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Cobra Kai

"Cobra Kai" é um projeto que merece ser estudado. Imaginem um nova série onde dois antigos rivais do esporte: o primeiro se tornou um empresário de sucesso, casado, dois filhos, feliz; já o segundo, sobrevive como um fracassado, na vida pessoal e profissional, alcoólatra e solitário. De repente o caminho dos dois volta a se cruzar, o fracassado se vê com a oportunidade de ensinar karatê para que um jovem imigrante consiga se defender dos valentões da escola, enquanto o bem sucedido se sente na obrigação de evitar que o fantasma que o assombrou há 30 anos atrás, ressurja. Junte a essa premissa vários personagens estereotipados, um texto extremamente superficial e um conceito visual e narrativo completamente ultrapassado - você acha que essa série mereceria uma recomendação? Pois bem, "Cobra Kai" é, de fato, tudo isso que pontuei, porém com uma dupla de protagonistas que subverte toda essa percepção: Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) - e quando ligamos "o nome à pessoa", uma enorme carga nostálgica toma conta do nosso subconsciente e tudo que julgávamos ruim se transforma em algo sensacional. Duvida? Então assista o trailer abaixo:

Nada em "Cobra Kai" é por acaso, pode acreditar - ou seja, por mais estranho que pareça, todos elementos que criticaríamos em qualquer outra circunstância se tornam simplesmente geniais ao recriar, 30 anos depois, o mesmo universo que marcou toda uma geração - e aqui é preciso deixar claro: essa série é justamente para quem tem mais que 40 anos e torceu por Daniel San como se estivesse assistindo uma final olímpica ou que tenha repetido aquele golpe final de "Karatê Kid" em alguma brincadeira adolescente lá pelos 80 e 90. É óbvio que essa conexão emocional está pautando o sucesso da série, mais ou menos como aconteceu com "Stranger Things", mas se você não faz parte dessa geração e ficou curioso, eu sugiro que você assista o clássico de 1984 antes e só se você se divertir muito, parta para os episódios da série disponíveis na Netflix. Para os mais de 40, imperdível!

A principio, "Cobra Kai" aproveitou o contexto do primeiro filme e os dez minutos iniciais do segundo, o resto foi para o lixo (e ainda bem!). Apresentar uma nova perspectiva em uma história que já foi contada, para mim, foi a grande sacada da série. Mostrar que para uma mesma história, existem pontos de vista diferentes, que aquela necessidade de escolhermos um lado e torcermos por ele, quase sempre funciona apenas como um gatilho para rotularmos quem é o herói e quem é o bandido - e é justamente ao discutir sobre "rótulos" que "Cobra Kai" ganha ainda mais força. Impactar uma nova geração com problemas atuais, mas se equilibrando em conceitos que já não se encaixam na sociedade moderna e ainda não problematizar sobre eles, certamente, deixa a série leve, entretenimento puro! Todos os signos que marcaram o gênero em 1984 estão presentes: desde os momentos de tensão pontuados com uma trilha sonora motivacional e transformadora à toda uma construção de jornada dos personagens mais jovens em cima da "imagem e semelhança" do que aconteceu há 30 anos atrás, porém repaginada! 

O roteiro é direto, sem pegadinhas ou necessidade de grandes plot twists, e é por isso que sempre sabemos exatamente o que vai acontecer em cada cena e quais serão suas consequências, e nem assim paramos de assistir ou deixamos de torcer pelos personagens que escolhemos como heróis (e aqui, mais uma vez, não sabemos exatamente quais são). É em cima disso que Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg e Josh Heald, criadores da série, foram muito inteligentes - eles nos provocam, como se dissessem: "as coisas não são exatamente como nós achamos que elas são!" As homenagens são sensíveis, como ao citar o Sr. Miyagi (o saudoso Pat Morita - indicado ao Oscar pelo personagem) ou mostrar apenas de relance o carro amarelo que Daniel San tanto encerou no primeiro filme e até ao relembrar alguns eventos-chave da obra de John G. Avildsen (e que acabam fazendo todo sentido na narrativa da série, diga-se de passagem).

"Cobra Kai" reaproveita os clichês de um gênero que fez muito sucesso nos anos 80, sem a menor vergonha, e transforma em uma viagem nostálgica ao descompromisso com o subtexto, com a seriedade de discussões filosóficas ou existenciais, deixando que o entretenimento nos conduza e permitindo que nossas interpretações fiquem limitadas entre uma cena de pancadaria e outra, sem aquela necessidade de encontrar um algo a mais onde não existe - ou pelo menos, onde não precisaria existir! "Cobra Kai" foi um tiro certo da Netflix e mais uma prova de que os "fins" justificam os "meios", ou seja, mesmo com um certo sucesso que a série teve quando fazia parte do finado "YouTube Red", só agora ela alcançou o status de cult e o reconhecimento de crítica e público!

Vale muito a pena! Dê o play e divirta-se, só!

