Quando eu era criança meu desenho favorito era a "Liga da Justiça" (mesmo com o Irmãos Gêmeos...rs). Na época era muito difícil encontrar uma animação da Marvel - única excessão era o Homem-Aranha e olhe lá. Thor, Homem de Ferro eram ótimos tbm, mas muito difícil de acompanhar, pois as temporadas eram curtas, quase cults (pelo formato e raridade de encontrar na TV). Com o sucesso da Marvel e o desespero da DC em se estabelecer, vimos uma série de bobagens no cinema recente de heróis (impossível não lembrar do "Martha?" de Batman vs Superman ou até da "Liga da Justiça"). Bem, assisti um longa-metragem de animação da DC chamado "A Morte do Superman" dirigido pelo Jake Castorina e pelo Sam Liu, e olha, fiquei impressionado com a qualidade do roteiro!
Na história, um monstro gigantesco batizado de Doomsday surge do mundo subterrâneo para começar uma destruição em massa na cidade de Metrópoles. A Liga da Justiça precisa intervir imediatamente, mas parece que só os poderes do Super-Homem são compatíveis com o do terrível monstro. Em uma luta mortal, o destino do super-herói torna-se incerto. Veja o trailer:
Para começar, o conceito da animação é totalmente retrô, modernizada apenas no visual do universo; mas o ponto forte é mesmo o roteiro e não tem como não se perguntar: Por que não usaram esse roteiro no universo live action para estabelecer a Liga da Justiça no UDC? É uma questão de um ou outro ajuste, cortar ou adaptar algumas sequências e só! A animação em o equilíbrio certo entre alívio cômico e ação, sem apelar para o óbvio!! E aqui vai um comentário que sempre repito sobre a DC: não adianta forçar, o Universo DC é muito mais "sombrio" e/ou "Fantástico" que o da Marvel - não cabe tanta piadinha; que aliás no último Thor passou dos limites em muito, só faltou o Hulk usar um boné para trás e cantar rap (um lixo para composição de personagens, chega a ser patético), embora o filme tenha sido até divertido por ser tão despretensioso.
Pois bem, voltando a "The Death of Superman": o filme é simples, direto, bem construído, com um começo/meio/fim que faz sentido e um arco maior muito mais forte e inteligente do que qualquer filme da DC já feito até aqui. Vale muito a pena, tem muito (mas muito) dos quadrinhos e chega dar um fio de esperança que as coisas podem melhorar se os roteiristas e produtores entenderem que a DC já tem um identidade estabelecida e que, mesmo atrasada, sua mitologia é muito bacana!!!
Para quem gosta do gênero, com uma animação mais "raiz"; imperdível!!!!
Quando eu era criança meu desenho favorito era a "Liga da Justiça" (mesmo com o Irmãos Gêmeos...rs). Na época era muito difícil encontrar uma animação da Marvel - única excessão era o Homem-Aranha e olhe lá. Thor, Homem de Ferro eram ótimos tbm, mas muito difícil de acompanhar, pois as temporadas eram curtas, quase cults (pelo formato e raridade de encontrar na TV). Com o sucesso da Marvel e o desespero da DC em se estabelecer, vimos uma série de bobagens no cinema recente de heróis (impossível não lembrar do "Martha?" de Batman vs Superman ou até da "Liga da Justiça"). Bem, assisti um longa-metragem de animação da DC chamado "A Morte do Superman" dirigido pelo Jake Castorina e pelo Sam Liu, e olha, fiquei impressionado com a qualidade do roteiro!
Na história, um monstro gigantesco batizado de Doomsday surge do mundo subterrâneo para começar uma destruição em massa na cidade de Metrópoles. A Liga da Justiça precisa intervir imediatamente, mas parece que só os poderes do Super-Homem são compatíveis com o do terrível monstro. Em uma luta mortal, o destino do super-herói torna-se incerto. Veja o trailer:
Para começar, o conceito da animação é totalmente retrô, modernizada apenas no visual do universo; mas o ponto forte é mesmo o roteiro e não tem como não se perguntar: Por que não usaram esse roteiro no universo live action para estabelecer a Liga da Justiça no UDC? É uma questão de um ou outro ajuste, cortar ou adaptar algumas sequências e só! A animação em o equilíbrio certo entre alívio cômico e ação, sem apelar para o óbvio!! E aqui vai um comentário que sempre repito sobre a DC: não adianta forçar, o Universo DC é muito mais "sombrio" e/ou "Fantástico" que o da Marvel - não cabe tanta piadinha; que aliás no último Thor passou dos limites em muito, só faltou o Hulk usar um boné para trás e cantar rap (um lixo para composição de personagens, chega a ser patético), embora o filme tenha sido até divertido por ser tão despretensioso.
Pois bem, voltando a "The Death of Superman": o filme é simples, direto, bem construído, com um começo/meio/fim que faz sentido e um arco maior muito mais forte e inteligente do que qualquer filme da DC já feito até aqui. Vale muito a pena, tem muito (mas muito) dos quadrinhos e chega dar um fio de esperança que as coisas podem melhorar se os roteiristas e produtores entenderem que a DC já tem um identidade estabelecida e que, mesmo atrasada, sua mitologia é muito bacana!!!
Para quem gosta do gênero, com uma animação mais "raiz"; imperdível!!!!
Mesmo com algumas críticas, eu te garanto: "Adão Negro" é um ótimo filme de herói - daqueles bem realizados, com boas cenas de ação, uma história descomplicada e um personagem para lá de cativante (muito mérito do The Rock, diga-se de passagem)! Seu único "problema" é que ele não parece um filme da DC, ele é uma cópia descarada da cartilha da Marvel - então não espere aquele belíssimo visual mais sombrio (e requintado) dos tempos de Snyder e muito menos o refinamento e a densidade narrativa de "The Batman" ou de "Coringa".
Alter ego de Teth-Adam e filho do faraó Ramsés II, "Adão Negro" conta a história de origem do anti-herói que foi consumido por poderes mágicos e transformado em um feiticeiro com habilidades inimagináveis com um forte sentimento de vingança. Campeão de Kahndaq que combateu a escravidão para salvar seu povo na Antiguidade, Adam é libertado por caçadores de relíquias no Oriente Médio após mais de 5.000 anos e agora precisa encontrar o seu verdadeiro caminho, além de impor o seu senso de justiça perante um mundo onde a humanidade está à beira do caos. Confira o trailer:
Embora descartado da primeira fase do que tende a ser uma nova era no Universo DC no cinema e no streaming, "Adão Negro" cumpre o seu papel como entretenimento e ganha uma sobrevida para um futuro retorno em melhores condições, digamos, de planejamento. Dinâmico e mais equilibrado que muitos dos últimos filmes da Marvel, incluindo "Thor: Amor e Trovão", o filme dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra (de "Jungle Cruise" e "Águas Rasas") tem o mérito de mexer com a nossa curiosidade ao apresentar um personagem com potencial de encarar ícones da cultura pop como o próprio Super-Homem, afinal sua super força, sua velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios são a maior representatividade do que esses personagens míticos podem representar perante os humanos - algo muito bem trabalhado no passado, como vimos em "O Homem de Aço" e "Batman vs Superman: A Origem da Justiça", e que vinha sendo descartado aos poucos.
Ao citar essas duas obras de Zack Snyder e justamente por isso colocar na balança a qualidade cinematográfica do filme de Collet-Serra, percebemos um outro nível de experiência (inferior, claro); no entanto os elementos narrativos testados e aprovados pelo MCU estão lá e isso faz com que "Adão Negro" mais acerte do que erre como filme de gênero, mesmo que aquela incômoda sensação de "já vi isso em algum lugar" nos acompanhe durante toda a jornada - o dispensável arco de apresentação da Sociedade da Justiça e de seus membros são um bom exemplo disso: tem um Senhor Destino que parece o Doutor Estranho, um Esmaga-Átomo que é a "cara" do Homem-Formiga com um toque de "Homem-Aranha", sem falar no Pantera, digo Gavião Negro, e até aquele QG com nave espacial e tudo, ao melhor estilo "X-Men".
Se a cena pós-crédito de "Liga da Justiça"(o "Snyder Cut", óbvio) nos encheu de esperança, eu diria que a de "Adão Negro" foi capaz de definir exatamente o que um verdadeiro fã de HQ imaginou durante muitos anos. Pena que o atual "todo poderoso da DC" já disse que aquilo não vai acontecer exatamente como nos foi apresentado (e aqui vou te poupar de spolers - você vai entender rapidamente quando assistir), mas é inegável que "Adão Negro" prova que a pancadaria muitas vezes se justifica como escolha narrativa e que a profundidade dos personagens e suas cruzadas mais íntimas não necessariamente precisam conviver em harmonia em todo projeto, desde que, claro, a identidade tenha solidez, o conceito seja respeitado e que a construção do Universo se mantenha coerente com a proposta como um todo.
"Adão Negro" vale sim o seu play, mesmo com as derrapadas cômicas que não se encaixam na DC, mas que tanta gente adora que nem a cópia vai incomodar!
Mesmo com algumas críticas, eu te garanto: "Adão Negro" é um ótimo filme de herói - daqueles bem realizados, com boas cenas de ação, uma história descomplicada e um personagem para lá de cativante (muito mérito do The Rock, diga-se de passagem)! Seu único "problema" é que ele não parece um filme da DC, ele é uma cópia descarada da cartilha da Marvel - então não espere aquele belíssimo visual mais sombrio (e requintado) dos tempos de Snyder e muito menos o refinamento e a densidade narrativa de "The Batman" ou de "Coringa".
Alter ego de Teth-Adam e filho do faraó Ramsés II, "Adão Negro" conta a história de origem do anti-herói que foi consumido por poderes mágicos e transformado em um feiticeiro com habilidades inimagináveis com um forte sentimento de vingança. Campeão de Kahndaq que combateu a escravidão para salvar seu povo na Antiguidade, Adam é libertado por caçadores de relíquias no Oriente Médio após mais de 5.000 anos e agora precisa encontrar o seu verdadeiro caminho, além de impor o seu senso de justiça perante um mundo onde a humanidade está à beira do caos. Confira o trailer:
Embora descartado da primeira fase do que tende a ser uma nova era no Universo DC no cinema e no streaming, "Adão Negro" cumpre o seu papel como entretenimento e ganha uma sobrevida para um futuro retorno em melhores condições, digamos, de planejamento. Dinâmico e mais equilibrado que muitos dos últimos filmes da Marvel, incluindo "Thor: Amor e Trovão", o filme dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra (de "Jungle Cruise" e "Águas Rasas") tem o mérito de mexer com a nossa curiosidade ao apresentar um personagem com potencial de encarar ícones da cultura pop como o próprio Super-Homem, afinal sua super força, sua velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios são a maior representatividade do que esses personagens míticos podem representar perante os humanos - algo muito bem trabalhado no passado, como vimos em "O Homem de Aço" e "Batman vs Superman: A Origem da Justiça", e que vinha sendo descartado aos poucos.
Ao citar essas duas obras de Zack Snyder e justamente por isso colocar na balança a qualidade cinematográfica do filme de Collet-Serra, percebemos um outro nível de experiência (inferior, claro); no entanto os elementos narrativos testados e aprovados pelo MCU estão lá e isso faz com que "Adão Negro" mais acerte do que erre como filme de gênero, mesmo que aquela incômoda sensação de "já vi isso em algum lugar" nos acompanhe durante toda a jornada - o dispensável arco de apresentação da Sociedade da Justiça e de seus membros são um bom exemplo disso: tem um Senhor Destino que parece o Doutor Estranho, um Esmaga-Átomo que é a "cara" do Homem-Formiga com um toque de "Homem-Aranha", sem falar no Pantera, digo Gavião Negro, e até aquele QG com nave espacial e tudo, ao melhor estilo "X-Men".
Se a cena pós-crédito de "Liga da Justiça"(o "Snyder Cut", óbvio) nos encheu de esperança, eu diria que a de "Adão Negro" foi capaz de definir exatamente o que um verdadeiro fã de HQ imaginou durante muitos anos. Pena que o atual "todo poderoso da DC" já disse que aquilo não vai acontecer exatamente como nos foi apresentado (e aqui vou te poupar de spolers - você vai entender rapidamente quando assistir), mas é inegável que "Adão Negro" prova que a pancadaria muitas vezes se justifica como escolha narrativa e que a profundidade dos personagens e suas cruzadas mais íntimas não necessariamente precisam conviver em harmonia em todo projeto, desde que, claro, a identidade tenha solidez, o conceito seja respeitado e que a construção do Universo se mantenha coerente com a proposta como um todo.
"Adão Negro" vale sim o seu play, mesmo com as derrapadas cômicas que não se encaixam na DC, mas que tanta gente adora que nem a cópia vai incomodar!
"Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" não é o tipo de filme de herói que me agrada, mas é preciso reconhecer que existe um público enorme que até prefere essemood mais suave e descompromissado do que algo mais denso com as discussões filosóficas que o Zack Snyder estava propondo para o DCU. Quando analisei"Coringa" escrevi o seguinte comentário: "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA".
Pois bem, o sucesso de "Coringa" é indiscutível, com o público e com a crítica, e mesmo assim a DC ainda volta no tempo e ainda luta para se afirmar como selo! "Aves de Rapina", por exemplo, fica em cima do muro: tem muito do que eu acreditava que a DC deveria deixar de lado para fortalecer sua identidade, mas também foi muito elogiada pela forma como a história foi contada, mesmo com um roteiro infantilizado (infelizmente) - embora o filme tenha muita ação e não esconde a violência, o universo de "Aves de Rapina" é muito mais próximo de "Esquadrão Suicida" - que sempre foi tido como um fracasso que deveria ser esquecido - do que aquele de "Coringa", trazendo um look menos sombrio e com personagens coadjuvantes muito mais engraçadinhos do que bem desenvolvidos - ou seja, a DC assume a violência, mas não pesa na mão quando o assunto é se aprofundar na história e nas motivações dos personagens. A mensagem que fica é essa: "só assista o filme e se divirta!" - e eu complemento: "por sua conta e risco, claro!"
O filme passa rapidamente pela história de Harleen Quinzel, desde criança, até conhecer o Sr. C (aquele "Coringa Rapper" do Jared Leto e não aquele Coringa genial do Joaquin Phoenix) - as inserções gráficas já nos posicionam sobre o tom do filme, inclusive. Assim que restabelece a personagem Arlequina com uma premissa pseudo-dramática sobre o término do seu relacionamento com o Coringa, começa uma corrida (desesperada) para construir algumas situações que possam justificar a criação do grupo que dá nome ao filme: "Aves de Rapina"; e mesmo o roteiro sendo inteligente na apresentação de cada uma das personagens: Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Renee Montoya (Rosie Perez) e Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), quebrando muitas vezes a linearidade do tempo, as motivações de cada uma delas, são tão superficiais e batidas que refletem até em um personagem que tinha tudo para ser assustador ao melhor estilo Hannibal Lecter, o Máscara Negra (Ewan McGregor), mas que acaba soando como um garoto mimado que se irrita quando ele acha que alguém "está rindo da cara dele" (sim, existe essa cena no filme)!
Como é possível observar no trailer, e talvez por isso criou-se uma expectativa enorme sobre o seu lançamento, a novata diretora Cathy Yan assume a violência nua e crua em cenas de lutas extremamente bem coreografadas ao melhor estilo Demolidor (Netflix) na tentativa explícita de empoderar suas personagens femininas - e ela consegue cumprir sua missão com louvor. O balé da ação por trás das habilidades circenses de Arlequina pode não ter a mesma tensão e potência como em "Esquadrão Suicida", mas continua com aquele enorme carisma graças ao excelente trabalho da Margot Robbie - ela funciona tanto nas cenas mais dramáticas, quando nas escrachadas. A precisão cirúrgica da Caçadora e a habilidade natural de Renee Montoya estão muito bem justificadas e completamente dentro do contexto do filme, apenas o poder da Canário Negro que cai de para-quedas e ninguém nunca mais toca no assunto - é quase como se sua habilidade fosse a luta de rua e não a força de sua voz!
A partir daqui peço licença para refletir sobre as escolhas da DC, sem clubismo: "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" tem o seu mérito como subproduto da DC, mas o que me incomodou novamente, e isso não deve influenciar no gosto pessoal de ninguém, foi a falta de planejamento da DC, já que ela está tentando reconstruir seu Universo depois de algumas bobagens. Se houve um acerto tão claro e reconhecido como "Coringa" e mesmo que a proposta dos produtos sejam completamente diferentes (e são!), não se pode esquecer dos pontos de convergência entre as histórias, afinal ambas se passam em Gotham, por exemplo: então por que é tudo tão diferente? Os anos passaram entre uma história e outra, claro, mas houve algum reflexo na cidade, nos personagens? Nada é falado... Tudo fica ainda mais confuso quando os executivos vem à público dizer que o filme é independente - mas meu amigo, existem várias referências ao (para muitos) desastroso primeiro "Esquadrão Suicida" e nenhuma sobre o novo Universo DC... cadê a coerência?
"Aves de Rapina" pode ser um acerto para quem entende que existe uma dinâmica diferente entre as obras e um distanciamento natural entre as histórias, que a liberdade artística pode influenciar no resultado individual, mas nunca como um todo e que a forma como está sendo pensado e criado o novo DCU é só para um ou outro selo da marca, com os personagens principais e tal... Não sei, para mim não convenceu, mas, como reforço, essa é só a minha opinião!
Se você gosta de filmes de ação, cheio de piadas e com alguma referência aos quadrinhos, é possível que você se divirta com "Aves de Rapina", se você espera um filmaço como "Coringa" nem perca seu tempo!
"Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" não é o tipo de filme de herói que me agrada, mas é preciso reconhecer que existe um público enorme que até prefere essemood mais suave e descompromissado do que algo mais denso com as discussões filosóficas que o Zack Snyder estava propondo para o DCU. Quando analisei"Coringa" escrevi o seguinte comentário: "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA".
