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A Origem

“A Origem” é mais uma obra-prima de Christopher Nolan. Astuta e incessante, o diretor abusa de uma direção eficaz e nos encanta com um filme de ação com toques de ficção científica avassaladora. É um filme obrigatório.

Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é um ladrão eficiente que está entre os melhores na arte da extração: roubar segredos valiosos de dentro dos confins do inconsciente durante o estado de sono, quando a mente se encontra mais vulnerável. Esta rara habilidade tornou Cobb um perito cobiçado no traiçoeiro novo ramo da espionagem corporativa, mas também o transformou em um fugitivo internacional e o levou a sacrificar tudo aquilo que amava. Agora Cobb tem uma chance de redenção. Uma última oferta de trabalho poderá lhe devolver sua vida normal, mas para isso ele deverá encontrar o que é impossível -- a origem. Ao invés de executar um assalto, Cobb e sua equipe de especialistas precisam realizar o inverso; sua missão não é roubar uma ideia e sim plantar uma. Se conseguirem, este poderá ser o crime perfeito. Confira o trailer:

Ah, Nolan, Nolan, será que existe neste século algum diretor que dívida mais opiniões do que você? Alguns lhe consideram um gênio, outros lhe consideram um copiador de fórmulas já usadas, e vocês? Eu ainda sou do time que o considera um dos grandes pilares de diretores incríveis deste século. Por mais críticas que rondam sua trajetória, Nolan por seu próprio mérito figura entre os grandes do cinema, por obras majestosas como "Batman", "O Grande Truque" e "Amnésia". Com o lançamento de "A Origem", essa lista de obras primas crescerá, pois é um filme que brinca com a percepção da audiência de tal forma, que chega a ser impiedoso o fato de alguém entender o filme por completo na primeira vez. É um filme que necessita atenção e uma mente aberta para entender a fantasia dentro da própria fantasia, fixada em um amedrontamento que jugamos ser genialidade, ou será que não? Nada com Nolan é fácil, nada!

No que tange a realidade, "Inception" (no original) mescla elementos ilusórios a todo momento, é um filme que precisa ser revisto, é muita informação jogada em tela. Um sonho dentro de um sonho? E a gravidade? Como funcionaria o acordar disso tudo? Diversas perguntas, poucas respostas, mas são suficientes para entendermos a ousadia de Nolan em nos mostrar um espetáculo visual impecável. O desfecho é repleto de incógnitas, e é isso que deixa tudo mais apaixonante. Com um roteiro encaixado e fluido, coube a Nolan nos apresentar a nata do CGI moderno (não tínhamos visto nada assim antes), alucinante e ao mesmo tempo irrisório. O elenco foi escolhido a dedo, Nolan possuía um DiCaprio resplandescente e seguro, em uma atuação exemplar. O restante do elenco mantém o sarrafo lá no alto, é nítido o entrosamento entre eles - o diretor já havia trabalhado com a maioria em filmes anteriores.

Aqui, Christopher Nolan brinca com o abstrato, e assim vai modificando o entendimento do filme a cada take, quando damos conta já estamos entrelaçados a esse mundo de faz de conta, onde tudo que queremos saber é se tudo não passou de um sonho. Obra prima! "A Origem" é o suprassumo da quintessência da ficção científica com diálogos fabulosos, ação na medida certa, não há exposição barata, apenas a nata fílmica de Hollywood.

"A Origem" ganhou em quatro categorias no Oscar 2011: Melhor Fotografia, Melhor Mixagem, Melhor Edição de Som e Melhor Efeitos Visuais!

Não percam mais tempo, assistam!

Escrito por Bruno Overbeck - uma parceria @overcinee

Assista Agora

“A Origem” é mais uma obra-prima de Christopher Nolan. Astuta e incessante, o diretor abusa de uma direção eficaz e nos encanta com um filme de ação com toques de ficção científica avassaladora. É um filme obrigatório.

Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é um ladrão eficiente que está entre os melhores na arte da extração: roubar segredos valiosos de dentro dos confins do inconsciente durante o estado de sono, quando a mente se encontra mais vulnerável. Esta rara habilidade tornou Cobb um perito cobiçado no traiçoeiro novo ramo da espionagem corporativa, mas também o transformou em um fugitivo internacional e o levou a sacrificar tudo aquilo que amava. Agora Cobb tem uma chance de redenção. Uma última oferta de trabalho poderá lhe devolver sua vida normal, mas para isso ele deverá encontrar o que é impossível -- a origem. Ao invés de executar um assalto, Cobb e sua equipe de especialistas precisam realizar o inverso; sua missão não é roubar uma ideia e sim plantar uma. Se conseguirem, este poderá ser o crime perfeito. Confira o trailer:

Ah, Nolan, Nolan, será que existe neste século algum diretor que dívida mais opiniões do que você? Alguns lhe consideram um gênio, outros lhe consideram um copiador de fórmulas já usadas, e vocês? Eu ainda sou do time que o considera um dos grandes pilares de diretores incríveis deste século. Por mais críticas que rondam sua trajetória, Nolan por seu próprio mérito figura entre os grandes do cinema, por obras majestosas como "Batman", "O Grande Truque" e "Amnésia". Com o lançamento de "A Origem", essa lista de obras primas crescerá, pois é um filme que brinca com a percepção da audiência de tal forma, que chega a ser impiedoso o fato de alguém entender o filme por completo na primeira vez. É um filme que necessita atenção e uma mente aberta para entender a fantasia dentro da própria fantasia, fixada em um amedrontamento que jugamos ser genialidade, ou será que não? Nada com Nolan é fácil, nada!

No que tange a realidade, "Inception" (no original) mescla elementos ilusórios a todo momento, é um filme que precisa ser revisto, é muita informação jogada em tela. Um sonho dentro de um sonho? E a gravidade? Como funcionaria o acordar disso tudo? Diversas perguntas, poucas respostas, mas são suficientes para entendermos a ousadia de Nolan em nos mostrar um espetáculo visual impecável. O desfecho é repleto de incógnitas, e é isso que deixa tudo mais apaixonante. Com um roteiro encaixado e fluido, coube a Nolan nos apresentar a nata do CGI moderno (não tínhamos visto nada assim antes), alucinante e ao mesmo tempo irrisório. O elenco foi escolhido a dedo, Nolan possuía um DiCaprio resplandescente e seguro, em uma atuação exemplar. O restante do elenco mantém o sarrafo lá no alto, é nítido o entrosamento entre eles - o diretor já havia trabalhado com a maioria em filmes anteriores.

Aqui, Christopher Nolan brinca com o abstrato, e assim vai modificando o entendimento do filme a cada take, quando damos conta já estamos entrelaçados a esse mundo de faz de conta, onde tudo que queremos saber é se tudo não passou de um sonho. Obra prima! "A Origem" é o suprassumo da quintessência da ficção científica com diálogos fabulosos, ação na medida certa, não há exposição barata, apenas a nata fílmica de Hollywood.

"A Origem" ganhou em quatro categorias no Oscar 2011: Melhor Fotografia, Melhor Mixagem, Melhor Edição de Som e Melhor Efeitos Visuais!

Não percam mais tempo, assistam!

Escrito por Bruno Overbeck - uma parceria @overcinee

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Caminhos da Memória

Assistir "Caminhos da Memória" é como acompanhar a história de um bom jogo de video-game que mistura ficção científica com vários elementos de ação e investigação. Eu diria que o filme da estreante Lisa Joy (de "Westworld") é entretenimento puro, na linha de "Minority Report" com toques de "Max Payne" (o jogo).

Na história, Nick Bainnister (Hugh Jackman) é um veterano de guerra que vive em uma Miami do futuro, parcialmente submersa pelas águas do oceano que invadiram a cidade por causa do aquecimento global. Ele trabalha com a policia local operando uma “máquina da reminiscência” - uma tecnologia que permite que indivíduos revisitem memórias, experimentando-as novamente como se estivessem lá. Quando a cantora de boate Mae (Rebecca Ferguson) busca os serviços de Nick, os dois acabam se apaixonando e vivendo um caso intenso até que ela desaparece sem deixar vestígios, deixando o Nick obcecado por encontrá-la, custe o que custar. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso dizer que muitas pessoas criticaram o filme por criarem uma espécie de comparação bastante injusta pela própria proposta de Lisa Joy - "Caminhos da Memória" não é (embora pudesse ser) um filme do Christopher Nolan. Ele não tem a profundidade narrativa, a complexidade conceitual entre texto e imagem e muito menos a genialidade estética do diretor. Joy foi roteirista e co-criadora de "Westworld", é casada com o irmão de Christopher Nolan, Jonathan, e certamente foi influenciada por uma gramática cinematográfica muito próxima de "Amnésia", "A Origem" e "Tenet", principalmente ao guardar na manga algumas cartas que ajudam a complicar, e não propriamente simplificar, seus personagens, ou seja, nem tudo é exatamente o que parece ser - mas continua sendo um filme de Joy, não de Nolan.

