até mais perfeito do que realmente é. Sempre apoiado em uma trilha sonora que pauta o clima de cada cena, Richter e Carter conseguem nos provocar emocionalmente e nos prender mesmo com todas as limitações artísticas da produção. Caviezel é sempre aquilo (alguns gostam, eu acho canastrão). Já Laura Dern, como a esposa de Ladouceur (Bev), essa sim entrega uma personagem mais verdadeira e honesta com a situação em que vive. Michael Chiklis, o assistente técnico e parceiro de Bob (Terry Eidson), também brilha e transita perfeitamente entre a dramaticidade e a humanidade que Caviezel dificilmente entrega.

Tão interessante quanto o filme, são nos créditos onde entendemos o tamanho de Bob Ladouceur e de seu trabalho. São imagens raras de arquivo e entrevistas como a do lendário e inesquecível ex-treinador do Raiders, John Madden, que considerava Ladouceur o melhor técnico de futebol americano de todos os tempos - mesmo ele sendo do High School. Veja, 151 vitórias consecutivas não é um feito a ser ignorado, mas mais interessante do que se apegar as vitórias, foi no momento da derrota e na reconstrução de um time com potencial vencedor, que a trama mostrou sua força e importância como recorte histórico.

É um filme para o amante do esporte que merece ser assistido e estudado. Vale seu play!

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O.J.: Made in America

Lançado em uma época em que o "True Crime" ainda colhia os frutos do sucesso repentino de "Making a Murderer"e do surpreendente "The Jinx", "O.J.: Made in America" foi uma verdadeira bomba no mercado cinematográfico quando a ESPN, e seu diretor Ezra Edelman, montaram uma versão de 8 horas, transformando a minissérie de 5 episódios em um longa-metragem que rodou os principais festivais de cinema do mundo, sendo amplamente premiado e mais: fechando sua carreira como o grande vencedor do Oscar de 2017.

Essa minissérie documental é uma profunda exploração sobre o caso O.J. Simpson (quando o ex-astro da NFL "supostamente" assassinou sua ex-esposa, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ron Goldman) em uma das tramas mais famosas da história dos Estados Unidos e provavelmente a narrativa criminal mais importante da cultura recente do hemisfério ocidental. A partir desse evento brutal, o que vemos é uma análise definitiva sobre o culto à personalidade, sobre as celebridades, a mídia sensacionalista, o racismo estrutural, o poder e, principalmente, sobre o falho sistema de justiça americano. Confira o trailer (em inglês):

Muito do que se tornou "O.J.: Made in America" é mérito de Edelman, pois com muita criatividade (e sagacidade), o diretor conta a história dos Estados Unidos dos últimos 50 anos a partir de um olhar crítico sobre um crime que simplesmente parou o país em 1994. Pelo prisma da tensão racial que sempre existiu por lá, a minissérie discute a adoração cega por celebridades durante o processo de transformação midiática da sociedade que passou a se relacionar com assuntos sérios (muitos deles extremamente pesados) com se fossem espetáculos em uma era pré-rede social.

Com uma edição lindamente equilibrada e muito competente do trio Bret Granato, Maya Mumma e Ben Sozanski, "O.J.: Made in America" basicamente se divide em três linhas narrativas diferentes, mas que se conversam a todo momento: a primeira explora a carreira esportiva de sucesso de  O.J.. A segunda já faz um recorte mais intimista da vida pessoal do ex-atleta, enquanto a terceira, expõe, sem se preocupar com o impacto do tema, o aumento da violência racial em Los Angeles. Veja, tudo isso é costurado de forma muito orgânica e, de certa forma, respeitando toda a cronologia do caso - com isso, temos a impressão de estar assistindo a vários documentários misturados em um; contudo, cada um desenvolvido com extrema competência pelo roteiro do próprio Edelman.