Pois bem, o sucesso de "Coringa" é indiscutível, com o público e com a crítica, e mesmo assim a DC ainda volta no tempo e ainda luta para se afirmar como selo! "Aves de Rapina", por exemplo, fica em cima do muro: tem muito do que eu acreditava que a DC deveria deixar de lado para fortalecer sua identidade, mas também foi muito elogiada pela forma como a história foi contada, mesmo com um roteiro infantilizado (infelizmente) - embora o filme tenha muita ação e não esconde a violência, o universo de "Aves de Rapina" é muito mais próximo de "Esquadrão Suicida" - que sempre foi tido como um fracasso que deveria ser esquecido - do que aquele de "Coringa", trazendo um look menos sombrio e com personagens coadjuvantes muito mais engraçadinhos do que bem desenvolvidos - ou seja, a DC assume a violência, mas não pesa na mão quando o assunto é se aprofundar na história e nas motivações dos personagens. A mensagem que fica é essa: "só assista o filme e se divirta!" - e eu complemento: "por sua conta e risco, claro!"
O filme passa rapidamente pela história de Harleen Quinzel, desde criança, até conhecer o Sr. C (aquele "Coringa Rapper" do Jared Leto e não aquele Coringa genial do Joaquin Phoenix) - as inserções gráficas já nos posicionam sobre o tom do filme, inclusive. Assim que restabelece a personagem Arlequina com uma premissa pseudo-dramática sobre o término do seu relacionamento com o Coringa, começa uma corrida (desesperada) para construir algumas situações que possam justificar a criação do grupo que dá nome ao filme: "Aves de Rapina"; e mesmo o roteiro sendo inteligente na apresentação de cada uma das personagens: Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Renee Montoya (Rosie Perez) e Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), quebrando muitas vezes a linearidade do tempo, as motivações de cada uma delas, são tão superficiais e batidas que refletem até em um personagem que tinha tudo para ser assustador ao melhor estilo Hannibal Lecter, o Máscara Negra (Ewan McGregor), mas que acaba soando como um garoto mimado que se irrita quando ele acha que alguém "está rindo da cara dele" (sim, existe essa cena no filme)!
Como é possível observar no trailer, e talvez por isso criou-se uma expectativa enorme sobre o seu lançamento, a novata diretora Cathy Yan assume a violência nua e crua em cenas de lutas extremamente bem coreografadas ao melhor estilo Demolidor (Netflix) na tentativa explícita de empoderar suas personagens femininas - e ela consegue cumprir sua missão com louvor. O balé da ação por trás das habilidades circenses de Arlequina pode não ter a mesma tensão e potência como em "Esquadrão Suicida", mas continua com aquele enorme carisma graças ao excelente trabalho da Margot Robbie - ela funciona tanto nas cenas mais dramáticas, quando nas escrachadas. A precisão cirúrgica da Caçadora e a habilidade natural de Renee Montoya estão muito bem justificadas e completamente dentro do contexto do filme, apenas o poder da Canário Negro que cai de para-quedas e ninguém nunca mais toca no assunto - é quase como se sua habilidade fosse a luta de rua e não a força de sua voz!
A partir daqui peço licença para refletir sobre as escolhas da DC, sem clubismo: "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" tem o seu mérito como subproduto da DC, mas o que me incomodou novamente, e isso não deve influenciar no gosto pessoal de ninguém, foi a falta de planejamento da DC, já que ela está tentando reconstruir seu Universo depois de algumas bobagens. Se houve um acerto tão claro e reconhecido como "Coringa" e mesmo que a proposta dos produtos sejam completamente diferentes (e são!), não se pode esquecer dos pontos de convergência entre as histórias, afinal ambas se passam em Gotham, por exemplo: então por que é tudo tão diferente? Os anos passaram entre uma história e outra, claro, mas houve algum reflexo na cidade, nos personagens? Nada é falado... Tudo fica ainda mais confuso quando os executivos vem à público dizer que o filme é independente - mas meu amigo, existem várias referências ao (para muitos) desastroso primeiro "Esquadrão Suicida" e nenhuma sobre o novo Universo DC... cadê a coerência?
"Aves de Rapina" pode ser um acerto para quem entende que existe uma dinâmica diferente entre as obras e um distanciamento natural entre as histórias, que a liberdade artística pode influenciar no resultado individual, mas nunca como um todo e que a forma como está sendo pensado e criado o novo DCU é só para um ou outro selo da marca, com os personagens principais e tal... Não sei, para mim não convenceu, mas, como reforço, essa é só a minha opinião!
Se você gosta de filmes de ação, cheio de piadas e com alguma referência aos quadrinhos, é possível que você se divirta com "Aves de Rapina", se você espera um filmaço como "Coringa" nem perca seu tempo!
"Batman" é muito bom! Eu diria que é um filme com a identidade de uma DC que a gente, de fato, quer ver! Embora seja um filme longo, com mais de 3 horas de duração, "Batman" é dinâmico na sua proposta narrativa e belíssimo no seu conceito visual. O filme do talentoso Matt Reeves, sem dúvida, tem mais de Nolan do que de Snyder - mas eu vou explicar melhor isso abaixo.
Nos dois anos em que protegeu asruas como Batman (Robert Pattinson), provocando medo no coração dos criminosos, Bruce Wayne mergulhou nas sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados confiáveis – Alfred Pennyworth (Andy Serkis), o comissário James Gordon (Jeffrey Wright); e com uma enorme rede de corrupção, inclusive com personalidades de destaque e muitos policiais da cidade, o vigilante solitário tornou-se a única esperança de vingança entre seus concidadãos. Quando um assassino mira a elite de Gotham com uma série de maquinações sádicas, um rastro de pistas enigmáticas leva Batman, a investigar o submundo da cidade, onde encontra personagens como Selina Kyle, a Mulher-Gato (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot, também conhecido como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton, também conhecido como Charada (Paul Dano). À medida que surgem evidências e as ações do criminoso apontam para uma direção mais clara, Batman precisa forjar novas relações, desmascarar o culpado e trazer justiça para Gotham City, há tanto tempo atormentada pelo abuso de poder e pela corrupção. Confira o trailer:
"Batman" tem um roteiro muito inteligente e foi muito estratégico ao posicionar a história do filme depois de "Coringa"de Todd Phillips, que se passa no inicio dos anos 80, e antes do "Cavaleiro das Trevas" - aqui vou citar como referência a HQ, não desdenhando da versão do Nolan (longe disso), mas apenas porque a trilogia acabou criando um linha temporal própria e se analisada em retrospectiva, muita coisa pode não se encaixar nessa nova visão do herói. Se em "Coringa" Bruce Wayne era apenas uma criança e em "Cavaleiro das Trevas", uma versão mais madura, amargurada e cansada; em "Batman", Wayne ainda é jovem, mas depois de dois anos defendendo Gotham, alguns questionamentos já começam assombrar sua cabeça - aliás, esses questionamentos são poeticamente narrados por Pattinson, com uma Gotham chuvosa de fundo, criando uma atmosfera noir ao melhor estilo Sin City (do também, Frank Miller).
Se em "Cavaleiro da Trevas" tínhamos um vilão sádico, doente, imprevisível e cruel, posso dizer que Paul Dano bebe da mesma fonte com seu "Charada" - sua caracterização e seu modus operandi se encaixam perfeitamente naquele mood escuro e depressivo de Gotham, dando uma conotação de "Jogos Mortais" ao filme e provocando o herói a ser o que ele realmente é: um detetive! O plano do Charada é tão obscuro quanto sua identidade, mas a forma como o roteiro vai arquitetando os fatos é surpreendentemente bom - o inicio do terceiro ato chega a ser épico. Pattinson como Batman também convence, as cenas de ação lembram o melhor daquele primeiro ano inesquecível de "Demolidor" e o espirito perturbador do herói que soa como entidade macabra para os vilões, está ali. O problema é o Bruce Wayne do ator - talvez até pelo pouco tempo de tela, faltou desenvolvimento (que facilmente pode ser resolvido em um futuro próximo).
A fotografia do genial Greig Fraser (de "Duna" e "Lion") trabalha tão bem o contraste entre luz e sombra que mesmo com a escuridão (visual) da noite, conseguimos assistir tudo perfeitamente - uma aula de cinematografia para produções recentes com "Game of Thrones", por exemplo. A trilha sonora de Michael Giacchino (vencedor do Oscar por "Up") é outro espetáculo - as sequências com a versão de "Ave Maria" de Franz Schubert são lindas. Agora uma coisa é fato, tudo isso sem uma direção como a de Matt Reeves cairia no lugar comum e em "Batman" nada está no lugar comum, porque tudo se encaixa perfeitamente - até a armadura e o batmóvel estão incríveis!
"The Batman" (no original) parece entender que o universo sombrio da DC é muito mais interessante do que o amontoado de piadas que só funcionam nos filmes da Marvel. Com "Coringa" nas entrelinhas (prestem muita atenção porque os detalhes estão lá), Reeves dá mais um passo importante para a construção de um universo que, já sabemos, terá uma série do Pinguim (com o mesmo Colin Farrell) na HBO Max. A dúvida que fica é se esse universo pode ser expandido além das fronteiras de Gotham - eu acho que seria um perigo, porque, sinceramente, parece que a DC acertou a mão, mas é melhor não abusar.
"Batman" é muito bom! Eu diria que é um filme com a identidade de uma DC que a gente, de fato, quer ver! Embora seja um filme longo, com mais de 3 horas de duração, "Batman" é dinâmico na sua proposta narrativa e belíssimo no seu conceito visual. O filme do talentoso Matt Reeves, sem dúvida, tem mais de Nolan do que de Snyder - mas eu vou explicar melhor isso abaixo.
Nos dois anos em que protegeu asruas como Batman (Robert Pattinson), provocando medo no coração dos criminosos, Bruce Wayne mergulhou nas sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados confiáveis – Alfred Pennyworth (Andy Serkis), o comissário James Gordon (Jeffrey Wright); e com uma enorme rede de corrupção, inclusive com personalidades de destaque e muitos policiais da cidade, o vigilante solitário tornou-se a única esperança de vingança entre seus concidadãos. Quando um assassino mira a elite de Gotham com uma série de maquinações sádicas, um rastro de pistas enigmáticas leva Batman, a investigar o submundo da cidade, onde encontra personagens como Selina Kyle, a Mulher-Gato (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot, também conhecido como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton, também conhecido como Charada (Paul Dano). À medida que surgem evidências e as ações do criminoso apontam para uma direção mais clara, Batman precisa forjar novas relações, desmascarar o culpado e trazer justiça para Gotham City, há tanto tempo atormentada pelo abuso de poder e pela corrupção. Confira o trailer:
"Batman" tem um roteiro muito inteligente e foi muito estratégico ao posicionar a história do filme depois de "Coringa"de Todd Phillips, que se passa no inicio dos anos 80, e antes do "Cavaleiro das Trevas" - aqui vou citar como referência a HQ, não desdenhando da versão do Nolan (longe disso), mas apenas porque a trilogia acabou criando um linha temporal própria e se analisada em retrospectiva, muita coisa pode não se encaixar nessa nova visão do herói. Se em "Coringa" Bruce Wayne era apenas uma criança e em "Cavaleiro das Trevas", uma versão mais madura, amargurada e cansada; em "Batman", Wayne ainda é jovem, mas depois de dois anos defendendo Gotham, alguns questionamentos já começam assombrar sua cabeça - aliás, esses questionamentos são poeticamente narrados por Pattinson, com uma Gotham chuvosa de fundo, criando uma atmosfera noir ao melhor estilo Sin City (do também, Frank Miller).
Se em "Cavaleiro da Trevas" tínhamos um vilão sádico, doente, imprevisível e cruel, posso dizer que Paul Dano bebe da mesma fonte com seu "Charada" - sua caracterização e seu modus operandi se encaixam perfeitamente naquele mood escuro e depressivo de Gotham, dando uma conotação de "Jogos Mortais" ao filme e provocando o herói a ser o que ele realmente é: um detetive! O plano do Charada é tão obscuro quanto sua identidade, mas a forma como o roteiro vai arquitetando os fatos é surpreendentemente bom - o inicio do terceiro ato chega a ser épico. Pattinson como Batman também convence, as cenas de ação lembram o melhor daquele primeiro ano inesquecível de "Demolidor" e o espirito perturbador do herói que soa como entidade macabra para os vilões, está ali. O problema é o Bruce Wayne do ator - talvez até pelo pouco tempo de tela, faltou desenvolvimento (que facilmente pode ser resolvido em um futuro próximo).
A fotografia do genial Greig Fraser (de "Duna" e "Lion") trabalha tão bem o contraste entre luz e sombra que mesmo com a escuridão (visual) da noite, conseguimos assistir tudo perfeitamente - uma aula de cinematografia para produções recentes com "Game of Thrones", por exemplo. A trilha sonora de Michael Giacchino (vencedor do Oscar por "Up") é outro espetáculo - as sequências com a versão de "Ave Maria" de Franz Schubert são lindas. Agora uma coisa é fato, tudo isso sem uma direção como a de Matt Reeves cairia no lugar comum e em "Batman" nada está no lugar comum, porque tudo se encaixa perfeitamente - até a armadura e o batmóvel estão incríveis!
"The Batman" (no original) parece entender que o universo sombrio da DC é muito mais interessante do que o amontoado de piadas que só funcionam nos filmes da Marvel. Com "Coringa" nas entrelinhas (prestem muita atenção porque os detalhes estão lá), Reeves dá mais um passo importante para a construção de um universo que, já sabemos, terá uma série do Pinguim (com o mesmo Colin Farrell) na HBO Max. A dúvida que fica é se esse universo pode ser expandido além das fronteiras de Gotham - eu acho que seria um perigo, porque, sinceramente, parece que a DC acertou a mão, mas é melhor não abusar.
Se alguém me perguntasse o que eu faria depois de "Coringa" do Todd Phillips e do "Batman"do Matt Reeves, eu responderia tranquilamente: adaptaria "Batman - A Piada Mortal" em live-action - minha única dúvida seria se eu usaria o final que vemos na tela ou de fato mostraria o que aconteceu após a "piada" do Coringa pela mente brilhante de Alan Moore! Dito isso, posso afirmar sem medo de errar que esse filme em animação da DC é simplesmente sensacional, mas, como já é possível imaginar, é também polêmico - já que nem todos vão entender a genialidade do diretor Sam Liu (A Morte do Superman) a partir do roteiro de Brian Azzarello e da HQ de Moore.
Na história acompanhamos um Batman enfurecido procurando o fugitivo Coringa depois de uma ataque covarde à família Gordon com o único intuito de provar sua tese, da maneira mais diabólica, que inocentaria sua própria descendência na loucura. Confira o trailer (em inglês):
"A Piada Mortal" foi lançada em 1988 e rapidamente se tornou um enorme sucesso e referência entre os leitores das HQs do Batman. Depois de assistir uma adaptação tão fiel como "Batman e o Longo dia das Bruxas", eu diria que a DC se superou, pois ela conseguiu expandir ainda mais o universo criado por Moore e ainda honrar a sua obra original sem deixar de lado toda aquela autenticidade e visão criativa.
Veja, se na HQ a Batgirl estava inserida na história somente para alavancar a trama de outros personagens, aqui ela é peça importante na humanização do herói - que casa perfeitamente com o perfil estabelecido por Reeves em "The Batman". Outro ponto alto e muito bem explorado, sem dúvida, é a participação do Coringa - e aqui é impossível não fazer a conexão que citei na apresentação desse review. Brilhantemente interpretado por Mark Hamill (o Luke Skywalker de "Star Wars"), esse Coringa tem o sadismo no olhar, a loucura nos gestos e a inteligência nos discursos como na performance deJoaquin Phoenix - sua última piada é uma resposta simplesmente genial para uma "proposta" (que nunca seria cumprida) do Batman. É lindo de ver (e de imaginar na voz do ator).
Essa animação é basicamente sobre a "loucura". Sabendo que o original de Moore se baseou no livro "A História da Loucura" do sociólogo Michel Foucault, fica clara a preocupação do diretor em explorar cada detalhe da psiquê dos personagens e os gatilhos (ou atitudes) que fariam cada um deles serem classificados como "loucos" dentro de um contexto. São várias passagens, da violência da Batgirl às atitudes do Comissário Gordon e do próprio Batman no final da história - algumas referências nas cenas onde a animação explora o passado do Coringa, embora diferentes do filme de Phillips, na essência transformadora são as mesmas; e muito marcantes!
Visualmente, "A Piada Mortal" não tem a beleza e mood depressivo de "Batman e o Longo dia das Bruxas", mas também está longe de ser simplista. Existe um charme nos traços, principalmente dos personagens - eu só senti falta de uma Gotham mais sombria, opressora, escura. A própria narração da Batgirl no inicio da jornada pontua esse clima menos denso. Resumindo, essa animação consegue mostrar, mais uma vez, a força de um personagem que parece vai ser levado a sério daqui para frente nos cinemas, com um universo rico, cheio de conexões entre passado e presente, e que estão prontos para serem aproveitados - sem se esquecer da reflexão honesta e profunda sobre a diferença ente propósito e loucura.
Vale muito seu play!
Se alguém me perguntasse o que eu faria depois de "Coringa" do Todd Phillips e do "Batman"do Matt Reeves, eu responderia tranquilamente: adaptaria "Batman - A Piada Mortal" em live-action - minha única dúvida seria se eu usaria o final que vemos na tela ou de fato mostraria o que aconteceu após a "piada" do Coringa pela mente brilhante de Alan Moore! Dito isso, posso afirmar sem medo de errar que esse filme em animação da DC é simplesmente sensacional, mas, como já é possível imaginar, é também polêmico - já que nem todos vão entender a genialidade do diretor Sam Liu (A Morte do Superman) a partir do roteiro de Brian Azzarello e da HQ de Moore.
Na história acompanhamos um Batman enfurecido procurando o fugitivo Coringa depois de uma ataque covarde à família Gordon com o único intuito de provar sua tese, da maneira mais diabólica, que inocentaria sua própria descendência na loucura. Confira o trailer (em inglês):
"A Piada Mortal" foi lançada em 1988 e rapidamente se tornou um enorme sucesso e referência entre os leitores das HQs do Batman. Depois de assistir uma adaptação tão fiel como "Batman e o Longo dia das Bruxas", eu diria que a DC se superou, pois ela conseguiu expandir ainda mais o universo criado por Moore e ainda honrar a sua obra original sem deixar de lado toda aquela autenticidade e visão criativa.
