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Um Motivo para Lutar

"Um Motivo para Lutar" realmente pode te surpreender! O filme dirigido por Romain Cogitore é uma mistura equilibrada de drama e romance, que se apoia em uma narrativa emocionalmente intensa e cheia de contrastes bem ao estilo "Mil Vezes Boa Noite". Essa produção francesa da Disney, explora a interseção delicada entre a ideologia e as relações humanas, oferecendo uma reflexão profunda sobre o impacto das convicções em momentos de conflito. O filme se destaca ao discutir como o ativismo social e ambiental moldam as escolhas e as dinâmicas entre os personagens, criando dilemas complexos que desafiam os limites entre o dever e o afeto.

A trama segue Stella (Lyna Khoudri), uma jovem ativista engajada na resistência contra um projeto de construção em uma área ambientalmente protegida conhecida como "ZAD" (Zone à Défendre). No meio desse conflito, ela se envolve com Alexandre (François Civil), um policial infiltrado na comunidade de ativistas. À medida que o relacionamento entre eles se desenvolve, os dilemas éticos e emocionais emergem, colocando em risco tanto suas convicções quanto seus sentimentos. Confira o trailer (em francês):

Cogitore dirige o filme com uma sensibilidade impressionante, especialmente ao tratar da intimidade inserida dentro de um contexto de tensão política. Sua direção evita simplificações, focando justamente na ambiguidade moral que permeia a relação entre os protagonistas e a própria causa que eles defendem. A construção narrativa é tão cuidadosa que faz com que a tensão emocional entre Stella e Alexandre se desenvolva de um forma gradual, mantendo a audiência intrigada e entretida até o final. O roteiro escrito por Cogitore em parceria com Thomas Bidegain (de "Ferrugem e Osso") e Catherine Paillé (de "O Segredo da Câmara Escura") equilibra bem essa relação mais pessoal sem nunca abrir mão do pano de fundo político. A forma como "Um Motivo para Lutar"aborda a linha tênue entre o idealismo e o extremismo é notável, evitando juízos fáceis e oferecendo uma visão humana tanto dos ativistas quanto das forças de repressão. 

A performance do elenco encabeçado por Lyna Khoudri e François Civil, sem dúvida, é um dos pontos altos do filme. Khoudri entrega uma personagem autêntica e visceral, revelando a sua intensidade e a sua vulnerabilidade diante dos dilemas afetivos e sociais que permeiam a narrativa. Civil também brilha ao interpretar Alexandre, um homem dividido entre sua missão profissional e o envolvimento emocional que nasce dentro da comunidade - a química entre os dois é palpável, e suas interações refletem a tensão entre "dever e desejo" a cada cena. Outro fator que ajuda a construir essa atmosfera de dualidade é a fotografia de Julien Hirsch (de "Lady Chatterley") - ao capturar as paisagens naturais da "ZAD", ele reforça tanto a beleza quanto a fragilidade do local. Os ambientes densos e isolados simbolizam a resistência dos ativistas e a pressão crescente que eles enfrentam, enquanto a escolha de cores mais naturalistas e uma iluminação suave complementam o tom intimista da narrativa. Repare como essa estética acentua os momentos de silêncio e reflexão, intensificando o impacto da história.

O foco na construção emocional e nas nuances dos personagens é um ponto relevante do trabalho de Cogitore, por outro lado essa identidade mais autoral impacta no ritmo e isso pode desgarrar alguns - e também pode dar a sensação de que a trama se alonga desnecessariamente em alguns momentos. No entanto, "Une Zone à Défendre" (no original), posso garantir, é uma experiência bastante envolvente especialmente por explorar a dinâmica entre Stella e Alexandre, respeitando a complexidade dos vínculos formados em contextos de conflito e a dificuldade de conciliar afetos com convicções. Realmente um convite para a reflexão sobre a natureza do compromisso e as fronteiras entre o amor e a lealdade por um ideal.

Vale muito o seu play!

Assista Agora

"Um Motivo para Lutar" realmente pode te surpreender! O filme dirigido por Romain Cogitore é uma mistura equilibrada de drama e romance, que se apoia em uma narrativa emocionalmente intensa e cheia de contrastes bem ao estilo "Mil Vezes Boa Noite". Essa produção francesa da Disney, explora a interseção delicada entre a ideologia e as relações humanas, oferecendo uma reflexão profunda sobre o impacto das convicções em momentos de conflito. O filme se destaca ao discutir como o ativismo social e ambiental moldam as escolhas e as dinâmicas entre os personagens, criando dilemas complexos que desafiam os limites entre o dever e o afeto.