Assista Agora

"Cobra Kai" é um projeto que merece ser estudado. Imaginem um nova série onde dois antigos rivais do esporte: o primeiro se tornou um empresário de sucesso, casado, dois filhos, feliz; já o segundo, sobrevive como um fracassado, na vida pessoal e profissional, alcoólatra e solitário. De repente o caminho dos dois volta a se cruzar, o fracassado se vê com a oportunidade de ensinar karatê para que um jovem imigrante consiga se defender dos valentões da escola, enquanto o bem sucedido se sente na obrigação de evitar que o fantasma que o assombrou há 30 anos atrás, ressurja. Junte a essa premissa vários personagens estereotipados, um texto extremamente superficial e um conceito visual e narrativo completamente ultrapassado - você acha que essa série mereceria uma recomendação? Pois bem, "Cobra Kai" é, de fato, tudo isso que pontuei, porém com uma dupla de protagonistas que subverte toda essa percepção: Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) - e quando ligamos "o nome à pessoa", uma enorme carga nostálgica toma conta do nosso subconsciente e tudo que julgávamos ruim se transforma em algo sensacional. Duvida? Então assista o trailer abaixo:

Nada em "Cobra Kai" é por acaso, pode acreditar - ou seja, por mais estranho que pareça, todos elementos que criticaríamos em qualquer outra circunstância se tornam simplesmente geniais ao recriar, 30 anos depois, o mesmo universo que marcou toda uma geração - e aqui é preciso deixar claro: essa série é justamente para quem tem mais que 40 anos e torceu por Daniel San como se estivesse assistindo uma final olímpica ou que tenha repetido aquele golpe final de "Karatê Kid" em alguma brincadeira adolescente lá pelos 80 e 90. É óbvio que essa conexão emocional está pautando o sucesso da série, mais ou menos como aconteceu com "Stranger Things", mas se você não faz parte dessa geração e ficou curioso, eu sugiro que você assista o clássico de 1984 antes e só se você se divertir muito, parta para os episódios da série disponíveis na Netflix. Para os mais de 40, imperdível!

A principio, "Cobra Kai" aproveitou o contexto do primeiro filme e os dez minutos iniciais do segundo, o resto foi para o lixo (e ainda bem!). Apresentar uma nova perspectiva em uma história que já foi contada, para mim, foi a grande sacada da série. Mostrar que para uma mesma história, existem pontos de vista diferentes, que aquela necessidade de escolhermos um lado e torcermos por ele, quase sempre funciona apenas como um gatilho para rotularmos quem é o herói e quem é o bandido - e é justamente ao discutir sobre "rótulos" que "Cobra Kai" ganha ainda mais força. Impactar uma nova geração com problemas atuais, mas se equilibrando em conceitos que já não se encaixam na sociedade moderna e ainda não problematizar sobre eles, certamente, deixa a série leve, entretenimento puro! Todos os signos que marcaram o gênero em 1984 estão presentes: desde os momentos de tensão pontuados com uma trilha sonora motivacional e transformadora à toda uma construção de jornada dos personagens mais jovens em cima da "imagem e semelhança" do que aconteceu há 30 anos atrás, porém repaginada! 

O roteiro é direto, sem pegadinhas ou necessidade de grandes plot twists, e é por isso que sempre sabemos exatamente o que vai acontecer em cada cena e quais serão suas consequências, e nem assim paramos de assistir ou deixamos de torcer pelos personagens que escolhemos como heróis (e aqui, mais uma vez, não sabemos exatamente quais são). É em cima disso que Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg e Josh Heald, criadores da série, foram muito inteligentes - eles nos provocam, como se dissessem: "as coisas não são exatamente como nós achamos que elas são!" As homenagens são sensíveis, como ao citar o Sr. Miyagi (o saudoso Pat Morita - indicado ao Oscar pelo personagem) ou mostrar apenas de relance o carro amarelo que Daniel San tanto encerou no primeiro filme e até ao relembrar alguns eventos-chave da obra de John G. Avildsen (e que acabam fazendo todo sentido na narrativa da série, diga-se de passagem).

"Cobra Kai" reaproveita os clichês de um gênero que fez muito sucesso nos anos 80, sem a menor vergonha, e transforma em uma viagem nostálgica ao descompromisso com o subtexto, com a seriedade de discussões filosóficas ou existenciais, deixando que o entretenimento nos conduza e permitindo que nossas interpretações fiquem limitadas entre uma cena de pancadaria e outra, sem aquela necessidade de encontrar um algo a mais onde não existe - ou pelo menos, onde não precisaria existir! "Cobra Kai" foi um tiro certo da Netflix e mais uma prova de que os "fins" justificam os "meios", ou seja, mesmo com um certo sucesso que a série teve quando fazia parte do finado "YouTube Red", só agora ela alcançou o status de cult e o reconhecimento de crítica e público!

Vale muito a pena! Dê o play e divirta-se, só!

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Creed 2

Antes de falar de "Creed 2", eu preciso admitir que, para mim, a franquia "Rocky" terminou no quarto filme, quando ele nocauteia Ivan Drago com Burning Heart ecoando nos meus ouvidos, no ápice da guerra fria de 1985 - Meu Deus, eu assisti esse filme no cinema (rs)!!! Aquelas presepadas do 5 e do 6, devem ser esquecidas em nome do sucesso que essa nova série de filmes, que tem o filho do Apollo como protagonista, vem alcançando, ok?