"O.J.: Made in America" é, acima de tudo, um sério e minucioso trabalho jornalístico que habilmente se transformou em entretenimento - esse de muita qualidade e sempre muito preocupado em não levantar bandeiras desnecessárias ou que fugissem ao contexto tão bem estabelecido pela produção. Todos os lados da história e seus atores, são apresentados como iguais: O.J., a família das vítimas, a comunidade negra dos EUA, o departamento de polícia de Los Angeles, etc. Por tudo isso, a minissérie merece todo o reconhecimento recebido e não por acaso é considerado um dos melhores trabalhos do gênero "true crime" da história!

Vale muito o seu play!

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Lançado em uma época em que o "True Crime" ainda colhia os frutos do sucesso repentino de "Making a Murderer"e do surpreendente "The Jinx", "O.J.: Made in America" foi uma verdadeira bomba no mercado cinematográfico quando a ESPN, e seu diretor Ezra Edelman, montaram uma versão de 8 horas, transformando a minissérie de 5 episódios em um longa-metragem que rodou os principais festivais de cinema do mundo, sendo amplamente premiado e mais: fechando sua carreira como o grande vencedor do Oscar de 2017.

Essa minissérie documental é uma profunda exploração sobre o caso O.J. Simpson (quando o ex-astro da NFL "supostamente" assassinou sua ex-esposa, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ron Goldman) em uma das tramas mais famosas da história dos Estados Unidos e provavelmente a narrativa criminal mais importante da cultura recente do hemisfério ocidental. A partir desse evento brutal, o que vemos é uma análise definitiva sobre o culto à personalidade, sobre as celebridades, a mídia sensacionalista, o racismo estrutural, o poder e, principalmente, sobre o falho sistema de justiça americano. Confira o trailer (em inglês):

Muito do que se tornou "O.J.: Made in America" é mérito de Edelman, pois com muita criatividade (e sagacidade), o diretor conta a história dos Estados Unidos dos últimos 50 anos a partir de um olhar crítico sobre um crime que simplesmente parou o país em 1994. Pelo prisma da tensão racial que sempre existiu por lá, a minissérie discute a adoração cega por celebridades durante o processo de transformação midiática da sociedade que passou a se relacionar com assuntos sérios (muitos deles extremamente pesados) com se fossem espetáculos em uma era pré-rede social.

Com uma edição lindamente equilibrada e muito competente do trio Bret Granato, Maya Mumma e Ben Sozanski, "O.J.: Made in America" basicamente se divide em três linhas narrativas diferentes, mas que se conversam a todo momento: a primeira explora a carreira esportiva de sucesso de  O.J.. A segunda já faz um recorte mais intimista da vida pessoal do ex-atleta, enquanto a terceira, expõe, sem se preocupar com o impacto do tema, o aumento da violência racial em Los Angeles. Veja, tudo isso é costurado de forma muito orgânica e, de certa forma, respeitando toda a cronologia do caso - com isso, temos a impressão de estar assistindo a vários documentários misturados em um; contudo, cada um desenvolvido com extrema competência pelo roteiro do próprio Edelman.

"O.J.: Made in America" é, acima de tudo, um sério e minucioso trabalho jornalístico que habilmente se transformou em entretenimento - esse de muita qualidade e sempre muito preocupado em não levantar bandeiras desnecessárias ou que fugissem ao contexto tão bem estabelecido pela produção. Todos os lados da história e seus atores, são apresentados como iguais: O.J., a família das vítimas, a comunidade negra dos EUA, o departamento de polícia de Los Angeles, etc. Por tudo isso, a minissérie merece todo o reconhecimento recebido e não por acaso é considerado um dos melhores trabalhos do gênero "true crime" da história!

Vale muito o seu play!

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Safety

"Safety" é muito bacana (muito "mesmo"!) - daqueles filmes emocionantes que nos fazem sorrir com o coração e com a alma! Safety para quem está pouco familiarizado com o Futebol Americano é uma posição importante da linha de defesa de um time e que em uma tradução livre significa "segurança". Muito mais do que contar a história de um atleta que joga nessa posição, o título do filme pretende explorar o real significado da palavra dentro do âmbito familiar e é isso que transforma essa produção original da Disney em um filme simplesmente imperdível!