A trama segue Stella (Lyna Khoudri), uma jovem ativista engajada na resistência contra um projeto de construção em uma área ambientalmente protegida conhecida como "ZAD" (Zone à Défendre). No meio desse conflito, ela se envolve com Alexandre (François Civil), um policial infiltrado na comunidade de ativistas. À medida que o relacionamento entre eles se desenvolve, os dilemas éticos e emocionais emergem, colocando em risco tanto suas convicções quanto seus sentimentos. Confira o trailer (em francês):

Cogitore dirige o filme com uma sensibilidade impressionante, especialmente ao tratar da intimidade inserida dentro de um contexto de tensão política. Sua direção evita simplificações, focando justamente na ambiguidade moral que permeia a relação entre os protagonistas e a própria causa que eles defendem. A construção narrativa é tão cuidadosa que faz com que a tensão emocional entre Stella e Alexandre se desenvolva de um forma gradual, mantendo a audiência intrigada e entretida até o final. O roteiro escrito por Cogitore em parceria com Thomas Bidegain (de "Ferrugem e Osso") e Catherine Paillé (de "O Segredo da Câmara Escura") equilibra bem essa relação mais pessoal sem nunca abrir mão do pano de fundo político. A forma como "Um Motivo para Lutar"aborda a linha tênue entre o idealismo e o extremismo é notável, evitando juízos fáceis e oferecendo uma visão humana tanto dos ativistas quanto das forças de repressão. 

A performance do elenco encabeçado por Lyna Khoudri e François Civil, sem dúvida, é um dos pontos altos do filme. Khoudri entrega uma personagem autêntica e visceral, revelando a sua intensidade e a sua vulnerabilidade diante dos dilemas afetivos e sociais que permeiam a narrativa. Civil também brilha ao interpretar Alexandre, um homem dividido entre sua missão profissional e o envolvimento emocional que nasce dentro da comunidade - a química entre os dois é palpável, e suas interações refletem a tensão entre "dever e desejo" a cada cena. Outro fator que ajuda a construir essa atmosfera de dualidade é a fotografia de Julien Hirsch (de "Lady Chatterley") - ao capturar as paisagens naturais da "ZAD", ele reforça tanto a beleza quanto a fragilidade do local. Os ambientes densos e isolados simbolizam a resistência dos ativistas e a pressão crescente que eles enfrentam, enquanto a escolha de cores mais naturalistas e uma iluminação suave complementam o tom intimista da narrativa. Repare como essa estética acentua os momentos de silêncio e reflexão, intensificando o impacto da história.

O foco na construção emocional e nas nuances dos personagens é um ponto relevante do trabalho de Cogitore, por outro lado essa identidade mais autoral impacta no ritmo e isso pode desgarrar alguns - e também pode dar a sensação de que a trama se alonga desnecessariamente em alguns momentos. No entanto, "Une Zone à Défendre" (no original), posso garantir, é uma experiência bastante envolvente especialmente por explorar a dinâmica entre Stella e Alexandre, respeitando a complexidade dos vínculos formados em contextos de conflito e a dificuldade de conciliar afetos com convicções. Realmente um convite para a reflexão sobre a natureza do compromisso e as fronteiras entre o amor e a lealdade por um ideal.

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Uma Bela Manhã

Um filme sobre a vida como ela é - linda, mas cheia de pancadas!

Talvez não tenha maneira mais direta de definir "Uma Bela Manhã", filme dirigido por uma das mais respeitadas cineastas francesas em atividade, Mia Hansen-Løve (de "O Que Está Por Vir"). Seguindo muito seu conceito cinematográfico de retratar a vida cotidiana e suas relações mais particulares, Mia, mais uma vez, lança um olhar dos mais interessantes sobre seus personagens ao mesmo tempo em que se revela disposta a confrontá-los com situações complexas, mas de fácil identificação. Veja, se você está a procura do embate natural das relações ou uma história que segue aquela estrutura mais tradicional, certamente esse filme não é para você. Por outro lado, se estiver disposto a mergulhar em uma narrativa profundamente intima, de uma personagem que tenta encontrar a alegria nas pequenas coisas e na esperança de que tudo vai se encaixar em algum momento, mesmo que para isso tenha que lidar com os tombos da vida e com o tempo que faz questão de mostrar a sua crueldade, você está no lugar certo - mas não será uma jornada fácil (e dependendo do momento em que está passando, será uma jornada dificílima)!

