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Yellowstone

Se esse primeiro paragrafo fizer sentido, você nem vai precisar ler o restante do review para entender que seu entretenimento estará garantido por cinco temporadas até o seu final. Em "Yellowstone" saem os "Roy's" e entram os "Duttom's". Nova York dá seu lugar para Montana. E finalmente, a luta pela sucessão de um dos maiores conglomerados de mídia do mundo passa ser a de proteger muito mais do que uma propriedade, mas sim um legado! 

"Yellowstone", lançada em 2018 e criada por John Linson e Taylor Sheridan, é um drama dos bons. Ambientada nos vastos e belos cenários das montanhas de Montana, combinando o estilo "faroeste moderno" com as mais envolventes intrigas familiares e políticas, a série só melhora, explorando temas como poder, lealdade, sobrevivência e a luta por um controle de terras "sem dono". Ao longo das temporadas, "Yellowstone" se consolidou como um verdadeiro épico, com disputas, conspirações e alguma emoção, sempre tendo sob seus holofotes mais uma família disfuncional liderada por John Dutton (Kevin Costner), patriarca de um dos maiores ranchos dos Estados Unidos.

A trama segue John Dutton, um fazendeiro poderoso e controlador que luta para proteger sua propriedade, o Rancho Yellowstone, contra ameaças externas, como investidores imobiliários, políticos corruptos e tribos nativas americanas que reivindicam as terras de seus antepassados. À medida que os conflitos se desenrolam, o drama familiar se intensifica, com Dutton tentando manter a ordem entre seus filhos, Beth (Kelly Reilly), Kayce (Luke Grimes) e Jamie (Wes Bentley); cada um com suas próprias ambições e problemas pessoais, que frequentemente entram em choque com os interesses do pai e do rancho. Confira o trailer:

Veja, a força de "Yellowstone" está muito mais no seu retrato cheio de camadas do poder e da sobrevivência em um território indomável do que na lógica brutal da luta por terras. Sim, a série até é.construída em torno da brutalidade e da complexidade do mundo rural americano, onde essa luta pelo controle da terra é tratada com seriedade e realismo, mas as tensões entre os diferentes grupos - os Duttons, os nativos americanos, e os empresários gananciosos - que criam um cenário de conflito constante que nos mantém envolvidos, em nada se compara ao poder da construção dos personagens e das relações familiares - é essa camada emocional mais profunda que impede que ela caia em rotinas mais previsíveis.

Taylor Sheridan (ele de novo), co-criador e roteirista da série, traz sua assinatura de diálogos afiados e uma economia narrativa, cheia de subtextos, que ele já havia demonstrado em trabalhos anteriores, como em "Sicário" (2015) ou em "A Qualquer Custo" (2016). Sheridan é conhecido por sua habilidade em construir dramas que exploram a moralidade ambígua dos personagens que operam, quase sempre, em zonas cinzentas - e isso está claramente presente aqui. John Dutton é retratado como um homem duro e implacável, disposto a tomar decisões moralmente questionáveis para proteger seu legado, no entanto, ele é muito mais complexo que essa unilateralidade - sua motivação vem do desejo de manter sua família unida e preservar o que ele acredita ser a alma da América rural, mas esquece que esse é o seu pensamento, não de seus filhos que buscam apenas sua aprovação.

Kevin Costner oferece uma performance sólida e poderosa, dando vida a um homem que carrega o peso de um império e de uma família em seus ombros. Sua presença faz dele o centro gravitacional da série, e seu retrato como Dutton é ao mesmo tempo implacável e melancólico. Outro destaque do elenco, sem a menor dúvida, é Kelly Reilly - ela brilha como a impetuosa e emocionalmente danificada Beth Dutton. Sua relação conturbada com o pai e com os irmãos adiciona uma força emocional para a narrativa que nem Sarah Snook alcançou em "Succession".

Belíssima visualmente "Yellowstone" captura a vastidão das paisagens de Montana em todo o seu esplendor. As cenas ao ar livre, com montanhas, rios e pastos, transformam o cenário em um personagem por si só, reforçando a importância da terra como fonte de conflito e identidade para os Duttons. A trilha sonora é outro ponto que merece destaque: a mistura de composições originais com canções de artistas da música country e folk, contribui demais para aquela atmosfera. Dito isso, fica fácil afirmar que "Yellowstone" já se posiciona como uma das séries mais influentes da última década quando o assunto é drama familiar - seu retrato do conflito entre o progresso e a preservação, entre a política e a moralidade, torna sua narrativa um espelho interessante da sociedade americana moderna, especialmente em regiões onde a luta pelo controle e poder continua a ser um tema central.