Dito isso, agora podemos continuar sem nenhum peso na consciência! Creed trás para os anos 2000, um pouco do que Rocky representou para os anos 80! Fazendo esse paralelo, podemos dizer que "Creed" (2015) tem aquela atmosfera de cinema independente do "Rocky 1 e 2" - quando, inclusive, "o lutador" ganhou o Oscar de melhor filme em 1977. Ele espelha aquele conceito de cinema de autor, focado muito mais no drama do que na ação, nas lutas em si. Claro que com uma pegada mais moderna, mas com o mesmo foco na história mais existencial, com um roteiro mais profundo, trabalhado e com um diretor extremamente competente como o Ryan Coogler (de Pantera Negra) no comando para criar uma identidade própria, forte, ao mesmo tempo que revive um gênero que foi se perdendo no meio de tanta porcaria que fizeram durante anos. Funcionou! "Creed" foi um sucesso de bilheteria e de crítica - até presenteando o Stallone com uma indicação de melhor ator no Oscar de 2016!!!

Bom, ai vem Creed 2, filme que acabei de assistir: definitivamente é um filme menos autoral, eu diria que é mais de Estúdio, estilo blockbuster mesmo; sem tanta alma, sem tanto roteiro, mas com muito mais ação e aquela fórmula consagrada da jornada de superação do herói inseguro - como foi Rocky 3 e 4. Isso é um problema? De maneira nenhuma, Rocky 3 e 4 são os meus favoritos (me julguem, rs) e Creed 2 é praticamente um reboot desses dois filmes em um só! "Creed 2" é completamente previsível, superficial, mas muito (muito) divertido!  O filme trás aquele sorriso no rosto já nos primeiros acordes da música tema (aquela...) no momento da virada, na última luta, quando tudo parecia perdido...

É claro que você já viu isso, a sinopse já te entrega o que vem pela frente de cara: o filho do Apollo tendo que enfrentar o filho do Drago em busca de auto-afirmação fantasiada de vingança! O fato é que essa previsibilidade pouco importa, porque a sensação de assistir essa jornada "novamente" é maravilhosa!!! Aliás você que tem mais de 40 anos (e/ou é fã da série anterior), vai adivinhar o filme inteirinho; vai reconhecer muito dos filmes dos anos 80, mas vai se divertir como adolescente de novo!!! Já você, na casa do 20, vai começar a entender um pouco mais "por que?" o Stallone se tornou um dos atores mais bem pagos daquela época e um ícone de uma geração!!!

A verdade é que "Creed 2" é um conjunto de clichês, não tem nada de novo, tudo é uma versão mais moderna do que já foi contado um dia... Perde muito em qualidade cinematográfica para o primeiro filme, tem um diretor infinitamente menos relevante, deixam de lado aquela inserção gráfica magnífica do cartel dos lutadores que poderia virar uma marca da série (e que era linda), mas, mesmo assim, te garanto: "Creed 2" vale cada centavo!!! É muito divertido, além de ter aquele tom nostálgico dos anos 80... 

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Antes de falar de "Creed 2", eu preciso admitir que, para mim, a franquia "Rocky" terminou no quarto filme, quando ele nocauteia Ivan Drago com Burning Heart ecoando nos meus ouvidos, no ápice da guerra fria de 1985 - Meu Deus, eu assisti esse filme no cinema (rs)!!! Aquelas presepadas do 5 e do 6, devem ser esquecidas em nome do sucesso que essa nova série de filmes, que tem o filho do Apollo como protagonista, vem alcançando, ok?

Dito isso, agora podemos continuar sem nenhum peso na consciência! Creed trás para os anos 2000, um pouco do que Rocky representou para os anos 80! Fazendo esse paralelo, podemos dizer que "Creed" (2015) tem aquela atmosfera de cinema independente do "Rocky 1 e 2" - quando, inclusive, "o lutador" ganhou o Oscar de melhor filme em 1977. Ele espelha aquele conceito de cinema de autor, focado muito mais no drama do que na ação, nas lutas em si. Claro que com uma pegada mais moderna, mas com o mesmo foco na história mais existencial, com um roteiro mais profundo, trabalhado e com um diretor extremamente competente como o Ryan Coogler (de Pantera Negra) no comando para criar uma identidade própria, forte, ao mesmo tempo que revive um gênero que foi se perdendo no meio de tanta porcaria que fizeram durante anos. Funcionou! "Creed" foi um sucesso de bilheteria e de crítica - até presenteando o Stallone com uma indicação de melhor ator no Oscar de 2016!!!

Bom, ai vem Creed 2, filme que acabei de assistir: definitivamente é um filme menos autoral, eu diria que é mais de Estúdio, estilo blockbuster mesmo; sem tanta alma, sem tanto roteiro, mas com muito mais ação e aquela fórmula consagrada da jornada de superação do herói inseguro - como foi Rocky 3 e 4. Isso é um problema? De maneira nenhuma, Rocky 3 e 4 são os meus favoritos (me julguem, rs) e Creed 2 é praticamente um reboot desses dois filmes em um só! "Creed 2" é completamente previsível, superficial, mas muito (muito) divertido!  O filme trás aquele sorriso no rosto já nos primeiros acordes da música tema (aquela...) no momento da virada, na última luta, quando tudo parecia perdido...

É claro que você já viu isso, a sinopse já te entrega o que vem pela frente de cara: o filho do Apollo tendo que enfrentar o filho do Drago em busca de auto-afirmação fantasiada de vingança! O fato é que essa previsibilidade pouco importa, porque a sensação de assistir essa jornada "novamente" é maravilhosa!!! Aliás você que tem mais de 40 anos (e/ou é fã da série anterior), vai adivinhar o filme inteirinho; vai reconhecer muito dos filmes dos anos 80, mas vai se divertir como adolescente de novo!!! Já você, na casa do 20, vai começar a entender um pouco mais "por que?" o Stallone se tornou um dos atores mais bem pagos daquela época e um ícone de uma geração!!!