Um dos maiores acertos do filme, sem dúvida, foi ter Paul Cameron ("Déjà Vu" e "Westworld") como diretor de fotografia. A imersão naquela realidade distópica é imediata e tão palpável quanto nos trabalhos de Roger Deakins em "Nova York Sitiada" ou "Blade Runner 2049". A ambientação feita em CGI também impressiona pelo alinhamento com um excelente design de produção, do competente Howard Cummings ("Westworld" e "Contágio"). O que eu quero dizer é que Lisa Joy contou com o que existe de melhor, técnica e artisticamente, para entregar um filme de ficção científica e ação focado no público adulto, que busca uma história madura e emocionalmente inteligente.

Minha única observação, em tempos de tantos projetos de séries sensacionais para o streaming, diz respeito ao potencial do roteiro para um desenvolvimento melhor das histórias paralelas. Veja, a sub-trama dos Barões que comandam essa Miami destruída pelas águas e que tem o controle das terras secas, merecia, de fato, uma atenção maior até para justificar o final (sem spoiler, mas será que viria um série por aí?). O arco da família do Barão Walter Sylvan (Brett Cullen), de sua esposa Tamara (Marina de Tavira) e do filho Sebastian (Mojean Aria), funciona, mas é apressada. O mesmo serve para Saint Joe (Daniel Wu) e sua conexão com as drogas e com a corrupção da policia local.

Com uma certa "poesia Noir", "Reminiscence" (no original) faz uma reflexão romântica sobre o impacto da memória nas nossas vidas, sem fugir dos perigos que ela pode representar quando da sua dualidade perante as escolhas na jornada do protagonista - como muito já foi discutido nos filmes do Nolan. Mais uma vez, o filme é competente e será um excelente entretenimento para quem embarcar na trama, para depois desligar a TV ou quem sabe mudar de canal com aquela sensação de boas duas horas de diversão sem a pretensão de serem inesquecíveis.

Assista Agora

Assistir "Caminhos da Memória" é como acompanhar a história de um bom jogo de video-game que mistura ficção científica com vários elementos de ação e investigação. Eu diria que o filme da estreante Lisa Joy (de "Westworld") é entretenimento puro, na linha de "Minority Report" com toques de "Max Payne" (o jogo).

Na história, Nick Bainnister (Hugh Jackman) é um veterano de guerra que vive em uma Miami do futuro, parcialmente submersa pelas águas do oceano que invadiram a cidade por causa do aquecimento global. Ele trabalha com a policia local operando uma “máquina da reminiscência” - uma tecnologia que permite que indivíduos revisitem memórias, experimentando-as novamente como se estivessem lá. Quando a cantora de boate Mae (Rebecca Ferguson) busca os serviços de Nick, os dois acabam se apaixonando e vivendo um caso intenso até que ela desaparece sem deixar vestígios, deixando o Nick obcecado por encontrá-la, custe o que custar. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso dizer que muitas pessoas criticaram o filme por criarem uma espécie de comparação bastante injusta pela própria proposta de Lisa Joy - "Caminhos da Memória" não é (embora pudesse ser) um filme do Christopher Nolan. Ele não tem a profundidade narrativa, a complexidade conceitual entre texto e imagem e muito menos a genialidade estética do diretor. Joy foi roteirista e co-criadora de "Westworld", é casada com o irmão de Christopher Nolan, Jonathan, e certamente foi influenciada por uma gramática cinematográfica muito próxima de "Amnésia", "A Origem" e "Tenet", principalmente ao guardar na manga algumas cartas que ajudam a complicar, e não propriamente simplificar, seus personagens, ou seja, nem tudo é exatamente o que parece ser - mas continua sendo um filme de Joy, não de Nolan.

Um dos maiores acertos do filme, sem dúvida, foi ter Paul Cameron ("Déjà Vu" e "Westworld") como diretor de fotografia. A imersão naquela realidade distópica é imediata e tão palpável quanto nos trabalhos de Roger Deakins em "Nova York Sitiada" ou "Blade Runner 2049". A ambientação feita em CGI também impressiona pelo alinhamento com um excelente design de produção, do competente Howard Cummings ("Westworld" e "Contágio"). O que eu quero dizer é que Lisa Joy contou com o que existe de melhor, técnica e artisticamente, para entregar um filme de ficção científica e ação focado no público adulto, que busca uma história madura e emocionalmente inteligente.

Minha única observação, em tempos de tantos projetos de séries sensacionais para o streaming, diz respeito ao potencial do roteiro para um desenvolvimento melhor das histórias paralelas. Veja, a sub-trama dos Barões que comandam essa Miami destruída pelas águas e que tem o controle das terras secas, merecia, de fato, uma atenção maior até para justificar o final (sem spoiler, mas será que viria um série por aí?). O arco da família do Barão Walter Sylvan (Brett Cullen), de sua esposa Tamara (Marina de Tavira) e do filho Sebastian (Mojean Aria), funciona, mas é apressada. O mesmo serve para Saint Joe (Daniel Wu) e sua conexão com as drogas e com a corrupção da policia local.

Com uma certa "poesia Noir", "Reminiscence" (no original) faz uma reflexão romântica sobre o impacto da memória nas nossas vidas, sem fugir dos perigos que ela pode representar quando da sua dualidade perante as escolhas na jornada do protagonista - como muito já foi discutido nos filmes do Nolan. Mais uma vez, o filme é competente e será um excelente entretenimento para quem embarcar na trama, para depois desligar a TV ou quem sabe mudar de canal com aquela sensação de boas duas horas de diversão sem a pretensão de serem inesquecíveis.

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Devs

Se você considera "Ex-Machina"e "Ruptura" uma espécie de binômio cultural capaz de colocar o que existe de melhor na ficção cientifica, na sua forma e no seu conteúdo, em outro patamar; você vai me agradecer depois de maratonar os 8 episódios de "Devs" - ou, como eu, se perguntar porquê raios não assistiu essa obra-prima antes! É sério! Essa minissérie de 2020 é uma verdadeira jornada cinematográfica imperdível, criada e dirigida pelo visionário Alex Garland (de "Ex-Machina"), que mistura com muita inteligência elementos narrativos que vão da ciência, passando pela filosofia e religião, até chegar naquele estilo de ficção raiz que deixaria Stanley Kubrick orgulhoso!

Lily (Sonoya Mizuno) é uma brilhante engenheira de computação de uma gigante do Vale do Silício, chamada Amaya, que por uma circunstância muito particular começa a investigar uma divisão ultra-secreta de desenvolvimento da empresa. Determinada a descobrir a verdade sobre o desaparecimento de seu namorado, Sergei (Karl Glusman), Lily passa a confrontar seu passado e sua própria condição mental para descobrir o que de fato há por trás dos Devs e de seu CEO, Forest (Nick Offerman), que lidera descobertas cada vez mais impactantes. Confira o trailer:

A genialidade de "Devs" vai além de uma trama intrigante, mesmo que isso custe a fluidez de sua narrativa que em muitos momentos se cadencia ao ponto de exigir muita atenção. A partir de uma exploração profunda sobre a natureza da realidade como entendemos, da liberdade (ou do livre-arbítrio, como preferir) e da predestinação pelo olhar do determinismo, Garland é capaz de criar (mais uma vez)  uma atmosfera única que nos envolve e nos provoca a cada nova "explicação" - algo que "Matrix" soube fazer com muita competência em 1999.

A fotografia do Rob Hardy, com sua paleta de cores e contrastes, evoca sensações impressionantes - criando um mundo que parece familiar, mas ao mesmo tempo, inquietante. Ao conectar visualmente essa fotografia com o Desenho de Produção do Mark Digby e a trilha sonora do Geoff Barrow e do Ben Salisbury, a narrativa eleva a tensão a níveis quase insuportáveis, em um ambiente onde cada detalhe é carregado de significado e de simbologias. Veja, o fato de todos esses profissionais acompanharem Garland desde "Ex-Machina", dá para se ter uma ideia da potência conceitual da obra - nossa, uma aula para quem se apega aos detalhes mais sensíveis que um sci-fi pode ter.

O elenco mesmo que possa parecer estereotipado demais em alguns momentos, se aproveita das inúmeras camadas de seus personagens (imperfeitos) para brilhar. Sonoya Mizuno e Nick Offerman entregam performances memoráveis, explorando a complexidade de suas jornadas íntimas de maneira sublime, proporcionando uma rara introspecção nas motivações e dilemas morais que os conduzem que me lembrou muito "Interestelar" na sua essência.