Veja, se na HQ a Batgirl estava inserida na história somente para alavancar a trama de outros personagens, aqui ela é peça importante na humanização do herói - que casa perfeitamente com o perfil estabelecido por Reeves em "The Batman". Outro ponto alto e muito bem explorado, sem dúvida, é a participação do Coringa - e aqui é impossível não fazer a conexão que citei na apresentação desse review. Brilhantemente interpretado por Mark Hamill (o Luke Skywalker de "Star Wars"), esse Coringa tem o sadismo no olhar, a loucura nos gestos e a inteligência nos discursos como na performance deJoaquin Phoenix - sua última piada é uma resposta simplesmente genial para uma "proposta" (que nunca seria cumprida) do Batman. É lindo de ver (e de imaginar na voz do ator).
Essa animação é basicamente sobre a "loucura". Sabendo que o original de Moore se baseou no livro "A História da Loucura" do sociólogo Michel Foucault, fica clara a preocupação do diretor em explorar cada detalhe da psiquê dos personagens e os gatilhos (ou atitudes) que fariam cada um deles serem classificados como "loucos" dentro de um contexto. São várias passagens, da violência da Batgirl às atitudes do Comissário Gordon e do próprio Batman no final da história - algumas referências nas cenas onde a animação explora o passado do Coringa, embora diferentes do filme de Phillips, na essência transformadora são as mesmas; e muito marcantes!
Visualmente, "A Piada Mortal" não tem a beleza e mood depressivo de "Batman e o Longo dia das Bruxas", mas também está longe de ser simplista. Existe um charme nos traços, principalmente dos personagens - eu só senti falta de uma Gotham mais sombria, opressora, escura. A própria narração da Batgirl no inicio da jornada pontua esse clima menos denso. Resumindo, essa animação consegue mostrar, mais uma vez, a força de um personagem que parece vai ser levado a sério daqui para frente nos cinemas, com um universo rico, cheio de conexões entre passado e presente, e que estão prontos para serem aproveitados - sem se esquecer da reflexão honesta e profunda sobre a diferença ente propósito e loucura.
Vale muito seu play!
"Batman e o Longo dia das Bruxas" é uma adaptação em duas partes de uma série de HQs deJeph Loeb eTim Sale, publicadas entre os anos de 1996 e 1997. O interessante dessa animação é que muito do momento do herói, o clima completamente noir e alguns personagens não tão conhecidos do grande público, também estarão no filme "The Batman" do Matt Reeves - é o caso, por exemplo, do mafioso Carmine Falcone.
Aliás, nessa primeira parte da adaptação, enquanto Batman, o capitão Jim Gordon e o promotor público Harvey Dent (ainda sem se transformar no "Duas Caras", mas com ótimas sacadas do que o personagem pode vir a ser) trabalham lado a lado para eliminar com as atividades ilegais de Falcone em Gotham, porém uma série de assassinatos misteriosos que acontecem apenas nos feriados e que parecem estar vinculados ao mundo da máfia, passam a chamar atenção do herói que agora também precisa lidar com o desconhecido. Confira o trailer:
Veja, se você leu "Batman e o Longo dia das Bruxas" a sensação de assistir a animação será basicamente a mesma - o que faz alguns fãs vibrarem e outros não se interessarem pela mesma obra só que em uma nova mídia. O fato é que o diretor Chris Palmer (de "Superman: O Homem do Amanhã") conseguiu, com a ajuda do roteirista Tim Sheridan, replicar o conceito narrativo e visual da HQ e ainda criar uma dinâmica cinematográfica repleta de mistério e drama - essa é uma característica muito particular da história que funciona perfeitamente na HQ, mas que acaba prejudicando um pouco a experiência na animação por que falta ação - e é até importante que se diga que esse Batman não é um herói maduro, ele soa estar no começo de sua jornada, tentando encontrar um equilíbrio e entendendo que, para realmente livrar a cidade do crime, ele precisará desenvolver suas habilidades como detetive e nem sempre sair para o embate fisico.
O elenco conta com Josh Duhamel (como Harvey Dent), Billy Burke (como Comissário Gordon), Jensen Ackles (como Batman), Naya Rivera (como Mulher Gato) e Troy Baker (como Coringa). Todos fizeram um competente trabalho, sem ter nenhum tipo de descompasso entre a voz e seus personagens, mas não tem como não referenciar Jensen Ackles - certamente uma das vozes mais consistentes que já tiveram a oportunidade de dublar o homem-morcego.
Esteticamente "Batman e o Longo dia das Bruxas" é lindo, com uma técnica 2D e um traço bem particular, funciona como uma HQ em movimento - as cenas em que Gotham é o cenário, com sua profunda escuridão, um certo brilho de neon e a chuva na contra-luz, olha, deslumbrante. Com relação a jornada, ela é de fato bastante imersiva e traz um mistério que realmente nos provoca - obviamente se você nunca leu a história isso vai ser ainda mais impactante. A fidelidade ao material original traz mais acertos do que erros e o que vemos ao final dessa primeira parte só nos faz querer assistir a segunda o quanto antes.
Para você que gosta de filmes de herói, mas com um roteiro um pouco mais profundo e até provocador, tenho certeza que o play será diversão na certa!
"Batman e o Longo dia das Bruxas" é uma adaptação em duas partes de uma série de HQs deJeph Loeb eTim Sale, publicadas entre os anos de 1996 e 1997. O interessante dessa animação é que muito do momento do herói, o clima completamente noir e alguns personagens não tão conhecidos do grande público, também estarão no filme "The Batman" do Matt Reeves - é o caso, por exemplo, do mafioso Carmine Falcone.
Aliás, nessa primeira parte da adaptação, enquanto Batman, o capitão Jim Gordon e o promotor público Harvey Dent (ainda sem se transformar no "Duas Caras", mas com ótimas sacadas do que o personagem pode vir a ser) trabalham lado a lado para eliminar com as atividades ilegais de Falcone em Gotham, porém uma série de assassinatos misteriosos que acontecem apenas nos feriados e que parecem estar vinculados ao mundo da máfia, passam a chamar atenção do herói que agora também precisa lidar com o desconhecido. Confira o trailer:
Veja, se você leu "Batman e o Longo dia das Bruxas" a sensação de assistir a animação será basicamente a mesma - o que faz alguns fãs vibrarem e outros não se interessarem pela mesma obra só que em uma nova mídia. O fato é que o diretor Chris Palmer (de "Superman: O Homem do Amanhã") conseguiu, com a ajuda do roteirista Tim Sheridan, replicar o conceito narrativo e visual da HQ e ainda criar uma dinâmica cinematográfica repleta de mistério e drama - essa é uma característica muito particular da história que funciona perfeitamente na HQ, mas que acaba prejudicando um pouco a experiência na animação por que falta ação - e é até importante que se diga que esse Batman não é um herói maduro, ele soa estar no começo de sua jornada, tentando encontrar um equilíbrio e entendendo que, para realmente livrar a cidade do crime, ele precisará desenvolver suas habilidades como detetive e nem sempre sair para o embate fisico.
O elenco conta com Josh Duhamel (como Harvey Dent), Billy Burke (como Comissário Gordon), Jensen Ackles (como Batman), Naya Rivera (como Mulher Gato) e Troy Baker (como Coringa). Todos fizeram um competente trabalho, sem ter nenhum tipo de descompasso entre a voz e seus personagens, mas não tem como não referenciar Jensen Ackles - certamente uma das vozes mais consistentes que já tiveram a oportunidade de dublar o homem-morcego.
Esteticamente "Batman e o Longo dia das Bruxas" é lindo, com uma técnica 2D e um traço bem particular, funciona como uma HQ em movimento - as cenas em que Gotham é o cenário, com sua profunda escuridão, um certo brilho de neon e a chuva na contra-luz, olha, deslumbrante. Com relação a jornada, ela é de fato bastante imersiva e traz um mistério que realmente nos provoca - obviamente se você nunca leu a história isso vai ser ainda mais impactante. A fidelidade ao material original traz mais acertos do que erros e o que vemos ao final dessa primeira parte só nos faz querer assistir a segunda o quanto antes.
Para você que gosta de filmes de herói, mas com um roteiro um pouco mais profundo e até provocador, tenho certeza que o play será diversão na certa!
A parte 2 do "Batman e o Longo dia das Bruxas" é ainda melhor, mais dinâmica, que a "parte 1", embora o roteiro vacile um pouquinho mais na transição que Gotham está vivendo devido a chegada de um vigilante noturno e justiceiro implacável como "Batman" - e mais uma vez: essa animação insere várias informações que serão relevantes, inclusive, no novo filme de Matt Reeves, "The Batman".
Na parte final de "Batman e o Longo dia das Bruxas", o assassino conhecido como Feriado (sim, o nome em inglês é muito mais charmoso) continua à solta e Batman, mesmo sofrendo com uma crise de identidade após os eventos da primeira parte, precisa ajudar Harvey Dent e o Comissário Gordon que tentam de todas as formas acabar de uma vez por todas com a onda de mortes causadas pelo serial killer,porém uma nova leva (agora) de super-vilões vem surgindo em Gotham e o Homem-Morcego precisa lidar com o peso da sua existência e o reflexo das suas ações no mundo do crime. Confira o trailer:
Obviamente que a premissa segue as consequências da primeira parte da animação, com a mesma atmosfera noir de uma Gotham, que mesmo atemporal, tem um ar “anos 30”, porém a mudança na jornada do herói parece mais claro e o que foi apenas sugerido com a presença do Coringa antes, agora ganha força e os vilões normais, mafiosos e corruptos, passam a ter a ajuda de personagens com poderes e naturalmente mais insanos - aliás, aqui pode estar uma vacilada do roteiro, pois ele não estabelece exatamente o ponto de virada e nem justifica algumas aproximações que vemos na animação, digamos que fica "subentendido": a relação de Bruce Wayne e Hera Venenosa (Katee Sackhoff), é um exemplo.
Por outro lado, essa continuação tem mais ação, não se preocupando tanto em mergulhar nas dores ou nas aflições dos personagens - nesse sentido, o ponto alto é a conclusão do arco de Harvey Dent que finalmente se transforma em Duas Caras. Dent tem suas motivações claras, mas ainda assim alguns pontos soaram nebulosos para mim: a razão pela qual a psique assassinada começa a domina-lo (qual foi o gatilho para isso acontecer?) e a sua aliança (improvável) com Solomon Grundy (Fred Tatasciore) são mais dois "vacilos" do roteiro. Claro que que eu sei que os vilões aparecem de maneira substancialmente semelhante na HQ, mas a fidelidade com a história original que funcionou muito bem na parte 1, quando o número de personagens era infinitamente menor, aqui me pareceu um pouco atropelado demais.
Veja, não que os vilões clássicos não devessem aparecer, mas é que eles simplesmente caem de paraquedas, sem nenhum pretexto aparente - tanto a já comentada Hera Venenosa, como o Espantalho (Robin Atkin Downes), o Chapeleiro Maluco (John DiMaggio) e, principalmente, o Pinguim (David Dastmalchian), poderiam ser melhor apresentados. E aqui cabe um comentário, no filme "The Batman" essa transição parece melhor desenvolvida, então se você usar as duas histórias, se posicionando na linha temporal de Gotham, é possível que sua experiência seja mais completa - a própria cena de Falcone sendo salvo por Thomas Wayne e de Bruce discutindo sobre o caráter do seu pai com Alfred, que funcionam muito bem no filme, na animação parecem até ser uma uma expansão da narrativa.
As duas partes de "Batman e o Longo dia das Bruxas" são extremamente satisfatórias, mas como adaptação acabou ficando muito presa ao material original e essas gaps apareceram na hora que a história pediu mais ação. Um pouco mais de ousadia e de tempo de tela poderiam transformar essa jornada em algo épico - uma minissérie de de 4 ou 6 episódios para estabelecer algumas relações funcionaria perfeitamente, mas também não podemos esquecer que agora temos o cinema e o HBO Max para cumprir com esse papel - o jogo não está perdido, ele está só começando. "Star Wars" que o diga!
Vale seu play!
A parte 2 do "Batman e o Longo dia das Bruxas" é ainda melhor, mais dinâmica, que a "parte 1", embora o roteiro vacile um pouquinho mais na transição que Gotham está vivendo devido a chegada de um vigilante noturno e justiceiro implacável como "Batman" - e mais uma vez: essa animação insere várias informações que serão relevantes, inclusive, no novo filme de Matt Reeves, "The Batman".
Na parte final de "Batman e o Longo dia das Bruxas", o assassino conhecido como Feriado (sim, o nome em inglês é muito mais charmoso) continua à solta e Batman, mesmo sofrendo com uma crise de identidade após os eventos da primeira parte, precisa ajudar Harvey Dent e o Comissário Gordon que tentam de todas as formas acabar de uma vez por todas com a onda de mortes causadas pelo serial killer,porém uma nova leva (agora) de super-vilões vem surgindo em Gotham e o Homem-Morcego precisa lidar com o peso da sua existência e o reflexo das suas ações no mundo do crime. Confira o trailer:
Obviamente que a premissa segue as consequências da primeira parte da animação, com a mesma atmosfera noir de uma Gotham, que mesmo atemporal, tem um ar “anos 30”, porém a mudança na jornada do herói parece mais claro e o que foi apenas sugerido com a presença do Coringa antes, agora ganha força e os vilões normais, mafiosos e corruptos, passam a ter a ajuda de personagens com poderes e naturalmente mais insanos - aliás, aqui pode estar uma vacilada do roteiro, pois ele não estabelece exatamente o ponto de virada e nem justifica algumas aproximações que vemos na animação, digamos que fica "subentendido": a relação de Bruce Wayne e Hera Venenosa (Katee Sackhoff), é um exemplo.
Por outro lado, essa continuação tem mais ação, não se preocupando tanto em mergulhar nas dores ou nas aflições dos personagens - nesse sentido, o ponto alto é a conclusão do arco de Harvey Dent que finalmente se transforma em Duas Caras. Dent tem suas motivações claras, mas ainda assim alguns pontos soaram nebulosos para mim: a razão pela qual a psique assassinada começa a domina-lo (qual foi o gatilho para isso acontecer?) e a sua aliança (improvável) com Solomon Grundy (Fred Tatasciore) são mais dois "vacilos" do roteiro. Claro que que eu sei que os vilões aparecem de maneira substancialmente semelhante na HQ, mas a fidelidade com a história original que funcionou muito bem na parte 1, quando o número de personagens era infinitamente menor, aqui me pareceu um pouco atropelado demais.
Veja, não que os vilões clássicos não devessem aparecer, mas é que eles simplesmente caem de paraquedas, sem nenhum pretexto aparente - tanto a já comentada Hera Venenosa, como o Espantalho (Robin Atkin Downes), o Chapeleiro Maluco (John DiMaggio) e, principalmente, o Pinguim (David Dastmalchian), poderiam ser melhor apresentados. E aqui cabe um comentário, no filme "The Batman" essa transição parece melhor desenvolvida, então se você usar as duas histórias, se posicionando na linha temporal de Gotham, é possível que sua experiência seja mais completa - a própria cena de Falcone sendo salvo por Thomas Wayne e de Bruce discutindo sobre o caráter do seu pai com Alfred, que funcionam muito bem no filme, na animação parecem até ser uma uma expansão da narrativa.
As duas partes de "Batman e o Longo dia das Bruxas" são extremamente satisfatórias, mas como adaptação acabou ficando muito presa ao material original e essas gaps apareceram na hora que a história pediu mais ação. Um pouco mais de ousadia e de tempo de tela poderiam transformar essa jornada em algo épico - uma minissérie de de 4 ou 6 episódios para estabelecer algumas relações funcionaria perfeitamente, mas também não podemos esquecer que agora temos o cinema e o HBO Max para cumprir com esse papel - o jogo não está perdido, ele está só começando. "Star Wars" que o diga!
Vale seu play!
"Bloodshot" é uma agradável surpresa para quem gosta de filmes de ação, de heróis e quer entretenimento enquanto saboreia um pacote de pipoca! Partindo do principio que eu não conhecia a história do herói dos quadrinhos da editora americanaValiant Comics, posso afirmar tranquilamente que "Bloodshot" é muito divertido e extremamente bem filmado pelo diretor estreante Dave Wilson - e aqui, meu amigo, vem uma informação essencial e que refletiu perfeitamente na tela: Wilson foi Supervisor Criativo dos efeitos visuais de "Vingadores - Era de Ultron" e trabalhou em vários games como "The Division", "Mass Effect 2" e "BioShock Infinite", esse último, inclusive, foi referência fundamental na construção do mooddas cenas de ação de "Bloodshot". Confira o trailer:
Vin Diesel interpreta Ray Garrison, um soldado morto recentemente em combate que foi trazido de volta à vida pela corporação RST como um super-humano. Com um exército nano-tecnológico correndo em suas veias que regeneram os danos do seu corpo, ele se torna uma força insuperável – mais forte do que nunca e com o poder de cura instantâneo. Mas, ao controlar seu corpo, a corporação também toma controle de sua mente, especialmente das suas memórias - afinal, a forma mais eficaz de potencializar uma arma como Ray é através da vingança! Como Ray não sabe diferenciar o que é real do que não é; ele precisa descobrir a verdade a qualquer custo para se tornar independente!
QueVin Diesel consegue segurar uma franquia, isso não é segredo para ninguém. Sabemos do que ele é capaz e por isso nem nos importamos com o tamanho da sua canastrice - tem um diálogo no filme onde ele confronta o Dr. Emil Harting (Guy Pearce), que chega a ser constrangedor, mas, sinceramente, o que vale é a pancadaria e isso ele segura bem! Embora o roteiro de "Bloodshot" não seja lá um primor de originalidade, ele cumpre muito bem o seu papel - ele estabelece o universo, apresenta os personagens (novos para a grande maioria) e ainda entrega muita ação. Mesmo sendo o primeiro longa-metragem dirigido pelo Dave Wilson, ele equilibra muito bem as cenas mais poéticas com as de ação completamente frenética - ele trabalha muito bem a velocidade de captação, usando cirurgicamente as técnicas de Matrix (mas sem o movimento de eixo). A fotografia do Jacques Jouffret se encaixou perfeitamente com o estilo de Wilson - a cena no túnel é um belíssimo exemplo! Reparem!
