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Morte no Vale do Silício

Se você assistiu "Tetris", filme que conta a história dos bastidores "nebulosos" que levaram o jogo a se tornar um dos mais vendidos da história, certamente você vai se surpreender com a história dessa minissérie documental produzida pela Discovery. "Morte no Vale do Silício" poderia ser, tranquilamente, a continuação da produção da AppleTV+, até porquê parte do que vimos contextualizado no filme ajuda (e muito) a entender todas as teorias que envolveram a morte do outro criador do jogo (esse não citado no filme) durante a investigação que acompanhamos em três episódios aqui. Veja, estabelecer o que representou para a União Soviética ter um produto criado em seus domínios, em plena Guerra Fria, e que acabou se tornando um fenômeno de vendas (leia-se "que gerou muito dinheiro") em todo mundo, vai te colocar em lugares muito particulares nesse excelente True Crime - pode acreditar!

Em setembro de 1998, Vladimir Pokhilko, um dos desenvolvedores do Tetris, e parceiro de Alexey Pajitno (esse sim, aquele do filme), foi encontrado morto ao lado da esposa e do filho de 12 anos em sua casa no Vale do Silício. Na época, a conclusão atestava que a morte do programador russo foi dada como um assassinato seguido de suicídio - ou seja, Pokhilko teria matado a esposa, o filho e depois se suicidado. Porém, uma das responsáveis pela investigação, Sandra Brown, retorna à cena do crime anos depois e faz uma descoberta que pode não só mudar a resolução do caso, mas também abrir novos mistérios e teorias sinistras sobre o crime que chocou os EUA. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pela talentosa Misty Showalter, produtora de vários documentários e que aqui estreia na função, "Morte no Vale do Silício"oferece uma análise minuciosa dos eventos de 1998 pelo ponto de vista dos investigadores e dos amigos das vitimas - o que acaba criando um verdadeiro choque de realidades de acordo com a resolução do caso, já que ninguém nunca acreditou que Vladimir Pokhilko seria capaz de fazer o que o laudo do legista e parte da investigação afirmaram que ele fez. Partindo desse embate de percepções, a narrativa nos conduz até a União Soviética dos anos 80 onde o roteiro se apropria de inúmeras reportagens da época, com uma edição primorosa, e tenta construir um cenário que coloca a máfia e até o atual presidente da Rússia, Vladimir Putin (olha ele aí de novo), no centro dessa investigação.  

Mesmo que Showalter se apoie em algumas dramatizações para construir todo o clima de mistério e até para nos impactar visualmente, sem dúvida alguma que são os depoimentos de Sandra Brown e suas novas descobertas 23 anos depois, que fazem com a história fique realmente empolgante - algumas revelações de Brown são até óbvias olhando em perspectiva, porém as reações, hoje, dos investigadores envolvidos no caso, na época, acabam dizendo muito sobre a forma como tudo foi "resolvido" sob as vistas grossas do FBI que aparentemente já vinha monitorando Pokhilko e sua possível relação com a máfia antes mesmo de sua morte.

Resumindo, "The Tetris Murders" (no original) é uma minissérie que cativa muito mais pelas perguntas do que pelas respostas - o embate que Brown provoca com seus colegas de trabalho no final do terceiro episódio dá o exato tom pessoal que a história representa. Muito bem conduzida, talvez a narrativa só tenha falhado por não ter usado algumas intervenções gráficas que ajudariam a conectar os pontos de uma forma mais fluida, já que o roteiro mergulha fundo em um crime perturbador ao mesmo tempo em que contextualiza o período sócio-politico importante e ainda cria uma espécie de extensão óbvia de tudo que assistimos no filme "Tetris" - então se você ainda não assistiu, assista o filme antes, pois isso fará total diferença na sua experiência com a minissérie. 

Vale muito o seu play!

Assista Agora

Se você assistiu "Tetris", filme que conta a história dos bastidores "nebulosos" que levaram o jogo a se tornar um dos mais vendidos da história, certamente você vai se surpreender com a história dessa minissérie documental produzida pela Discovery. "Morte no Vale do Silício" poderia ser, tranquilamente, a continuação da produção da AppleTV+, até porquê parte do que vimos contextualizado no filme ajuda (e muito) a entender todas as teorias que envolveram a morte do outro criador do jogo (esse não citado no filme) durante a investigação que acompanhamos em três episódios aqui. Veja, estabelecer o que representou para a União Soviética ter um produto criado em seus domínios, em plena Guerra Fria, e que acabou se tornando um fenômeno de vendas (leia-se "que gerou muito dinheiro") em todo mundo, vai te colocar em lugares muito particulares nesse excelente True Crime - pode acreditar!