A verdade é que "Creed 2" é um conjunto de clichês, não tem nada de novo, tudo é uma versão mais moderna do que já foi contado um dia... Perde muito em qualidade cinematográfica para o primeiro filme, tem um diretor infinitamente menos relevante, deixam de lado aquela inserção gráfica magnífica do cartel dos lutadores que poderia virar uma marca da série (e que era linda), mas, mesmo assim, te garanto: "Creed 2" vale cada centavo!!! É muito divertido, além de ter aquele tom nostálgico dos anos 80... 

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Creed 3

"Creed 3" é essencialmente um filme de boxe, com as forças e as franquezas que o fã desse subgênero de ação já está acostumado. No entanto, especificamente nesse capitulo da franquia, o filme sofre com a imaturidade de Michael B. Jordan na direção e com o roteiro pouco inspirado (e certamente o menos consistente) do Ryan Coogler, que, inclusive, escreveu os anteriores e me parece que aqui apenas supervisionou o trabalho de Keenan Coogler (de "Space Jam 2") e de Zach Baylin (de "King Richard"). Ok, mas o filme é ruim? Não, longe disso, mas é preciso dizer que ao dar o play, você vai encontrar "mais do mesmo"!

Depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed (Michael B. Jordan) vem prosperando tanto na carreira quanto na vida familiar até que um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, Damian (Jonathan Majors), ressurge após ficar 18 anos na prisão. Ansioso para provar que merece sua chance no ringue, Damian pede a ajuda de Creed. Apesar de apoio do amigo, Damian parece não estar nada satisfeito com a ideia de que Creed tenha "tomado seu lugar" e é aí que os dois velhos amigos resolvem lutar para enfrentar os fantasmas do  passado e assim encontrar um futuro mais digno para ambos. Confira o trailer:

Como já era de se esperar, as sequências de luta são o ponto alto de "Creed 3" - coreografadas com maestria e filmadas de forma bastante imersiva pelo diretor de fotografia Kramer Morgenthau. Cada soco, cada movimento é capturado de uma maneira visceral, fazendo com que a audiência, de fato, se sinta parte do ringue. A energia e a intensidade dessas cenas são impressionantes e é o que mantém nossa adrenalina em alta ao longo da trama, no entanto essas cenas são pontuais e o drama dos personagens em si, parece não ter a mesma "alma" dos outros dois filmes (especialmente o primeiro pelo tom mais independente da direção do próprio Coogler ou até do segundo graças ao conceito mais nostálgico da narrativa).

É inegável que o roteiro até se esforça para explorar questões sociais relevantes, ao abordar assuntos como o impacto da fama e do sucesso, a importância de encontrar sua própria voz e até a luta  para superar o passado em pró do futuro - eu diria até que esses elementos adicionam certa profundidade à história, mas falta desenvolvimento. A relação do próprio Adonis com Damian, o impacto desse convívio com o que ambos se tornaram e as conexões entre a juventude pobre com as questões raciais e de preconceito, parecem pouco exploradas e deixam uma certa sensação de frustração quando chegamos no terceiro ato.

A trilha sonora produzida pelo selo Dreamville com músicas do rapper J. Cole é um espetáculo à parte - a cada filme, uma identidade, um verdadeiro show. Repare como as canções se encaixam quando combinadas com os temas de perseverança e dedicação que são exploradas pelo roteiro. Esse impacto emocional continua sendo um trunfo da franquia e faz com que “Creed 3” se mantenha interessante, divertido e até alinhado com a essência de "Rocky", mas como amante de filmes de boxe, eu abriria os olhos para não cometer as mesmas falhas que o grande Stallone cometeu por não aceitar que existe uma hora de finalizar um ciclo - imagino que o de "Creed" está chegando.

Para você, fã, vale o play!

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"Creed 3" é essencialmente um filme de boxe, com as forças e as franquezas que o fã desse subgênero de ação já está acostumado. No entanto, especificamente nesse capitulo da franquia, o filme sofre com a imaturidade de Michael B. Jordan na direção e com o roteiro pouco inspirado (e certamente o menos consistente) do Ryan Coogler, que, inclusive, escreveu os anteriores e me parece que aqui apenas supervisionou o trabalho de Keenan Coogler (de "Space Jam 2") e de Zach Baylin (de "King Richard"). Ok, mas o filme é ruim? Não, longe disso, mas é preciso dizer que ao dar o play, você vai encontrar "mais do mesmo"!

Depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed (Michael B. Jordan) vem prosperando tanto na carreira quanto na vida familiar até que um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, Damian (Jonathan Majors), ressurge após ficar 18 anos na prisão. Ansioso para provar que merece sua chance no ringue, Damian pede a ajuda de Creed. Apesar de apoio do amigo, Damian parece não estar nada satisfeito com a ideia de que Creed tenha "tomado seu lugar" e é aí que os dois velhos amigos resolvem lutar para enfrentar os fantasmas do  passado e assim encontrar um futuro mais digno para ambos. Confira o trailer:

Como já era de se esperar, as sequências de luta são o ponto alto de "Creed 3" - coreografadas com maestria e filmadas de forma bastante imersiva pelo diretor de fotografia Kramer Morgenthau. Cada soco, cada movimento é capturado de uma maneira visceral, fazendo com que a audiência, de fato, se sinta parte do ringue. A energia e a intensidade dessas cenas são impressionantes e é o que mantém nossa adrenalina em alta ao longo da trama, no entanto essas cenas são pontuais e o drama dos personagens em si, parece não ter a mesma "alma" dos outros dois filmes (especialmente o primeiro pelo tom mais independente da direção do próprio Coogler ou até do segundo graças ao conceito mais nostálgico da narrativa).

É inegável que o roteiro até se esforça para explorar questões sociais relevantes, ao abordar assuntos como o impacto da fama e do sucesso, a importância de encontrar sua própria voz e até a luta  para superar o passado em pró do futuro - eu diria até que esses elementos adicionam certa profundidade à história, mas falta desenvolvimento. A relação do próprio Adonis com Damian, o impacto desse convívio com o que ambos se tornaram e as conexões entre a juventude pobre com as questões raciais e de preconceito, parecem pouco exploradas e deixam uma certa sensação de frustração quando chegamos no terceiro ato.

A trilha sonora produzida pelo selo Dreamville com músicas do rapper J. Cole é um espetáculo à parte - a cada filme, uma identidade, um verdadeiro show. Repare como as canções se encaixam quando combinadas com os temas de perseverança e dedicação que são exploradas pelo roteiro. Esse impacto emocional continua sendo um trunfo da franquia e faz com que “Creed 3” se mantenha interessante, divertido e até alinhado com a essência de "Rocky", mas como amante de filmes de boxe, eu abriria os olhos para não cometer as mesmas falhas que o grande Stallone cometeu por não aceitar que existe uma hora de finalizar um ciclo - imagino que o de "Creed" está chegando.

Para você, fã, vale o play!

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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

Muita gente criticou, mas eu me diverti muito assistindo "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" - mesmo entendendo a estratégia da Marvel como uma aposta complicada de realizar, já que a interdependência entre as produções vem se tornando cada vez mais latente. Por outro lado, o Estúdio vem dando uma liberdade (até surpreendente) para que os diretores imponham sua identidade ao ponto de transformar um gênero (bastante criticado por sua pasteurização) em algo cada vez mais autoral - e foi aí que Sam Raimi brilhou!

Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", após derrotar Dormammu e enfrentar Thanos nos eventos de "Vingadores: Ultimato", o Mago Supremo, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Jóia do Tempo. Mas uma velha conhecida coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso contextualizar onde estamos nessa complicada (e cheia de detalhes) linha temporal do MCU. Mas que fique claro, nossa função aqui não é fazer estudo aprofundado de caso e sim posicionar a audiência menos especializada em um ótimo cenário de entretenimento onde estão os filmes de heróis. Pois bem, em "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", o Dr. Stephen Strange tenta ajudar Peter Parker, que teve sua identidade revelada em "Longe de Casa", com um feitiço que acaba dando errado, criando uma certa, digamos, confusão através de vários Universos. Mas não é só isso, toda uma preparação foi criada com as séries do Disney+, "WandaVision", "Loki" e, especialmente "What if...?", que se conectam diretamente com o filme, trazendo uma sensação de complementariedade para quem assistiu e de alguma confusão para quem não assistiu.

Em "What If…?", mais especificamente no 4º episódio (embora tenhamos outras referências da série no filme), há um Stephen Strange diferente que acaba enlouquecendo. Em “E se… O Doutor Estranho perdesse o coração em vez das mãos?”, uma realidade inteira é destruída após uma sequência desastrosa de atitudes precipitadas do personagem, após a morte do amor de sua vida, Christine Palmer (Rachel McAdams), em um acidente. Seguindo essa linha narrativa, o roteirista Michael Waldron (não por coincidência, o mesmo de "Loki") se esforça ao máximo para conectar as pontas sem a necessidade de explicações muito elaboradas e, na minha opinião, ele não é tão bem sucedido - não por culpa dele, mas pela aposta da Marvel de que todos que assistem seus filmes, também assistem suas séries e estão interessados em mergulhar muito fundo naquele universo que ela vem criando.

Isoladamente, o filme continua muito divertido, com excelentes sequências de ação e um toque magistral de Raimi que traz vários elementos de terror e suspense, variando a gramática cinematográfica entre diferentes subgêneros, que vai do slasher ao psicológico, pontuando a violência gráfica sem a necessidade de impactar com "sangue" - o que interferiria diretamente na classificação do filme. Elizabeth Olsen é outro grande destaque - ela transita brilhantemente entre a doçura de Wanda e a crueldade da Feiticeira Escarlate, enquanto Benedict Cumberbatch se afasta do piadista do primeiro filme e nos apresenta seu lado infeliz, amargurado, arrependido e, ao mesmo tempo, egoísta (muito do que vimos em "What If…?", inclusive)

Em um filme que se aproveita do equilíbrio conseguido em "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis", onde os ótimos efeitos em CGI estão completamente alinhados ao caráter mais místico das artes marciais, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", acaba sendo um delicioso espetáculo visual digno de um personagem que finalmente parece ter encontrado o seu tom e uma história consistente para contar. Palmas para Sam Raimi!