Sandra (Léa Seydoux) é uma jovem viúva que trabalha como tradutora e que cria sozinha sua filha de 8 anos, tendo que lidar com os desafios da maternidade ao mesmo tempo em que cuida de seu pai, Georg Kinsler (Pascal Greggory), um professor de Filosofia aposentado e que já não pode mais se esquivar de uma morte lenta diante de uma doença degenerativa. Enquanto ela embarca com sua família por obstáculos em hospitais e lares de idosos para instalar Georg em um lugar seguro, Sandra se envolve com Clément (Melvil Poupaud), um homem casado e amigo do seu falecido marido. Confira o trailer:

É impossível não olhar para "Un Beau Matin" (no original) e não ficar absolutamente boquiaberto com a performance de Léa Seydoux (de "Azul é a Cor Mais Quente"). Dentro daquela atmosfera tão deprimente quanto humana, Seydoux entrega no olhar, a sua dor - e saiba que o "deprimente" que cito não se vale do estereótipo ou do convencional, mas sim da sensibilidade de entender que longe da fantasia, existe uma batalha diária para lidar com sua própria cruz. E aqui, também é preciso que se diga, o roteiro da própria Mia enaltece essa perspectiva mais introspectiva em um confronto quase visceral entre o que se sente e o que se mostra! É impressionante como essa dualidade alcança tons tão marcantes na maneira como experienciamos o filme - é de sentir uma dor no peito, pelo outro, ou por nós mesmos.

A diretora sabe do tamanho de sua responsabilidade ao basear uma história de quase duas horas apenas na psicologia de seus personagens. Reparem como até mesmo um pedido aparentemente simples de uma ex-aluna de seu pai como “você poderia me passar o e-mail dele?”,  é capaz de levar Sandra às lágrimas. Sim, é um pedido cotidiano, mas o impacto do "comum" é o que move Mia na exploração magistral da condição humana como ninguém. Ela usa gatilhos narrativos perfeitos para discutir a complexidade dos relacionamentos (a dúvida natural de Clément sobre seu casamento, é um ótimo ponto) e das mudanças ao longo do tempo (a relação com sua mãe e sua irmã, e depois com seu pai, exemplificam bem essa provocação).  

A direção de arte de Mila Preli (de "História de um Olhar") é fantástica - reparem como os cenários ajudam a construir a personalidade dos personagens. Já a fotografia do Denis Lenoir (de "Irma Vep") ao mesmo tempo que cria um ambiente sutil e palpável, carrega uma densidade impressionante. O fato é que tecnicamente o filme é tão bom quanto artisticamente, mesmo com seu ar mais independente.  "Uma Bela Manhã" tem mesmo esse olhar sensível sobre a vida, sobre o tempo e sobre os relacionamentos amorosos e familiares, oferecendo uma experiência que certamente irá ressoar muito depois dos créditos finais - principalmente se você for uma pessoa que sofre, que luta, que chora e que se recompõe, que é forte quando necessário, mas frágil quando lhe permitem.

Filmaço!

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Um filme sobre a vida como ela é - linda, mas cheia de pancadas!

Talvez não tenha maneira mais direta de definir "Uma Bela Manhã", filme dirigido por uma das mais respeitadas cineastas francesas em atividade, Mia Hansen-Løve (de "O Que Está Por Vir"). Seguindo muito seu conceito cinematográfico de retratar a vida cotidiana e suas relações mais particulares, Mia, mais uma vez, lança um olhar dos mais interessantes sobre seus personagens ao mesmo tempo em que se revela disposta a confrontá-los com situações complexas, mas de fácil identificação. Veja, se você está a procura do embate natural das relações ou uma história que segue aquela estrutura mais tradicional, certamente esse filme não é para você. Por outro lado, se estiver disposto a mergulhar em uma narrativa profundamente intima, de uma personagem que tenta encontrar a alegria nas pequenas coisas e na esperança de que tudo vai se encaixar em algum momento, mesmo que para isso tenha que lidar com os tombos da vida e com o tempo que faz questão de mostrar a sua crueldade, você está no lugar certo - mas não será uma jornada fácil (e dependendo do momento em que está passando, será uma jornada dificílima)!