Olha, eu diria que o diretor Dave Wilson trouxe o melhor do games de ação, um cuidado muito interessante com os efeitos visuais (seu forte) e uma sensibilidade muito grande na humanização da câmera no enquadramento dos personagens em cenas de diálogo - o que faltou então? Direção de Atores, mas se tratando de um filme de herói, não impactou no resultado final. Gostei muito, vou acompanhar esse diretor mais de perto, "Bloodshot" terá uma continuação e eu diria que a parceria Sony e Valiant Comics pode render bons frutos para ambos!
Vale a pena!
"Bloodshot" é uma agradável surpresa para quem gosta de filmes de ação, de heróis e quer entretenimento enquanto saboreia um pacote de pipoca! Partindo do principio que eu não conhecia a história do herói dos quadrinhos da editora americanaValiant Comics, posso afirmar tranquilamente que "Bloodshot" é muito divertido e extremamente bem filmado pelo diretor estreante Dave Wilson - e aqui, meu amigo, vem uma informação essencial e que refletiu perfeitamente na tela: Wilson foi Supervisor Criativo dos efeitos visuais de "Vingadores - Era de Ultron" e trabalhou em vários games como "The Division", "Mass Effect 2" e "BioShock Infinite", esse último, inclusive, foi referência fundamental na construção do mooddas cenas de ação de "Bloodshot". Confira o trailer:
Vin Diesel interpreta Ray Garrison, um soldado morto recentemente em combate que foi trazido de volta à vida pela corporação RST como um super-humano. Com um exército nano-tecnológico correndo em suas veias que regeneram os danos do seu corpo, ele se torna uma força insuperável – mais forte do que nunca e com o poder de cura instantâneo. Mas, ao controlar seu corpo, a corporação também toma controle de sua mente, especialmente das suas memórias - afinal, a forma mais eficaz de potencializar uma arma como Ray é através da vingança! Como Ray não sabe diferenciar o que é real do que não é; ele precisa descobrir a verdade a qualquer custo para se tornar independente!
QueVin Diesel consegue segurar uma franquia, isso não é segredo para ninguém. Sabemos do que ele é capaz e por isso nem nos importamos com o tamanho da sua canastrice - tem um diálogo no filme onde ele confronta o Dr. Emil Harting (Guy Pearce), que chega a ser constrangedor, mas, sinceramente, o que vale é a pancadaria e isso ele segura bem! Embora o roteiro de "Bloodshot" não seja lá um primor de originalidade, ele cumpre muito bem o seu papel - ele estabelece o universo, apresenta os personagens (novos para a grande maioria) e ainda entrega muita ação. Mesmo sendo o primeiro longa-metragem dirigido pelo Dave Wilson, ele equilibra muito bem as cenas mais poéticas com as de ação completamente frenética - ele trabalha muito bem a velocidade de captação, usando cirurgicamente as técnicas de Matrix (mas sem o movimento de eixo). A fotografia do Jacques Jouffret se encaixou perfeitamente com o estilo de Wilson - a cena no túnel é um belíssimo exemplo! Reparem!
Olha, eu diria que o diretor Dave Wilson trouxe o melhor do games de ação, um cuidado muito interessante com os efeitos visuais (seu forte) e uma sensibilidade muito grande na humanização da câmera no enquadramento dos personagens em cenas de diálogo - o que faltou então? Direção de Atores, mas se tratando de um filme de herói, não impactou no resultado final. Gostei muito, vou acompanhar esse diretor mais de perto, "Bloodshot" terá uma continuação e eu diria que a parceria Sony e Valiant Comics pode render bons frutos para ambos!
Vale a pena!
É preciso dizer que "Coringa" é o melhor filme que a DC produziu desde o "Cavaleiro das Trevas" do Nolan!!! O filme é simplesmente sensacional - eu diria que quase perfeito (e mais abaixo vou explicar por onde, na minha opinião, escapou a perfeição). Algumas observações para você que está muito ansioso para assistir: o filme é uma verdadeira imersão na "sombra" do personagem, na construção da jornada de transformação e nas suas motivações. "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA. Esse novo selo da DC deu a liberdade que algumas histórias pediam e fica claro na tela que a violência, a profundidade psíquica, o cuidado no roteiro e o conceito estético são pilares que devem ser seguidos daqui para frente, porque o resultado é incrível!
"Coringa" segue a vida Arthur Fleck, um aspirante a comediante, completamente fracassado e com uma condição mental bastante peculiar onde, em determinados momentos, o faz rir compulsivamente (normalmente o gatilho vem do seu estado emocional fragilizado ou ameaçado). Morando com mãe, Fleck é um pacato ser humano, vítima de uma sociedade elitista e preconceituosa. Aliás, aqui vem o primeiro elogio ao roteiro: situar a história no começo dos anos 80 permitiu não só construir um novo personagem como também iniciar uma gênese que pode servir de base para futuros filmes. Em "Coringa" vemos porque Gothan se tornou tão violenta e como a dinastia Wayne interferiu nessa realidade. Aliás não foi preciso citar nada além do que vemos na tela para nos sentirmos familiarizados com aquele Universo de tão bem construído que foi. Só espero que a DC saiba usar isso com inteligência e que as informações que foram veiculadas sobre a independência dos filmes desse selo seja revista, porque seria um pecado não aproveitar "Coringa" para nada!
O roteiro é poético ao mesmo tempo que é extremamente violento. O diretor Todd Phillips ("Se beber, não case") merece uma indicação ao Oscar, pois seu trabalho é simplesmente perfeito. Ele achou o tom do filme, alinhou com a espetacular atuação de Joaquin Phoenix (que também vai ser indicado) e finalizou com uma fotografia lindíssima de um surpreendente Lawrence Sher (Godzilla II e Cães de Guerra). O roteiro é super original até para quem ama o personagem e acompanha os quadrinhos, porém peca em dois únicos momentos (e aí parece muito mais culpa ou pressão do Estúdio, do que um preciosismo dos roteiristas): quando explica as alucinações de Fleck (não precisava explicar, estava claro, o corte já contava essa história, não precisava mastigar para o público - deu raiva) e quando, mais uma vez, mostra o destino dos Wayne saindo do cinema - sério, eu já não aguento mais assistir aquele colar de pérolas caindo (desperdício de oportunidade de só sugestionar uma situação e trabalhar com a memória emotiva de quem acompanha a saga do Batman há anos). A edição de som, mixagem, a trilha sonora e o desenho de produção, olha, estão primorosos!
"Coringa" vai levar Phoenix ao Oscar por entregar um personagem tão bem construído (ou mais) que Heath Ledger. A comparação será inevitável, mas injusta, pois não se trata de um filme do Batman e sim do Coringa, mas se pensarmos como uma homenagem, meu Deus, que personagem complexo e profundo que vemos nesse filme - os caras deveriam ter feito uma série sobre ele (rs)! O filme é tão bom, tão dinâmico, tão redondo, que nem vemos o tempo passar e chegamos a torcer para que ele não acabe - e são duas horas de filme!!! Puxa, é preciso admitir que foi um grande trabalho da DC e, pode apostar, vai render pelo menos umas 5 indicações no próximo Oscar - me cobrem! Grande acerto, só, por favor, não estraguem essa obra-prima com o que já está planejado!!!
Assistam o que foi, para mim, um dos melhore filmes do ano até aqui! Mesmo!!!
Up-date: "Coringa" ganhou em duas categorias no Oscar 2020: Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator!
É preciso dizer que "Coringa" é o melhor filme que a DC produziu desde o "Cavaleiro das Trevas" do Nolan!!! O filme é simplesmente sensacional - eu diria que quase perfeito (e mais abaixo vou explicar por onde, na minha opinião, escapou a perfeição). Algumas observações para você que está muito ansioso para assistir: o filme é uma verdadeira imersão na "sombra" do personagem, na construção da jornada de transformação e nas suas motivações. "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA. Esse novo selo da DC deu a liberdade que algumas histórias pediam e fica claro na tela que a violência, a profundidade psíquica, o cuidado no roteiro e o conceito estético são pilares que devem ser seguidos daqui para frente, porque o resultado é incrível!
"Coringa" segue a vida Arthur Fleck, um aspirante a comediante, completamente fracassado e com uma condição mental bastante peculiar onde, em determinados momentos, o faz rir compulsivamente (normalmente o gatilho vem do seu estado emocional fragilizado ou ameaçado). Morando com mãe, Fleck é um pacato ser humano, vítima de uma sociedade elitista e preconceituosa. Aliás, aqui vem o primeiro elogio ao roteiro: situar a história no começo dos anos 80 permitiu não só construir um novo personagem como também iniciar uma gênese que pode servir de base para futuros filmes. Em "Coringa" vemos porque Gothan se tornou tão violenta e como a dinastia Wayne interferiu nessa realidade. Aliás não foi preciso citar nada além do que vemos na tela para nos sentirmos familiarizados com aquele Universo de tão bem construído que foi. Só espero que a DC saiba usar isso com inteligência e que as informações que foram veiculadas sobre a independência dos filmes desse selo seja revista, porque seria um pecado não aproveitar "Coringa" para nada!
O roteiro é poético ao mesmo tempo que é extremamente violento. O diretor Todd Phillips ("Se beber, não case") merece uma indicação ao Oscar, pois seu trabalho é simplesmente perfeito. Ele achou o tom do filme, alinhou com a espetacular atuação de Joaquin Phoenix (que também vai ser indicado) e finalizou com uma fotografia lindíssima de um surpreendente Lawrence Sher (Godzilla II e Cães de Guerra). O roteiro é super original até para quem ama o personagem e acompanha os quadrinhos, porém peca em dois únicos momentos (e aí parece muito mais culpa ou pressão do Estúdio, do que um preciosismo dos roteiristas): quando explica as alucinações de Fleck (não precisava explicar, estava claro, o corte já contava essa história, não precisava mastigar para o público - deu raiva) e quando, mais uma vez, mostra o destino dos Wayne saindo do cinema - sério, eu já não aguento mais assistir aquele colar de pérolas caindo (desperdício de oportunidade de só sugestionar uma situação e trabalhar com a memória emotiva de quem acompanha a saga do Batman há anos). A edição de som, mixagem, a trilha sonora e o desenho de produção, olha, estão primorosos!
"Coringa" vai levar Phoenix ao Oscar por entregar um personagem tão bem construído (ou mais) que Heath Ledger. A comparação será inevitável, mas injusta, pois não se trata de um filme do Batman e sim do Coringa, mas se pensarmos como uma homenagem, meu Deus, que personagem complexo e profundo que vemos nesse filme - os caras deveriam ter feito uma série sobre ele (rs)! O filme é tão bom, tão dinâmico, tão redondo, que nem vemos o tempo passar e chegamos a torcer para que ele não acabe - e são duas horas de filme!!! Puxa, é preciso admitir que foi um grande trabalho da DC e, pode apostar, vai render pelo menos umas 5 indicações no próximo Oscar - me cobrem! Grande acerto, só, por favor, não estraguem essa obra-prima com o que já está planejado!!!
Assistam o que foi, para mim, um dos melhore filmes do ano até aqui! Mesmo!!!
Up-date: "Coringa" ganhou em duas categorias no Oscar 2020: Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator!
Por mais que meu comentário possa parecer redundante, é preciso pontuar alguns detalhes antes de entrarmos em uma análise mais profunda: "Flash" é um filme de herói e como tal, eu diria que é um ótimo entretenimento para quem gosta do gênero - embora tenha alguns gaps de roteiro que provavelmente se devem as incontáveis montagens e alterações que o filme sofreu para se adequar ao novo DCU. Ao olhar para o filme como uma obra individual, tenha certeza que sua diversão está garantida (mesmo que para o meu gosto, ainda falte uma identidade estética para a DC desde que Zack Snyder deixou a direção artística do Estúdio). A síndrome de vira-lata da DC em querer transformar seus projetos em um conjunto de "piadinhas" como da Marvel, chega a irritar mesmo tendo momentos engraçados - mas isso a gente deixa para os fãs discutirem. O fato é que essa adaptação livremente baseada na HQ do personagem, "Ponto de Ignição", tem mais méritos do que problemas e se o James Gunn e o Peter Safran forem inteligentes (e acho que são), o pontapé inicial que eles precisavam para a nova fase, sem jogar fora tudo que já foi produzido até aqui, está no filme!
Depois dos eventos de "Liga da Justiça", Barry Allen decide viajar no tempo para evitar o assassinato de sua mãe, pelo qual seu pai foi injustamente condenado. O que ele não imaginava é que essa escolha teria consequências catastróficas para todo universo. Ao voltar no tempo, Allen se vê em uma espécie de efeito borboleta que vai muito além do seu drama pessoal, com isso ele precisa voltar ao seu plano original para tentar reestabelecer a ordem natural das coisas. Confira o trailer:
O criativo Andy Muschietti (que alcançou fama mundial após comandar os dois capítulos do terror "IT") faz um trabalho primoroso ao trazer elementos visuais vibrantes e muito bem estilizados de um personagem secundário da DC que veio ganhando cada vez mais a atenção do grande público. É perceptível que Muschietti ainda titubeia entre as cenas de ação e a narrativa mais dramática do roteiro, no entanto é preciso elogiar sua capacidade de criar uma dinâmica eletrizante para contar essa história. Os efeitos visuais oscilam entre a alta qualidade que dá vida à velocidade impressionante do Flash e as composições "Chapolin Colorado" de alguns eventos do filme como, por exemplo, a cena dos bebês em perigo do prólogo - os bebês eram tão falsos que nem angustiados ficamos. É importante ressaltar aqui, como a fotografia do inglês Henry Braham (parceiro de Gunn em "O Esquadrão Suicida") é importante: ele brinca com o conceito de tempo e espaço, utilizando técnicas de câmera lenta e panorâmicas rápidas para transmitir a sensação de movimento supersônico com maestria. Golaço do filme!
Jogando um pouco na contramão do "épico de herói" com muita inteligência, "Flash" sabe aproveitar o drama emocionalmente marcante - algo como vimos no "Batman" do Nolan (não na forma, mas no conceito). O filme sabe muito bem mergulhar fundo nas consequências das escolhas do personagem fortalecendo o dilema central de sacrificar sua felicidade pessoal em prol de um mundo melhor - o relacionamento entre Barry e sua mãe Iris West (Kiersey Clemons), simboliza exatamente esse paradoxo! A relação entre eles na linha do tempo alternativa, adiciona uma dimensão de afeto e saudade que resolve o problema da falta de desenvolvimento que precede o drama de seu pai (Ron Livingston) e que potencializa os eventos do terceiro ato conectando toda a jornada do protagonista com um tom mais clássico.
Se o clímax de "Flash" está justamente na colisão dos mundos ao assumir que a sequência é um retalho de referências e homenagens que vão de Christopher Reeve até Nicolas Cage, passando por Jack Nicholson e até Adam West, fica fácil argumentar que estamos diante de um final de ciclo e de um inicio promissor de outro (essencialmente se o novo Batman for o George Clooney - se não for, Gunn pode ter perdido uma oportunidade marcante de apresentar o novo personagem e você vai entender ao assistir o filme). A verdade é que "Flash", surpreendentemente, cumpre muito bem o seu papel e não apenas como uma peça de quebra-cabeça, mas sim como um novo olhar para uma jornada que explora as consequências das escolhas e o peso do sacrifício pessoal perante o todo, mesmo que repleto de ação, alguma emoção e até funcionando como gatilho para um futuro que nos gera boas expectativas - então que venha "Superman: Legacy"!
Por mais que meu comentário possa parecer redundante, é preciso pontuar alguns detalhes antes de entrarmos em uma análise mais profunda: "Flash" é um filme de herói e como tal, eu diria que é um ótimo entretenimento para quem gosta do gênero - embora tenha alguns gaps de roteiro que provavelmente se devem as incontáveis montagens e alterações que o filme sofreu para se adequar ao novo DCU. Ao olhar para o filme como uma obra individual, tenha certeza que sua diversão está garantida (mesmo que para o meu gosto, ainda falte uma identidade estética para a DC desde que Zack Snyder deixou a direção artística do Estúdio). A síndrome de vira-lata da DC em querer transformar seus projetos em um conjunto de "piadinhas" como da Marvel, chega a irritar mesmo tendo momentos engraçados - mas isso a gente deixa para os fãs discutirem. O fato é que essa adaptação livremente baseada na HQ do personagem, "Ponto de Ignição", tem mais méritos do que problemas e se o James Gunn e o Peter Safran forem inteligentes (e acho que são), o pontapé inicial que eles precisavam para a nova fase, sem jogar fora tudo que já foi produzido até aqui, está no filme!
Depois dos eventos de "Liga da Justiça", Barry Allen decide viajar no tempo para evitar o assassinato de sua mãe, pelo qual seu pai foi injustamente condenado. O que ele não imaginava é que essa escolha teria consequências catastróficas para todo universo. Ao voltar no tempo, Allen se vê em uma espécie de efeito borboleta que vai muito além do seu drama pessoal, com isso ele precisa voltar ao seu plano original para tentar reestabelecer a ordem natural das coisas. Confira o trailer:
O criativo Andy Muschietti (que alcançou fama mundial após comandar os dois capítulos do terror "IT") faz um trabalho primoroso ao trazer elementos visuais vibrantes e muito bem estilizados de um personagem secundário da DC que veio ganhando cada vez mais a atenção do grande público. É perceptível que Muschietti ainda titubeia entre as cenas de ação e a narrativa mais dramática do roteiro, no entanto é preciso elogiar sua capacidade de criar uma dinâmica eletrizante para contar essa história. Os efeitos visuais oscilam entre a alta qualidade que dá vida à velocidade impressionante do Flash e as composições "Chapolin Colorado" de alguns eventos do filme como, por exemplo, a cena dos bebês em perigo do prólogo - os bebês eram tão falsos que nem angustiados ficamos. É importante ressaltar aqui, como a fotografia do inglês Henry Braham (parceiro de Gunn em "O Esquadrão Suicida") é importante: ele brinca com o conceito de tempo e espaço, utilizando técnicas de câmera lenta e panorâmicas rápidas para transmitir a sensação de movimento supersônico com maestria. Golaço do filme!