Talvez, o verdadeiro trunfo de "Devs" seja justamente a sua habilidade de desafiar a audiência ao longo de cada episódio, quando somos confrontados com questões filosóficas e científicas profundas, que vão além do "quem matou quem" ou "o que aconteceu com esse ou aquele personagem" - isso não tem lá muita importância quando olhamos pela perspectiva de repensar nossa compreensão do mundo ou de nossas prioridades como seres humanos. Mesmo que essa minissérie questione o verdadeiro poder das empresas do Vale do Silício e de seus brilhantes CEOs, até mesmo ao nível político, eu diria que aqui o foco não é apenas o entretenimento; mas sim um convite que nos força a confrontar nossas próprias crenças.

Sim, "Devs" pede um pouco de paciência, mas acreditem, ela nos recompensa com uma história fascinante e visualmente arrebatadora que vale muito o seu play!

Assista Agora

Se você considera "Ex-Machina"e "Ruptura" uma espécie de binômio cultural capaz de colocar o que existe de melhor na ficção cientifica, na sua forma e no seu conteúdo, em outro patamar; você vai me agradecer depois de maratonar os 8 episódios de "Devs" - ou, como eu, se perguntar porquê raios não assistiu essa obra-prima antes! É sério! Essa minissérie de 2020 é uma verdadeira jornada cinematográfica imperdível, criada e dirigida pelo visionário Alex Garland (de "Ex-Machina"), que mistura com muita inteligência elementos narrativos que vão da ciência, passando pela filosofia e religião, até chegar naquele estilo de ficção raiz que deixaria Stanley Kubrick orgulhoso!

Lily (Sonoya Mizuno) é uma brilhante engenheira de computação de uma gigante do Vale do Silício, chamada Amaya, que por uma circunstância muito particular começa a investigar uma divisão ultra-secreta de desenvolvimento da empresa. Determinada a descobrir a verdade sobre o desaparecimento de seu namorado, Sergei (Karl Glusman), Lily passa a confrontar seu passado e sua própria condição mental para descobrir o que de fato há por trás dos Devs e de seu CEO, Forest (Nick Offerman), que lidera descobertas cada vez mais impactantes. Confira o trailer:

A genialidade de "Devs" vai além de uma trama intrigante, mesmo que isso custe a fluidez de sua narrativa que em muitos momentos se cadencia ao ponto de exigir muita atenção. A partir de uma exploração profunda sobre a natureza da realidade como entendemos, da liberdade (ou do livre-arbítrio, como preferir) e da predestinação pelo olhar do determinismo, Garland é capaz de criar (mais uma vez)  uma atmosfera única que nos envolve e nos provoca a cada nova "explicação" - algo que "Matrix" soube fazer com muita competência em 1999.

A fotografia do Rob Hardy, com sua paleta de cores e contrastes, evoca sensações impressionantes - criando um mundo que parece familiar, mas ao mesmo tempo, inquietante. Ao conectar visualmente essa fotografia com o Desenho de Produção do Mark Digby e a trilha sonora do Geoff Barrow e do Ben Salisbury, a narrativa eleva a tensão a níveis quase insuportáveis, em um ambiente onde cada detalhe é carregado de significado e de simbologias. Veja, o fato de todos esses profissionais acompanharem Garland desde "Ex-Machina", dá para se ter uma ideia da potência conceitual da obra - nossa, uma aula para quem se apega aos detalhes mais sensíveis que um sci-fi pode ter.

O elenco mesmo que possa parecer estereotipado demais em alguns momentos, se aproveita das inúmeras camadas de seus personagens (imperfeitos) para brilhar. Sonoya Mizuno e Nick Offerman entregam performances memoráveis, explorando a complexidade de suas jornadas íntimas de maneira sublime, proporcionando uma rara introspecção nas motivações e dilemas morais que os conduzem que me lembrou muito "Interestelar" na sua essência.

Talvez, o verdadeiro trunfo de "Devs" seja justamente a sua habilidade de desafiar a audiência ao longo de cada episódio, quando somos confrontados com questões filosóficas e científicas profundas, que vão além do "quem matou quem" ou "o que aconteceu com esse ou aquele personagem" - isso não tem lá muita importância quando olhamos pela perspectiva de repensar nossa compreensão do mundo ou de nossas prioridades como seres humanos. Mesmo que essa minissérie questione o verdadeiro poder das empresas do Vale do Silício e de seus brilhantes CEOs, até mesmo ao nível político, eu diria que aqui o foco não é apenas o entretenimento; mas sim um convite que nos força a confrontar nossas próprias crenças.

Sim, "Devs" pede um pouco de paciência, mas acreditem, ela nos recompensa com uma história fascinante e visualmente arrebatadora que vale muito o seu play!

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Distrito 9

Se você ainda não assistiu "Distrito 9", assista! Visualmente impactante e repleto de críticas sociais afiadíssimas, essa produção de 2009, dirigida por Neill Blomkamp, se destaca não só pela sua abordagem inovadora da ficção científica (para época), mas também pela sua profunda reflexão sobre a humanidade e sobre a segregação. Para quem não sabe, "Distrito 9" é baseado no curta-metragem de Blomkamp, "Alive in Joburg", e expande suas ideias para criar uma narrativa que é ao mesmo tempo perturbadora e provocativa. Vale citar que, assumindo essa identidade critica, Blomkamp também veio a dirigir outros filmes que abordam temas similares como exclusão e discriminação, sempre com o mesmo toque de ficção científica, são eles: "Elysium" e "Chappie".

A trama se passa em um mundo onde uma enorme nave alienígena paira sobre Joanesburgo, África do Sul, desde 1982. Dentro dela, milhões de alienígenas – chamados de "camarões" devido à sua aparência – são encontrados malnutridos e em estado deplorável. As autoridades decidem confiná-los em uma área militarizada chamada Distrito 9, transformando-os em refugiados segregados. A história se concentra em Wikus van de Merwe (Sharlto Copley), um funcionário de uma corporação privada encarregada de realocar os alienígenas para um campo ainda mais distante. No entanto, durante a operação, Wikus é exposto a um fluido alienígena que começa a transformá-lo em um dos "camarões". Confira o trailer:

Neill Blomkamp, em sua estreia como diretor de longa-metragem, demonstra uma habilidade notável ao criar um universo visualmente coeso e com uma temática para lá de densa. O diretor utiliza uma estética de documentário, com câmeras de mão e entrevistas simuladas, que adicionam uma camada de realismo e urgência para uma narrativa que não se perde no tempo - parece, de fato, que tudo aquilo é muito real (e não é?). A direção de fotografia de Trent Opaloch (o cara por trás de "Vingadores: Ultimato") é extremamente eficaz, utilizando uma conceito visual, digamos "desbotado" e um estilo de enquadramento que enfatiza toda aquela degradação e a brutalidade do ambiente - somos realmente jogados naquela atmosfera de uma maneira bastante imersiva. Já o roteiro, escrito por Blomkamp e pela Terri Tatchell (sua esposa), equilibra perfeitamente a ação visceral com uma crítica social incisiva, focando em temas sensíveis como racismo, xenofobia e segregação, usando a situação dos alienígenas como uma metáfora para a condição dos refugiados e das minorias marginalizadas. A real: a narrativa não apenas entretém, mas também nos convida a refletir sobre questões éticas e sociais bem contemporâneas.

Sharlto Copley (o Wikus) captura muito bem a transformação gradual de um burocrata arrogante e insensível para uma figura mais empática. Copley, com seu carisma, nos leva a sentir a dor, a luta e a desesperança de Wikus à medida que ele enfrenta a alienação e a perseguição. Sua atuação é um dos pilares que sustentam a narrativa, tornando-o um personagem complexo e cheio de nuances. Os efeitos visuais, especialmente para um filme de orçamento relativamente modesto como o de "Distrito 9" são impressionantes- foram gastos meros 30 milhões de dólares. Os alienígenas são renderizados com um nível de detalhe e realismo que facilita a suspensão da descrença, deixando as interações com os personagens humanos incrivelmente convincentes. A combinação de CGI e a performance do elenco é muito harmoniosa, criando um mundo que é estranho, mas familiar - mérito total de Blomkamp.

Indicado a 4 Oscars, inclusive de Melhor Filme de 2009, "Distrito 9" muda na sua segunda metade quando a ênfase passa a ser a ação e os efeitos especiais, perdendo um pouco do foco nas questões sociais que tornaram a primeira metade tão poderosa. No entanto, esse fato não diminui em nada a importância e o impacto de "Distrito 9" como critica e como entretenimento. O filme pode (e deve) ser considerado um marco dentro do gênero de ficção científica pela relação "orçamento x resultado", e que oferece uma exploração rica e provocativa de temas sociais tão atuais através de uma narrativa envolvente e visualmente deslumbrante.

Para fãs de ficção científica, "Distrito 9" é essencial!

