Depois da ótima minissérie documental da Globoplay, "Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria", chegou a vez de revisitarmos outra tragédia que marcou a história recente do nosso país. "Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia" surge como uma obra definitiva sobre o terrível acidente que dizimou 71 pessoas naquele 29 de novembro de 2016 quando a Chapecoense viajava para disputar o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana. Imperdível pelo relado sensível e profundo, essa produção da Discovery para a HBO não apenas emociona, mas também instiga reflexões profundas sobre a força do espírito humano diante das adversidades e sobre a capacidade que algumas pessoas tem de colocar dezenas de vidas em risco para ganhar um "trocado"!
"Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia" narra em quatro episódios, a trágica queda do voo LaMia 2933, que transportava a equipe de futebol da Chapecoense, jornalistas e tripulação em novembro de 2016. A aeronave caiu nas montanhas da Colômbia, deixando a comunidade do futebol em choque. Esse documentário apresenta a história arrebatadora da equipe, as circunstâncias que levaram ao acidente, a busca por culpados, as vidas perdidas e a incrível jornada do clube e das famílias afetadas para se reerguer. Ao mergulhar na investigação e na experiência das vítimas, o filme traça um paralelo interessante sobre a humanidade em seu estado mais vulnerável e compassivo, e a dificuldade que se tem de fazer justiça nesse país! Confira o trailer:
"Dossiê Chapecó" chega chancelada pela indicação ao Emmy na categoria Melhor Documentário em 2022 e por mergulhar fundo na investigação da tragédia, apresentando uma análise detalhada do acidente e das consequências que abalaram o mundo do futebol. O roteiro constrói uma narrativa extremamente fluida que revela de maneira impactante a busca por respostas, examinando as complexidades de um acidente aéreo, além das responsabilidades e lições a serem aprendidas depois de tantas falhas - muitas delas pautadas na ganância. Com depoimentos exclusivos dos sobreviventes, de familiares das vítimas e jornalistas envolvidos naquela cobertura, a minissérie consegue a proeza de trazer para frente das câmeras peças-chaves da investigação como Ricardo Albacete, fundador da companhia aérea e dono do avião, e Marcos Rocha, ex-piloto e um dos proprietários da empresa, ainda exilado nos EUA - o seu sócio morreu no acidente.
A qualidade da produção é inegável, com uma edição impressionante, capaz de capturar tanto a dor e angústia quanto a revolta e indignação depois da tragédia. E aqui eu cito pelo menos três passagens duras, impactantes: a primeira, sem dúvida, são as imagens inéditas gravadas pelos próprios socorristas colombianos minutos após a queda do 2933 da LaMia - a cena de um dos sobreviventes, funcionário da empresa, Erwin Tumiri, em completo estado de choque tentando entender o que aconteceu após ser resgatado. Olha, vai dilacerar seu coração. O segundo, é a simulação do acidente pela perspectiva de quem estava dentro do avião com a narração do Alan Ruschel e do Neto - um golpe duro, eu diria, sufocante! E finalmente, o terceiro, as inúmeras imagens de arquivo, todas com som original - uma delas narrada pelo próprio Galvão Bueno, na chegada dos corpos em Chapecó. É um mergulho doloroso ao passado que todos vão se lembrar!
Assistir "Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia" é mais do que simplesmente dar um play em um documentário qualquer; é vivenciar novamente uma jornada emocional difícil de digerir e que de alguma forma nos tocou a alma em 2016. E embora seja uma lição de humanidade, uma sensível homenagem às vidas perdidas e um tributo à resiliência daqueles que sobreviveram, a minissérie não deixa de lado seu caráter investigativo e seu tom de denúncia em nenhum momento - e aqui é impossível não citar a participação do Senador Romário. Olha, mais uma "pancada" que chega no streaming para apertar, de novo, nosso coração!
Vale muito o seu play!
Depois da ótima minissérie documental da Globoplay, "Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria", chegou a vez de revisitarmos outra tragédia que marcou a história recente do nosso país. "Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia" surge como uma obra definitiva sobre o terrível acidente que dizimou 71 pessoas naquele 29 de novembro de 2016 quando a Chapecoense viajava para disputar o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana. Imperdível pelo relado sensível e profundo, essa produção da Discovery para a HBO não apenas emociona, mas também instiga reflexões profundas sobre a força do espírito humano diante das adversidades e sobre a capacidade que algumas pessoas tem de colocar dezenas de vidas em risco para ganhar um "trocado"!
"Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia" narra em quatro episódios, a trágica queda do voo LaMia 2933, que transportava a equipe de futebol da Chapecoense, jornalistas e tripulação em novembro de 2016. A aeronave caiu nas montanhas da Colômbia, deixando a comunidade do futebol em choque. Esse documentário apresenta a história arrebatadora da equipe, as circunstâncias que levaram ao acidente, a busca por culpados, as vidas perdidas e a incrível jornada do clube e das famílias afetadas para se reerguer. Ao mergulhar na investigação e na experiência das vítimas, o filme traça um paralelo interessante sobre a humanidade em seu estado mais vulnerável e compassivo, e a dificuldade que se tem de fazer justiça nesse país! Confira o trailer:
"Dossiê Chapecó" chega chancelada pela indicação ao Emmy na categoria Melhor Documentário em 2022 e por mergulhar fundo na investigação da tragédia, apresentando uma análise detalhada do acidente e das consequências que abalaram o mundo do futebol. O roteiro constrói uma narrativa extremamente fluida que revela de maneira impactante a busca por respostas, examinando as complexidades de um acidente aéreo, além das responsabilidades e lições a serem aprendidas depois de tantas falhas - muitas delas pautadas na ganância. Com depoimentos exclusivos dos sobreviventes, de familiares das vítimas e jornalistas envolvidos naquela cobertura, a minissérie consegue a proeza de trazer para frente das câmeras peças-chaves da investigação como Ricardo Albacete, fundador da companhia aérea e dono do avião, e Marcos Rocha, ex-piloto e um dos proprietários da empresa, ainda exilado nos EUA - o seu sócio morreu no acidente.
A qualidade da produção é inegável, com uma edição impressionante, capaz de capturar tanto a dor e angústia quanto a revolta e indignação depois da tragédia. E aqui eu cito pelo menos três passagens duras, impactantes: a primeira, sem dúvida, são as imagens inéditas gravadas pelos próprios socorristas colombianos minutos após a queda do 2933 da LaMia - a cena de um dos sobreviventes, funcionário da empresa, Erwin Tumiri, em completo estado de choque tentando entender o que aconteceu após ser resgatado. Olha, vai dilacerar seu coração. O segundo, é a simulação do acidente pela perspectiva de quem estava dentro do avião com a narração do Alan Ruschel e do Neto - um golpe duro, eu diria, sufocante! E finalmente, o terceiro, as inúmeras imagens de arquivo, todas com som original - uma delas narrada pelo próprio Galvão Bueno, na chegada dos corpos em Chapecó. É um mergulho doloroso ao passado que todos vão se lembrar!
Assistir "Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia" é mais do que simplesmente dar um play em um documentário qualquer; é vivenciar novamente uma jornada emocional difícil de digerir e que de alguma forma nos tocou a alma em 2016. E embora seja uma lição de humanidade, uma sensível homenagem às vidas perdidas e um tributo à resiliência daqueles que sobreviveram, a minissérie não deixa de lado seu caráter investigativo e seu tom de denúncia em nenhum momento - e aqui é impossível não citar a participação do Senador Romário. Olha, mais uma "pancada" que chega no streaming para apertar, de novo, nosso coração!
Vale muito o seu play!
Em 2014, dois anos antes de estrear "Sully: O Herói do Rio Hudson", a National Geographic apresentou um excelente docudrama sobre os minutos de terror que os passageiros do US Airways 1549 viveram entre a decolagem do aeroporto de LaGuardia em NY e o pouso forçado no Rio Hudson em Manhattan. Olha, embora o filme de Clint Eastwood tenha um outro enfoque e, obviamente, um nível superior de produção, te garanto: o que você vai assistir em o "Milagre do Rio Hudson", disponível do Disney+, vai te impressionar!
Em 15 de janeiro de 2009, enquanto ainda ganhava altitude, o Airbus A320 da US Airways atingiu um grupo de gansos, que resultou numa imediata perda de potência de ambos os motores. Quando a tripulação definiu que a aeronave não poderia alcançar nenhum campo de pouso ou aeroporto próximo de onde estava, o então comandante Chesley "Sully" Sullenberger decidiu guiar a aeronave para o sul de Manhattan e estabeleceu que pousar no rio Hudson seria a única alternativa para evitar uma catástrofe maior - que seria fatal para os 155 passageiros a bordo.
O documentário do diretor e roteirista Simon George foi muito feliz em focar no drama dos passageiros e não no ato de heroismo de Sully ou em algum tipo de investigação jornalística - em pouco mais de 45 minutos o que vemos na tela são depoimentos chocantes (extremamente humanos e emotivos) de alguns passageiros e tripulantes que, de fato, estiveram no voo 1549. Paralelamente aos depoimentos, George criou ótimas sequências de reconstituição, com um trabalho de pós-produção bastante competente (e melhor que muitos filmes catástrofes que vemos por aí). Obviamente que o objetivo do diretor nunca foi entregar uma história cheia de conflitos que pudessem explicar tecnicamente o que aconteceu ou o que poderia ter sido feito de diferente na situação. O objetivo de "Milagre do Rio Hudson" é justamente criar uma experiência bastante imersiva sobre os 6 intermináveis minutos entre a decolagem e a queda, pelo ponto de vista de quem queria entender o que estava acontecendo após um inesperado impacto e um silêncio sepulcral depois que os motores simplesmente pararam de funcionar.
É preciso que se diga que "Milagre do Rio Hudson" não se trata de um episódio especial de "Mayday, desastres aéreos" da National Geographic e sim de um documentário feito para TV com uma qualidade técnica e artística acima da média e que foi capaz de reconstruir uma das histórias mais incríveis de aviação moderna com uma dinâmica narrativa atual e um conceito visual dos mais interessantes. Para que gostou de ver Tom Hanks como o comandante Sully, pode dar o play tranquilamente que o lado apresentado no documentário é praticamente um complemento realista ao que assistimos no filme de 2016.
Vale muito a pena!