Jogando um pouco na contramão do "épico de herói" com muita inteligência, "Flash" sabe aproveitar o drama emocionalmente marcante - algo como vimos no "Batman" do Nolan (não na forma, mas no conceito). O filme sabe muito bem mergulhar fundo nas consequências das escolhas do personagem fortalecendo o dilema central de sacrificar sua felicidade pessoal em prol de um mundo melhor - o relacionamento entre Barry e sua mãe Iris West (Kiersey Clemons), simboliza exatamente esse paradoxo! A relação entre eles na linha do tempo alternativa, adiciona uma dimensão de afeto e saudade que resolve o problema da falta de desenvolvimento que precede o drama de seu pai (Ron Livingston) e que potencializa os eventos do terceiro ato conectando toda a jornada do protagonista com um tom mais clássico.
Se o clímax de "Flash" está justamente na colisão dos mundos ao assumir que a sequência é um retalho de referências e homenagens que vão de Christopher Reeve até Nicolas Cage, passando por Jack Nicholson e até Adam West, fica fácil argumentar que estamos diante de um final de ciclo e de um inicio promissor de outro (essencialmente se o novo Batman for o George Clooney - se não for, Gunn pode ter perdido uma oportunidade marcante de apresentar o novo personagem e você vai entender ao assistir o filme). A verdade é que "Flash", surpreendentemente, cumpre muito bem o seu papel e não apenas como uma peça de quebra-cabeça, mas sim como um novo olhar para uma jornada que explora as consequências das escolhas e o peso do sacrifício pessoal perante o todo, mesmo que repleto de ação, alguma emoção e até funcionando como gatilho para um futuro que nos gera boas expectativas - então que venha "Superman: Legacy"!
Eu já disse uma vez e não canso de repetir: um dos melhores elogios que um diretor pode receber é quando o publico vê em seu filme o reflexo do seu estilo, do seu trabalho técnico, e isso é muito fácil de encontrar nos filmes do Shyamalan - quando ele acerta e quando ele erra. Ele é criativo demais, ele coloca a câmera sempre em lugares inusitados, os movimentos contam a história sem a necessidade de muitos cortes, ele brinca com os eixos como ninguém e quando o gênero é suspense, o cara domina a gramática como poucos!!! Sou fã do Shyamalan, sempre fui e acho ele um excelente diretor!!!
Pois bem, em "Fragmentado" ele parece ter retomado o que sabe fazer de melhor: nos envolver em uma trama misteriosa onde as respostas vão surgindo conforme a história se desenrola e muitas vezes, nos surpreendendo. Dennis (McAvoy) sequestra três estudantes aparentemente sem motivo algum e ao mantê-las em cativeiro ele vai desenvolvendo uma relação extremamente complexa com as meninas a ponto de duvidarmos da sua consciência. Claro que o filme foca nas multi-personalidades do protagonista, mas na forma com é conduzida. a história passa a ser muito mais interessante do que propriamente pelo seu conteúdo. Confira o trailer:
É um fato que "Fragmentado" funciona como entretenimento com um toque de suspense!!! Como mencionei, o filme é interessante, mas está longe de ser uma obra prima... e ainda bem!!!! Sem dúvida é o melhor filme dele depois da "Vila", mas, olha a crueldade: ainda é um filme inferior à "Sinais", "Corpo Fechado" e, claro, "Sexto Sentido".
O engraçado é que todo mundo, por muito tempo, assistiu os filmes do Shyamalan esperando a mesma fórmula de sucesso do Sexto Sentido, um plot twist matador no último ato, algo incrivelmente surpreendente que mudasse completamente nosso entendimento e fizesse nossa cabeça explodir! O problema é que ele acabou caindo no erro de querer defender essa expectativa em todo filme e foi decepcionando gradativamente o seu público até cair no ostracismo! Por que estou falando isso? Em "Fragmentado" ele foge dessa fórmula, mas não abre mão de sua aposta no diálogo bem construído, equilibrando o drama psicológico com uma narrativa estereotipada de gênero que funciona perfeitamente!
"Fragmentado" se torna, no mínimo, um filme divertido, mas no finalzinho que ele vacila ao querer agradar demais seus fãs para um futuro cross-over - ok, tem o propósito de provocar a audiência, claro, mas será que se sustenta, será que faz sentido? Eu admito que curti, mas prefiro esperar pra ver se vai funcionar mesmo! Por enquanto, aperto o play porque você vai se divertir!
Eu já disse uma vez e não canso de repetir: um dos melhores elogios que um diretor pode receber é quando o publico vê em seu filme o reflexo do seu estilo, do seu trabalho técnico, e isso é muito fácil de encontrar nos filmes do Shyamalan - quando ele acerta e quando ele erra. Ele é criativo demais, ele coloca a câmera sempre em lugares inusitados, os movimentos contam a história sem a necessidade de muitos cortes, ele brinca com os eixos como ninguém e quando o gênero é suspense, o cara domina a gramática como poucos!!! Sou fã do Shyamalan, sempre fui e acho ele um excelente diretor!!!
Pois bem, em "Fragmentado" ele parece ter retomado o que sabe fazer de melhor: nos envolver em uma trama misteriosa onde as respostas vão surgindo conforme a história se desenrola e muitas vezes, nos surpreendendo. Dennis (McAvoy) sequestra três estudantes aparentemente sem motivo algum e ao mantê-las em cativeiro ele vai desenvolvendo uma relação extremamente complexa com as meninas a ponto de duvidarmos da sua consciência. Claro que o filme foca nas multi-personalidades do protagonista, mas na forma com é conduzida. a história passa a ser muito mais interessante do que propriamente pelo seu conteúdo. Confira o trailer:
É um fato que "Fragmentado" funciona como entretenimento com um toque de suspense!!! Como mencionei, o filme é interessante, mas está longe de ser uma obra prima... e ainda bem!!!! Sem dúvida é o melhor filme dele depois da "Vila", mas, olha a crueldade: ainda é um filme inferior à "Sinais", "Corpo Fechado" e, claro, "Sexto Sentido".
O engraçado é que todo mundo, por muito tempo, assistiu os filmes do Shyamalan esperando a mesma fórmula de sucesso do Sexto Sentido, um plot twist matador no último ato, algo incrivelmente surpreendente que mudasse completamente nosso entendimento e fizesse nossa cabeça explodir! O problema é que ele acabou caindo no erro de querer defender essa expectativa em todo filme e foi decepcionando gradativamente o seu público até cair no ostracismo! Por que estou falando isso? Em "Fragmentado" ele foge dessa fórmula, mas não abre mão de sua aposta no diálogo bem construído, equilibrando o drama psicológico com uma narrativa estereotipada de gênero que funciona perfeitamente!
"Fragmentado" se torna, no mínimo, um filme divertido, mas no finalzinho que ele vacila ao querer agradar demais seus fãs para um futuro cross-over - ok, tem o propósito de provocar a audiência, claro, mas será que se sustenta, será que faz sentido? Eu admito que curti, mas prefiro esperar pra ver se vai funcionar mesmo! Por enquanto, aperto o play porque você vai se divertir!
Antes de mais nada é preciso avisar: "Invincible" será uma das animações mais violentas que você vai assistir! A surpreendente série da Prime Vídeo pinta, ou melhor, mancha de vermelho duas histórias bastante tradicionais: a "jornada do herói" e o ‘coming of age’.
Nesse universo, vários seres com superpoderes habitam a Terra (e outros planetas). Todos os heróis e vilões que você conhece parecem ter uma ‘versão beta’ em "Invincible". E isso não é ruim. Não mesmo! Os personagens possuem motivações convincentes e até dúbias. Há várias subtramas acontecendo ao mesmo tempo e, felizmente, o roteiro consegue costura-las organicamente.
A série adapta os HQs de Robert Kirkman e narra a vida de um jovem de 17 anos que é filho de um poderoso alienígena com uma humana, Mark Grayson. O adolescente ainda está aprendendo a usar seus poderes quando se vê frente a ameaças como invasões extraterrestres e vilões sádicos. E, enquanto tenta salvar o dia e seguir os passos de seu pai, um famoso super-herói, ele também tenta sobreviver ao seu processo de amadurecimento como um ser "quase" humano. Confira o trailer:
A série não tem uma definição clara de público alvo. A violência explícita e o mistério sombrio contrastam com um drama juvenil e diálogos simplórios (pra não dizer bobos). Em compensação, o humor afiado funciona bem. O espetacular elenco de vozes que vai de J.K. Simmons até Zachary Quinto, passando por Sandra Oh, Steven Yeun, Zazie Beetz, Gillian Jacobs, entre outros; eleva (ainda mais) o nível de carisma dos personagens. Por isso, fica a recomendação: assista no idioma original!
Esteticamente, a animação 2D se aproxima menos de clássicos japoneses (como "Akira") e mais de séries juvenis (como "X-Men: Evolution") - o conceito estético segue com grande fidelidade os traços originais de Ryan Otley e Cory Walker dos HQs, com a atmosfera e o tom bastante semelhantes às histórias publicadas pela Image Comics em 144 edições entre 2003 e 2018. Também por isso, a violência é ainda mais impactante!
A duração dos episódios poderia ser menor? Sim. Apesar disso, a carga dramática é crescente na segunda metade da temporada. Os dois últimos episódios, especialmente, são uma sequência de socos no estômago – em todos os sentidos.
"Invincible" traz um frescor sangrento ao já saturado universo dos super-heróis. Para Mark Grayson, testemunhar verdades inconvenientes e a fragilidade da vida humana são os golpes que mais machucam. Vale a pena!
Escrito por Ricelli Ribeiro com Edição de André Siqueira - uma parceria @dicastreaming
Antes de mais nada é preciso avisar: "Invincible" será uma das animações mais violentas que você vai assistir! A surpreendente série da Prime Vídeo pinta, ou melhor, mancha de vermelho duas histórias bastante tradicionais: a "jornada do herói" e o ‘coming of age’.
Nesse universo, vários seres com superpoderes habitam a Terra (e outros planetas). Todos os heróis e vilões que você conhece parecem ter uma ‘versão beta’ em "Invincible". E isso não é ruim. Não mesmo! Os personagens possuem motivações convincentes e até dúbias. Há várias subtramas acontecendo ao mesmo tempo e, felizmente, o roteiro consegue costura-las organicamente.
A série adapta os HQs de Robert Kirkman e narra a vida de um jovem de 17 anos que é filho de um poderoso alienígena com uma humana, Mark Grayson. O adolescente ainda está aprendendo a usar seus poderes quando se vê frente a ameaças como invasões extraterrestres e vilões sádicos. E, enquanto tenta salvar o dia e seguir os passos de seu pai, um famoso super-herói, ele também tenta sobreviver ao seu processo de amadurecimento como um ser "quase" humano. Confira o trailer:
A série não tem uma definição clara de público alvo. A violência explícita e o mistério sombrio contrastam com um drama juvenil e diálogos simplórios (pra não dizer bobos). Em compensação, o humor afiado funciona bem. O espetacular elenco de vozes que vai de J.K. Simmons até Zachary Quinto, passando por Sandra Oh, Steven Yeun, Zazie Beetz, Gillian Jacobs, entre outros; eleva (ainda mais) o nível de carisma dos personagens. Por isso, fica a recomendação: assista no idioma original!
Esteticamente, a animação 2D se aproxima menos de clássicos japoneses (como "Akira") e mais de séries juvenis (como "X-Men: Evolution") - o conceito estético segue com grande fidelidade os traços originais de Ryan Otley e Cory Walker dos HQs, com a atmosfera e o tom bastante semelhantes às histórias publicadas pela Image Comics em 144 edições entre 2003 e 2018. Também por isso, a violência é ainda mais impactante!
A duração dos episódios poderia ser menor? Sim. Apesar disso, a carga dramática é crescente na segunda metade da temporada. Os dois últimos episódios, especialmente, são uma sequência de socos no estômago – em todos os sentidos.
"Invincible" traz um frescor sangrento ao já saturado universo dos super-heróis. Para Mark Grayson, testemunhar verdades inconvenientes e a fragilidade da vida humana são os golpes que mais machucam. Vale a pena!
Escrito por Ricelli Ribeiro com Edição de André Siqueira - uma parceria @dicastreaming
Antes de mais nada é preciso parabenizar o trabalho do Zack Snyder, ele provou para os executivos da Warner que estava certo e que a coerência do Universo que ele estava construindo tinha uma identidade que o diretor da outra versão de "Liga da Justiça", Joss Whedon, simplesmente jogou no lixo. E esse, digamos, não foi um caso isolado, já que a mesma Warner também cuspiu no trabalho do Nolan na trilogia do "Cavaleiro das Trevas" mesmo o diretor deixando tudo certinho para uma expansão inteligente. Mas não vamos falar das péssimas decisões corporativas de executivos que não sabem a diferença entre uma lente 35mm e uma 85mm - e se você também não sabe, está tudo certo, mas que esse exemplo seja uma forma de entender o quanto é solitário o trabalho de um diretor mesmo cercado de tantos profissionais competentes e como é importante deixar ele expor sua visão até o final - para, aí sim, criticar!
Esquece o filme de 2017, o "Snyder Cut" é outra coisa! mesmo contendo muitas cenas da versão anterior, a construção da narrativa é completamente diferente - e aqui ele aproveitou muito bem a liberdade do streaming em disponibilizar 4 horas para contar uma história. Visualmente, o filme tem uma elegância que o filme de Whedon não teve. Os detalhes da finalização, a correção da cor, da pós-produção, composição de CG e efeitos, tudo ficou muito, mas muito, bom - como comentei acima: é um filme com a identidade (acrescento) e com a alma da DC. Goste ou não de "Homem de Aço" e "Batman X Superman", o novo "Liga da Justiça" conversa muito bem com os outros filmes. A única coisa que me incomodou foi a escolha do 4:3 (aquele aspecto quadrado), mesmo com a desculpa de projeção em IMAX. Não faz sentido e vou explicar com uma analogia: imagina você comprar uma Ferrari e só trocar as marchas até a terceira - é isso que é colocar um filme 4:3 no IMAX, sim vai ficar enorme, impositivo, mas vai perder amplitude lateral que pedem as cenas de ação para que se tornem grandiosas, épicas!
Depois de restaurar sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) convoca Diana Prince (Gal Gadot) para combater um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam um time de meta-humanos para combater o Lobo da Estepe e seu Mestre Darkseid. Mesmo com a formação da Liga de heróis sem precedentes – Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman (Jason Momoa), Ciborgue (Ray Fisher), e Flash (Ezra Miller), talvez ainda não seja o suficiente para salvar o planeta de um catastrófico ataque que pode mudar a história da humanidade para sempre. Confira o trailer:
O Thiago Siqueira definiu muito bem o trabalho do Diretor no seu texto para o Cinema com Rapadura, então peço licença para reproduzir aqui: "O Zack Snyder tem uma visão muito própria dos heróis da DC. Enquanto a Marvel Studios retrata seus heróis – mesmo os mais extravagantes – de um ponto de vista extremamente humano, o cineasta enxerga a Liga da Justiça como deuses modernos, extraindo influências das mais diversas fontes, indo desde a mitologia greco-romana, passando pelas lendas arturianas, pelo legendarium de Tolkien e pelo cristianismo, sempre com um grau quase absoluto de solenidade." - Não interessa se a Marvel é um sucesso absoluto, isso é impossível de negar, mas ela tem o seu estilo e a DC precisava estruturar o seu, com identidade, e o "Snyder Cut" recuperou isso.
A forma como as histórias dos personagens secundários: Aquaman, Ciborgue, e Flash, são construídas e depois conectadas, funciona infinitamente melhor e cria um sentido de grupo, além de entendermos mais facilmente as motivações de cada um deles. Mesmo o roteiro dando algumas derrapadas, como na cena "Martha" do reencontro do Superman com a Lois ou na pouca explicação sobre as reais motivações que fizeram Darkseid enviar o Lobo da Estepe para além de recuperar as caixas maternas. Claro que nada disso prejudica a experiência e muitos desses gaps facilmente podem ser ajustados no futuro, mas aí que chega o problema maior: teremos um futuro com esse universo da DC, com essa identidade, com essa unidade narrativa?
O fato é que visão de Zack Snyder é um presente para os fãs desse tipo de filme, especialmente aos amantes da DC (como eu). O filme traz ganhos significativos para a narrativa e para o desenvolvimento de personagens (futuros, inclusive), se tornando uma espécie de versão definitiva e merecida da "Liga da Justiça".
Ufa, agora sim temos um filme de verdade! Imperdível!
Antes de mais nada é preciso parabenizar o trabalho do Zack Snyder, ele provou para os executivos da Warner que estava certo e que a coerência do Universo que ele estava construindo tinha uma identidade que o diretor da outra versão de "Liga da Justiça", Joss Whedon, simplesmente jogou no lixo. E esse, digamos, não foi um caso isolado, já que a mesma Warner também cuspiu no trabalho do Nolan na trilogia do "Cavaleiro das Trevas" mesmo o diretor deixando tudo certinho para uma expansão inteligente. Mas não vamos falar das péssimas decisões corporativas de executivos que não sabem a diferença entre uma lente 35mm e uma 85mm - e se você também não sabe, está tudo certo, mas que esse exemplo seja uma forma de entender o quanto é solitário o trabalho de um diretor mesmo cercado de tantos profissionais competentes e como é importante deixar ele expor sua visão até o final - para, aí sim, criticar!