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Se você ainda não assistiu "Distrito 9", assista! Visualmente impactante e repleto de críticas sociais afiadíssimas, essa produção de 2009, dirigida por Neill Blomkamp, se destaca não só pela sua abordagem inovadora da ficção científica (para época), mas também pela sua profunda reflexão sobre a humanidade e sobre a segregação. Para quem não sabe, "Distrito 9" é baseado no curta-metragem de Blomkamp, "Alive in Joburg", e expande suas ideias para criar uma narrativa que é ao mesmo tempo perturbadora e provocativa. Vale citar que, assumindo essa identidade critica, Blomkamp também veio a dirigir outros filmes que abordam temas similares como exclusão e discriminação, sempre com o mesmo toque de ficção científica, são eles: "Elysium" e "Chappie".

A trama se passa em um mundo onde uma enorme nave alienígena paira sobre Joanesburgo, África do Sul, desde 1982. Dentro dela, milhões de alienígenas – chamados de "camarões" devido à sua aparência – são encontrados malnutridos e em estado deplorável. As autoridades decidem confiná-los em uma área militarizada chamada Distrito 9, transformando-os em refugiados segregados. A história se concentra em Wikus van de Merwe (Sharlto Copley), um funcionário de uma corporação privada encarregada de realocar os alienígenas para um campo ainda mais distante. No entanto, durante a operação, Wikus é exposto a um fluido alienígena que começa a transformá-lo em um dos "camarões". Confira o trailer:

Neill Blomkamp, em sua estreia como diretor de longa-metragem, demonstra uma habilidade notável ao criar um universo visualmente coeso e com uma temática para lá de densa. O diretor utiliza uma estética de documentário, com câmeras de mão e entrevistas simuladas, que adicionam uma camada de realismo e urgência para uma narrativa que não se perde no tempo - parece, de fato, que tudo aquilo é muito real (e não é?). A direção de fotografia de Trent Opaloch (o cara por trás de "Vingadores: Ultimato") é extremamente eficaz, utilizando uma conceito visual, digamos "desbotado" e um estilo de enquadramento que enfatiza toda aquela degradação e a brutalidade do ambiente - somos realmente jogados naquela atmosfera de uma maneira bastante imersiva. Já o roteiro, escrito por Blomkamp e pela Terri Tatchell (sua esposa), equilibra perfeitamente a ação visceral com uma crítica social incisiva, focando em temas sensíveis como racismo, xenofobia e segregação, usando a situação dos alienígenas como uma metáfora para a condição dos refugiados e das minorias marginalizadas. A real: a narrativa não apenas entretém, mas também nos convida a refletir sobre questões éticas e sociais bem contemporâneas.

Sharlto Copley (o Wikus) captura muito bem a transformação gradual de um burocrata arrogante e insensível para uma figura mais empática. Copley, com seu carisma, nos leva a sentir a dor, a luta e a desesperança de Wikus à medida que ele enfrenta a alienação e a perseguição. Sua atuação é um dos pilares que sustentam a narrativa, tornando-o um personagem complexo e cheio de nuances. Os efeitos visuais, especialmente para um filme de orçamento relativamente modesto como o de "Distrito 9" são impressionantes- foram gastos meros 30 milhões de dólares. Os alienígenas são renderizados com um nível de detalhe e realismo que facilita a suspensão da descrença, deixando as interações com os personagens humanos incrivelmente convincentes. A combinação de CGI e a performance do elenco é muito harmoniosa, criando um mundo que é estranho, mas familiar - mérito total de Blomkamp.

Indicado a 4 Oscars, inclusive de Melhor Filme de 2009, "Distrito 9" muda na sua segunda metade quando a ênfase passa a ser a ação e os efeitos especiais, perdendo um pouco do foco nas questões sociais que tornaram a primeira metade tão poderosa. No entanto, esse fato não diminui em nada a importância e o impacto de "Distrito 9" como critica e como entretenimento. O filme pode (e deve) ser considerado um marco dentro do gênero de ficção científica pela relação "orçamento x resultado", e que oferece uma exploração rica e provocativa de temas sociais tão atuais através de uma narrativa envolvente e visualmente deslumbrante.

Para fãs de ficção científica, "Distrito 9" é essencial!

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Dunkirk

Dunkirk

Antes de mais nada, obrigado Nolan (mais uma vez)!!! "Dunkirk" é sensacional e importante!!! Sensacional porque, de cara, o Nolan já nos coloca dentro da Guerra, mais ou menos como o Spielberg fez naquela sequência inesquecível da chegada dos soldados na praia de Omaha em "O Resgate do Soldado Ryan", e importante porque ele faz isso usando o melhor da tecnologia que um Diretor pode ter nas mãos nos dias de hoje para contar uma história tão visceral com um equilíbrio cirúrgico!!!

A Operação Dínamo, também conhecida como o Milagre de Dunkirk, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial, onde mais de trezentos mil soldados aliados foram salvos durante um intenso bombardeio durante a invasão da França pelas tropas de Hitler. Milagrosamente e devido a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã, os soldados conseguiram escapar pelo mar até a cidade inglesa de Dover, com ajuda de centenas de de civis que participaram do resgate!

Bom, dito isso, a primeira dica que eu daria é: assista no Imax - o filme foi pensado para esse tipo de tela e com todos os recursos de Imagem e Som que uma sala como essa proporciona (Spielberg não teve essa sorte em 1998, infelizmente). O fato dele ter rodado em 70mm boa parte do filme te coloca dentro daquela situação que os personagens estão vivendo sem pedir licença, pois amplia o tamanho da imagens com muito mais qualidade visual. É tão visceral a direção do Nolan que chega a ser angustiante - era uma experiência realmente intensa assistir no Imax! Já que isso não será mais possível, procure assistir na maior tela que você conseguir e com o melhor sistema de som disponível (e, por favor, alto!). Os enquadramentos, o desenho de som e a trilha (genial por sinal) do Hans Zimmer estão tão alinhados que a imersão é imediata e quando você percebe já está "sofrendo" dentro daquele inferno - e é um inferno, acredite!

Tenho que admitir que esse "soco na ponta do queixo" técnico me afastou um pouco de outra escolha do diretor (e do roteirista) que acabou me confundindo um pouco, então preste atenção que só melhora:  ele une períodos de tempo diferentes em uma mesma linha narrativa – a trajetória de um dos personagens acontece em uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço, a de um outro é durante um dia em alto mar com o civil britânico Dawson (Mark Rylance) levando seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país e um terceiro, apenas em uma hora, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo; mas todas essa histórias acontecem em um mesmo evento e simultaneamente, graças a uma edição muito interessante! Minha falta de atenção inicial acabou me causando um estranhamento, pois parecia que os caras haviam errado na continuidade (o que seria um absurdo), mas assim que acaba o filme e você reflete sobre ele, fica fácil lembrar dos letterings que apresentavam essas escolhas narrativas e tudo acaba fazendo muito sentido - e como se o filme não acabasse após os créditos!

"Dunkirk" é daqueles filmes tão essenciais quanto foi "Gravidade". Daqueles filmes que sobem um degrau do gênero pela genialidade do Diretor (e equipe), e que mesmo sem um roteiro fabuloso, visualmente te permite viver uma experiência única e muito pessoal a cada cena, como o cinema deve ser - "1917" que o diga! Edição de Som e Mixagem tem tudo para ser barbada no Oscar 2018, mas tenho a impressão que leva pelo menos mais umas 2 estatuetas já que tudo funciona tão bem! Ah, um detalhe sobre a fotografia que eu achei genial: em determinados momentos do filme, vem um look meio antigo, quase como em um jogo "Medal of Honor" e mais uma vez fica perceptível que nada que está ali é por acaso! É lindo!

Não deixe de assistir, sério!!! Sem dúvida um dos melhores filmes de 2017

Up-date: "Dunkirk" ganhou em três categorias no Oscar 2020, das 8 que foi indicado: Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem e Melhor Edição! 

Assista Agora

Antes de mais nada, obrigado Nolan (mais uma vez)!!! "Dunkirk" é sensacional e importante!!! Sensacional porque, de cara, o Nolan já nos coloca dentro da Guerra, mais ou menos como o Spielberg fez naquela sequência inesquecível da chegada dos soldados na praia de Omaha em "O Resgate do Soldado Ryan", e importante porque ele faz isso usando o melhor da tecnologia que um Diretor pode ter nas mãos nos dias de hoje para contar uma história tão visceral com um equilíbrio cirúrgico!!!

A Operação Dínamo, também conhecida como o Milagre de Dunkirk, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial, onde mais de trezentos mil soldados aliados foram salvos durante um intenso bombardeio durante a invasão da França pelas tropas de Hitler. Milagrosamente e devido a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã, os soldados conseguiram escapar pelo mar até a cidade inglesa de Dover, com ajuda de centenas de de civis que participaram do resgate!