Em 2014, dois anos antes de estrear "Sully: O Herói do Rio Hudson", a National Geographic apresentou um excelente docudrama sobre os minutos de terror que os passageiros do US Airways 1549 viveram entre a decolagem do aeroporto de LaGuardia em NY e o pouso forçado no Rio Hudson em Manhattan. Olha, embora o filme de Clint Eastwood tenha um outro enfoque e, obviamente, um nível superior de produção, te garanto: o que você vai assistir em o "Milagre do Rio Hudson", disponível do Disney+, vai te impressionar!
Em 15 de janeiro de 2009, enquanto ainda ganhava altitude, o Airbus A320 da US Airways atingiu um grupo de gansos, que resultou numa imediata perda de potência de ambos os motores. Quando a tripulação definiu que a aeronave não poderia alcançar nenhum campo de pouso ou aeroporto próximo de onde estava, o então comandante Chesley "Sully" Sullenberger decidiu guiar a aeronave para o sul de Manhattan e estabeleceu que pousar no rio Hudson seria a única alternativa para evitar uma catástrofe maior - que seria fatal para os 155 passageiros a bordo.
O documentário do diretor e roteirista Simon George foi muito feliz em focar no drama dos passageiros e não no ato de heroismo de Sully ou em algum tipo de investigação jornalística - em pouco mais de 45 minutos o que vemos na tela são depoimentos chocantes (extremamente humanos e emotivos) de alguns passageiros e tripulantes que, de fato, estiveram no voo 1549. Paralelamente aos depoimentos, George criou ótimas sequências de reconstituição, com um trabalho de pós-produção bastante competente (e melhor que muitos filmes catástrofes que vemos por aí). Obviamente que o objetivo do diretor nunca foi entregar uma história cheia de conflitos que pudessem explicar tecnicamente o que aconteceu ou o que poderia ter sido feito de diferente na situação. O objetivo de "Milagre do Rio Hudson" é justamente criar uma experiência bastante imersiva sobre os 6 intermináveis minutos entre a decolagem e a queda, pelo ponto de vista de quem queria entender o que estava acontecendo após um inesperado impacto e um silêncio sepulcral depois que os motores simplesmente pararam de funcionar.
É preciso que se diga que "Milagre do Rio Hudson" não se trata de um episódio especial de "Mayday, desastres aéreos" da National Geographic e sim de um documentário feito para TV com uma qualidade técnica e artística acima da média e que foi capaz de reconstruir uma das histórias mais incríveis de aviação moderna com uma dinâmica narrativa atual e um conceito visual dos mais interessantes. Para que gostou de ver Tom Hanks como o comandante Sully, pode dar o play tranquilamente que o lado apresentado no documentário é praticamente um complemento realista ao que assistimos no filme de 2016.
Vale muito a pena!
Será preciso ter estômago para assistir esse documentário da Netflix graças, mais uma vez, a ganância humana que em troca de um bônus polpudo é capaz de colocar a vida de centenas (para não dizer milhões) de pessoas em risco. "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing" vai além das investigações de dois acidentes aéreos com aviões da empresa, o filme dirigido pela competente Rory Kennedy contextualiza o mercado, faz um recorte corporativo da Boeing e ainda aponta vários pontos sensíveis que transformaram a empresa líder do setor em uma verdadeira bomba relógio no céu de todo o mundo.
O documentário que fez o seu lançamento mundial noSundance Film Festival de 2022, tem pouco mais de 90 minutos e procura explorar como uma instituição que surgiu com o forte propósito de encurtar as distâncias entre diferentes pessoas do mundo inteiro, se transformou em uma potência corporativa e que depois abriu mão da segurança em detrimento do aumento dos valores de suas ações, colocando em xeque sua reputação, além de ter causado a morte de quase 350 pessoas. Confira o trailer (em inglês):
Antes de mais nada um aviso importante: evite assistir esse documentário se você tem algum tipo de receio em voar de avião. É sério!
Se você não se recorda, em outubro de 2018 e em março de 2019, com apenas 5 meses de diferença entre as tragédias (um número altíssimo dentro do universo da aviação), duas aeronaves da Boeing caíram misteriosamente. O primeiro acidente envolveu uma aeronave da Lion Air, uma companhia low-cost da Indonésia, e o segundo, o mesmo modelo 737 MAX, da Ethiopian Airlines; ambos os aviões eram os mais modernos da Boeing e adquiridos a pouquíssimo tempo.
Veja, o roteiro de Mark Bailey e Keven McAlester é muito inteligente ao criar um vinculo imediato entre a audiência e alguns familiares das vítimas, estabelecendo quem são os mocinhos e quem são os bandidos da história. Acontece que para os americanos aqueles que seriam os bandidos sempre foram motivo de orgulho para o país e é aí que somos surpreendidos, pois o que parecia apenas uma investigação de um acidente ao melhor estilo "Mayday - Desastres Aéreos" , na verdade é só a ponta do iceberg. Com uma edição primorosa, o documentário ganha uma dinâmica incrível ao usar vários elementos narrativos e dramáticos como depoimentos de muitos envolvidos em diversos estágios da investigação, imagens de arquivo, documentos confidenciais, reportagens da época, vídeos caseiros dos familiares das vitimas, simulações em CG, enfim, tudo para construir uma linha do tempo que vai muito além da nossa expectativa e do nosso conhecimento.