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Muita gente criticou, mas eu me diverti muito assistindo "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" - mesmo entendendo a estratégia da Marvel como uma aposta complicada de realizar, já que a interdependência entre as produções vem se tornando cada vez mais latente. Por outro lado, o Estúdio vem dando uma liberdade (até surpreendente) para que os diretores imponham sua identidade ao ponto de transformar um gênero (bastante criticado por sua pasteurização) em algo cada vez mais autoral - e foi aí que Sam Raimi brilhou!

Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", após derrotar Dormammu e enfrentar Thanos nos eventos de "Vingadores: Ultimato", o Mago Supremo, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Jóia do Tempo. Mas uma velha conhecida coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso contextualizar onde estamos nessa complicada (e cheia de detalhes) linha temporal do MCU. Mas que fique claro, nossa função aqui não é fazer estudo aprofundado de caso e sim posicionar a audiência menos especializada em um ótimo cenário de entretenimento onde estão os filmes de heróis. Pois bem, em "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", o Dr. Stephen Strange tenta ajudar Peter Parker, que teve sua identidade revelada em "Longe de Casa", com um feitiço que acaba dando errado, criando uma certa, digamos, confusão através de vários Universos. Mas não é só isso, toda uma preparação foi criada com as séries do Disney+, "WandaVision", "Loki" e, especialmente "What if...?", que se conectam diretamente com o filme, trazendo uma sensação de complementariedade para quem assistiu e de alguma confusão para quem não assistiu.

Em "What If…?", mais especificamente no 4º episódio (embora tenhamos outras referências da série no filme), há um Stephen Strange diferente que acaba enlouquecendo. Em “E se… O Doutor Estranho perdesse o coração em vez das mãos?”, uma realidade inteira é destruída após uma sequência desastrosa de atitudes precipitadas do personagem, após a morte do amor de sua vida, Christine Palmer (Rachel McAdams), em um acidente. Seguindo essa linha narrativa, o roteirista Michael Waldron (não por coincidência, o mesmo de "Loki") se esforça ao máximo para conectar as pontas sem a necessidade de explicações muito elaboradas e, na minha opinião, ele não é tão bem sucedido - não por culpa dele, mas pela aposta da Marvel de que todos que assistem seus filmes, também assistem suas séries e estão interessados em mergulhar muito fundo naquele universo que ela vem criando.

Isoladamente, o filme continua muito divertido, com excelentes sequências de ação e um toque magistral de Raimi que traz vários elementos de terror e suspense, variando a gramática cinematográfica entre diferentes subgêneros, que vai do slasher ao psicológico, pontuando a violência gráfica sem a necessidade de impactar com "sangue" - o que interferiria diretamente na classificação do filme. Elizabeth Olsen é outro grande destaque - ela transita brilhantemente entre a doçura de Wanda e a crueldade da Feiticeira Escarlate, enquanto Benedict Cumberbatch se afasta do piadista do primeiro filme e nos apresenta seu lado infeliz, amargurado, arrependido e, ao mesmo tempo, egoísta (muito do que vimos em "What If…?", inclusive)

Em um filme que se aproveita do equilíbrio conseguido em "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis", onde os ótimos efeitos em CGI estão completamente alinhados ao caráter mais místico das artes marciais, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", acaba sendo um delicioso espetáculo visual digno de um personagem que finalmente parece ter encontrado o seu tom e uma história consistente para contar. Palmas para Sam Raimi!

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Nocaute

Nocaute

"Nocaute" é um excelente exemplo daquele tipo de filme que bastam algumas cenas para você já saber exatamente tudo que vai acontecer durante os 120 minutos de jornada do protagonista! Mas isso faz do filme uma experiência ruim? Não vejo dessa forma, até porquê estamos falando de um estilo de filme bem específico, mas é inegável que a enorme quantidade de clichês narrativos nos dá a sensação de que já assistimos aquela história, com aqueles tipos de personagens e ainda assim nos divertimos com tudo isso. O que eu quero dizer é que a história é do lutador Billy Hope, mas poderia ser de Adonis "Creed" Johnson ou até de Rocky Balboa. Pegou?

Billy "The Great" Hope (Jake Gyllenhaal), é um fenômeno do boxe. Um lutador com 43 vitórias e nenhuma derrota que trilhou o seu caminho rumo ao título de campeão mundial enquanto enfrentava diversas tragédias em sua vida pessoal. Após um evento traumático, Hope perde tudo, inclusive o respeito como atleta; é quando ele é forçado a voltar a lutar para tentar reconquistar a guarda e o amor de sua filha, em uma verdadeira cruzada na busca pela redenção. Confira o trailer:

Dirigido pelo inconstante Antoine Fuqua (de "Dia da Treinamento"), "Southpaw" (no original) é um verdadeiro "filme de ator" - e nesse ponto é visível o esforço de Gyllenhaal para transformar um roteiro mediano (por tudo que comentei acima) em um projeto 100% pessoal. Fico imaginando Gyllenhaal lendo o roteiro e pensando: esse é o meu "Touro Indomável", basta eu me transformar fisicamente como Robert De Niro, trabalhar minha enorme capacidade de atuação, equilibrando momentos de introspecção com algumas explosões emocionais (e físicas), para não exagerar no overacting,que meu Oscar está garantido! Acontece que mesmo com o bom trabalho do ator e com Fuqua impondo um bom ritmo narrativo e lutando (sem trocadilho) para encontrar uma identidade cinematográfica mais requintada, trazendo o "charme" daquela atmosfera novaiorquina do submundo do boxe; a história não se sustenta - ou melhor, não inova e não surpreende.