Bom, dito isso, a primeira dica que eu daria é: assista no Imax - o filme foi pensado para esse tipo de tela e com todos os recursos de Imagem e Som que uma sala como essa proporciona (Spielberg não teve essa sorte em 1998, infelizmente). O fato dele ter rodado em 70mm boa parte do filme te coloca dentro daquela situação que os personagens estão vivendo sem pedir licença, pois amplia o tamanho da imagens com muito mais qualidade visual. É tão visceral a direção do Nolan que chega a ser angustiante - era uma experiência realmente intensa assistir no Imax! Já que isso não será mais possível, procure assistir na maior tela que você conseguir e com o melhor sistema de som disponível (e, por favor, alto!). Os enquadramentos, o desenho de som e a trilha (genial por sinal) do Hans Zimmer estão tão alinhados que a imersão é imediata e quando você percebe já está "sofrendo" dentro daquele inferno - e é um inferno, acredite!

Tenho que admitir que esse "soco na ponta do queixo" técnico me afastou um pouco de outra escolha do diretor (e do roteirista) que acabou me confundindo um pouco, então preste atenção que só melhora:  ele une períodos de tempo diferentes em uma mesma linha narrativa – a trajetória de um dos personagens acontece em uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço, a de um outro é durante um dia em alto mar com o civil britânico Dawson (Mark Rylance) levando seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país e um terceiro, apenas em uma hora, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo; mas todas essa histórias acontecem em um mesmo evento e simultaneamente, graças a uma edição muito interessante! Minha falta de atenção inicial acabou me causando um estranhamento, pois parecia que os caras haviam errado na continuidade (o que seria um absurdo), mas assim que acaba o filme e você reflete sobre ele, fica fácil lembrar dos letterings que apresentavam essas escolhas narrativas e tudo acaba fazendo muito sentido - e como se o filme não acabasse após os créditos!

"Dunkirk" é daqueles filmes tão essenciais quanto foi "Gravidade". Daqueles filmes que sobem um degrau do gênero pela genialidade do Diretor (e equipe), e que mesmo sem um roteiro fabuloso, visualmente te permite viver uma experiência única e muito pessoal a cada cena, como o cinema deve ser - "1917" que o diga! Edição de Som e Mixagem tem tudo para ser barbada no Oscar 2018, mas tenho a impressão que leva pelo menos mais umas 2 estatuetas já que tudo funciona tão bem! Ah, um detalhe sobre a fotografia que eu achei genial: em determinados momentos do filme, vem um look meio antigo, quase como em um jogo "Medal of Honor" e mais uma vez fica perceptível que nada que está ali é por acaso! É lindo!

Não deixe de assistir, sério!!! Sem dúvida um dos melhores filmes de 2017

Up-date: "Dunkirk" ganhou em três categorias no Oscar 2020, das 8 que foi indicado: Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem e Melhor Edição! 

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Ex-Machina

Se vc gosta de "Black Mirror" e ainda não assistiu "Ex-Machina", você não tem noção do que está perdendo! O filme bebe da mesma fonte (e com muita competência) dos melhores anos da série, na época em que ainda era produzida na Inglaterra.

O filme acompanha o programador Caleb (Domhnall Gleeson) desde o momento em que é selecionado para trabalhar num projeto especial de sua empresa. Movido para a reclusa e luxuosa moradia do CEO Nathan (Oscar Isaac), uma espécie de Steve Jobs da ficção, Caleb descobre que seu chefe criou uma avançada forma de inteligência artificial: a andróide Eva (Alicia Vikander). Ali, o jovem precisa testar a capacidade da máquina em se passar por um humano até que se vê em um perigoso jogo de duplas intenções. Confira o trailer:

"Ex-Machina", com muita justiça, mesmo sendo um filme quase independente, concorreu em duas categorias para o Oscar de 2016: Roteiro Original e Efeitos Visuais; mas vale dizer que antes disso ele já havia levado mais de 50 prêmios em uma carreira impressionante em vários festivais pelo mundo. O fato é que o filme acabou ganhando o Oscar de Efeitos Visuais, que são incríveis mesmo e chamam muito atenção, mas aqui cabe um comentário importante que merece sua atenção: a atriz Alicia Vikander, concorreu ao Oscar no mesmo ano por outro filme: "Garota Dinamarquesa"; mas seu trabalho em "Ex-Machina", certamente chancelou a vitória em "Efeitos Visuais" - foi o raro caso onde os efeitos fizeram a diferença ao se misturar com o talento de uma atuação primorosa e que acabou criando uma espécie de simbiose entre o espiritual e o tecnológico. Lindo de ver - reparem nas sessões entre Caleb e Eva como são fascinantes. A habilidade de Eva ao demonstrar ideias e pensamentos tão complexos para uma máquina, e vê-la subvertendo os papéis com o programador humano é uma aula de roteiro, de interpretação e de pós-produção!

O roteiro é até um pouco previsível, mas é inegável o seu valor, e a capacidade do roteirista e diretor Alex Garland de unir tantos elementos técnicos e artísticos para construir uma história tão sólida e instigante - é de se aplaudir de pé! Dito isso, "Ex-Machina" é um thriller psicológico com toques de ficção científica da melhor qualidade. Imperdível! Vale muito seu play!

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Se vc gosta de "Black Mirror" e ainda não assistiu "Ex-Machina", você não tem noção do que está perdendo! O filme bebe da mesma fonte (e com muita competência) dos melhores anos da série, na época em que ainda era produzida na Inglaterra.

O filme acompanha o programador Caleb (Domhnall Gleeson) desde o momento em que é selecionado para trabalhar num projeto especial de sua empresa. Movido para a reclusa e luxuosa moradia do CEO Nathan (Oscar Isaac), uma espécie de Steve Jobs da ficção, Caleb descobre que seu chefe criou uma avançada forma de inteligência artificial: a andróide Eva (Alicia Vikander). Ali, o jovem precisa testar a capacidade da máquina em se passar por um humano até que se vê em um perigoso jogo de duplas intenções. Confira o trailer:

"Ex-Machina", com muita justiça, mesmo sendo um filme quase independente, concorreu em duas categorias para o Oscar de 2016: Roteiro Original e Efeitos Visuais; mas vale dizer que antes disso ele já havia levado mais de 50 prêmios em uma carreira impressionante em vários festivais pelo mundo. O fato é que o filme acabou ganhando o Oscar de Efeitos Visuais, que são incríveis mesmo e chamam muito atenção, mas aqui cabe um comentário importante que merece sua atenção: a atriz Alicia Vikander, concorreu ao Oscar no mesmo ano por outro filme: "Garota Dinamarquesa"; mas seu trabalho em "Ex-Machina", certamente chancelou a vitória em "Efeitos Visuais" - foi o raro caso onde os efeitos fizeram a diferença ao se misturar com o talento de uma atuação primorosa e que acabou criando uma espécie de simbiose entre o espiritual e o tecnológico. Lindo de ver - reparem nas sessões entre Caleb e Eva como são fascinantes. A habilidade de Eva ao demonstrar ideias e pensamentos tão complexos para uma máquina, e vê-la subvertendo os papéis com o programador humano é uma aula de roteiro, de interpretação e de pós-produção!

O roteiro é até um pouco previsível, mas é inegável o seu valor, e a capacidade do roteirista e diretor Alex Garland de unir tantos elementos técnicos e artísticos para construir uma história tão sólida e instigante - é de se aplaudir de pé! Dito isso, "Ex-Machina" é um thriller psicológico com toques de ficção científica da melhor qualidade. Imperdível! Vale muito seu play!

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Filhos da Esperança

“Filhos da Esperança” é um grande filme - tenso, angustiante, muito bem construído e desenvolvido pelo incrível Alfonso Cuarón (de "Gravidade"). Lançado em 2006, essa produção é realmente imperdível já que sua narrativa transcende a ficção científica distópica para entregar um drama dos mais profundos e reflexivos sobre o valor da vida! Aclamado por sua direção visionária (talvez aqui esteja um dos planos-sequência mais bem realizados da história do cinema moderno), Cuarón captura com muita sensibilidade um futuro sombrio, mas de uma maneira muito humana e, claro, visualmente provocadora. Não à toa que o filme foi indicada a três Oscars em 2007, incluindo Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Edição. Comparável em impacto a outros filmes clássicos do gênero como “Blade Runner” e “Mad Max”, “Filhos da Esperança”, acredite, vai te tirar da zona de conforto com seu realismo imersivo que tece comentários sociais afiados a partir de uma estética realmente singular.

No ano de 2027, o mundo está em colapso. As mulheres se tornaram inexplicavelmente estéreis, e a sociedade enfrenta um declínio sem esperança. Em meio ao caos, Theo Faron (Clive Owen), um ex-ativista desiludido, é abordado por sua ex-esposa Julian (Julianne Moore) para ajudar uma jovem mulher, Kee (Clare-Hope Ashitey), que milagrosamente está grávida. Ao lado do amigo Jasper (Michael Caine), Theo embarca em uma perigosa missão para transportar Kee para a organização chamada "O Projeto Humano" - que pode salvar a mulher bem como toda humanidade. Confira o trailer:

Você não vai precisar mais do que dez minutos para entender como “Filhos da Esperança” é impulsionado por uma direção fenomenal - repare como os longos planos-sequência, uma marca registrada de Cuarón, conferem ao filme um realismo extremamente visceral capaz de gerar uma tensão constante de tirar o fôlego. A cena do ataque no carro e o clímax na zona de conflito são exemplos notáveis de como a câmera de Cuarón se torna um personagem ativo, colocando a audiência no centro da ação com uma intensidade quase palpável. O uso de câmera na mão com tanta sabedoria, contribui para um sentido de imediatismo e autenticidade, nos transportando diretamente para o caos e para o desespero de um mundo à beira da extinção - é impressionante como esse filme é imersivo!