Para os empreendedores que assistem "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing" um ponto deve chamar a atenção: como uma cultura pautada na segurança e na inovação foi completamente implodida depois do M&A (ou da aquisição) por parte da McDonnell Douglas, em 1997. A transformação foi tão grande, tão rápida e tão sem sentido que fica muito fácil desconstruir qualquer relação de empatia ou admiração que pudéssemos ter por algum executivo da Boeing durante o furacão (inclusive por seu CEO). Aos funcionários, alguns fatos apresentados no filme nos dão a exata sensação da pressão que sofriam e do receio que tinham em se posicionar para que tudo isso pudesse ter sido evitado - a ganância e a falta de humanidade da empresa são impressionantes!
Com uma linguagem simples que faz com que termos técnicos como MCAS (ou Maneuvering Characteristics Augmentation System) soem familiar, "Downfall: The Case Against Boeing" (no original) será uma belíssima surpresa para aqueles que gostam de documentários investigativos, bem construídos, com personagens importantes (o piloto de "Milagre do Rio Hudson", Chesley "Sully" Sullenberger também dá seu depoimento) e, principalmente, com provas e fatos muito sólidos!
Vale muito o seu play!
Será preciso ter estômago para assistir esse documentário da Netflix graças, mais uma vez, a ganância humana que em troca de um bônus polpudo é capaz de colocar a vida de centenas (para não dizer milhões) de pessoas em risco. "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing" vai além das investigações de dois acidentes aéreos com aviões da empresa, o filme dirigido pela competente Rory Kennedy contextualiza o mercado, faz um recorte corporativo da Boeing e ainda aponta vários pontos sensíveis que transformaram a empresa líder do setor em uma verdadeira bomba relógio no céu de todo o mundo.
O documentário que fez o seu lançamento mundial noSundance Film Festival de 2022, tem pouco mais de 90 minutos e procura explorar como uma instituição que surgiu com o forte propósito de encurtar as distâncias entre diferentes pessoas do mundo inteiro, se transformou em uma potência corporativa e que depois abriu mão da segurança em detrimento do aumento dos valores de suas ações, colocando em xeque sua reputação, além de ter causado a morte de quase 350 pessoas. Confira o trailer (em inglês):
Antes de mais nada um aviso importante: evite assistir esse documentário se você tem algum tipo de receio em voar de avião. É sério!
Se você não se recorda, em outubro de 2018 e em março de 2019, com apenas 5 meses de diferença entre as tragédias (um número altíssimo dentro do universo da aviação), duas aeronaves da Boeing caíram misteriosamente. O primeiro acidente envolveu uma aeronave da Lion Air, uma companhia low-cost da Indonésia, e o segundo, o mesmo modelo 737 MAX, da Ethiopian Airlines; ambos os aviões eram os mais modernos da Boeing e adquiridos a pouquíssimo tempo.
Veja, o roteiro de Mark Bailey e Keven McAlester é muito inteligente ao criar um vinculo imediato entre a audiência e alguns familiares das vítimas, estabelecendo quem são os mocinhos e quem são os bandidos da história. Acontece que para os americanos aqueles que seriam os bandidos sempre foram motivo de orgulho para o país e é aí que somos surpreendidos, pois o que parecia apenas uma investigação de um acidente ao melhor estilo "Mayday - Desastres Aéreos" , na verdade é só a ponta do iceberg. Com uma edição primorosa, o documentário ganha uma dinâmica incrível ao usar vários elementos narrativos e dramáticos como depoimentos de muitos envolvidos em diversos estágios da investigação, imagens de arquivo, documentos confidenciais, reportagens da época, vídeos caseiros dos familiares das vitimas, simulações em CG, enfim, tudo para construir uma linha do tempo que vai muito além da nossa expectativa e do nosso conhecimento.
Para os empreendedores que assistem "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing" um ponto deve chamar a atenção: como uma cultura pautada na segurança e na inovação foi completamente implodida depois do M&A (ou da aquisição) por parte da McDonnell Douglas, em 1997. A transformação foi tão grande, tão rápida e tão sem sentido que fica muito fácil desconstruir qualquer relação de empatia ou admiração que pudéssemos ter por algum executivo da Boeing durante o furacão (inclusive por seu CEO). Aos funcionários, alguns fatos apresentados no filme nos dão a exata sensação da pressão que sofriam e do receio que tinham em se posicionar para que tudo isso pudesse ter sido evitado - a ganância e a falta de humanidade da empresa são impressionantes!
Com uma linguagem simples que faz com que termos técnicos como MCAS (ou Maneuvering Characteristics Augmentation System) soem familiar, "Downfall: The Case Against Boeing" (no original) será uma belíssima surpresa para aqueles que gostam de documentários investigativos, bem construídos, com personagens importantes (o piloto de "Milagre do Rio Hudson", Chesley "Sully" Sullenberger também dá seu depoimento) e, principalmente, com provas e fatos muito sólidos!
Vale muito o seu play!
"Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447", minissérie produzida pelo Globoplay, não deixa absolutamente nada a desejar para obras semelhantes como "Voo 370: O Avião Que Desapareceu" ou "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing", ambas da Netflix, ou "Risco de Voo", da Prime Vídeo. E já adianto: você vai assistir esses quatro episódios com um certo nó na garganta! Em um ano marcado por diversas homenagens e reflexões depois de 15 anos da tragédia do voo da Air France, essa obra documental chama atenção pela qualidade técnica e artística, além de uma bem construída linha narrativa que se apoia em vasto material de pesquisa, que certamente vai intrigar aqueles que buscam ir além dos fatos para mergulhar em uma complexa história por trás do acidente que vitimou 228 pessoas, de 32 nacionalidades, sendo 59 brasileiros. Mais do que um doloroso relato factual, a produção se destaca como um tributo sensível às vítimas, entrelaçando o jornalismo investigativo com o drama pessoal de alguns familiares, em uma jornada capaz de nos prender a atenção do início ao fim sem deixar qualquer espaço para sequer retomarmos o fôlego.
Basicamente, "Rio-Paris - A Tragédia do Voo 447" acompanha os bastidores da investigação sobre a queda do avião da Air France, que aconteceu no dia 1º de junho de 2009, reconstruindo minuto a minuto, a infeliz cadeia de acontecimentos, falhas tecnológicas e de procedimento que causaram a queda do avião no mar. Além das dificuldades de encontrar os destroços e o trauma das famílias que foram destruídas pela tragédia, a minissérie ainda pontua como esse acidente foi mudando na história da aviação de lá para cá.
Filmado na França, nos Estados Unidos e no Brasil ao longo de três meses, a minissérie nos conduz por uma jornada indigesta de investigação, construindo uma narrativa muito acessível e fácil de compreender até para os mais leigos. É perceptível como a direção se preocupou em cobrir todos os fatos respeitando uma linha temporal coerente - veja, os detalhes que antecederam a queda, bem como as particularidades que aconteceram durante o voo e, obviamente, após o acidente do avião, tudo vai sendo desvendado ponto a ponto, sem atropelos ou julgamentos precipitados. A direção sabe perfeitamente como conectar os depoimentos comoventes de familiares das vítimas, que compartilham suas histórias de perda e de luto, com a busca por resposta a partir de reconstituições muito bem feitas, sempre apoiadas aos dados recuperados das caixas-preta do Air France 447. É impressionante como essa dinâmica nos aproxima da angústia e do desespero vivenciados naquela noite de junho de forma tão visceral e multifacetada.
"Rio-Paris" se destaca pela qualidade impecável da pesquisa jornalística da Globo e de seu vasto material de arquivo, no entanto a produção também merece ser reconhecida pelas intervenções de CG e pela gramática mais ficcional que, ao mesmo tempo que capturam a tensão antes da queda, recriam uma trilha de acontecimentos que fazem toda diferença para a nossa experiência como audiência. Se a narrativa peca na falta de emoção ao dublar os diálogos entres os pilotos durante o voo, sem dúvida que o conceito estético/visual da minissérie deixa bem claro como tudo aconteceu. Aqui também preciso citar a trilha sonora que envelopa os depoimentos dos familiares das vítimas - ela é tocante, melancólica, mas belíssima. Repare como ela sublinha a carga emocional das entrevistas de uma forma sensível e reflexiva, criando sensações bastante desconfortáveis.
Dirigido porRafael Norton, com roteiro de Andrey Frasson e Gabriel Mitani, "Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447" é um convite à reflexão sobre os limites da segurança dos voos, sobre as condições humanas em momentos que exigem total controle emocional, além, é claro, de ser um lembrete importante sobre a luta por justiça e respeito a memória daqueles que partiram tão tragicamente. Imperdível para quem gosta de histórias marcantes, para quem busca entender essa complexa história por trás do acidente e assim se conectar com a dor e a esperança daqueles que foram profundamente impactados por ele, mais uma vez, eu te digo: a Globoplay realmente entrega um documentário digno de muito prêmios!
Imperdível!
"Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447", minissérie produzida pelo Globoplay, não deixa absolutamente nada a desejar para obras semelhantes como "Voo 370: O Avião Que Desapareceu" ou "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing", ambas da Netflix, ou "Risco de Voo", da Prime Vídeo. E já adianto: você vai assistir esses quatro episódios com um certo nó na garganta! Em um ano marcado por diversas homenagens e reflexões depois de 15 anos da tragédia do voo da Air France, essa obra documental chama atenção pela qualidade técnica e artística, além de uma bem construída linha narrativa que se apoia em vasto material de pesquisa, que certamente vai intrigar aqueles que buscam ir além dos fatos para mergulhar em uma complexa história por trás do acidente que vitimou 228 pessoas, de 32 nacionalidades, sendo 59 brasileiros. Mais do que um doloroso relato factual, a produção se destaca como um tributo sensível às vítimas, entrelaçando o jornalismo investigativo com o drama pessoal de alguns familiares, em uma jornada capaz de nos prender a atenção do início ao fim sem deixar qualquer espaço para sequer retomarmos o fôlego.
Basicamente, "Rio-Paris - A Tragédia do Voo 447" acompanha os bastidores da investigação sobre a queda do avião da Air France, que aconteceu no dia 1º de junho de 2009, reconstruindo minuto a minuto, a infeliz cadeia de acontecimentos, falhas tecnológicas e de procedimento que causaram a queda do avião no mar. Além das dificuldades de encontrar os destroços e o trauma das famílias que foram destruídas pela tragédia, a minissérie ainda pontua como esse acidente foi mudando na história da aviação de lá para cá.