Esquece o filme de 2017, o "Snyder Cut" é outra coisa! mesmo contendo muitas cenas da versão anterior, a construção da narrativa é completamente diferente - e aqui ele aproveitou muito bem a liberdade do streaming em disponibilizar 4 horas para contar uma história. Visualmente, o filme tem uma elegância que o filme de Whedon não teve. Os detalhes da finalização, a correção da cor, da pós-produção, composição de CG e efeitos, tudo ficou muito, mas muito, bom - como comentei acima: é um filme com a identidade (acrescento) e com a alma da DC. Goste ou não de "Homem de Aço" e "Batman X Superman", o novo "Liga da Justiça" conversa muito bem com os outros filmes. A única coisa que me incomodou foi a escolha do 4:3 (aquele aspecto quadrado), mesmo com a desculpa de projeção em IMAX. Não faz sentido e vou explicar com uma analogia: imagina você comprar uma Ferrari e só trocar as marchas até a terceira - é isso que é colocar um filme 4:3 no IMAX, sim vai ficar enorme, impositivo, mas vai perder amplitude lateral que pedem as cenas de ação para que se tornem grandiosas, épicas!
Depois de restaurar sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) convoca Diana Prince (Gal Gadot) para combater um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam um time de meta-humanos para combater o Lobo da Estepe e seu Mestre Darkseid. Mesmo com a formação da Liga de heróis sem precedentes – Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman (Jason Momoa), Ciborgue (Ray Fisher), e Flash (Ezra Miller), talvez ainda não seja o suficiente para salvar o planeta de um catastrófico ataque que pode mudar a história da humanidade para sempre. Confira o trailer:
O Thiago Siqueira definiu muito bem o trabalho do Diretor no seu texto para o Cinema com Rapadura, então peço licença para reproduzir aqui: "O Zack Snyder tem uma visão muito própria dos heróis da DC. Enquanto a Marvel Studios retrata seus heróis – mesmo os mais extravagantes – de um ponto de vista extremamente humano, o cineasta enxerga a Liga da Justiça como deuses modernos, extraindo influências das mais diversas fontes, indo desde a mitologia greco-romana, passando pelas lendas arturianas, pelo legendarium de Tolkien e pelo cristianismo, sempre com um grau quase absoluto de solenidade." - Não interessa se a Marvel é um sucesso absoluto, isso é impossível de negar, mas ela tem o seu estilo e a DC precisava estruturar o seu, com identidade, e o "Snyder Cut" recuperou isso.
A forma como as histórias dos personagens secundários: Aquaman, Ciborgue, e Flash, são construídas e depois conectadas, funciona infinitamente melhor e cria um sentido de grupo, além de entendermos mais facilmente as motivações de cada um deles. Mesmo o roteiro dando algumas derrapadas, como na cena "Martha" do reencontro do Superman com a Lois ou na pouca explicação sobre as reais motivações que fizeram Darkseid enviar o Lobo da Estepe para além de recuperar as caixas maternas. Claro que nada disso prejudica a experiência e muitos desses gaps facilmente podem ser ajustados no futuro, mas aí que chega o problema maior: teremos um futuro com esse universo da DC, com essa identidade, com essa unidade narrativa?
O fato é que visão de Zack Snyder é um presente para os fãs desse tipo de filme, especialmente aos amantes da DC (como eu). O filme traz ganhos significativos para a narrativa e para o desenvolvimento de personagens (futuros, inclusive), se tornando uma espécie de versão definitiva e merecida da "Liga da Justiça".
Ufa, agora sim temos um filme de verdade! Imperdível!
Inicialmente o que mais me chamou a atenção em "Power" (ou "Project Power", título original) foi o fato de se tratar de um projeto do diretores Henry Joost e Ariel Schulman, reponsáveis pelo ótimo "Nerve" e pela adaptação (do anunciado) "Megaman". Acontece que essa produção da Netflix, com um orçamento de 85 milhões de dólares, se apega tanto nas cenas de ação que acaba esquecendo de contar a história como deveria.
O filme acompanha um ex-militar, Art (Jamie Foxx) e um policial, Frank (Joseph Gordon-Levitt) que tentam descobrir quem está por trás do tráfico de uma nova droga que dá para seus usuários superpoderes aleatórios e com isso, claro, gerando uma série de problemas na cidade de New Orleans. Confira o trailer:
Embora não seja uma história muito original (basta lembrarmos do que assistimos em "The Boys"), "Power" tem alguns elementos bastante interessantes para um gênero de ação com grife - seu conceito visual e a montagem mais clipada, não são novidades, mas trazem uma certa elegância e uma dinâmica bacana para o filme, porém o roteiro não acompanha essa qualidade. Me deu a impressão de que quiseram criar algo tão complexo, que faltou tempo de tela para desenvolver todos os personagens - o fato de não sabermos exatamente quem é o vilão, é um ótimo exemplo dessa incoerência.
Mattson Tomlin é um roteirista romeno que caiu nas graças de Hollywood depois de escrever e dirigir alguns curtas-metragens. O interessante, porém, é que mesmo sem uma carreira premiada, Tomlin está envolvido com projetos grandes (e caros) como o do novo Batman, por exemplo. Só que seu trabalho em "Power" me deixou com a pulga atrás da orelha. Seu roteiro é irregular, com falhas técnicas, de certa forma, primárias para quem deveria dominar a gramática da ação - como já citamos, a falta de definição do vilão é o que mais me incomodou: em um primeiro momento achamos que seria o Rodrigo Santoro (e o seu estereotipado Biggie), logo depois achamos que o vilão mesmo é o fortão Wallace (Tait Fletcher), quando na verdade quem realmente manda em tudo é a Gardner (Amy Landecker). Outra coisa, o escolher para qual "mocinho" torcer também é um pouco confuso: seria para o Art, para o Frank ou para a adolescente Robin (Dominique Fishback)? Na verdade até não seria um grande problema ter três protagonistas, desde que ficasse estabelecido a importância de cada um dentro do contexto e com suas motivações bem desenvolvidas - não é o caso! O fato de não se aprofundar em nenhum dos temas que aborda, inclusive com algumas criticas sociais bem pontuadas, e nem explicar muito bem todas as motivações dos personagens-chave faz com que até os diálogos cheios de clichês pareçam gratuitos demais. E aqui cabe uma pequena observação: existe uma cultura de que filme de ação não precisa ter um bom roteiro para valer a pena, eu discordo, mas respeito - mas o que não pode, na minha opinião, é abrir mão de uma certa identificação com o protagonista para que venhamos a torcer por ele durante toda a jornada e no caso de "Power" isso acontece - sem falar que não existe grandes dificuldades para vencer os inimigos, nos privando daquela "tensão" pré combate!
A jovem Dominique Fishback talvez seja o destaque do elenco. Santoro tem potencial para mais, mas seu texto e tempo de tela não ajudaram. Jamie Foxx e Joseph Gordon-Levitt fazem o arroz com feijão bem feito e saem no 0 x 0. Amy Landecker e Tait Fletcher quase não aparecem, então não prejudicam. Alguns pontos que merecem destaque mostram a qualidade dos diretores: mesmo com uma edição bastante picotada (e aqui é impossível saber o quanto os produtores influenciaram no trabalho do montador Jeff McEvoy), o filme é bastante inventivo em algumas cenas de ação onde a câmera não está no lugar mais óbvio - isso pode causar uma certa confusão em algum momento, mas nos coloca dentro da cena: a sequência inicial do "Tocha Humana" e a cena no cassino clandestino com a "Mulher de Gelo" foram muito bem executadas. Reparem!
Antes de finalizar uma curiosidade que provavelmente vai passar despercebido para muitos, mas vale a referência: a camisa que Joseph Gordon-Levitt usa durante todo o filme é do time de futebol americano da cidade de New Orleans, o Saints. O nome estampado atrás é de um jogador chamado Steve Gleason - ele é considerado um verdadeiro herói por bloquear um punt do Falcons (de Atlanta) que acabou culminando no primeiro touchdownda equipe no seu retorno ao Estádio, que foi símbolo de uma cidade destruída pelo furacão Katrina. Essa jogada foi eternizada por uma estátua na frente do Superdome, mas a história não acaba por aí: em 2011, já aposentado e ainda muito jovem, Gleason foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA) poucos dias antes de receber a noticia de que seria pai pela primeira vez! Com medo de não ter saúde para conhecer e se relacionar com o filho, Gleason resolve filmar sua rotina para fazer uma espécie de diário para seu filho e toda essa jornada acabou virando um emocionante documentário que leva o seu nome!
Dito isso e voltando ao motivo desse review, posso dizer que os amantes do gênero de ação vão se divertir com "Power", mas é inegável que, se melhor desenvolvida, a história entregaria muito mais que um filme sobre drogas e heróis sem uniforme. Toda aquela ambição pelo poder pincelada em algumas cenas poderiam transformar o filme em uma ótima alegoria sobre o egoísmo e corrupção social, existentes na cultura da violência, tão em alta ultimamente.
Inicialmente o que mais me chamou a atenção em "Power" (ou "Project Power", título original) foi o fato de se tratar de um projeto do diretores Henry Joost e Ariel Schulman, reponsáveis pelo ótimo "Nerve" e pela adaptação (do anunciado) "Megaman". Acontece que essa produção da Netflix, com um orçamento de 85 milhões de dólares, se apega tanto nas cenas de ação que acaba esquecendo de contar a história como deveria.
O filme acompanha um ex-militar, Art (Jamie Foxx) e um policial, Frank (Joseph Gordon-Levitt) que tentam descobrir quem está por trás do tráfico de uma nova droga que dá para seus usuários superpoderes aleatórios e com isso, claro, gerando uma série de problemas na cidade de New Orleans. Confira o trailer:
Embora não seja uma história muito original (basta lembrarmos do que assistimos em "The Boys"), "Power" tem alguns elementos bastante interessantes para um gênero de ação com grife - seu conceito visual e a montagem mais clipada, não são novidades, mas trazem uma certa elegância e uma dinâmica bacana para o filme, porém o roteiro não acompanha essa qualidade. Me deu a impressão de que quiseram criar algo tão complexo, que faltou tempo de tela para desenvolver todos os personagens - o fato de não sabermos exatamente quem é o vilão, é um ótimo exemplo dessa incoerência.
Mattson Tomlin é um roteirista romeno que caiu nas graças de Hollywood depois de escrever e dirigir alguns curtas-metragens. O interessante, porém, é que mesmo sem uma carreira premiada, Tomlin está envolvido com projetos grandes (e caros) como o do novo Batman, por exemplo. Só que seu trabalho em "Power" me deixou com a pulga atrás da orelha. Seu roteiro é irregular, com falhas técnicas, de certa forma, primárias para quem deveria dominar a gramática da ação - como já citamos, a falta de definição do vilão é o que mais me incomodou: em um primeiro momento achamos que seria o Rodrigo Santoro (e o seu estereotipado Biggie), logo depois achamos que o vilão mesmo é o fortão Wallace (Tait Fletcher), quando na verdade quem realmente manda em tudo é a Gardner (Amy Landecker). Outra coisa, o escolher para qual "mocinho" torcer também é um pouco confuso: seria para o Art, para o Frank ou para a adolescente Robin (Dominique Fishback)? Na verdade até não seria um grande problema ter três protagonistas, desde que ficasse estabelecido a importância de cada um dentro do contexto e com suas motivações bem desenvolvidas - não é o caso! O fato de não se aprofundar em nenhum dos temas que aborda, inclusive com algumas criticas sociais bem pontuadas, e nem explicar muito bem todas as motivações dos personagens-chave faz com que até os diálogos cheios de clichês pareçam gratuitos demais. E aqui cabe uma pequena observação: existe uma cultura de que filme de ação não precisa ter um bom roteiro para valer a pena, eu discordo, mas respeito - mas o que não pode, na minha opinião, é abrir mão de uma certa identificação com o protagonista para que venhamos a torcer por ele durante toda a jornada e no caso de "Power" isso acontece - sem falar que não existe grandes dificuldades para vencer os inimigos, nos privando daquela "tensão" pré combate!
A jovem Dominique Fishback talvez seja o destaque do elenco. Santoro tem potencial para mais, mas seu texto e tempo de tela não ajudaram. Jamie Foxx e Joseph Gordon-Levitt fazem o arroz com feijão bem feito e saem no 0 x 0. Amy Landecker e Tait Fletcher quase não aparecem, então não prejudicam. Alguns pontos que merecem destaque mostram a qualidade dos diretores: mesmo com uma edição bastante picotada (e aqui é impossível saber o quanto os produtores influenciaram no trabalho do montador Jeff McEvoy), o filme é bastante inventivo em algumas cenas de ação onde a câmera não está no lugar mais óbvio - isso pode causar uma certa confusão em algum momento, mas nos coloca dentro da cena: a sequência inicial do "Tocha Humana" e a cena no cassino clandestino com a "Mulher de Gelo" foram muito bem executadas. Reparem!
Antes de finalizar uma curiosidade que provavelmente vai passar despercebido para muitos, mas vale a referência: a camisa que Joseph Gordon-Levitt usa durante todo o filme é do time de futebol americano da cidade de New Orleans, o Saints. O nome estampado atrás é de um jogador chamado Steve Gleason - ele é considerado um verdadeiro herói por bloquear um punt do Falcons (de Atlanta) que acabou culminando no primeiro touchdownda equipe no seu retorno ao Estádio, que foi símbolo de uma cidade destruída pelo furacão Katrina. Essa jogada foi eternizada por uma estátua na frente do Superdome, mas a história não acaba por aí: em 2011, já aposentado e ainda muito jovem, Gleason foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA) poucos dias antes de receber a noticia de que seria pai pela primeira vez! Com medo de não ter saúde para conhecer e se relacionar com o filho, Gleason resolve filmar sua rotina para fazer uma espécie de diário para seu filho e toda essa jornada acabou virando um emocionante documentário que leva o seu nome!
Dito isso e voltando ao motivo desse review, posso dizer que os amantes do gênero de ação vão se divertir com "Power", mas é inegável que, se melhor desenvolvida, a história entregaria muito mais que um filme sobre drogas e heróis sem uniforme. Toda aquela ambição pelo poder pincelada em algumas cenas poderiam transformar o filme em uma ótima alegoria sobre o egoísmo e corrupção social, existentes na cultura da violência, tão em alta ultimamente.
Se você gosta de HQs de heróis, você vai gostar de "Samaritano" - e cito HQs, pois como você deve saber, a construção da história nos quadrinhos é completamente diferente de um roteiro cinematográfico, ou seja, o filme do diretor Julius Avery (de "Operação Overlord") prioriza a criação de uma atmosfera de ação e fantasia sem a necessidade de se aprofundar nos detalhes, sejam eles visuais ou narrativos - aqui os diálogos são, em sua maioria, curtos, diretos, expositivos e previsíveis; focando na expectativa da transformação dos protagonistas e só. Então, não espere algo cheio de camadas como em "Corpo Fechado" do Shyamalan, por exemplo, "Samaritano" está mais para aquele tipo de entretenimento mais puro!
Sam Cleary (Javon "Wanna" Walton), um garoto de 13 anos, suspeita que seu vizinho misterioso e solitário, o Sr. Smith (Sylvester Stallone) é, na verdade, o lendário vigilante Samaritano, que foi dado como morto há 25 anos. Com o crime em ascensão e a sociedade à beira do caos, Sam toma como sua missão persuadir seu vizinho a sair do esconderijo para salvar a cidade da ruína. Confira o trailer:
“Samaritano”, na verdade, se baseia em algumas HQs independentes da pequena editora americana Mythos Comics, que foram publicadas a partir de 2015, se apoiando no conceito do herói aposentado que busca não se envolver mais em problemas (impossível, mais uma vez, não lembrar de "Corpo Fechado"). Já o roteiro do Bragi F. Schut (de "Escape Room") que adaptou a história, propositalmente, trouxe a essência do gênero sem se preocupar em eliminar os esteriótipos - a sensação de já termos assistido algo muito parecido nos acompanha por todos os 90 minutos de filme.
Avery também parece não se preocupar com os impactos que um bom diálogo, entre bons atores, podem ter na narrativa. Stallone retoma sua performance "caras e bocas" ao melhor estilo anos 80 e Walton segue o mesmo tom juvenil que vimos no personagem Bastian (Barret Oliver) em "História sem fim" de 1984. Essa ingenuidade, característica daquela época que aprendia a se relacionar com a fantasia, pode incomodar parte da audiência acostumada com as produções mais elaboradas da DC ou da Marvel, porém, é preciso que se diga, a proposta desse filme é completamente outra - “Samaritano” não parece ter a pretensão de criar um universo (embora certamente terá uma continuação e até uma série poderia cair muito bem), o que lhe permite ficar na superficialidade do drama e da construção de uma mitologia que não precisará ser revisitada no futuro.
Resumindo, “Samaritano” é sim uma história que tem seus méritos, principalmente se você embarcar no que ela se propõe desde o seu prólogo. Os personagens são bons, os atores carismáticos, visualmente o filme é bonito (mesmo com alguma limitação de orçamento), existe uma certa criatividade estética e uma dinâmica bem elaborada que nos faz curtir o filme sem se apegar ao tempo. Como entretenimento de nicho (bem de nicho), eu não só não descartaria, como indico sem receio de errar.
Se você gosta de HQs de heróis, você vai gostar de "Samaritano" - e cito HQs, pois como você deve saber, a construção da história nos quadrinhos é completamente diferente de um roteiro cinematográfico, ou seja, o filme do diretor Julius Avery (de "Operação Overlord") prioriza a criação de uma atmosfera de ação e fantasia sem a necessidade de se aprofundar nos detalhes, sejam eles visuais ou narrativos - aqui os diálogos são, em sua maioria, curtos, diretos, expositivos e previsíveis; focando na expectativa da transformação dos protagonistas e só. Então, não espere algo cheio de camadas como em "Corpo Fechado" do Shyamalan, por exemplo, "Samaritano" está mais para aquele tipo de entretenimento mais puro!