Em setembro de 1998, Vladimir Pokhilko, um dos desenvolvedores do Tetris, e parceiro de Alexey Pajitno (esse sim, aquele do filme), foi encontrado morto ao lado da esposa e do filho de 12 anos em sua casa no Vale do Silício. Na época, a conclusão atestava que a morte do programador russo foi dada como um assassinato seguido de suicídio - ou seja, Pokhilko teria matado a esposa, o filho e depois se suicidado. Porém, uma das responsáveis pela investigação, Sandra Brown, retorna à cena do crime anos depois e faz uma descoberta que pode não só mudar a resolução do caso, mas também abrir novos mistérios e teorias sinistras sobre o crime que chocou os EUA. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pela talentosa Misty Showalter, produtora de vários documentários e que aqui estreia na função, "Morte no Vale do Silício"oferece uma análise minuciosa dos eventos de 1998 pelo ponto de vista dos investigadores e dos amigos das vitimas - o que acaba criando um verdadeiro choque de realidades de acordo com a resolução do caso, já que ninguém nunca acreditou que Vladimir Pokhilko seria capaz de fazer o que o laudo do legista e parte da investigação afirmaram que ele fez. Partindo desse embate de percepções, a narrativa nos conduz até a União Soviética dos anos 80 onde o roteiro se apropria de inúmeras reportagens da época, com uma edição primorosa, e tenta construir um cenário que coloca a máfia e até o atual presidente da Rússia, Vladimir Putin (olha ele aí de novo), no centro dessa investigação.  

Mesmo que Showalter se apoie em algumas dramatizações para construir todo o clima de mistério e até para nos impactar visualmente, sem dúvida alguma que são os depoimentos de Sandra Brown e suas novas descobertas 23 anos depois, que fazem com a história fique realmente empolgante - algumas revelações de Brown são até óbvias olhando em perspectiva, porém as reações, hoje, dos investigadores envolvidos no caso, na época, acabam dizendo muito sobre a forma como tudo foi "resolvido" sob as vistas grossas do FBI que aparentemente já vinha monitorando Pokhilko e sua possível relação com a máfia antes mesmo de sua morte.

Resumindo, "The Tetris Murders" (no original) é uma minissérie que cativa muito mais pelas perguntas do que pelas respostas - o embate que Brown provoca com seus colegas de trabalho no final do terceiro episódio dá o exato tom pessoal que a história representa. Muito bem conduzida, talvez a narrativa só tenha falhado por não ter usado algumas intervenções gráficas que ajudariam a conectar os pontos de uma forma mais fluida, já que o roteiro mergulha fundo em um crime perturbador ao mesmo tempo em que contextualiza o período sócio-politico importante e ainda cria uma espécie de extensão óbvia de tudo que assistimos no filme "Tetris" - então se você ainda não assistiu, assista o filme antes, pois isso fará total diferença na sua experiência com a minissérie. 

Vale muito o seu play!

Assista Agora

Tetris

"Tetris", isso mesmo, o filme que conta a história daquele famoso jogo da Nintendo, é surpreendente de tão divertido - mesmo que em alguns momentos soe fantasioso demais! Com muitos elementos dramáticos que acostumamos encontrar em séries que desvendam os bastidores de uma startup como em "WeCrashed" ou de um produto revolucionário como "Batalha Bilionária: O Caso Google Earth", essa produção da AppleTV+ ainda traz para trama toda uma atmosfera de nostalgia, de dramas políticos e até de filmes de ação, que nos envolve de tal maneira que não conseguimos tirar os olhos da tela durante duas horas. Olha, é entretenimento puro, mas com muita qualidade.

Antes de Tetris se tornar um fenômeno, ele passou por uma jornada extraordinária: quando o representante de jogos, Henk Rogers (Taron Egerton), descobriu o jogo do programador russo Alexey Pajitno (Nikita Efrenov) no final da década de 1980, quando a "Cortina de Ferro" da URSS estava prestes a cair. Com o objetivo de licenciar o titulo mundialmente para consoles de videogame, fliperamas, PCs e também para o futuro "gameboy", Rogers se envolve em um turbilhão de mentiras e corrupção, de modo que precisa negociar até com o serviço secreto russo, a KGB. Enquanto várias partes fazem reivindicações legais sobre o jogo, Rogers logo se vê no meio de uma enorme batalha legal que pode custar até seu casamento. Confira o trailer (em inglês):

É claro que, mesmo se baseando em fatos, o promissor diretor Jon S. Baird (de "Stan & Ollie") se permitiu algumas licenças poéticas para criar uma dinâmica que vai além de um estudo de caso e acaba se tornando um filme muito divertido - como o próprio Baird antecipou em uma matéria para o Collider, Tetris "não é um documentário"! Dito isso, fica muito fácil aceitar toda a jornada de Rogers já que Egerton mostra mais uma vez seu range na interpretação, capaz de dominar os alívios cômicos com a mesma qualidade em que convence como um empreendedor em busca de um sonho (muito arriscado) que parece impossível de realizar.