Filmado na França, nos Estados Unidos e no Brasil ao longo de três meses, a minissérie nos conduz por uma jornada indigesta de investigação, construindo uma narrativa muito acessível e fácil de compreender até para os mais leigos. É perceptível como a direção se preocupou em cobrir todos os fatos respeitando uma linha temporal coerente - veja, os detalhes que antecederam a queda, bem como as particularidades que aconteceram durante o voo e, obviamente, após o acidente do avião, tudo vai sendo desvendado ponto a ponto, sem atropelos ou julgamentos precipitados. A direção sabe perfeitamente como conectar os depoimentos comoventes de familiares das vítimas, que compartilham suas histórias de perda e de luto, com a busca por resposta a partir de reconstituições muito bem feitas, sempre apoiadas aos dados recuperados das caixas-preta do Air France 447. É impressionante como essa dinâmica nos aproxima da angústia e do desespero vivenciados naquela noite de junho de forma tão visceral e multifacetada.
"Rio-Paris" se destaca pela qualidade impecável da pesquisa jornalística da Globo e de seu vasto material de arquivo, no entanto a produção também merece ser reconhecida pelas intervenções de CG e pela gramática mais ficcional que, ao mesmo tempo que capturam a tensão antes da queda, recriam uma trilha de acontecimentos que fazem toda diferença para a nossa experiência como audiência. Se a narrativa peca na falta de emoção ao dublar os diálogos entres os pilotos durante o voo, sem dúvida que o conceito estético/visual da minissérie deixa bem claro como tudo aconteceu. Aqui também preciso citar a trilha sonora que envelopa os depoimentos dos familiares das vítimas - ela é tocante, melancólica, mas belíssima. Repare como ela sublinha a carga emocional das entrevistas de uma forma sensível e reflexiva, criando sensações bastante desconfortáveis.
Dirigido porRafael Norton, com roteiro de Andrey Frasson e Gabriel Mitani, "Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447" é um convite à reflexão sobre os limites da segurança dos voos, sobre as condições humanas em momentos que exigem total controle emocional, além, é claro, de ser um lembrete importante sobre a luta por justiça e respeito a memória daqueles que partiram tão tragicamente. Imperdível para quem gosta de histórias marcantes, para quem busca entender essa complexa história por trás do acidente e assim se conectar com a dor e a esperança daqueles que foram profundamente impactados por ele, mais uma vez, eu te digo: a Globoplay realmente entrega um documentário digno de muito prêmios!
Imperdível!
Se você gostou do documentário "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing", certamente você vai gostar de "Risco de Voo" - essa produção funciona como uma espécie de continuação da elogiada produção da Netflix. Mesmo tocando em pontos similares, a forma é completamente diferente, criando um senso de complementariedade que certamente vai fazer sentido para você que se interessa pelo assunto. Se em um o foco é a investigação sobre os acidentes com os dois 737 MAX da Boeing, o outro diz respeito as consequências desses acidentes na vida dos familiares e como advogados, ex-funcionários da empresa, jornalistas investigativos e políticos tentaram impedir que mais tragédias como essas acontecessem.
"Flight/Risk"(no original) acompanha a vida de pessoas comuns que se veem envolvidas em tragédias quando dois aviões Boeing 737 Max caem com diferença de apenas cinco meses em 2018 e 2019. Este impactante documentário é contado pela perspectiva de membros das famílias afetadas, seus representantes jurídicos, delatores da Boeing e de Dominic Gates, jornalista do Seattle Times e vencedor do prêmio Pulitzer. Confira o trailer (em inglês):
Dirigido pelo premiado e polêmico diretor Karim Amer (de "Privacidade Hackeada" e "The Vow") e que foi produtor de "The Square" (indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2013), "Risco de Voo" é um verdadeiro soco no estômago! Toda a questão sobre a ganância dos executivos da Boeing, com o intuito de otimizar os processos de produção de novas aeronaves e assim alcançar metas que se transformariam em bônus exorbitantes, mesmo que para isso fosse necessário abrir mão da segurança, volta a ser discutida só que dessa vez com um peso emocional mais latente já que o envolvimento dos personagens aqui, parte sempre do elo mais fraco.
Com depoimentos de pessoas que estiveram envolvidas direta, ou indiretamente, aos eventos, o documentário constrói uma linha narrativa potente embora menos didática que "Queda Livre". Como Amer praticamente segue com sua câmera quatro personagens em suas respectivas cruzadas (cada qual com seu objetivo), a dinâmica da história fica muito fragmentada, em alguns momentos até incompleta; por outro lado, esse conceito impõe uma realidade extremamente brutal para o roteiro - o que transforma nossa experiência como audiência em algo mais visceral, dolorido.