Sandra (Léa Seydoux) é uma jovem viúva que trabalha como tradutora e que cria sozinha sua filha de 8 anos, tendo que lidar com os desafios da maternidade ao mesmo tempo em que cuida de seu pai, Georg Kinsler (Pascal Greggory), um professor de Filosofia aposentado e que já não pode mais se esquivar de uma morte lenta diante de uma doença degenerativa. Enquanto ela embarca com sua família por obstáculos em hospitais e lares de idosos para instalar Georg em um lugar seguro, Sandra se envolve com Clément (Melvil Poupaud), um homem casado e amigo do seu falecido marido. Confira o trailer:

É impossível não olhar para "Un Beau Matin" (no original) e não ficar absolutamente boquiaberto com a performance de Léa Seydoux (de "Azul é a Cor Mais Quente"). Dentro daquela atmosfera tão deprimente quanto humana, Seydoux entrega no olhar, a sua dor - e saiba que o "deprimente" que cito não se vale do estereótipo ou do convencional, mas sim da sensibilidade de entender que longe da fantasia, existe uma batalha diária para lidar com sua própria cruz. E aqui, também é preciso que se diga, o roteiro da própria Mia enaltece essa perspectiva mais introspectiva em um confronto quase visceral entre o que se sente e o que se mostra! É impressionante como essa dualidade alcança tons tão marcantes na maneira como experienciamos o filme - é de sentir uma dor no peito, pelo outro, ou por nós mesmos.

A diretora sabe do tamanho de sua responsabilidade ao basear uma história de quase duas horas apenas na psicologia de seus personagens. Reparem como até mesmo um pedido aparentemente simples de uma ex-aluna de seu pai como “você poderia me passar o e-mail dele?”,  é capaz de levar Sandra às lágrimas. Sim, é um pedido cotidiano, mas o impacto do "comum" é o que move Mia na exploração magistral da condição humana como ninguém. Ela usa gatilhos narrativos perfeitos para discutir a complexidade dos relacionamentos (a dúvida natural de Clément sobre seu casamento, é um ótimo ponto) e das mudanças ao longo do tempo (a relação com sua mãe e sua irmã, e depois com seu pai, exemplificam bem essa provocação).  

A direção de arte de Mila Preli (de "História de um Olhar") é fantástica - reparem como os cenários ajudam a construir a personalidade dos personagens. Já a fotografia do Denis Lenoir (de "Irma Vep") ao mesmo tempo que cria um ambiente sutil e palpável, carrega uma densidade impressionante. O fato é que tecnicamente o filme é tão bom quanto artisticamente, mesmo com seu ar mais independente.  "Uma Bela Manhã" tem mesmo esse olhar sensível sobre a vida, sobre o tempo e sobre os relacionamentos amorosos e familiares, oferecendo uma experiência que certamente irá ressoar muito depois dos créditos finais - principalmente se você for uma pessoa que sofre, que luta, que chora e que se recompõe, que é forte quando necessário, mas frágil quando lhe permitem.

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Uma Mulher Fantástica

"A Fantastic Woman" (título original) foi o último filme que esteve na disputa do Oscar de Filme Estrangeiro 2018 que assisti na época. Baseado nisso, foi tranquilo afirmar que nem de longe era o melhor filme da disputa, mas que, por outro lado, era impossível negar sua relevância como tema, bem como a qualidade da sua realização, tanto técnica, quanto artística!

"Uma Mulher Fantástica", escrito e dirigido pelo Sebastián Lelio, conta a história de Marina Vidal (Daniela Vega), uma mulher trans, que se vê diante da raiva e do preconceito da família do seu parceiro quando ele morre. O filme mostra sua luta pelo direito de sofrer, com a mesma energia que ela lutou para viver como uma mulher em um sociedade extremamente machista e preconceituosa! 