Essa é a história real de Ray McElrathbey (Jay Reeves), um jovem jogador de futebol americano recém chegado em uma das Universidades mais tradicionais dos EUA quando o assunto é o programa de bolsas para o esporte. A oportunidade de jogar nos "Tigers" de Clemson é tão relevante quanto ganhar uma bolsa integral da Universidade, porém McElrathbey precisa enfrentar uma série de desafiadores obstáculos na vida e lutar contra muitas adversidades para manter essa condição de estudante e atleta, ao mesmo tempo que precisa cuidar de seu irmão de 11 anos de idade enquanto sua mãe passa por um tratamento para se livrar das drogas. Confira o trailer:

Veja, mesmo com inúmeras referências ao esporte, inclusive com diálogos bastante complicados até para os mais familiarizados, "Safety" não é um filme de futebol americano na sua essência - são pouquíssimas cenas de jogos ou de citações sobre a necessidade de vencer o título da temporada. Obviamente que a atmosfera esportiva e a importância dos Tigers para a comunidade são claramente perceptíveis durante o desenrolar do filme, mas eu diria que a relação direta com o esporte em si para por aí. É inegável que a audiência acostumada com o futebol americano vai se relacionar de uma maneira muito mais profunda com a trama, mas o roteiro de Nick Santora (da série “Prison Break”) cumpre muito bem o papel didático para fisgar um público mais abrangente.

"Safety" é um excelente exemplo de história que daria um filme impactante se o conceito narrativo se apoiasse no realismo brutal do drama familiar como em "Florida Project"ou "Palmer", mas assim não seria um filme "Disney". A escolha (ou imposição) do diretor Reginald Hudlin (“O Pai da Black Music”) por um tom mais brando prejudica a experiência? Não, muito pelo contrário, mas não dá para negar que a busca pela solução do problema acaba ganhando uma importância narrativa muito maior do que o problema em si. 

Tecnicamente o filme é muito bem realizado - dos planos abertos do campo de futebol americano para nos posicionar perante a grandiosidade do esporte e de sua tradição para a universidade de Clemson aos cortes bem executados entre uma câmera subjetiva ou um movimento de travelling para nos colocar no campo de jogo. Tudo isso, porém, são apenas elementos visualmente impactantes para emoldurar as mensagens inspiradoras e emocionantes, além de ótimos momentos que servem como alívios cômicos (principalmente com o ótimo Thaddeus J. Mixson - o irmão mais novo de Ray, Fahmarr).

"Safety" é repleto de clichês, mas que funciona perfeitamente para nos emocionar, além de trazer aquela sensação de bem-estar tão característico das produções da Disney que em nenhum momento perdem o seu brilho ou a simpatia dos personagens.

Vale muito a pena!

Assista Agora

"Safety" é muito bacana (muito "mesmo"!) - daqueles filmes emocionantes que nos fazem sorrir com o coração e com a alma! Safety para quem está pouco familiarizado com o Futebol Americano é uma posição importante da linha de defesa de um time e que em uma tradução livre significa "segurança". Muito mais do que contar a história de um atleta que joga nessa posição, o título do filme pretende explorar o real significado da palavra dentro do âmbito familiar e é isso que transforma essa produção original da Disney em um filme simplesmente imperdível!

Essa é a história real de Ray McElrathbey (Jay Reeves), um jovem jogador de futebol americano recém chegado em uma das Universidades mais tradicionais dos EUA quando o assunto é o programa de bolsas para o esporte. A oportunidade de jogar nos "Tigers" de Clemson é tão relevante quanto ganhar uma bolsa integral da Universidade, porém McElrathbey precisa enfrentar uma série de desafiadores obstáculos na vida e lutar contra muitas adversidades para manter essa condição de estudante e atleta, ao mesmo tempo que precisa cuidar de seu irmão de 11 anos de idade enquanto sua mãe passa por um tratamento para se livrar das drogas. Confira o trailer:

Veja, mesmo com inúmeras referências ao esporte, inclusive com diálogos bastante complicados até para os mais familiarizados, "Safety" não é um filme de futebol americano na sua essência - são pouquíssimas cenas de jogos ou de citações sobre a necessidade de vencer o título da temporada. Obviamente que a atmosfera esportiva e a importância dos Tigers para a comunidade são claramente perceptíveis durante o desenrolar do filme, mas eu diria que a relação direta com o esporte em si para por aí. É inegável que a audiência acostumada com o futebol americano vai se relacionar de uma maneira muito mais profunda com a trama, mas o roteiro de Nick Santora (da série “Prison Break”) cumpre muito bem o papel didático para fisgar um público mais abrangente.