A dor de uma filha que perdeu seu pai, aliás, é o ponto de partida. Zipporah Kuria é o rosto e a voz dos familiares; já o advogado Justin Green, luta para que todos parentes das vitimas tenham os mesmos direitos sobre as indenizações; enquanto isso o famoso repórter investigativo Dominic Gates, tenta encontrar mais provas sobre a relação direta entre os dois acidentes; e até o ex-funcionário da Boeing, Edward Pierson, que alertou os altos executivos sobre os riscos de colocar o 37 MAX nos céus, procura conviver com o peso de ter tido conhecimento do problema de segurança e não ter sido ouvido, o que o faz entrar em um forte embate com FAA (Federal Aviation Administration), órgão que deveria inspecionar as atividades da empresa, mas não o fez por influências politicas - são essas as histórias que se cruzam e que se completam em uma atmosfera de muita tristeza e ganância, que mais uma vez coloca a vida humana em segundo plano.
Vale muito o seu play, mas esteja preparado para uma jornada pesada!
Se você gostou do documentário "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing", certamente você vai gostar de "Risco de Voo" - essa produção funciona como uma espécie de continuação da elogiada produção da Netflix. Mesmo tocando em pontos similares, a forma é completamente diferente, criando um senso de complementariedade que certamente vai fazer sentido para você que se interessa pelo assunto. Se em um o foco é a investigação sobre os acidentes com os dois 737 MAX da Boeing, o outro diz respeito as consequências desses acidentes na vida dos familiares e como advogados, ex-funcionários da empresa, jornalistas investigativos e políticos tentaram impedir que mais tragédias como essas acontecessem.
"Flight/Risk"(no original) acompanha a vida de pessoas comuns que se veem envolvidas em tragédias quando dois aviões Boeing 737 Max caem com diferença de apenas cinco meses em 2018 e 2019. Este impactante documentário é contado pela perspectiva de membros das famílias afetadas, seus representantes jurídicos, delatores da Boeing e de Dominic Gates, jornalista do Seattle Times e vencedor do prêmio Pulitzer. Confira o trailer (em inglês):
Dirigido pelo premiado e polêmico diretor Karim Amer (de "Privacidade Hackeada" e "The Vow") e que foi produtor de "The Square" (indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2013), "Risco de Voo" é um verdadeiro soco no estômago! Toda a questão sobre a ganância dos executivos da Boeing, com o intuito de otimizar os processos de produção de novas aeronaves e assim alcançar metas que se transformariam em bônus exorbitantes, mesmo que para isso fosse necessário abrir mão da segurança, volta a ser discutida só que dessa vez com um peso emocional mais latente já que o envolvimento dos personagens aqui, parte sempre do elo mais fraco.
Com depoimentos de pessoas que estiveram envolvidas direta, ou indiretamente, aos eventos, o documentário constrói uma linha narrativa potente embora menos didática que "Queda Livre". Como Amer praticamente segue com sua câmera quatro personagens em suas respectivas cruzadas (cada qual com seu objetivo), a dinâmica da história fica muito fragmentada, em alguns momentos até incompleta; por outro lado, esse conceito impõe uma realidade extremamente brutal para o roteiro - o que transforma nossa experiência como audiência em algo mais visceral, dolorido.
A dor de uma filha que perdeu seu pai, aliás, é o ponto de partida. Zipporah Kuria é o rosto e a voz dos familiares; já o advogado Justin Green, luta para que todos parentes das vitimas tenham os mesmos direitos sobre as indenizações; enquanto isso o famoso repórter investigativo Dominic Gates, tenta encontrar mais provas sobre a relação direta entre os dois acidentes; e até o ex-funcionário da Boeing, Edward Pierson, que alertou os altos executivos sobre os riscos de colocar o 37 MAX nos céus, procura conviver com o peso de ter tido conhecimento do problema de segurança e não ter sido ouvido, o que o faz entrar em um forte embate com FAA (Federal Aviation Administration), órgão que deveria inspecionar as atividades da empresa, mas não o fez por influências politicas - são essas as histórias que se cruzam e que se completam em uma atmosfera de muita tristeza e ganância, que mais uma vez coloca a vida humana em segundo plano.
Vale muito o seu play, mas esteja preparado para uma jornada pesada!
"Voo 370: O Avião Que Desapareceu" é um documentário em três episódios dos mais interessantes, mas é preciso alinhar as expectativas antes do play: embora tenha a investigação do desaparecimento do avião da Malasya Airlines como foco principal, a força do roteiro gira mesmo em torno de três teorias (em diferentes níveis de possibilidades) sobre o que de fato pode ter acontecido naquela noite de 8 de março de 2014, no trajeto entre Malásia e China, e não nas respostas definitivas sobre o caso. E olha, te garanto, você vai se surpreendente com alguns pontos bem, digamos, misteriosos.
Quando o Boeing 777-200 da Malasya Airlines saiu do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur em direção ao Aeroporto Internacional de Pequim, tudo parecia bem - o clima era ótimo, a equipe experiente, o avião em perfeito estado; porém, 40 minutos após a decolagem, o avião simplesmente desapareceu dos radares sem deixar nenhum (nenhum mesmo) vestígio. A bordo estavam 239 pessoas, incluindo tripulação e passageiros. O caso não teve uma explicação aceitável dada pelas autoridades da Malásia e, até hoje, a caixa preta ou os restos mortais dos passageiros não foram encontrados. Confira o trailer:
Com direção de Louise Malkinson (do premiado "The Detectives: Murder on the Streets"), a minissérie da Netflix tenta conectar algumas das pontas soltas em um dos casos mais absurdos e curiosos da aviação moderna a partir de inúmeras entrevistas com os familiares das vítimas e especialistas em aviação, além de um trabalho excelente de pesquisa muito bem montado com várias imagens de arquivo e alguma dramatização, em um projeto que envolveu sete países durante toda a investigação.