Daniela Vega está realmente incrível no papel - dá para sentir suas dores e angústias, e esse é o maior mérito do filme, pela força do texto, ao mesmo tempo pela delicadeza da direção. "Loveless"do Andrey Zvyagintsev (de "Leviatã"), também tinha isso, mas com um roteiro, na minha opinião, ainda mais consistente.

Vale play, claro, mas não espere assistir o filme da sua vida como muita gente falou, embora, para muitos tocará na alma!

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"A Fantastic Woman" (título original) foi o último filme que esteve na disputa do Oscar de Filme Estrangeiro 2018 que assisti na época. Baseado nisso, foi tranquilo afirmar que nem de longe era o melhor filme da disputa, mas que, por outro lado, era impossível negar sua relevância como tema, bem como a qualidade da sua realização, tanto técnica, quanto artística!

"Uma Mulher Fantástica", escrito e dirigido pelo Sebastián Lelio, conta a história de Marina Vidal (Daniela Vega), uma mulher trans, que se vê diante da raiva e do preconceito da família do seu parceiro quando ele morre. O filme mostra sua luta pelo direito de sofrer, com a mesma energia que ela lutou para viver como uma mulher em um sociedade extremamente machista e preconceituosa! 

Daniela Vega está realmente incrível no papel - dá para sentir suas dores e angústias, e esse é o maior mérito do filme, pela força do texto, ao mesmo tempo pela delicadeza da direção. "Loveless"do Andrey Zvyagintsev (de "Leviatã"), também tinha isso, mas com um roteiro, na minha opinião, ainda mais consistente.

Vale play, claro, mas não espere assistir o filme da sua vida como muita gente falou, embora, para muitos tocará na alma!

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Uma Prova de Amor

Até onde pode ir o amor de uma mãe? 

Sem a menor dúvida, "Uma Prova de Amor" vai, no mínimo, te fazer refletir sobre essa questão - e não será muito fácil tirar uma conclusão. Como um bom drama deve ser, essa produção de 2009 segue a cartilha do gênero ao pé da letra, ou seja, em uma jornada nada tranquila, você vai rir, se apaixonar, se irritar, se emocionar e ainda assim vai demorar alguns segundos para se levantar depois que o créditos começarem a subir.

Anna Fitzgerald (Abigail Breslin - a simpática garotinha de "Little Miss Sunshine") foi concebida com o único intuito de ajudar a salvar sua irmã doente, Kate (Sofia Vassilieva). Em pouco tempo, Anna foi submetida a muitas doações, procedimentos extremamente invasivos, cirurgias, enfim, tudo para ajudar sua irmã. Cansada e disposta a ter uma vida normal, ela resolve levar seus pais para o tribunal afim de evitar uma doação de rim e assim conseguir o que seu advogado, Campbell Alexander (Alec Baldwin), definiu como "emancipação médica". Confira o trailer:

Embora a sinopse dê a entender que estamos diante de uma história onde o conflito principal seria decidido em um tribunal, posso garantir que "Uma Prova de Amor" vai muito além do sensacionalismo que o roteiro poderia criar em cima dessa premissa - mesmo tendo todos os elementos para fazer de "This is Us" um episódio da "Galinha Pintadinha". O diretor Nick Cassavetes (o mesmo de "Diário de uma Paixão") foi muito inteligente em construir uma dinâmica narrativa não-linear para a trama, fazendo com que toda questão judicial ficasse em segundo plano, priorizando assim a história de Kate e como sua condição impactou sua família em vários momentos - e aqui completo: inclusive nos momentos bons.

Veja, mesmo trazendo para discussão assuntos delicados e que exigem uma certa coragem para expo-los, Cassavetes não se aprofunda em nenhum deles com uma força desproporcional e impactante como no caso de "Alabama Monroe", por exemplo. Essa visão propositalmente superficial dá um tom fragmentado como se estivéssemos revisitando nossa memória, mas ao mesmo tempo suaviza o impacto emocional da trama - não que ele não exista, mas pelo menos temos tempo de nos recuperar entre um golpe e outro.