Imperdível!

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Se esse primeiro paragrafo fizer sentido, você nem vai precisar ler o restante do review para entender que seu entretenimento estará garantido por cinco temporadas até o seu final. Em "Yellowstone" saem os "Roy's" e entram os "Duttom's". Nova York dá seu lugar para Montana. E finalmente, a luta pela sucessão de um dos maiores conglomerados de mídia do mundo passa ser a de proteger muito mais do que uma propriedade, mas sim um legado! 

"Yellowstone", lançada em 2018 e criada por John Linson e Taylor Sheridan, é um drama dos bons. Ambientada nos vastos e belos cenários das montanhas de Montana, combinando o estilo "faroeste moderno" com as mais envolventes intrigas familiares e políticas, a série só melhora, explorando temas como poder, lealdade, sobrevivência e a luta por um controle de terras "sem dono". Ao longo das temporadas, "Yellowstone" se consolidou como um verdadeiro épico, com disputas, conspirações e alguma emoção, sempre tendo sob seus holofotes mais uma família disfuncional liderada por John Dutton (Kevin Costner), patriarca de um dos maiores ranchos dos Estados Unidos.

A trama segue John Dutton, um fazendeiro poderoso e controlador que luta para proteger sua propriedade, o Rancho Yellowstone, contra ameaças externas, como investidores imobiliários, políticos corruptos e tribos nativas americanas que reivindicam as terras de seus antepassados. À medida que os conflitos se desenrolam, o drama familiar se intensifica, com Dutton tentando manter a ordem entre seus filhos, Beth (Kelly Reilly), Kayce (Luke Grimes) e Jamie (Wes Bentley); cada um com suas próprias ambições e problemas pessoais, que frequentemente entram em choque com os interesses do pai e do rancho. Confira o trailer:

Veja, a força de "Yellowstone" está muito mais no seu retrato cheio de camadas do poder e da sobrevivência em um território indomável do que na lógica brutal da luta por terras. Sim, a série até é.construída em torno da brutalidade e da complexidade do mundo rural americano, onde essa luta pelo controle da terra é tratada com seriedade e realismo, mas as tensões entre os diferentes grupos - os Duttons, os nativos americanos, e os empresários gananciosos - que criam um cenário de conflito constante que nos mantém envolvidos, em nada se compara ao poder da construção dos personagens e das relações familiares - é essa camada emocional mais profunda que impede que ela caia em rotinas mais previsíveis.

Taylor Sheridan (ele de novo), co-criador e roteirista da série, traz sua assinatura de diálogos afiados e uma economia narrativa, cheia de subtextos, que ele já havia demonstrado em trabalhos anteriores, como em "Sicário" (2015) ou em "A Qualquer Custo" (2016). Sheridan é conhecido por sua habilidade em construir dramas que exploram a moralidade ambígua dos personagens que operam, quase sempre, em zonas cinzentas - e isso está claramente presente aqui. John Dutton é retratado como um homem duro e implacável, disposto a tomar decisões moralmente questionáveis para proteger seu legado, no entanto, ele é muito mais complexo que essa unilateralidade - sua motivação vem do desejo de manter sua família unida e preservar o que ele acredita ser a alma da América rural, mas esquece que esse é o seu pensamento, não de seus filhos que buscam apenas sua aprovação.

Kevin Costner oferece uma performance sólida e poderosa, dando vida a um homem que carrega o peso de um império e de uma família em seus ombros. Sua presença faz dele o centro gravitacional da série, e seu retrato como Dutton é ao mesmo tempo implacável e melancólico. Outro destaque do elenco, sem a menor dúvida, é Kelly Reilly - ela brilha como a impetuosa e emocionalmente danificada Beth Dutton. Sua relação conturbada com o pai e com os irmãos adiciona uma força emocional para a narrativa que nem Sarah Snook alcançou em "Succession".

Belíssima visualmente "Yellowstone" captura a vastidão das paisagens de Montana em todo o seu esplendor. As cenas ao ar livre, com montanhas, rios e pastos, transformam o cenário em um personagem por si só, reforçando a importância da terra como fonte de conflito e identidade para os Duttons. A trilha sonora é outro ponto que merece destaque: a mistura de composições originais com canções de artistas da música country e folk, contribui demais para aquela atmosfera. Dito isso, fica fácil afirmar que "Yellowstone" já se posiciona como uma das séries mais influentes da última década quando o assunto é drama familiar - seu retrato do conflito entre o progresso e a preservação, entre a política e a moralidade, torna sua narrativa um espelho interessante da sociedade americana moderna, especialmente em regiões onde a luta pelo controle e poder continua a ser um tema central.

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