Com roteiro da própria Malkinson, "Voo 370: O Avião Que Desapareceu" se apoia em três teorias (para muitos "da conspiração") para tentar explicar detalhes importantes relacionados ao caso - as duas primeiras de autoria do jornalista Jeff Wise e a terceira baseado na obra "The Disappearing Act: The Impossible Case of MH370" de Florence de Changy. Essa dinâmica narrativa cria um vínculo com o mistério que nos impede de parar de assistir entre um episódio e outro - veja, o primeiro episódio, "O Piloto", procura investigar uma forte teoria que colocava o piloto Zaharie Ahmad Shah como principal suspeito - algo como se ele fosse o responsável por um suicido em massa. Já em "O Sequestro", entrevistados analisam uma teoria menos palpável, onde o avião poderia ter sido derrubado por grupos militares ou terroristas russos. Finalmente no terceiro e último episódio, "A Interceptação", outra teoria analisada aponta que o Boeing carregaria uma carga militar e que os EUA teriam abatido o avião para que ele não chegasse em território chinês.
Obviamente que nas três teorias, elementos não fazem sentido ou pelos menos fica difícil de acreditar, mas também é inegável que, no mínimo, cada uma delas coloca uma pulga atrás da nossa orelha - e é essa a graça de assistir "MH370: The Plane That Disappeared"(no original), pode acreditar. Antes de finalizarmos, aqui cabe um aviso: o documentário vai mexer com suas emoções, ele é intrigante, em alguns momentos um pouco angustiante e praticamente em toda a jornada, bastante comovente; então esteja preparado!
Se você gostou de "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing", "Risco de Voo" ou "Milagre do Rio Hudson", pode dar o play sem receio algum!
"Voo 370: O Avião Que Desapareceu" é um documentário em três episódios dos mais interessantes, mas é preciso alinhar as expectativas antes do play: embora tenha a investigação do desaparecimento do avião da Malasya Airlines como foco principal, a força do roteiro gira mesmo em torno de três teorias (em diferentes níveis de possibilidades) sobre o que de fato pode ter acontecido naquela noite de 8 de março de 2014, no trajeto entre Malásia e China, e não nas respostas definitivas sobre o caso. E olha, te garanto, você vai se surpreendente com alguns pontos bem, digamos, misteriosos.
Quando o Boeing 777-200 da Malasya Airlines saiu do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur em direção ao Aeroporto Internacional de Pequim, tudo parecia bem - o clima era ótimo, a equipe experiente, o avião em perfeito estado; porém, 40 minutos após a decolagem, o avião simplesmente desapareceu dos radares sem deixar nenhum (nenhum mesmo) vestígio. A bordo estavam 239 pessoas, incluindo tripulação e passageiros. O caso não teve uma explicação aceitável dada pelas autoridades da Malásia e, até hoje, a caixa preta ou os restos mortais dos passageiros não foram encontrados. Confira o trailer:
Com direção de Louise Malkinson (do premiado "The Detectives: Murder on the Streets"), a minissérie da Netflix tenta conectar algumas das pontas soltas em um dos casos mais absurdos e curiosos da aviação moderna a partir de inúmeras entrevistas com os familiares das vítimas e especialistas em aviação, além de um trabalho excelente de pesquisa muito bem montado com várias imagens de arquivo e alguma dramatização, em um projeto que envolveu sete países durante toda a investigação.
Com roteiro da própria Malkinson, "Voo 370: O Avião Que Desapareceu" se apoia em três teorias (para muitos "da conspiração") para tentar explicar detalhes importantes relacionados ao caso - as duas primeiras de autoria do jornalista Jeff Wise e a terceira baseado na obra "The Disappearing Act: The Impossible Case of MH370" de Florence de Changy. Essa dinâmica narrativa cria um vínculo com o mistério que nos impede de parar de assistir entre um episódio e outro - veja, o primeiro episódio, "O Piloto", procura investigar uma forte teoria que colocava o piloto Zaharie Ahmad Shah como principal suspeito - algo como se ele fosse o responsável por um suicido em massa. Já em "O Sequestro", entrevistados analisam uma teoria menos palpável, onde o avião poderia ter sido derrubado por grupos militares ou terroristas russos. Finalmente no terceiro e último episódio, "A Interceptação", outra teoria analisada aponta que o Boeing carregaria uma carga militar e que os EUA teriam abatido o avião para que ele não chegasse em território chinês.
Obviamente que nas três teorias, elementos não fazem sentido ou pelos menos fica difícil de acreditar, mas também é inegável que, no mínimo, cada uma delas coloca uma pulga atrás da nossa orelha - e é essa a graça de assistir "MH370: The Plane That Disappeared"(no original), pode acreditar. Antes de finalizarmos, aqui cabe um aviso: o documentário vai mexer com suas emoções, ele é intrigante, em alguns momentos um pouco angustiante e praticamente em toda a jornada, bastante comovente; então esteja preparado!
Se você gostou de "Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing", "Risco de Voo" ou "Milagre do Rio Hudson", pode dar o play sem receio algum!