Sam Cleary (Javon "Wanna" Walton), um garoto de 13 anos, suspeita que seu vizinho misterioso e solitário, o Sr. Smith (Sylvester Stallone) é, na verdade, o lendário vigilante Samaritano, que foi dado como morto há 25 anos. Com o crime em ascensão e a sociedade à beira do caos, Sam toma como sua missão persuadir seu vizinho a sair do esconderijo para salvar a cidade da ruína. Confira o trailer:
“Samaritano”, na verdade, se baseia em algumas HQs independentes da pequena editora americana Mythos Comics, que foram publicadas a partir de 2015, se apoiando no conceito do herói aposentado que busca não se envolver mais em problemas (impossível, mais uma vez, não lembrar de "Corpo Fechado"). Já o roteiro do Bragi F. Schut (de "Escape Room") que adaptou a história, propositalmente, trouxe a essência do gênero sem se preocupar em eliminar os esteriótipos - a sensação de já termos assistido algo muito parecido nos acompanha por todos os 90 minutos de filme.
Avery também parece não se preocupar com os impactos que um bom diálogo, entre bons atores, podem ter na narrativa. Stallone retoma sua performance "caras e bocas" ao melhor estilo anos 80 e Walton segue o mesmo tom juvenil que vimos no personagem Bastian (Barret Oliver) em "História sem fim" de 1984. Essa ingenuidade, característica daquela época que aprendia a se relacionar com a fantasia, pode incomodar parte da audiência acostumada com as produções mais elaboradas da DC ou da Marvel, porém, é preciso que se diga, a proposta desse filme é completamente outra - “Samaritano” não parece ter a pretensão de criar um universo (embora certamente terá uma continuação e até uma série poderia cair muito bem), o que lhe permite ficar na superficialidade do drama e da construção de uma mitologia que não precisará ser revisitada no futuro.
Resumindo, “Samaritano” é sim uma história que tem seus méritos, principalmente se você embarcar no que ela se propõe desde o seu prólogo. Os personagens são bons, os atores carismáticos, visualmente o filme é bonito (mesmo com alguma limitação de orçamento), existe uma certa criatividade estética e uma dinâmica bem elaborada que nos faz curtir o filme sem se apegar ao tempo. Como entretenimento de nicho (bem de nicho), eu não só não descartaria, como indico sem receio de errar.
Essa recomendação faz parte do nosso projeto "Semana dos Clássicos", onde convidamos você a revisitar filmes que mudaram os rumos da narrativa cinematográfica e que merecem um olhar mais critico sem esquecer, claro, do que pode ter representado emocionalmente na nossa vida!
"Superman", lançado em 1978 e dirigido pelo inesquecível Richard Donner, é um marco no cinema de heróis e uma das produções que mais influenciou o gênero ao longo dos anos. A obra introduziu o icônico personagem da DC Comics ao público em uma nova era cinematográfica, com um tom épico e uma escala visual impressionante para a época. O filme não apenas deu início à franquia do Superman no cinema, como também estabeleceu padrões de narrativa e produção que seriam seguidos por décadas.
A trama acompanha a origem de Kal-El, um bebê alienígena enviado à Terra momentos antes da destruição de seu planeta natal, Krypton. Criado por pais adotivos no interior dos Estados Unidos, ele cresce como Clark Kent (Christopher Reeve), desenvolvendo habilidades extraordinárias. Quando adulto, ele assume o papel de Superman, um herói dedicado à proteção da humanidade, enquanto trabalha disfarçado como o repórter tímido do Planeta Diário. O vilão Lex Luthor (Gene Hackman), um gênio criminoso, se torna seu principal antagonista nesse episódio ao arquitetar um plano que coloca milhões de vidas em risco, inclusive de Lois Lane (Margot Kidder). Confira o trailer (em inglês):
Delicioso de assistir, "Superman" se destaca não apenas por uma história clássica de origem, mas também pela habilidade de Donner em equilibrar fantasia e realidade sem a pretensão de parecer ranzinza demais. O primeiro ato do filme é brilhante - a narrativa se concentra na origem de Kal-El em Krypton e na sua criação na Terra. Repare como a jornada é cuidadosamente construída, sem se alongar demais, trazendo uma sensação de grandeza, mesmo que pontuada por uma certa melancolia. A transição de um jovem confuso para o icônico herói é tratada com delicadeza pelo diretor, o que humaniza o personagem e cria uma conexão emocional com o público. O roteiro, escrito por Mario Puzo (O Poderoso Chefão), David Newman, Leslie Newman e Robert Benton (Kramer vs. Kramer), equilibra bem a ação e o humor, sem desrespeitar a seriedade do personagem mítico. Veja, a narrativa é simples e direta, uma aula de roteiro, pois funciona bem para introduzir o herói e seus valores, tem aventura e diversão, mas também oferece profundidade suficiente para explorar as lutas íntimas de Clark com sua identidade e responsabilidade.
A direção de Richard Donner é impecável nesse sentido - ela mistura ótimas cenas de ação com momentos de desenvolvimento emocional relevantes. Ele consegue dar ao filme uma escala grandiosa, sem perder de vista a humanidade de Clark Kent/Superman. A utilização dos efeitos especiais que Donner usou, revolucionou o cinema - a partir da famosa campanha de marketing “Você acreditará que um homem pode voar”, as cenas de voo, apesar de simples pelos padrões atuais, foram impressionantes para o público dos anos 70 e se tornaram um dos elementos mais icônicos do filme. Outro ponto que merece destaque são as cenas em Krypton - embora soem datadas, elas foram visualmente impactantes, com uma estética futurista que refletia o alto nível de design de produção para a época.
Obviamente que interpretação de Christopher Reeve é um dos pilares que sustentam o filme. Ele conseguiu capturar perfeitamente a dualidade de Clark Kent e Superman - como Kent, ele é desajeitado e inseguro, uma fachada bem diferente do herói confiante e poderoso que o público vê como Superman. A performance de Reeve é marcada por sua naturalidade em ambos os papéis, o que lhe rendeu reconhecimento como uma das personificações definitivas do personagem. Basta um óculos e um bom ator para mergulharmos na proposta fantástica da DC. Gene Hackman, como Lex Luthor, traz uma interpretação carismática e um toque cômico ao vilão. Embora o tom leve de sua atuação contraste com a seriedade de Superman, Hackman oferece uma performance que equilibra malícia e humor, fazendo de Luthor um personagem inesquecível - a química entre Hackman e seus aliados de cena, como Otis (Ned Beatty) e Senhorita Teschmacher (Valerie Perrine), também adiciona leveza a um filme que, em muitos momentos, soa como um simples entretenimento de gênero.
A trilha sonora de John Williams é outro aspecto que define a grandiosidade de Superman. A tocada heróica de Williams, que acompanha as cenas de voo e ação, se tornou um dos temas mais reconhecíveis da história do cinema. Sua música captura a essência do personagem, uma mistura de esperança, nobreza e poder, e eleva cada cena em que é utilizada, reforçando o impacto épico da jornada. O fato é que "Superman" é um filme essencial para entender a evolução do gênero de heróis. Ele não apenas apresentou o herói de forma digna e fiel às suas raízes nas HQs, como também estabeleceu o tom para futuras adaptações no cinema. Com uma mistura de grandiosidade, performances memoráveis e um personagem que continua a inspirar gerações, o filme de 1978 permanece como um clássico atemporal que merece o seu play (novamente)!
Assista essa versão remasterizada e estendida do diretor!
Essa recomendação faz parte do nosso projeto "Semana dos Clássicos", onde convidamos você a revisitar filmes que mudaram os rumos da narrativa cinematográfica e que merecem um olhar mais critico sem esquecer, claro, do que pode ter representado emocionalmente na nossa vida!
"Superman", lançado em 1978 e dirigido pelo inesquecível Richard Donner, é um marco no cinema de heróis e uma das produções que mais influenciou o gênero ao longo dos anos. A obra introduziu o icônico personagem da DC Comics ao público em uma nova era cinematográfica, com um tom épico e uma escala visual impressionante para a época. O filme não apenas deu início à franquia do Superman no cinema, como também estabeleceu padrões de narrativa e produção que seriam seguidos por décadas.
A trama acompanha a origem de Kal-El, um bebê alienígena enviado à Terra momentos antes da destruição de seu planeta natal, Krypton. Criado por pais adotivos no interior dos Estados Unidos, ele cresce como Clark Kent (Christopher Reeve), desenvolvendo habilidades extraordinárias. Quando adulto, ele assume o papel de Superman, um herói dedicado à proteção da humanidade, enquanto trabalha disfarçado como o repórter tímido do Planeta Diário. O vilão Lex Luthor (Gene Hackman), um gênio criminoso, se torna seu principal antagonista nesse episódio ao arquitetar um plano que coloca milhões de vidas em risco, inclusive de Lois Lane (Margot Kidder). Confira o trailer (em inglês):
Delicioso de assistir, "Superman" se destaca não apenas por uma história clássica de origem, mas também pela habilidade de Donner em equilibrar fantasia e realidade sem a pretensão de parecer ranzinza demais. O primeiro ato do filme é brilhante - a narrativa se concentra na origem de Kal-El em Krypton e na sua criação na Terra. Repare como a jornada é cuidadosamente construída, sem se alongar demais, trazendo uma sensação de grandeza, mesmo que pontuada por uma certa melancolia. A transição de um jovem confuso para o icônico herói é tratada com delicadeza pelo diretor, o que humaniza o personagem e cria uma conexão emocional com o público. O roteiro, escrito por Mario Puzo (O Poderoso Chefão), David Newman, Leslie Newman e Robert Benton (Kramer vs. Kramer), equilibra bem a ação e o humor, sem desrespeitar a seriedade do personagem mítico. Veja, a narrativa é simples e direta, uma aula de roteiro, pois funciona bem para introduzir o herói e seus valores, tem aventura e diversão, mas também oferece profundidade suficiente para explorar as lutas íntimas de Clark com sua identidade e responsabilidade.
A direção de Richard Donner é impecável nesse sentido - ela mistura ótimas cenas de ação com momentos de desenvolvimento emocional relevantes. Ele consegue dar ao filme uma escala grandiosa, sem perder de vista a humanidade de Clark Kent/Superman. A utilização dos efeitos especiais que Donner usou, revolucionou o cinema - a partir da famosa campanha de marketing “Você acreditará que um homem pode voar”, as cenas de voo, apesar de simples pelos padrões atuais, foram impressionantes para o público dos anos 70 e se tornaram um dos elementos mais icônicos do filme. Outro ponto que merece destaque são as cenas em Krypton - embora soem datadas, elas foram visualmente impactantes, com uma estética futurista que refletia o alto nível de design de produção para a época.
Obviamente que interpretação de Christopher Reeve é um dos pilares que sustentam o filme. Ele conseguiu capturar perfeitamente a dualidade de Clark Kent e Superman - como Kent, ele é desajeitado e inseguro, uma fachada bem diferente do herói confiante e poderoso que o público vê como Superman. A performance de Reeve é marcada por sua naturalidade em ambos os papéis, o que lhe rendeu reconhecimento como uma das personificações definitivas do personagem. Basta um óculos e um bom ator para mergulharmos na proposta fantástica da DC. Gene Hackman, como Lex Luthor, traz uma interpretação carismática e um toque cômico ao vilão. Embora o tom leve de sua atuação contraste com a seriedade de Superman, Hackman oferece uma performance que equilibra malícia e humor, fazendo de Luthor um personagem inesquecível - a química entre Hackman e seus aliados de cena, como Otis (Ned Beatty) e Senhorita Teschmacher (Valerie Perrine), também adiciona leveza a um filme que, em muitos momentos, soa como um simples entretenimento de gênero.
A trilha sonora de John Williams é outro aspecto que define a grandiosidade de Superman. A tocada heróica de Williams, que acompanha as cenas de voo e ação, se tornou um dos temas mais reconhecíveis da história do cinema. Sua música captura a essência do personagem, uma mistura de esperança, nobreza e poder, e eleva cada cena em que é utilizada, reforçando o impacto épico da jornada. O fato é que "Superman" é um filme essencial para entender a evolução do gênero de heróis. Ele não apenas apresentou o herói de forma digna e fiel às suas raízes nas HQs, como também estabeleceu o tom para futuras adaptações no cinema. Com uma mistura de grandiosidade, performances memoráveis e um personagem que continua a inspirar gerações, o filme de 1978 permanece como um clássico atemporal que merece o seu play (novamente)!
Assista essa versão remasterizada e estendida do diretor!
Bem na linha dos documentários "Stan Lee" e "Marvel Stories", "Superpoderosos - A História da DC" traça um coerente e interessante paralelo entre o mercado editorial de HQs nos EUA, a força de sua propriedade intelectual e a jornada da DC em todas as mídias sob o enfoque social, cultural e também corporativo. Embora em alguns momentos, a minissérie em três partes possa parecer um amontoado de "extras" dos filmes da própria DC ao longo de décadas, é de se elogiar como o roteiro é capaz de conectar os pontos, criando uma linha temporal bastante dinâmica para contar essa história que soa como um fio de esperança para os fãs, mais ou menos como: "nós já erramos antes, mas encontramos um caminho. Acredite mais uma vez"!
"Superpoderosos - A História da DC" é um mergulho no legado duradouro e influente da DC que permite aos fãs redescobrirem o universo de personagens, as origens da icônica empresa de quadrinhos, seu desenvolvimento e o impacto de quase nove décadas da DC em todas as formas de arte. Confira o trailer:
Sem dúvida que o ponto alto dessa produção da HBO está na forma como a narrativa consegue expor a complexidade que é lidar com uma marca como a DC. O recorte histórico é riquíssimo, embora soe apressado e nem tão atual - já que nada se comenta sobre o novo DCU ou a chegada de Gunn para comandar o reboot do universo. No entanto, é possível perceber um tom de esperança quando o documentário analisa os desafios enfrentados pela empresa ao longo dos anos, incluindo momentos delicados, de controvérsia, como as polêmicas mudanças de continuidade, crises e reformulações editoriais. Esses momentos, enaltece a narrativa, se mostram fundamentais para moldar valor da DC que conhecemos hoje - e de fato, a empresa parece ter uma habilidade fora do comum tanto para se reinventar como para tomar decisões bem duvidosas.
A minissérie dirigida pela talentosa Leslie Iwerks (de "A História do Imagineering") começa por traçar as origens humildes da DC nas páginas de quadrinhos na década de 1930 (muito, mas muito antes da Marvel existir), destacando a criação de personagens lendários como Superman, Batman, Flash e Mulher-Maravilha. Ao longo dos episódios, o roteiro aborda temas interessantes como a DC criou e expandiu seu multiverso, disruptando um mercado marcado pela linearidade de seus arcos. Repare como o conceito aplicado nas HQs parece se repetir agora no cinema - é quase como se a empresa fomentasse uma espécie de liberdade editorial para que todos os heróis e vilões de seu catálogo se modernizassem para que os autores e diretores pudessem explorar várias realidades.
Sempre com depoimentos de autores, diretores e produtores, "The DC Story" (no original), explora a influência da DC no cinema, com o clássico "Superman: O Filme" de 1978, que trouxe a aura dos super-heróis para a tela grande, até as recentes produções como "Cavaleiro da Trevas", "Liga da Justiça", "Aquaman" e "Mulher-Maravilha". A jornada na TV com suas populares séries do Arrowverse, como "Arrow", "The Flash e "Supergirl", também foram lembradas e explicam como essas produções abraçaram a mitologia dos HQs e criaram histórias envolventes que vieram cativando os fãs de todas as idades desde as animações clássicas como "Superamigos".
Para quem gosta do assunto, realmente "Superpoderosos - A História da DC" é imperdível. Eu diria que esse overview nos dá a exata noção do tamanho e da importância da DC para a cultura pop mundial, sem se abster dos seus erros estratégicos e da sua capacidade de se adaptar aos tempos, o documentário celebra com muita honestidade a riqueza de seu universo, que continua a inspirar gerações de fãs em todo o mundo.
Vale seu play!
Bem na linha dos documentários "Stan Lee" e "Marvel Stories", "Superpoderosos - A História da DC" traça um coerente e interessante paralelo entre o mercado editorial de HQs nos EUA, a força de sua propriedade intelectual e a jornada da DC em todas as mídias sob o enfoque social, cultural e também corporativo. Embora em alguns momentos, a minissérie em três partes possa parecer um amontoado de "extras" dos filmes da própria DC ao longo de décadas, é de se elogiar como o roteiro é capaz de conectar os pontos, criando uma linha temporal bastante dinâmica para contar essa história que soa como um fio de esperança para os fãs, mais ou menos como: "nós já erramos antes, mas encontramos um caminho. Acredite mais uma vez"!
"Superpoderosos - A História da DC" é um mergulho no legado duradouro e influente da DC que permite aos fãs redescobrirem o universo de personagens, as origens da icônica empresa de quadrinhos, seu desenvolvimento e o impacto de quase nove décadas da DC em todas as formas de arte. Confira o trailer:
Sem dúvida que o ponto alto dessa produção da HBO está na forma como a narrativa consegue expor a complexidade que é lidar com uma marca como a DC. O recorte histórico é riquíssimo, embora soe apressado e nem tão atual - já que nada se comenta sobre o novo DCU ou a chegada de Gunn para comandar o reboot do universo. No entanto, é possível perceber um tom de esperança quando o documentário analisa os desafios enfrentados pela empresa ao longo dos anos, incluindo momentos delicados, de controvérsia, como as polêmicas mudanças de continuidade, crises e reformulações editoriais. Esses momentos, enaltece a narrativa, se mostram fundamentais para moldar valor da DC que conhecemos hoje - e de fato, a empresa parece ter uma habilidade fora do comum tanto para se reinventar como para tomar decisões bem duvidosas.
A minissérie dirigida pela talentosa Leslie Iwerks (de "A História do Imagineering") começa por traçar as origens humildes da DC nas páginas de quadrinhos na década de 1930 (muito, mas muito antes da Marvel existir), destacando a criação de personagens lendários como Superman, Batman, Flash e Mulher-Maravilha. Ao longo dos episódios, o roteiro aborda temas interessantes como a DC criou e expandiu seu multiverso, disruptando um mercado marcado pela linearidade de seus arcos. Repare como o conceito aplicado nas HQs parece se repetir agora no cinema - é quase como se a empresa fomentasse uma espécie de liberdade editorial para que todos os heróis e vilões de seu catálogo se modernizassem para que os autores e diretores pudessem explorar várias realidades.