Essa desconexão entre a qualidade técnica dos realizadores e falta de originalidade da trama que foi desenvolvida pelo Kurt Sutter (de "Sons of Anarchy") certamente distanciou Gyllenhaal do seu objetivo maior, mas pode se dizer que não diminuiu o propósito do filme - o de entreter um público médio. A montagem mais frenética do competente John Refoua (indicado ao Oscar por "Avatar"), a trilha sonora empolgante do saudoso James Horner, repleta de hip-hop e notas de tensão (aquelas que descaradamente pontuam as emoções dos personagens), e a câmera mais nervosa do diretor de fotografia Mauro Fiore (esse sim vencedor do Oscar por "Avatar"), compõem esse cenário envolvente, em muitos momentos, vibrante, e em alguns poucos, emocionante (aliás, para quem é pai de menina, isso fará ainda mais sentido).

“Nocaute” segue a cartilha dos filmes de superação com louvor - quem gosta, gosta muito, e provavelmente vai gostar desse também! Embora não encontre forças suficientes para ser reconhecido como um filme inesquecível, algo como "Creed" (para citar o primo mais novo), podemos dizer que ele cumpre muito bem o seu papel. 

Assista Agora

"Nocaute" é um excelente exemplo daquele tipo de filme que bastam algumas cenas para você já saber exatamente tudo que vai acontecer durante os 120 minutos de jornada do protagonista! Mas isso faz do filme uma experiência ruim? Não vejo dessa forma, até porquê estamos falando de um estilo de filme bem específico, mas é inegável que a enorme quantidade de clichês narrativos nos dá a sensação de que já assistimos aquela história, com aqueles tipos de personagens e ainda assim nos divertimos com tudo isso. O que eu quero dizer é que a história é do lutador Billy Hope, mas poderia ser de Adonis "Creed" Johnson ou até de Rocky Balboa. Pegou?

Billy "The Great" Hope (Jake Gyllenhaal), é um fenômeno do boxe. Um lutador com 43 vitórias e nenhuma derrota que trilhou o seu caminho rumo ao título de campeão mundial enquanto enfrentava diversas tragédias em sua vida pessoal. Após um evento traumático, Hope perde tudo, inclusive o respeito como atleta; é quando ele é forçado a voltar a lutar para tentar reconquistar a guarda e o amor de sua filha, em uma verdadeira cruzada na busca pela redenção. Confira o trailer:

Dirigido pelo inconstante Antoine Fuqua (de "Dia da Treinamento"), "Southpaw" (no original) é um verdadeiro "filme de ator" - e nesse ponto é visível o esforço de Gyllenhaal para transformar um roteiro mediano (por tudo que comentei acima) em um projeto 100% pessoal. Fico imaginando Gyllenhaal lendo o roteiro e pensando: esse é o meu "Touro Indomável", basta eu me transformar fisicamente como Robert De Niro, trabalhar minha enorme capacidade de atuação, equilibrando momentos de introspecção com algumas explosões emocionais (e físicas), para não exagerar no overacting,que meu Oscar está garantido! Acontece que mesmo com o bom trabalho do ator e com Fuqua impondo um bom ritmo narrativo e lutando (sem trocadilho) para encontrar uma identidade cinematográfica mais requintada, trazendo o "charme" daquela atmosfera novaiorquina do submundo do boxe; a história não se sustenta - ou melhor, não inova e não surpreende.

Essa desconexão entre a qualidade técnica dos realizadores e falta de originalidade da trama que foi desenvolvida pelo Kurt Sutter (de "Sons of Anarchy") certamente distanciou Gyllenhaal do seu objetivo maior, mas pode se dizer que não diminuiu o propósito do filme - o de entreter um público médio. A montagem mais frenética do competente John Refoua (indicado ao Oscar por "Avatar"), a trilha sonora empolgante do saudoso James Horner, repleta de hip-hop e notas de tensão (aquelas que descaradamente pontuam as emoções dos personagens), e a câmera mais nervosa do diretor de fotografia Mauro Fiore (esse sim vencedor do Oscar por "Avatar"), compõem esse cenário envolvente, em muitos momentos, vibrante, e em alguns poucos, emocionante (aliás, para quem é pai de menina, isso fará ainda mais sentido).

“Nocaute” segue a cartilha dos filmes de superação com louvor - quem gosta, gosta muito, e provavelmente vai gostar desse também! Embora não encontre forças suficientes para ser reconhecido como um filme inesquecível, algo como "Creed" (para citar o primo mais novo), podemos dizer que ele cumpre muito bem o seu papel. 

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Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

Se você não é um leitor fanático dos HQs da Marvel, certamente você não havia ouvido falar do Mestre do Kung-Fu, Shang-Chi - como provavelmente você também não conhecia os "Guardiões das Galáxia". Pois bem, a comparação é válida, pois a Marvel já provou ser capaz de transformar suas IPs (propriedades intelectuais) mais secundárias em grandes surpresas (e promissoras franquias) quando adaptadas para as telas de cinema - e aqui eu afirmo com todas as letras: "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" é muito (muito mesmo) divertido! Entretenimento puro com o carimbo do Estúdio!