Obviamente que a fotografia do inigualável Emmanuel Lubezki merece um destaque especial. Se você ainda não sabe, Lubezki foi o responsável pelo visual de "O Regresso", "Birdman" e "Gravidade" - só para citar os três Oscars que ele tem na prateleira de oito indicações até aqui. Pois bem, suas escolhas conceituais, da iluminação ao enquadramento cirúrgico, criam um ambiente tão opressor quanto desesperador, refletindo toda a desolação de uma sociedade em pleno colapso. Lubezki utiliza tons frios e uma paleta de cores desbotada para enfatizar a falta de esperança, contrastando com breves momentos de "luz" que simbolizam a possibilidade de redenção. Veja, a atenção aos detalhes visuais, como os ambientes decadentes e as paisagens urbanas distópicas, enriquecem aquela atmosfera de uma forma que a própria narrativa parece se aproveitar de tudo isso para brincar com nossas sensações - especialmente a do vazio.

No cerne de “Filhos da Esperança” estão as performances excepcionais do elenco. Clive Owen traz uma profundidade emocional a Theo, um personagem cínico mas que, ao longo do filme, redescobre sua humanidade e um sentido de esperança. Julianne Moore, embora em um papel menor, deixa uma marca indelével com sua presença forte e carismática. Michael Caine, em um dos papéis mais memoráveis de sua carreira, oferece um alívio cômico tocante e um lembrete da bondade persistente em tempos sombrios. Clare-Hope Ashitey como Kee transmite uma vulnerabilidade e uma força que faz de "Children of Men" (no original) não apenas um filme sobre um futuro distópico, mas uma reflexão profunda sobre a humanidade e a esperança em meio ao desespero.

Para quem busca um filme que sabe nos desafiar com a mesma força com que nos provoca, “Filhos da Esperança” é uma escolha indispensável! Vale muito o seu play!

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“Filhos da Esperança” é um grande filme - tenso, angustiante, muito bem construído e desenvolvido pelo incrível Alfonso Cuarón (de "Gravidade"). Lançado em 2006, essa produção é realmente imperdível já que sua narrativa transcende a ficção científica distópica para entregar um drama dos mais profundos e reflexivos sobre o valor da vida! Aclamado por sua direção visionária (talvez aqui esteja um dos planos-sequência mais bem realizados da história do cinema moderno), Cuarón captura com muita sensibilidade um futuro sombrio, mas de uma maneira muito humana e, claro, visualmente provocadora. Não à toa que o filme foi indicada a três Oscars em 2007, incluindo Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Edição. Comparável em impacto a outros filmes clássicos do gênero como “Blade Runner” e “Mad Max”, “Filhos da Esperança”, acredite, vai te tirar da zona de conforto com seu realismo imersivo que tece comentários sociais afiados a partir de uma estética realmente singular.

No ano de 2027, o mundo está em colapso. As mulheres se tornaram inexplicavelmente estéreis, e a sociedade enfrenta um declínio sem esperança. Em meio ao caos, Theo Faron (Clive Owen), um ex-ativista desiludido, é abordado por sua ex-esposa Julian (Julianne Moore) para ajudar uma jovem mulher, Kee (Clare-Hope Ashitey), que milagrosamente está grávida. Ao lado do amigo Jasper (Michael Caine), Theo embarca em uma perigosa missão para transportar Kee para a organização chamada "O Projeto Humano" - que pode salvar a mulher bem como toda humanidade. Confira o trailer:

Você não vai precisar mais do que dez minutos para entender como “Filhos da Esperança” é impulsionado por uma direção fenomenal - repare como os longos planos-sequência, uma marca registrada de Cuarón, conferem ao filme um realismo extremamente visceral capaz de gerar uma tensão constante de tirar o fôlego. A cena do ataque no carro e o clímax na zona de conflito são exemplos notáveis de como a câmera de Cuarón se torna um personagem ativo, colocando a audiência no centro da ação com uma intensidade quase palpável. O uso de câmera na mão com tanta sabedoria, contribui para um sentido de imediatismo e autenticidade, nos transportando diretamente para o caos e para o desespero de um mundo à beira da extinção - é impressionante como esse filme é imersivo!

Obviamente que a fotografia do inigualável Emmanuel Lubezki merece um destaque especial. Se você ainda não sabe, Lubezki foi o responsável pelo visual de "O Regresso", "Birdman" e "Gravidade" - só para citar os três Oscars que ele tem na prateleira de oito indicações até aqui. Pois bem, suas escolhas conceituais, da iluminação ao enquadramento cirúrgico, criam um ambiente tão opressor quanto desesperador, refletindo toda a desolação de uma sociedade em pleno colapso. Lubezki utiliza tons frios e uma paleta de cores desbotada para enfatizar a falta de esperança, contrastando com breves momentos de "luz" que simbolizam a possibilidade de redenção. Veja, a atenção aos detalhes visuais, como os ambientes decadentes e as paisagens urbanas distópicas, enriquecem aquela atmosfera de uma forma que a própria narrativa parece se aproveitar de tudo isso para brincar com nossas sensações - especialmente a do vazio.

No cerne de “Filhos da Esperança” estão as performances excepcionais do elenco. Clive Owen traz uma profundidade emocional a Theo, um personagem cínico mas que, ao longo do filme, redescobre sua humanidade e um sentido de esperança. Julianne Moore, embora em um papel menor, deixa uma marca indelével com sua presença forte e carismática. Michael Caine, em um dos papéis mais memoráveis de sua carreira, oferece um alívio cômico tocante e um lembrete da bondade persistente em tempos sombrios. Clare-Hope Ashitey como Kee transmite uma vulnerabilidade e uma força que faz de "Children of Men" (no original) não apenas um filme sobre um futuro distópico, mas uma reflexão profunda sobre a humanidade e a esperança em meio ao desespero.

Para quem busca um filme que sabe nos desafiar com a mesma força com que nos provoca, “Filhos da Esperança” é uma escolha indispensável! Vale muito o seu play!

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Greyhound

"Greyhound" merecia ser visto no cinema - de preferência em um IMax! Esse novo filme do Tom Hanks, que inclusive assina o roteiro, é uma adaptação o livro "The Good Shepherd", escrito em 1955 pelo autor C.S. Forester, e mostra a jornada do capitão Ernest Krause (Hanks) que, durante a Segunda Guerra Mundial, recebe a difícil missão de levar 37 navios aliados dos EUA até o Reino Unido, pelo Atlântico, em uma região repleta de submarinos U-Boats alemães. Confira o trailer (em inglês): 

Embora o filme tenha uma dinâmica narrativa focada em um único personagem e nas decisões que ele precisa tomar para cumprir sua missão (e sobreviver), durante os 90 minutos de história, "Greyhound" está longe de ser um grande filme como "1917" - que se apoia na mesma premissa, porém em outro cenário! É claro que a tensão existe, que o visual é incrível e que o desenho de som e a mixagem criam um ambiente bastante interessante, como era de se esperar, mas o fato é que "Greyhound" não trás o diferencial estético que supere um roteiro sem muitos atrativos. O filme é um ótimo entretenimento, tem a ação que o gênero pede, mas no final não passa de mais um filme americano sobre a jornada do seu herói que luta com todas as adversidades e vence de maneira improvável seus inimigos - e fique tranquilo, isso não é spoiler, é só a constatação de um estilo de filme que se aproxima muito mais da estrutura de "Armagedom" ou "Pearl Harbor" do que de um genial "Dunkirk", por exemplo! Claro que "Greyhound" vale a pena, mas muito mais pela diversão e entretenimento, do que pela representatividade que o filme poderia ter na história!