Sempre com depoimentos de autores, diretores e produtores, "The DC Story" (no original), explora a influência da DC no cinema, com o clássico "Superman: O Filme" de 1978, que trouxe a aura dos super-heróis para a tela grande, até as recentes produções como "Cavaleiro da Trevas", "Liga da Justiça", "Aquaman" e "Mulher-Maravilha". A jornada na TV com suas populares séries do Arrowverse, como "Arrow", "The Flash e "Supergirl", também foram lembradas e explicam como essas produções abraçaram a mitologia dos HQs e criaram histórias envolventes que vieram cativando os fãs de todas as idades desde as animações clássicas como "Superamigos".
Para quem gosta do assunto, realmente "Superpoderosos - A História da DC" é imperdível. Eu diria que esse overview nos dá a exata noção do tamanho e da importância da DC para a cultura pop mundial, sem se abster dos seus erros estratégicos e da sua capacidade de se adaptar aos tempos, o documentário celebra com muita honestidade a riqueza de seu universo, que continua a inspirar gerações de fãs em todo o mundo.
Vale seu play!
Antes de mais nada é preciso dizer: a série, embora traga muito do humor negro do seu criador Garth Ennis, não é uma adaptação fiel dos quadrinhos, mas nem por isso deve ser renegada ou subestimada. "The Boys" é, sem dúvida, uma das séries mais originais lançadas em 2019 - um prato cheio para a Prime Vídeo mostrar o seu cartão de visita e definitivamente entrar na briga pela aquisição de assinantes em um mercado que está se transformando em uma verdadeira batalha.
"The Boys" narra alguns eventos ocorridos entre 2006 e 2008, em uma Nova York ficcional, onde super-heróis existem, mas que, em sua grande maioria, tiveram seus valores morais corrompidos pela fama, sucesso e exposição. Ao se comportar de forma irresponsável, muitos desses heróis mascaram sua verdadeira personalidade se escondendo atrás do controle (e do marketing) de uma grande Corporação - o que representa uma crítica direta ao mundo das celebridades de hoje, diga-se de passagem. Continuando: após ver sua noiva ser morta por um desses heróis, Hughie Campbell (Jack Quaid) percebe que existe uma verdadeira indústria de influência para encobrir as falhas de caráter desses poderosos agentes de mídia. É preciso dar um fim nessa situação, então Hughie se une ao misterioso Billy Butcher (Karl Urban) e inicia sua bizarra jornada para desmascarar essa enorme mentira.
Uma das coisas mais interessantes que percebi nessa primeira temporada, foram alguns elementos narrativos muito parecidos com aqueles que encontrávamos em Breaking Bad. Está certo que são elementos pontuais, mas que foram essenciais para que a série de Vince Gilligan se tornasse um grande sucesso, pela inovação narrativa e inventividade visual. O primeiro deles é a jornada de transformação de um personagem pacato em um potencial assassino - e se inicio vemos muito de Walter White em Hughie, com o passar dos episódios temos a impressão que seu personagem é muito mais próximo do Jessie, afinal ele está sempre se questionando e sua aproximação com a Annie January (Erin Moriarty), a Starlight, só aumenta sua dúvida sobre estar no caminho certo e es caminho deve ser percorrido com um ressentido Billy Butcher! Outro elemento bastante perceptível está na quebra das barreiras que separavamm os heróis dos bandidos, o certo do errado e até os motivos que justificavam (para quem assiste) algumas ações extremas - é preciso lembrar que em Breaking Bad torcíamos para os bandidos, nos identificávamos com suas motivações e parecia tudo "normal". Mas em "The Boys", quem são os bandidos? E por fim, e não menos importante, é o tom que série trás para seus episódios, é aquele mood quase escrachado, mas que serve para mascarar todos os dramas mais íntimos e pesados de personagens muito bem desenvolvidos, toda a ação (e reação) entre eles e, principalmente, que diminui a importância daqueles momentos mais sanguinários e impactantes da trama (ao melhor estilo Tarantino), quase como uma pintura que choca, mas que já será esquecida ou digerida ao se trocar o foco. Olha, que fique claro que não é uma comparação (é até muito cedo para isso), mas todos esses elementos tiram "The Boys" do lugar comum, basta reparar!
Resumindo: com um roteiro inteligente (cheio de detalhes e referências), uma direção muito competente, uma fotografia bem interessante e um tratamento de cor de muita personalidade - que já criou uma identidade muito particular, um look único e lindo para a série - "The Boys" mostra, para quem assiste, que nada está na tela por acaso e que se mantiver esse mesmo nível em algumas temporadas, pode realmente fazer muito barulho! Com o final da primeira temporada é fácil afirmar que a série está irrepreensível! Vale muito a pena!!!!
Antes de mais nada é preciso dizer: a série, embora traga muito do humor negro do seu criador Garth Ennis, não é uma adaptação fiel dos quadrinhos, mas nem por isso deve ser renegada ou subestimada. "The Boys" é, sem dúvida, uma das séries mais originais lançadas em 2019 - um prato cheio para a Prime Vídeo mostrar o seu cartão de visita e definitivamente entrar na briga pela aquisição de assinantes em um mercado que está se transformando em uma verdadeira batalha.
"The Boys" narra alguns eventos ocorridos entre 2006 e 2008, em uma Nova York ficcional, onde super-heróis existem, mas que, em sua grande maioria, tiveram seus valores morais corrompidos pela fama, sucesso e exposição. Ao se comportar de forma irresponsável, muitos desses heróis mascaram sua verdadeira personalidade se escondendo atrás do controle (e do marketing) de uma grande Corporação - o que representa uma crítica direta ao mundo das celebridades de hoje, diga-se de passagem. Continuando: após ver sua noiva ser morta por um desses heróis, Hughie Campbell (Jack Quaid) percebe que existe uma verdadeira indústria de influência para encobrir as falhas de caráter desses poderosos agentes de mídia. É preciso dar um fim nessa situação, então Hughie se une ao misterioso Billy Butcher (Karl Urban) e inicia sua bizarra jornada para desmascarar essa enorme mentira.
Uma das coisas mais interessantes que percebi nessa primeira temporada, foram alguns elementos narrativos muito parecidos com aqueles que encontrávamos em Breaking Bad. Está certo que são elementos pontuais, mas que foram essenciais para que a série de Vince Gilligan se tornasse um grande sucesso, pela inovação narrativa e inventividade visual. O primeiro deles é a jornada de transformação de um personagem pacato em um potencial assassino - e se inicio vemos muito de Walter White em Hughie, com o passar dos episódios temos a impressão que seu personagem é muito mais próximo do Jessie, afinal ele está sempre se questionando e sua aproximação com a Annie January (Erin Moriarty), a Starlight, só aumenta sua dúvida sobre estar no caminho certo e es caminho deve ser percorrido com um ressentido Billy Butcher! Outro elemento bastante perceptível está na quebra das barreiras que separavamm os heróis dos bandidos, o certo do errado e até os motivos que justificavam (para quem assiste) algumas ações extremas - é preciso lembrar que em Breaking Bad torcíamos para os bandidos, nos identificávamos com suas motivações e parecia tudo "normal". Mas em "The Boys", quem são os bandidos? E por fim, e não menos importante, é o tom que série trás para seus episódios, é aquele mood quase escrachado, mas que serve para mascarar todos os dramas mais íntimos e pesados de personagens muito bem desenvolvidos, toda a ação (e reação) entre eles e, principalmente, que diminui a importância daqueles momentos mais sanguinários e impactantes da trama (ao melhor estilo Tarantino), quase como uma pintura que choca, mas que já será esquecida ou digerida ao se trocar o foco. Olha, que fique claro que não é uma comparação (é até muito cedo para isso), mas todos esses elementos tiram "The Boys" do lugar comum, basta reparar!
Resumindo: com um roteiro inteligente (cheio de detalhes e referências), uma direção muito competente, uma fotografia bem interessante e um tratamento de cor de muita personalidade - que já criou uma identidade muito particular, um look único e lindo para a série - "The Boys" mostra, para quem assiste, que nada está na tela por acaso e que se mantiver esse mesmo nível em algumas temporadas, pode realmente fazer muito barulho! Com o final da primeira temporada é fácil afirmar que a série está irrepreensível! Vale muito a pena!!!!
"The Old Guard" é claramente a tentativa da Netflix de emplacar uma franquia de herói consistente com seu selo "Originals" e de quebra ainda fidelizar um público que pode migrar de plataforma com a chegada do Disney+. Dito isso, é preciso analisar o filme sob dois aspectos: o primeiro, mercadológico - baseado na HQ daImage Comics, escrita pelo Greg Rucka e desenhada pelo Leandro Fernández, "The Old Guard" caiu como uma luva dentro da estratégia da Netflix desde o momento em que ela trás para o time criativo o próprio Rucka para escrever o roteiro. Outro golaço foi escolher Charlize Theron como protagonista, já acostumada com a dinâmica de heroína em filmes de ação/ficção como em "Prometheus", "Mad Max: Estrada da Fúria" e até mesmo em "Atômica". O segundo aspecto relevante, sem dúvida, diz respeito à história escolhida - ao trazer a memória afetiva de "Highlander – O Guerreiro Imortal", o filme usa e abusa de uma narrativa atual (bem no estilo Marvel) ao mesmo tempo em que tenta construir uma mitologia própria (em flashbacks) que possibilita inúmeras ramificações dramáticas que podem resultar em várias sequências - a "cena pós crédito" (que na verdade nem é pós crédito, mas serve como uma espécie de "gancho") é um exemplo descarado desse planejamento. Bom, vamos ao trailer e depois voltamos para a discussão:
"The Old Guard" acompanha Andrômaca ou Andy (Charlize Theron) uma espécie de guerreira imortal que lidera uma equipe com outros três imortais, Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicki (Luca Marinelli), que se encontraram ao longo dos séculos para lutar, como o próprio Booker diz, "por aquilo que eles acreditam ser o certo". Porém eles passam a ser perseguidos por um bilionário, Merrick (Harry Melling), CEO de uma gigante da industria farmacêutica, que pretende captura-los e assim descobrir os segredos dessa longevidade. É aí que entra Nile Freeman (KiKi Layne), uma soldada americana que depois de muitos séculos surge como uma nova imortal e precisa do auxílio de Andy para entender essa nova condição até se tornar mais um membro da equipe.
De fato, "The Old Guard" tem potencial para ser uma franquia de sucesso. Nesse primeiro filme encontramos a ação que o gênero sugere, a discussão filosófica e íntima que os personagens precisam e ainda uma série elementos fantásticos que nos acompanham e nos instigam até o final. Se tem algo que não funciona, certamente é o vilão de Harry Melling - sua motivação é fraca e a performance completamente estereotipada, mas sobre isso falaremos mais adiante. No geral achei o filme divertido, dinâmico (nem sentimos as duas horas de duração) e interessante por tudo que é contado, mas mais ainda por um background que ainda vai ser explorado. Se você gosta de filme de herói, com uma pegada bem de fantasia, pode dar o play sem medo!
Embora seja um filme de herói, a força de "The Old Guard", definitivamente, não está na luta para vencer um vilão e sim na jornada da protagonista para encontrar a paz, mesmo que para isso ela tenha que vencer seu inimigo que, como já citamos, não tem elementos suficientes para nos causar alguma dúvida de que não será facilmente derrotado - não existe uma forte motivação que mova esse vilão na busca de redenção, por exemplo. O próprio Copley (Chiwetel Ejiofor), ex-agente da CIA que já havia trabalhado em uma missão com a equipe de Andy e que perdeu a esposa recentemente devido a uma doença degenerativa, "ELA", teria um papel muito mais relevante se fosse um vilão de verdade do que o Merrick.
Quando Greg Rucka adapta sua história, ele não só se mantém muito fiel à HQ, como ele acrescenta elementos que tornam a jornada de Andrômacaainda mais complexa e profunda - a sua dor ao encarar o seu dom como uma terrível maldição durante séculos (mais uma vez evocando a música "Who wants to live forever!") e a relação que ela estabelece com seus pares, inclusive com sua parceira Quynh (Van Veronica Ngo), é sensacional! Mas aqui cabe uma pequena crítica: tenho a impressão que a produção das cenas em flashback poderia ter sido melhor trabalhada - achei tudo muito flat, fake até,; sem a menor identidade! A fotografia não ajudou em nada e a forma como a diretora Gina Prince-Bythewood (do aclamado "Além dos Limites") comandou a construção da mitologia não me agradou - faltou uma Patty Jenkins de "Mulher Maravilha". Por outro lado, nas cenas de ação e pancadaria, Prince-Bythewood soube se equilibrar e em nenhum momento usou de piruetas ou explosões para roubar no jogo ou entregar algo que já não tivesse sugerido.
No fima das contas, "The Old Guard" tem qualidade! Nasceu bom: com um roteiro que soube trabalhar o drama e a ação sem cansar quem assiste e ao mesmo tempo apresentar uma história que ainda tem muito para contar. Charlize Theron ajudou a levantar o filme, mas não deve seguir por muito tempo na franquia, sabendo disso, achei muito inteligente a forma como Greg Rucka já nos oferece as opções de continuação - e pode ter certeza: ela virá!
Vale pelo entretenimento, com certeza!
"The Old Guard" é claramente a tentativa da Netflix de emplacar uma franquia de herói consistente com seu selo "Originals" e de quebra ainda fidelizar um público que pode migrar de plataforma com a chegada do Disney+. Dito isso, é preciso analisar o filme sob dois aspectos: o primeiro, mercadológico - baseado na HQ daImage Comics, escrita pelo Greg Rucka e desenhada pelo Leandro Fernández, "The Old Guard" caiu como uma luva dentro da estratégia da Netflix desde o momento em que ela trás para o time criativo o próprio Rucka para escrever o roteiro. Outro golaço foi escolher Charlize Theron como protagonista, já acostumada com a dinâmica de heroína em filmes de ação/ficção como em "Prometheus", "Mad Max: Estrada da Fúria" e até mesmo em "Atômica". O segundo aspecto relevante, sem dúvida, diz respeito à história escolhida - ao trazer a memória afetiva de "Highlander – O Guerreiro Imortal", o filme usa e abusa de uma narrativa atual (bem no estilo Marvel) ao mesmo tempo em que tenta construir uma mitologia própria (em flashbacks) que possibilita inúmeras ramificações dramáticas que podem resultar em várias sequências - a "cena pós crédito" (que na verdade nem é pós crédito, mas serve como uma espécie de "gancho") é um exemplo descarado desse planejamento. Bom, vamos ao trailer e depois voltamos para a discussão:
"The Old Guard" acompanha Andrômaca ou Andy (Charlize Theron) uma espécie de guerreira imortal que lidera uma equipe com outros três imortais, Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicki (Luca Marinelli), que se encontraram ao longo dos séculos para lutar, como o próprio Booker diz, "por aquilo que eles acreditam ser o certo". Porém eles passam a ser perseguidos por um bilionário, Merrick (Harry Melling), CEO de uma gigante da industria farmacêutica, que pretende captura-los e assim descobrir os segredos dessa longevidade. É aí que entra Nile Freeman (KiKi Layne), uma soldada americana que depois de muitos séculos surge como uma nova imortal e precisa do auxílio de Andy para entender essa nova condição até se tornar mais um membro da equipe.
De fato, "The Old Guard" tem potencial para ser uma franquia de sucesso. Nesse primeiro filme encontramos a ação que o gênero sugere, a discussão filosófica e íntima que os personagens precisam e ainda uma série elementos fantásticos que nos acompanham e nos instigam até o final. Se tem algo que não funciona, certamente é o vilão de Harry Melling - sua motivação é fraca e a performance completamente estereotipada, mas sobre isso falaremos mais adiante. No geral achei o filme divertido, dinâmico (nem sentimos as duas horas de duração) e interessante por tudo que é contado, mas mais ainda por um background que ainda vai ser explorado. Se você gosta de filme de herói, com uma pegada bem de fantasia, pode dar o play sem medo!
Embora seja um filme de herói, a força de "The Old Guard", definitivamente, não está na luta para vencer um vilão e sim na jornada da protagonista para encontrar a paz, mesmo que para isso ela tenha que vencer seu inimigo que, como já citamos, não tem elementos suficientes para nos causar alguma dúvida de que não será facilmente derrotado - não existe uma forte motivação que mova esse vilão na busca de redenção, por exemplo. O próprio Copley (Chiwetel Ejiofor), ex-agente da CIA que já havia trabalhado em uma missão com a equipe de Andy e que perdeu a esposa recentemente devido a uma doença degenerativa, "ELA", teria um papel muito mais relevante se fosse um vilão de verdade do que o Merrick.
Quando Greg Rucka adapta sua história, ele não só se mantém muito fiel à HQ, como ele acrescenta elementos que tornam a jornada de Andrômacaainda mais complexa e profunda - a sua dor ao encarar o seu dom como uma terrível maldição durante séculos (mais uma vez evocando a música "Who wants to live forever!") e a relação que ela estabelece com seus pares, inclusive com sua parceira Quynh (Van Veronica Ngo), é sensacional! Mas aqui cabe uma pequena crítica: tenho a impressão que a produção das cenas em flashback poderia ter sido melhor trabalhada - achei tudo muito flat, fake até,; sem a menor identidade! A fotografia não ajudou em nada e a forma como a diretora Gina Prince-Bythewood (do aclamado "Além dos Limites") comandou a construção da mitologia não me agradou - faltou uma Patty Jenkins de "Mulher Maravilha". Por outro lado, nas cenas de ação e pancadaria, Prince-Bythewood soube se equilibrar e em nenhum momento usou de piruetas ou explosões para roubar no jogo ou entregar algo que já não tivesse sugerido.
No fima das contas, "The Old Guard" tem qualidade! Nasceu bom: com um roteiro que soube trabalhar o drama e a ação sem cansar quem assiste e ao mesmo tempo apresentar uma história que ainda tem muito para contar. Charlize Theron ajudou a levantar o filme, mas não deve seguir por muito tempo na franquia, sabendo disso, achei muito inteligente a forma como Greg Rucka já nos oferece as opções de continuação - e pode ter certeza: ela virá!
Vale pelo entretenimento, com certeza!