No filme, acompanhamos a história de Shang-Chi (Simu Liu), um jovem chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho. Confira o trailer:

É inegável que os amantes de artes marciais vão se conectar rapidamente com o filme, da mesma forma que as pessoas que gostam de filmes de fantasia também vão - o mix de "O Tigre e o Dragão" com a competente linha narrativa de "história de origem" da Marvel funciona bem demais. mas não é perfeita e, quer saber, não tem a menor importância! "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" é tão dinâmico e bem realizado que nem vemos o tempo passar - é tanta pancadaria, que os alívios cômicos acabam funcionando como um escapemuito mais para retomar o fôlego - a incrível sequência do ônibus nas ladeiras de San Francisco que o diga!

O filme tem o mérito de transformar citações da mitologia chinesa em elementos narrativos muito presentes em séries de fantasia - a luta entre "dragões" no terceiro ato é um convite emocional aos bons momentos de "Game of Thrones". Ao mesmo tempo, com a direção de Destin Daniel Cretton (de "Luta por Justiça") e a performance de Liu, temos lutas muito bem coreografadas - quando enquadradas "homem a homem", o ballet é perfeito e a sensação de leveza dos golpes contrastando com o peso do impacto produzido pelo desenho de som, chega a ser impactante visualmente. Mérito de uma equipe experiente de coreografia em artes marciais (nos EUA conhecido como "stage combat") comandada pelo Andy Cheng.

Outro detalhe que merece um destaque, sem dúvida, é o trabalho pontual, mas bem interessante de Awkwafina, como a melhor amiga de Shang-Chi, Katy -  ela esbanja simpatia e carisma! Simu Liu é outro que deve ganhar cada vez mais destaque no MCU - ele está impecável como herói e trabalha tão bem com os elementos em CGI, que, certamente, será muito bem aproveitado daqui para frente.

Um filme que apresenta Xialing (Meng’er Zhang) e resgata Trevor (Ben Kingsley) de "Homem de Ferro 3", atém de apresentar um arco perfeito e enxuto do verdadeiro "Mandarim" Wenwu (Tony Leung), merece muito respeito. "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" tem seus defeitos? Claro que sim - inclusive técnicos, mas em hipótese alguma isso é motivo para tirar o filme daquela disputada prateleira como uma das maiores (e boas) surpresas que a Marvel já produziu até hoje!

Vale muito a pena!

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Se você não é um leitor fanático dos HQs da Marvel, certamente você não havia ouvido falar do Mestre do Kung-Fu, Shang-Chi - como provavelmente você também não conhecia os "Guardiões das Galáxia". Pois bem, a comparação é válida, pois a Marvel já provou ser capaz de transformar suas IPs (propriedades intelectuais) mais secundárias em grandes surpresas (e promissoras franquias) quando adaptadas para as telas de cinema - e aqui eu afirmo com todas as letras: "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" é muito (muito mesmo) divertido! Entretenimento puro com o carimbo do Estúdio!

No filme, acompanhamos a história de Shang-Chi (Simu Liu), um jovem chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho. Confira o trailer:

É inegável que os amantes de artes marciais vão se conectar rapidamente com o filme, da mesma forma que as pessoas que gostam de filmes de fantasia também vão - o mix de "O Tigre e o Dragão" com a competente linha narrativa de "história de origem" da Marvel funciona bem demais. mas não é perfeita e, quer saber, não tem a menor importância! "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" é tão dinâmico e bem realizado que nem vemos o tempo passar - é tanta pancadaria, que os alívios cômicos acabam funcionando como um escapemuito mais para retomar o fôlego - a incrível sequência do ônibus nas ladeiras de San Francisco que o diga!

O filme tem o mérito de transformar citações da mitologia chinesa em elementos narrativos muito presentes em séries de fantasia - a luta entre "dragões" no terceiro ato é um convite emocional aos bons momentos de "Game of Thrones". Ao mesmo tempo, com a direção de Destin Daniel Cretton (de "Luta por Justiça") e a performance de Liu, temos lutas muito bem coreografadas - quando enquadradas "homem a homem", o ballet é perfeito e a sensação de leveza dos golpes contrastando com o peso do impacto produzido pelo desenho de som, chega a ser impactante visualmente. Mérito de uma equipe experiente de coreografia em artes marciais (nos EUA conhecido como "stage combat") comandada pelo Andy Cheng.

Outro detalhe que merece um destaque, sem dúvida, é o trabalho pontual, mas bem interessante de Awkwafina, como a melhor amiga de Shang-Chi, Katy -  ela esbanja simpatia e carisma! Simu Liu é outro que deve ganhar cada vez mais destaque no MCU - ele está impecável como herói e trabalha tão bem com os elementos em CGI, que, certamente, será muito bem aproveitado daqui para frente.

Um filme que apresenta Xialing (Meng’er Zhang) e resgata Trevor (Ben Kingsley) de "Homem de Ferro 3", atém de apresentar um arco perfeito e enxuto do verdadeiro "Mandarim" Wenwu (Tony Leung), merece muito respeito. "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" tem seus defeitos? Claro que sim - inclusive técnicos, mas em hipótese alguma isso é motivo para tirar o filme daquela disputada prateleira como uma das maiores (e boas) surpresas que a Marvel já produziu até hoje!

Vale muito a pena!

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