Abigail Breslin e Sofia Vassilieva criam uma relação incrível pela idade das duas atrizes - maduras, elas se comunicam com os olhos e isso é lindo. Cameron Diaz também vai muito bem e conduz perfeitamente o propósito do roteiro de coloca-la como antagonista, mesmo sendo a peça-chave da família e de toda aquela sensação que mistura nostalgia com dor - muito bem explorada pelo diretor de fotografia Caleb Deschanel (indicado a 6 Oscars, o último por "Nunca Deixe de Lembrar" em 2019). É como se estivéssemos assistindo uma espécie de "álbum de família" com direito a cenas felizes feitas em câmera lenta com uma música sentimental ao fundo.

Baseado no romance de Jodi Picoult, "Uma Prova de Amor" é um filme lindo em todos os aspectos - que será inesquecível para alguns, e apenas um bom entretenimento para outros, porém para ambos, ficará a certeza de que uma boa história, mesmo difícil de se adaptar, pode trazer uma narrativa cheia de sensibilidade e emoção sem se tornar, em nenhum momento, apelativa ou expositiva demais!

Vale seu play!

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Até onde pode ir o amor de uma mãe? 

Sem a menor dúvida, "Uma Prova de Amor" vai, no mínimo, te fazer refletir sobre essa questão - e não será muito fácil tirar uma conclusão. Como um bom drama deve ser, essa produção de 2009 segue a cartilha do gênero ao pé da letra, ou seja, em uma jornada nada tranquila, você vai rir, se apaixonar, se irritar, se emocionar e ainda assim vai demorar alguns segundos para se levantar depois que o créditos começarem a subir.

Anna Fitzgerald (Abigail Breslin - a simpática garotinha de "Little Miss Sunshine") foi concebida com o único intuito de ajudar a salvar sua irmã doente, Kate (Sofia Vassilieva). Em pouco tempo, Anna foi submetida a muitas doações, procedimentos extremamente invasivos, cirurgias, enfim, tudo para ajudar sua irmã. Cansada e disposta a ter uma vida normal, ela resolve levar seus pais para o tribunal afim de evitar uma doação de rim e assim conseguir o que seu advogado, Campbell Alexander (Alec Baldwin), definiu como "emancipação médica". Confira o trailer:

Embora a sinopse dê a entender que estamos diante de uma história onde o conflito principal seria decidido em um tribunal, posso garantir que "Uma Prova de Amor" vai muito além do sensacionalismo que o roteiro poderia criar em cima dessa premissa - mesmo tendo todos os elementos para fazer de "This is Us" um episódio da "Galinha Pintadinha". O diretor Nick Cassavetes (o mesmo de "Diário de uma Paixão") foi muito inteligente em construir uma dinâmica narrativa não-linear para a trama, fazendo com que toda questão judicial ficasse em segundo plano, priorizando assim a história de Kate e como sua condição impactou sua família em vários momentos - e aqui completo: inclusive nos momentos bons.

Veja, mesmo trazendo para discussão assuntos delicados e que exigem uma certa coragem para expo-los, Cassavetes não se aprofunda em nenhum deles com uma força desproporcional e impactante como no caso de "Alabama Monroe", por exemplo. Essa visão propositalmente superficial dá um tom fragmentado como se estivéssemos revisitando nossa memória, mas ao mesmo tempo suaviza o impacto emocional da trama - não que ele não exista, mas pelo menos temos tempo de nos recuperar entre um golpe e outro.

Abigail Breslin e Sofia Vassilieva criam uma relação incrível pela idade das duas atrizes - maduras, elas se comunicam com os olhos e isso é lindo. Cameron Diaz também vai muito bem e conduz perfeitamente o propósito do roteiro de coloca-la como antagonista, mesmo sendo a peça-chave da família e de toda aquela sensação que mistura nostalgia com dor - muito bem explorada pelo diretor de fotografia Caleb Deschanel (indicado a 6 Oscars, o último por "Nunca Deixe de Lembrar" em 2019). É como se estivéssemos assistindo uma espécie de "álbum de família" com direito a cenas felizes feitas em câmera lenta com uma música sentimental ao fundo.

Baseado no romance de Jodi Picoult, "Uma Prova de Amor" é um filme lindo em todos os aspectos - que será inesquecível para alguns, e apenas um bom entretenimento para outros, porém para ambos, ficará a certeza de que uma boa história, mesmo difícil de se adaptar, pode trazer uma narrativa cheia de sensibilidade e emoção sem se tornar, em nenhum momento, apelativa ou expositiva demais!

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