"Safety" é um excelente exemplo de história que daria um filme impactante se o conceito narrativo se apoiasse no realismo brutal do drama familiar como em "Florida Project"ou "Palmer", mas assim não seria um filme "Disney". A escolha (ou imposição) do diretor Reginald Hudlin (“O Pai da Black Music”) por um tom mais brando prejudica a experiência? Não, muito pelo contrário, mas não dá para negar que a busca pela solução do problema acaba ganhando uma importância narrativa muito maior do que o problema em si. 

Tecnicamente o filme é muito bem realizado - dos planos abertos do campo de futebol americano para nos posicionar perante a grandiosidade do esporte e de sua tradição para a universidade de Clemson aos cortes bem executados entre uma câmera subjetiva ou um movimento de travelling para nos colocar no campo de jogo. Tudo isso, porém, são apenas elementos visualmente impactantes para emoldurar as mensagens inspiradoras e emocionantes, além de ótimos momentos que servem como alívios cômicos (principalmente com o ótimo Thaddeus J. Mixson - o irmão mais novo de Ray, Fahmarr).

"Safety" é repleto de clichês, mas que funciona perfeitamente para nos emocionar, além de trazer aquela sensação de bem-estar tão característico das produções da Disney que em nenhum momento perdem o seu brilho ou a simpatia dos personagens.

Vale muito a pena!

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Talento e Fé

"Talento e Fé" é um amontoado de clichês, mas, sinceramente, pouco importa, o filme é muito bacana - principalmente por se tratar de uma história real e inspiradora onde o esporte é o pano de fundo, no caso o futebol americano. Talvez o que possa incomodar alguns é sua deliberada linha religiosa e aqui cabe um comentário de quem analisa um filme como obra artística e não como panfletagem: não atrapalha a experiência, mesmo que em alguns momentos o roteiro tenha pesado um pouco demais na mão, porém, também é preciso admitir que o filme tem uma mensagem muito honesta e nos provoca uma reflexão que vai além da crença de cada um.

O filme acompanha a história de Tony Nathan (Caleb Castille) um jovem negro, jogador de futebol americano, que representa uma escola de Birmingham, no Alabama, e que diariamente precisa lutar contra as pressões sociais e raciais para encontrar seu espaço na sociedade e no esporte, em um momento histórico dos EUA onde o racismo extrapola os discursos de políticos extremistas. Talentoso, mas considerado um perdedor, Tony sofre com a desunião do time até que o pregador Hank Erwin (Sean Astin, do inesquecível "Rudy") surge com uma mensagem de fé e assim consegue iniciar uma verdadeira transformação nos jogadores e em todos que os rodeiam. Confira o trailer:

Tecnicamente, os diretores Andrew Erwin e Jon Erwin souberam captar a atmosfera esportiva tão cultural da sociedade americana com a mesma capacidade em que criaram ótimas cenas de ação em campo - se não com a maestria de Oliver Stone em "Um Domingo Qualquer", pelo menos com sua competência. A montagem, inclusive, foi muito feliz em alternar cenas reais com reconstituições bastante fiéis, trazendo para o filme um conceito quase documental e que valida o maior objetivo do roteiro: mostrar que é possível fazer uma impensável revolução se nos apegarmos na fé (seja ela qual for). Vale dizer que os irmãos Erwin estão envolvidos no filme que vai contar a história do astro da NFL, Kurt Warner, e que terá Zachary Levi, Denis Quaid e Anna Paquin no elenco.