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"Greyhound" merecia ser visto no cinema - de preferência em um IMax! Esse novo filme do Tom Hanks, que inclusive assina o roteiro, é uma adaptação o livro "The Good Shepherd", escrito em 1955 pelo autor C.S. Forester, e mostra a jornada do capitão Ernest Krause (Hanks) que, durante a Segunda Guerra Mundial, recebe a difícil missão de levar 37 navios aliados dos EUA até o Reino Unido, pelo Atlântico, em uma região repleta de submarinos U-Boats alemães. Confira o trailer (em inglês): 

Embora o filme tenha uma dinâmica narrativa focada em um único personagem e nas decisões que ele precisa tomar para cumprir sua missão (e sobreviver), durante os 90 minutos de história, "Greyhound" está longe de ser um grande filme como "1917" - que se apoia na mesma premissa, porém em outro cenário! É claro que a tensão existe, que o visual é incrível e que o desenho de som e a mixagem criam um ambiente bastante interessante, como era de se esperar, mas o fato é que "Greyhound" não trás o diferencial estético que supere um roteiro sem muitos atrativos. O filme é um ótimo entretenimento, tem a ação que o gênero pede, mas no final não passa de mais um filme americano sobre a jornada do seu herói que luta com todas as adversidades e vence de maneira improvável seus inimigos - e fique tranquilo, isso não é spoiler, é só a constatação de um estilo de filme que se aproxima muito mais da estrutura de "Armagedom" ou "Pearl Harbor" do que de um genial "Dunkirk", por exemplo! Claro que "Greyhound" vale a pena, mas muito mais pela diversão e entretenimento, do que pela representatividade que o filme poderia ter na história!

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Matéria Escura

Simplesmente impressionante e surpreendente - eu diria que é uma mistura equilibrada e muito bem construída de "Devs""Ruptura" com um leve toque do saudoso "Fringe"! "Matéria Escura", criada por Blake Crouch para a Apple TV+, é uma adaptação de seu próprio romance de ficção científica lançado em 2016. A série mergulha profundamente em temas como identidade, livre-arbítrio e realidades alternativas, proporcionando uma narrativa de fato envolvente e cheia de mistério e suspense, com elementos de uma complexa cadeia de ficção e ciência. Com uma premissa que explora as infinitas possibilidades da física quântica e as escolhas espirituais que definem nossas vidas, "Matéria Escura" cumpre a promessa de não apenas entreter, mas também de desafiar a audiência a refletir sobre as questões filosóficas que a história levanta com muita sabedoria.

A trama em si gira em torno de Jason Dessen (Joel Edgerton), um professor de física quântica cuja vida aparentemente comum é subitamente virada de cabeça para baixo quando ele é sequestrado e transportado para uma realidade paralela. Nessa nova realidade, Jason não é o homem de família simples que conhecemos, mas sim um renomado cientista que fez uma descoberta revolucionária sobre viagem entre universos paralelos. A série parte da busca de Jason para voltar à sua realidade original e à sua família, especialmente para sua mulher Daniela Vargas Dessen (Jennifer Connelly), enquanto navega pelas consequências de suas escolhas em múltiplos universos onde enfrenta versões alternativas de si mesmo. Confira o trailer:

É inegável;avel que a premissa central da série é ao mesmo tempo fascinante e complexa. A ideia de universos paralelos e as infinitas ramificações de cada escolha feita na vida de uma pessoa são habilmente exploradas por Blake Crouch, tanto no romance quanto na série. A física quântica e a teoria dos muitos mundos servem de base para a narrativa, mas "Matéria Escura" não se limita a ser apenas uma história de ficção científica; é também um drama emocional poderoso sobre a natureza das nossas decisões e o desejo universal de encontrar o nosso propósito e felicidade em meio às incertezas inerentes da nossa jornada. O roteiro é tão bem estruturado, com diálogos que equilibram a exposição científica necessária com momentos emocionais mais profundos, que nos sentimos bem confortáveis qualquer que seja o assunto. As questões filosóficas que surgem ao longo da série, como "O que define quem somos?" ou "As nossas escolhas realmente importam?", são abordadas de maneira direta, sem se tornarem excessivamente complicadas ou abstratas - isso, ao meu olhar, é o golaço da série!

Visualmente impressionante, "Matéria Escura" tem uma fotografia muito interessante que reflete o caos e a estranheza dos universos paralelos que Jason atravessa - mérito de John Lindley (de Your Honor") e de Jeffrey Greeley (especialista em efeitos especiais de "Jurrassic Park"). Os enquadramentos entregam cenários que variam de um mundo para o outro, desde paisagens distópicas até versões ligeiramente diferentes da nossa realidade, sempre mantendo a audiência imersa nas possibilidades infinitas desse multiverso. A Apple TV+, aliás, investiu pesado em efeitos visuais de alta qualidade aqui, o que foi essencial para tornar realista as transições entre as várias realidades que encontramos durante a jornada. Reparem como essas mudanças visuais ajudam a criar uma atmosfera de constante desorientação, refletindo o estado psicológico de Jason conforme ele perde a noção do que é real.

Antes de finalizar, é preciso comentar que, embora a ciência seja parte integrante da história, pode ser difícil para os menos familiarizados com esse conceito de mundos paralelos acompanhar todos os detalhes técnicos sem se sentir perdido em algum momento. Mesmo com o ritmo narrativo variando entre episódios, o impacto emocional da trama está sempre apoiado nas teses mais divertidas da física quântica, ou seja, a proposta de Crouch é mesmo o de provocar (para não dizer fritar) nosso intelecto, mas sem ser bitolado demais. Olha, para os fãs de ficção científica que apreciam uma boa dose de filosofia e drama, essa série oferece uma experiência realmente imersiva que sabe misturar entretenimento com uma exploração menos superficial de questões universais sobre a vida como entendemos!

Intrigante e que vai fazer valer muito o seu play!

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Simplesmente impressionante e surpreendente - eu diria que é uma mistura equilibrada e muito bem construída de "Devs""Ruptura" com um leve toque do saudoso "Fringe"! "Matéria Escura", criada por Blake Crouch para a Apple TV+, é uma adaptação de seu próprio romance de ficção científica lançado em 2016. A série mergulha profundamente em temas como identidade, livre-arbítrio e realidades alternativas, proporcionando uma narrativa de fato envolvente e cheia de mistério e suspense, com elementos de uma complexa cadeia de ficção e ciência. Com uma premissa que explora as infinitas possibilidades da física quântica e as escolhas espirituais que definem nossas vidas, "Matéria Escura" cumpre a promessa de não apenas entreter, mas também de desafiar a audiência a refletir sobre as questões filosóficas que a história levanta com muita sabedoria.

A trama em si gira em torno de Jason Dessen (Joel Edgerton), um professor de física quântica cuja vida aparentemente comum é subitamente virada de cabeça para baixo quando ele é sequestrado e transportado para uma realidade paralela. Nessa nova realidade, Jason não é o homem de família simples que conhecemos, mas sim um renomado cientista que fez uma descoberta revolucionária sobre viagem entre universos paralelos. A série parte da busca de Jason para voltar à sua realidade original e à sua família, especialmente para sua mulher Daniela Vargas Dessen (Jennifer Connelly), enquanto navega pelas consequências de suas escolhas em múltiplos universos onde enfrenta versões alternativas de si mesmo. Confira o trailer:

É inegável;avel que a premissa central da série é ao mesmo tempo fascinante e complexa. A ideia de universos paralelos e as infinitas ramificações de cada escolha feita na vida de uma pessoa são habilmente exploradas por Blake Crouch, tanto no romance quanto na série. A física quântica e a teoria dos muitos mundos servem de base para a narrativa, mas "Matéria Escura" não se limita a ser apenas uma história de ficção científica; é também um drama emocional poderoso sobre a natureza das nossas decisões e o desejo universal de encontrar o nosso propósito e felicidade em meio às incertezas inerentes da nossa jornada. O roteiro é tão bem estruturado, com diálogos que equilibram a exposição científica necessária com momentos emocionais mais profundos, que nos sentimos bem confortáveis qualquer que seja o assunto. As questões filosóficas que surgem ao longo da série, como "O que define quem somos?" ou "As nossas escolhas realmente importam?", são abordadas de maneira direta, sem se tornarem excessivamente complicadas ou abstratas - isso, ao meu olhar, é o golaço da série!

Visualmente impressionante, "Matéria Escura" tem uma fotografia muito interessante que reflete o caos e a estranheza dos universos paralelos que Jason atravessa - mérito de John Lindley (de Your Honor") e de Jeffrey Greeley (especialista em efeitos especiais de "Jurrassic Park"). Os enquadramentos entregam cenários que variam de um mundo para o outro, desde paisagens distópicas até versões ligeiramente diferentes da nossa realidade, sempre mantendo a audiência imersa nas possibilidades infinitas desse multiverso. A Apple TV+, aliás, investiu pesado em efeitos visuais de alta qualidade aqui, o que foi essencial para tornar realista as transições entre as várias realidades que encontramos durante a jornada. Reparem como essas mudanças visuais ajudam a criar uma atmosfera de constante desorientação, refletindo o estado psicológico de Jason conforme ele perde a noção do que é real.