O roteiro de Noah Pink (criador de "Genius"), de fato, está longe de ser um profundo mergulho na psique do personagem - daqueles construídos em cima de inúmeras camadas e dramas marcantes que refletem algumas ações intempestivas no presente. Muito menos é uma detalhada investigação sobre a importância sociocultural ou politica do jogo em questão, no entanto, a simplicidade do texto, que em nenhum momento se perde em referências nostálgicas ou na densidade jurídica dos conflitos, aliada a uma narrativa inteligente, faz da nossa experiência como audiência, algo muito prazeroso.

As referências visuais, normalmente pautadas nos gráficos 8 bits dos videogames mais antigos, e uma trilha sonora simplesmente fantástica são as cerejas do bolo de "Tetris". Mesmo que em alguns momentos o filme vacile ao abusar dos estereótipos soviéticos (ao melhor estilo Stranger Things), é interessante perceber que tudo isso faz parte de escolha conceitual que torna a história, em termos narrativos, algo leve e fácil de consumir; deixando claro que até por trás dos bloquinhos caindo do alto de uma tela, existe uma boa história!

Vale muito o seu play!

PS: Sugiro, para contextualizar esse universo dos primórdios dos video-games, assistir a série "GDLK".

Assista Agora

"Tetris", isso mesmo, o filme que conta a história daquele famoso jogo da Nintendo, é surpreendente de tão divertido - mesmo que em alguns momentos soe fantasioso demais! Com muitos elementos dramáticos que acostumamos encontrar em séries que desvendam os bastidores de uma startup como em "WeCrashed" ou de um produto revolucionário como "Batalha Bilionária: O Caso Google Earth", essa produção da AppleTV+ ainda traz para trama toda uma atmosfera de nostalgia, de dramas políticos e até de filmes de ação, que nos envolve de tal maneira que não conseguimos tirar os olhos da tela durante duas horas. Olha, é entretenimento puro, mas com muita qualidade.

Antes de Tetris se tornar um fenômeno, ele passou por uma jornada extraordinária: quando o representante de jogos, Henk Rogers (Taron Egerton), descobriu o jogo do programador russo Alexey Pajitno (Nikita Efrenov) no final da década de 1980, quando a "Cortina de Ferro" da URSS estava prestes a cair. Com o objetivo de licenciar o titulo mundialmente para consoles de videogame, fliperamas, PCs e também para o futuro "gameboy", Rogers se envolve em um turbilhão de mentiras e corrupção, de modo que precisa negociar até com o serviço secreto russo, a KGB. Enquanto várias partes fazem reivindicações legais sobre o jogo, Rogers logo se vê no meio de uma enorme batalha legal que pode custar até seu casamento. Confira o trailer (em inglês):

É claro que, mesmo se baseando em fatos, o promissor diretor Jon S. Baird (de "Stan & Ollie") se permitiu algumas licenças poéticas para criar uma dinâmica que vai além de um estudo de caso e acaba se tornando um filme muito divertido - como o próprio Baird antecipou em uma matéria para o Collider, Tetris "não é um documentário"! Dito isso, fica muito fácil aceitar toda a jornada de Rogers já que Egerton mostra mais uma vez seu range na interpretação, capaz de dominar os alívios cômicos com a mesma qualidade em que convence como um empreendedor em busca de um sonho (muito arriscado) que parece impossível de realizar.

O roteiro de Noah Pink (criador de "Genius"), de fato, está longe de ser um profundo mergulho na psique do personagem - daqueles construídos em cima de inúmeras camadas e dramas marcantes que refletem algumas ações intempestivas no presente. Muito menos é uma detalhada investigação sobre a importância sociocultural ou politica do jogo em questão, no entanto, a simplicidade do texto, que em nenhum momento se perde em referências nostálgicas ou na densidade jurídica dos conflitos, aliada a uma narrativa inteligente, faz da nossa experiência como audiência, algo muito prazeroso.

As referências visuais, normalmente pautadas nos gráficos 8 bits dos videogames mais antigos, e uma trilha sonora simplesmente fantástica são as cerejas do bolo de "Tetris". Mesmo que em alguns momentos o filme vacile ao abusar dos estereótipos soviéticos (ao melhor estilo Stranger Things), é interessante perceber que tudo isso faz parte de escolha conceitual que torna a história, em termos narrativos, algo leve e fácil de consumir; deixando claro que até por trás dos bloquinhos caindo do alto de uma tela, existe uma boa história!

Vale muito o seu play!

PS: Sugiro, para contextualizar esse universo dos primórdios dos video-games, assistir a série "GDLK".

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