Já o roteiro de Jon Erwin, baseado no livro "Woodlawn" (que também é o título original do filme) de Todd Gerelds, acaba deixando a questão racial para o primeiro ato e passa a se apoiar no viés religioso da trama. Como disse, não é que atrapalhe a experiência, mas faltou sensibilidade para equilibrar com outros temas relevantes pela qual o personagem estava lutando - eu diria que se não fosse uma história real, certamente, teríamos a sensação de estarmos acompanhando uma certa espetacularização da fé. Agora, são passagens muito marcantes e a mensagem por trás de algumas cenas recheadas de clichês (da trilha sonora ao texto motivacional), nem de longe vão ofender quem não está alinhado ao tema. No final das contas o saldo é positivo, te garanto.

"Talento e Fé" não é um filme sobre futebol americano, mas conhecer o esporte e a dinâmica esportiva nos EUA vai melhorar a experiência. Também não é uma história de superação e luta racial, embora esses dois elementos narrativos estejam presentes na história. O título "Talento e Fé" talvez fosse melhor resolvido com "Talento, Trabalho e Fé" e assim direcionasse a história mais para Tony Nathan do que para Hank Erwin, aí teríamos uma impressão de obra mais isenta.

 "Woodlawn" é bom para aqueles dias que precisamos entender que existe algo que vai além do talento e do trabalho! É filme bom de assistir, pode ir sem receio!

Assista Agora

"Talento e Fé" é um amontoado de clichês, mas, sinceramente, pouco importa, o filme é muito bacana - principalmente por se tratar de uma história real e inspiradora onde o esporte é o pano de fundo, no caso o futebol americano. Talvez o que possa incomodar alguns é sua deliberada linha religiosa e aqui cabe um comentário de quem analisa um filme como obra artística e não como panfletagem: não atrapalha a experiência, mesmo que em alguns momentos o roteiro tenha pesado um pouco demais na mão, porém, também é preciso admitir que o filme tem uma mensagem muito honesta e nos provoca uma reflexão que vai além da crença de cada um.

O filme acompanha a história de Tony Nathan (Caleb Castille) um jovem negro, jogador de futebol americano, que representa uma escola de Birmingham, no Alabama, e que diariamente precisa lutar contra as pressões sociais e raciais para encontrar seu espaço na sociedade e no esporte, em um momento histórico dos EUA onde o racismo extrapola os discursos de políticos extremistas. Talentoso, mas considerado um perdedor, Tony sofre com a desunião do time até que o pregador Hank Erwin (Sean Astin, do inesquecível "Rudy") surge com uma mensagem de fé e assim consegue iniciar uma verdadeira transformação nos jogadores e em todos que os rodeiam. Confira o trailer:

Tecnicamente, os diretores Andrew Erwin e Jon Erwin souberam captar a atmosfera esportiva tão cultural da sociedade americana com a mesma capacidade em que criaram ótimas cenas de ação em campo - se não com a maestria de Oliver Stone em "Um Domingo Qualquer", pelo menos com sua competência. A montagem, inclusive, foi muito feliz em alternar cenas reais com reconstituições bastante fiéis, trazendo para o filme um conceito quase documental e que valida o maior objetivo do roteiro: mostrar que é possível fazer uma impensável revolução se nos apegarmos na fé (seja ela qual for). Vale dizer que os irmãos Erwin estão envolvidos no filme que vai contar a história do astro da NFL, Kurt Warner, e que terá Zachary Levi, Denis Quaid e Anna Paquin no elenco.

Já o roteiro de Jon Erwin, baseado no livro "Woodlawn" (que também é o título original do filme) de Todd Gerelds, acaba deixando a questão racial para o primeiro ato e passa a se apoiar no viés religioso da trama. Como disse, não é que atrapalhe a experiência, mas faltou sensibilidade para equilibrar com outros temas relevantes pela qual o personagem estava lutando - eu diria que se não fosse uma história real, certamente, teríamos a sensação de estarmos acompanhando uma certa espetacularização da fé. Agora, são passagens muito marcantes e a mensagem por trás de algumas cenas recheadas de clichês (da trilha sonora ao texto motivacional), nem de longe vão ofender quem não está alinhado ao tema. No final das contas o saldo é positivo, te garanto.

"Talento e Fé" não é um filme sobre futebol americano, mas conhecer o esporte e a dinâmica esportiva nos EUA vai melhorar a experiência. Também não é uma história de superação e luta racial, embora esses dois elementos narrativos estejam presentes na história. O título "Talento e Fé" talvez fosse melhor resolvido com "Talento, Trabalho e Fé" e assim direcionasse a história mais para Tony Nathan do que para Hank Erwin, aí teríamos uma impressão de obra mais isenta.

 "Woodlawn" é bom para aqueles dias que precisamos entender que existe algo que vai além do talento e do trabalho! É filme bom de assistir, pode ir sem receio!

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The Book of Manning

"A vida é boa, mas não é fácil" - é com essa frase que o excelente documentário "The Book of Manning", da ESPN Filmes, termina depois de uma jornada cativante que mergulha na vida e no legado de uma das famílias mais influentes e talentosas do futebol americano: os Mannings. Dirigido por Rory Karpf, o documentário é um tributo comovente ao patriarca da família, Archie Manning, e para seus filhos, Cooper, Peyton e Eli Manning, que se tornaram ícones inesquecíveis do esporte.

O filme captura habilmente a trajetória da família Manning, desde as origens modestas de Archie em uma pequena cidade do Mississippi até a ascensão meteórica de seus filhos ao estrelato do futebol americano profissional. Ao longo do filme, somos levados a uma jornada emocional, explorando não apenas as conquistas esportivas dos Mannings, mas também os desafios pessoais e as adversidades que enfrentaram. Confira o trailer (em inglês):

É inegável que uma das maiores forças de "The Book of Manning" é a maneira como Karpf equilibra o contexto histórico com as jornadas pessoais dos Mannings. O filme examina o sul segregado da década de 1960, onde Archie enfrentou obstáculos raciais significativos, e mostra como essas experiências moldaram seu caráter e influenciaram sua abordagem em relação à paternidade e ao futebol americano em si. Além disso, o roteiro lança uma luz sobre o relacionamento íntimo entre pai e filhos, revelando como Archie desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de seus filhos como atletas, e como Peyton e Eli se inspiraram no exemplo e no apoio de seu pai para se tornarem tão vencedores.

Os depoimentos sinceros e comoventes com os membros da família Manning dão ao documentário uma autenticidade notável, permitindo que a audiência se conecte emocionalmente com a história e com as lutas e triunfos dos protagonistas, além , é claro, de oferecer uma visão fascinante sobre os bastidores da NFL, mostrando tanto os desafios enfrentados pelos jogadores no campo quanto a pressão implacável fora dele. É impressionante como a narrativa foi habilmente construída com imagens de arquivo cuidadosamente selecionadas para tornar a nossa experiência ainda mais envolvente e dinâmica, capaz de nos transportar para os momentos cruciais da carreira dos Mannings.

O fato é que "The Book of Manning" transmite uma mensagem poderosa sobre o valor do trabalho árduo, da dedicação e das referências (e exemplos) familiares. Ao explorar a resiliência dos Mannings diante das adversidades, o documentário nos inspira a perseguirmos nossos sonhos e a valorizarmos nossas relações mais intimas criando assim a base para o sucesso - eu diria, inclusive, que esse é o tipo do filme para você assistir quando você achar que já fez o suficiente para se tornar o melhor naquilo que se propõe. 

Se você é fã de futebol americano ou simplesmente aprecia histórias emocionantes, este documentário é a escolha perfeita!

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"A vida é boa, mas não é fácil" - é com essa frase que o excelente documentário "The Book of Manning", da ESPN Filmes, termina depois de uma jornada cativante que mergulha na vida e no legado de uma das famílias mais influentes e talentosas do futebol americano: os Mannings. Dirigido por Rory Karpf, o documentário é um tributo comovente ao patriarca da família, Archie Manning, e para seus filhos, Cooper, Peyton e Eli Manning, que se tornaram ícones inesquecíveis do esporte.

O filme captura habilmente a trajetória da família Manning, desde as origens modestas de Archie em uma pequena cidade do Mississippi até a ascensão meteórica de seus filhos ao estrelato do futebol americano profissional. Ao longo do filme, somos levados a uma jornada emocional, explorando não apenas as conquistas esportivas dos Mannings, mas também os desafios pessoais e as adversidades que enfrentaram. Confira o trailer (em inglês):

É inegável que uma das maiores forças de "The Book of Manning" é a maneira como Karpf equilibra o contexto histórico com as jornadas pessoais dos Mannings. O filme examina o sul segregado da década de 1960, onde Archie enfrentou obstáculos raciais significativos, e mostra como essas experiências moldaram seu caráter e influenciaram sua abordagem em relação à paternidade e ao futebol americano em si. Além disso, o roteiro lança uma luz sobre o relacionamento íntimo entre pai e filhos, revelando como Archie desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de seus filhos como atletas, e como Peyton e Eli se inspiraram no exemplo e no apoio de seu pai para se tornarem tão vencedores.

Os depoimentos sinceros e comoventes com os membros da família Manning dão ao documentário uma autenticidade notável, permitindo que a audiência se conecte emocionalmente com a história e com as lutas e triunfos dos protagonistas, além , é claro, de oferecer uma visão fascinante sobre os bastidores da NFL, mostrando tanto os desafios enfrentados pelos jogadores no campo quanto a pressão implacável fora dele. É impressionante como a narrativa foi habilmente construída com imagens de arquivo cuidadosamente selecionadas para tornar a nossa experiência ainda mais envolvente e dinâmica, capaz de nos transportar para os momentos cruciais da carreira dos Mannings.

O fato é que "The Book of Manning" transmite uma mensagem poderosa sobre o valor do trabalho árduo, da dedicação e das referências (e exemplos) familiares. Ao explorar a resiliência dos Mannings diante das adversidades, o documentário nos inspira a perseguirmos nossos sonhos e a valorizarmos nossas relações mais intimas criando assim a base para o sucesso - eu diria, inclusive, que esse é o tipo do filme para você assistir quando você achar que já fez o suficiente para se tornar o melhor naquilo que se propõe. 

Se você é fã de futebol americano ou simplesmente aprecia histórias emocionantes, este documentário é a escolha perfeita!

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Trojan War

"Trojan War" é um verdadeiro mergulho no mundo fascinante do futebol americano universitário em uma das histórias mais surpreendentes que você, amante do esporte, vai conhecer. Com um enfoque particular na lendária equipe da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, a USC e uma narrativa das mais envolventes, o documentário da ESPN Filmes explora a incrível história (e todos os desafios enfrentados) da USC desde a chegada do Pete Carroll (vencedor coach do Seahawks na NFL) e como ele transformou um time decadente em um dos melhores times de todos os tempos, com 34 vitórias seguidas. O filme ainda mostra toda a polêmica envolvendo o Reggie Bush, astro do time, antes de chegar na NFL.

Quando Pete Carroll assume como treinador do time de futebol da USC após a temporada de 2000, os outrora grandes "Cavalos de Tróia" estavam indo de mal a pior. Mas, graças à experiência de Caroll, além de seu otimismo e de sua excelente habilidade de recrutamento, o "Southern Cal" logo voltou ao topo do mundo do futebol universitário, com a popularidade disparando em uma jornada que entrou para a história, seja pelas inúmeras vitórias, seja pelas polêmicas que envolviam suas estrelas. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pelo Aaron Rahsaan Thomas (famoso por produzir C.S.I.), "Trojan War" oferece uma visão profunda e emocionante sobre o programa de futebol americano da USC.  O interessante é que o documentário vai além do esporte em si - sua capacidade de retratar a tradição e a cultura arraigadas na equipe de futebol americano da USC, é o que impressiona. O filme começa contextualizando as raízes históricas do programa, destacando momentos marcantes e lendas do passado. Através de entrevistas com ex-jogadores, treinadores e figuras-chave dessa história, o documentário faz um recorte dos mais interessantes sobre os desafios que moldaram a identidade da equipe "Trojan".

A estrutura narrativa é habilmente construída a partir de uma mistura de imagens de arquivo, entrevistas atuais e cenas dos jogos da equipe, em uma montagem dinâmica que contribui de uma maneira única para criar um senso de imersão no mundo do futebol americano universitário, mesmo para aqueles pouco familiarizados com o esporte. Veja, aqui não estamos falando apenas de uma jornada de superação e resiliência esportiva, e sim da importância de uma construção de cultura sólida capaz de marcar gerações.

A forma como Aaron Rahsaan Thomas conduz a história permite que a audiência experimente a intensidade dos jogos e a paixão dos torcedores de uma maneira quase visceral. Reparem que o filme não se limita apenas em celebrar os momentos de glória, mas também o de explorar com muita honestidade os desafios enfrentados pelos jogadores, as lesões, as dores, as decepções, a pressão pelo sucesso e, principalmente, a necessidade de equilibrar a vida acadêmica com a esportiva. Eu diria que essa abordagem tão ampla, humaniza os jogadores e cria uma conexão emocional que nos impede de tirar os olhos da tela - como em "Last Chance U"uma aula de roteiro!

Vale muito o seu play!

Assista Agora

"Trojan War" é um verdadeiro mergulho no mundo fascinante do futebol americano universitário em uma das histórias mais surpreendentes que você, amante do esporte, vai conhecer. Com um enfoque particular na lendária equipe da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, a USC e uma narrativa das mais envolventes, o documentário da ESPN Filmes explora a incrível história (e todos os desafios enfrentados) da USC desde a chegada do Pete Carroll (vencedor coach do Seahawks na NFL) e como ele transformou um time decadente em um dos melhores times de todos os tempos, com 34 vitórias seguidas. O filme ainda mostra toda a polêmica envolvendo o Reggie Bush, astro do time, antes de chegar na NFL.

Quando Pete Carroll assume como treinador do time de futebol da USC após a temporada de 2000, os outrora grandes "Cavalos de Tróia" estavam indo de mal a pior. Mas, graças à experiência de Caroll, além de seu otimismo e de sua excelente habilidade de recrutamento, o "Southern Cal" logo voltou ao topo do mundo do futebol universitário, com a popularidade disparando em uma jornada que entrou para a história, seja pelas inúmeras vitórias, seja pelas polêmicas que envolviam suas estrelas. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pelo Aaron Rahsaan Thomas (famoso por produzir C.S.I.), "Trojan War" oferece uma visão profunda e emocionante sobre o programa de futebol americano da USC.  O interessante é que o documentário vai além do esporte em si - sua capacidade de retratar a tradição e a cultura arraigadas na equipe de futebol americano da USC, é o que impressiona. O filme começa contextualizando as raízes históricas do programa, destacando momentos marcantes e lendas do passado. Através de entrevistas com ex-jogadores, treinadores e figuras-chave dessa história, o documentário faz um recorte dos mais interessantes sobre os desafios que moldaram a identidade da equipe "Trojan".

A estrutura narrativa é habilmente construída a partir de uma mistura de imagens de arquivo, entrevistas atuais e cenas dos jogos da equipe, em uma montagem dinâmica que contribui de uma maneira única para criar um senso de imersão no mundo do futebol americano universitário, mesmo para aqueles pouco familiarizados com o esporte. Veja, aqui não estamos falando apenas de uma jornada de superação e resiliência esportiva, e sim da importância de uma construção de cultura sólida capaz de marcar gerações.

A forma como Aaron Rahsaan Thomas conduz a história permite que a audiência experimente a intensidade dos jogos e a paixão dos torcedores de uma maneira quase visceral. Reparem que o filme não se limita apenas em celebrar os momentos de glória, mas também o de explorar com muita honestidade os desafios enfrentados pelos jogadores, as lesões, as dores, as decepções, a pressão pelo sucesso e, principalmente, a necessidade de equilibrar a vida acadêmica com a esportiva. Eu diria que essa abordagem tão ampla, humaniza os jogadores e cria uma conexão emocional que nos impede de tirar os olhos da tela - como em "Last Chance U"uma aula de roteiro!

Vale muito o seu play!

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