Antes de finalizar, é preciso comentar que, embora a ciência seja parte integrante da história, pode ser difícil para os menos familiarizados com esse conceito de mundos paralelos acompanhar todos os detalhes técnicos sem se sentir perdido em algum momento. Mesmo com o ritmo narrativo variando entre episódios, o impacto emocional da trama está sempre apoiado nas teses mais divertidas da física quântica, ou seja, a proposta de Crouch é mesmo o de provocar (para não dizer fritar) nosso intelecto, mas sem ser bitolado demais. Olha, para os fãs de ficção científica que apreciam uma boa dose de filosofia e drama, essa série oferece uma experiência realmente imersiva que sabe misturar entretenimento com uma exploração menos superficial de questões universais sobre a vida como entendemos!

Intrigante e que vai fazer valer muito o seu play!

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O Homem Duplicado

"Enemy" (título original) é simplesmente sensacional, mas já aviso: é uma loucura, daqueles de dar nó na cabeça ao melhor estilo Nolan - e por isso pode decepcionar quem busca algo mais, digamos, tradicional! 

O filme narra a história de Adam Bell (Jake Gyllenhaal), professor universitário preso a uma monótona rotina diária, que descobre um sósia famoso enquanto assiste a um filme. Intrigado, ele passa a seguir este homem, transformando a vida de ambos em uma loucura. Baseado no livro "O Homem Duplicado" de José Saramago, o filme vai te provocar e fazer com que você busque muitas respostas fora do filme - sim, esse é daqueles que nos faz pensar, discutir, pesquisar por horas!

A força de "O Homem Duplicado" reside justamente em sua habilidade de criar uma atmosfera de tensão e paranoia, alimentada pela atuação magistral de Gyllenhaal. Sua interpretação de dois personagens aparentemente idênticos, mas com nuances distintas, é verdadeiramente impressionante e cativante. Villeneuve, conhecido por sua habilidade em construir tramas cheias de suspense, utiliza cenários sombrios e uma trilha sonora inquietante para mergulhar a audiência na mente perturbada de Adam.

O roteiro de Javier Gullón (de "Invasor") é de uma complexidade e profundidade absurdos. Ao explorar temas como identidade, alienação e desejo, o filme desafia as nossas expectativas a cada nova descoberta e nos convida à reflexão sobre a natureza da realidade e da individualidade sem pedir permissão. A escolha de Villeneuve em manter o mistério e a ambiguidade ao longo da narrativa eleva o filme a um nível absurdo de excelência artística, deixando espaço para interpretações diversas e debates profundos após os créditos.

Além da performance estelar de Gyllenhaal, o elenco de apoio também merece destaque, com atuações sólidas de Mélanie Laurent, Sarah Gadon e Isabella Rossellini. Cada personagem adiciona uma camada adicional à complexidade da trama, contribuindo para a riqueza emocional e intelectual do filme. Dito isso, recomendar "O Homem Duplicado" acaba se tornando fácil, já que é considerada por muitos uma obra-prima do cinema moderno, que combina uma narrativa envolvente, performances excepcionais e uma profundidade temática incomparável. 

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"Enemy" (título original) é simplesmente sensacional, mas já aviso: é uma loucura, daqueles de dar nó na cabeça ao melhor estilo Nolan - e por isso pode decepcionar quem busca algo mais, digamos, tradicional! 

O filme narra a história de Adam Bell (Jake Gyllenhaal), professor universitário preso a uma monótona rotina diária, que descobre um sósia famoso enquanto assiste a um filme. Intrigado, ele passa a seguir este homem, transformando a vida de ambos em uma loucura. Baseado no livro "O Homem Duplicado" de José Saramago, o filme vai te provocar e fazer com que você busque muitas respostas fora do filme - sim, esse é daqueles que nos faz pensar, discutir, pesquisar por horas!

A força de "O Homem Duplicado" reside justamente em sua habilidade de criar uma atmosfera de tensão e paranoia, alimentada pela atuação magistral de Gyllenhaal. Sua interpretação de dois personagens aparentemente idênticos, mas com nuances distintas, é verdadeiramente impressionante e cativante. Villeneuve, conhecido por sua habilidade em construir tramas cheias de suspense, utiliza cenários sombrios e uma trilha sonora inquietante para mergulhar a audiência na mente perturbada de Adam.

O roteiro de Javier Gullón (de "Invasor") é de uma complexidade e profundidade absurdos. Ao explorar temas como identidade, alienação e desejo, o filme desafia as nossas expectativas a cada nova descoberta e nos convida à reflexão sobre a natureza da realidade e da individualidade sem pedir permissão. A escolha de Villeneuve em manter o mistério e a ambiguidade ao longo da narrativa eleva o filme a um nível absurdo de excelência artística, deixando espaço para interpretações diversas e debates profundos após os créditos.

Além da performance estelar de Gyllenhaal, o elenco de apoio também merece destaque, com atuações sólidas de Mélanie Laurent, Sarah Gadon e Isabella Rossellini. Cada personagem adiciona uma camada adicional à complexidade da trama, contribuindo para a riqueza emocional e intelectual do filme. Dito isso, recomendar "O Homem Duplicado" acaba se tornando fácil, já que é considerada por muitos uma obra-prima do cinema moderno, que combina uma narrativa envolvente, performances excepcionais e uma profundidade temática incomparável. 

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Resistência

Uma ficção científica com alma! Não existe outra maneira de definir uma das maiores e melhores surpresas de 2023 -  o filme "Resistência". O novo projeto de Gareth Edwards (de "Rogue One: Uma História Star Wars" e "Godzilla") chegou quietinho, mas logo de cara se mostrou uma experiência cinematográfica imperdível, equilibrando perfeitamente a ação com a reflexão em um futuro distópico. Ao explorar as consequências da guerra entre humanos e a tecnologia, especialmente a tão comentada inteligência artificial, o filme traz uma mensagem poderosa sobre a nossa humanidade e o valor das relações, algo como vimos em "I am Mother" e em "Devs" - só para citar duas obras imperdíveis disponíveis no streaming.

"Resistência" conta a história de Joshua (John David Washington), um ex-agente das forças especiais dos EUA que é recrutado para uma missão perigosa: caçar e eliminar o Criador, o arquiteto por trás de uma inteligência artificial avançada que desenvolveu uma arma misteriosa capaz de acabar com a soberania bélica americana em uma guerra contra o Oriente que pode custar a extinção de toda a humanidade. Confira o trailer:

Embora a sinopse possa parecer algo simples e talvez até um pouco batido, você não vai precisar mais do que quinze minutos para entender que o filme é muito mais profundo e interessante do que uma trama onde o "bem" luta contra o "mal" em pró da salvação do planeta e de sua raça. Edwards, com todo o seu talento para estabelecer universos bastante caóticos e visualmente requintados, cria uma narrativa complexa e envolvente, que explora temas como a natureza da inteligência artificial, o papel da humanidade no futuro e a importância da empatia, misturando a gramática da ação de filmes como "Distrito 9" e a poesia cheia de simbolismos, como encontramos em "Contos do Loop", por exemplo.

O roteiro, escrito por Edwards e Chris Weitz (também de "Rogue One") é bem planejado para explorar temas mais espinhosos sem ser expositivo demais - a passagem sobre a bomba atômica que dizimou Los Angeles sendo contata por quem foi acusado de começar uma guerra é simplesmente genial. Provocativo na medida certa sem esquecer do entretenimento do gênero, "Resistência" pontua o valor politico daquela relação entre humanos e máquinas enquanto seu subtexto discute o conceito de livre arbítrio e da natureza predadora da guerra. Com cenas de ação eletrizantes, Edwards também sabe da importância de imprimir um tom reflexivo à obra pra colocar sua narrativa e conceito estético em outro patamar - e consegue!

A fotografia de Greig Fraser (de "Duna" e "The Madalorian") é deslumbrante, enquanto a trilha sonora do mestre Hans Zimmer (de "A Origem") é proporcionalmente emocionante. As atuações de John David Washington como Joshua e da jovem Madeleine Yuna Voyles como Alphie, completam a receita do que há de melhor em ficção cientifica com o bônus de um desenho de produção e um CGI realmente impressionantes. Dito isso fica fácil perceber que estamos falando de um filme digno de Oscar, daqueles que ficam na nossa cabeça por muito tempo, testam a nossa humanidade e nos faz refletir sobre o futuro que nos espera.

"The Creator" (no original) é realmente imperdível!

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Uma ficção científica com alma! Não existe outra maneira de definir uma das maiores e melhores surpresas de 2023 -  o filme "Resistência". O novo projeto de Gareth Edwards (de "Rogue One: Uma História Star Wars" e "Godzilla") chegou quietinho, mas logo de cara se mostrou uma experiência cinematográfica imperdível, equilibrando perfeitamente a ação com a reflexão em um futuro distópico. Ao explorar as consequências da guerra entre humanos e a tecnologia, especialmente a tão comentada inteligência artificial, o filme traz uma mensagem poderosa sobre a nossa humanidade e o valor das relações, algo como vimos em "I am Mother" e em "Devs" - só para citar duas obras imperdíveis disponíveis no streaming.

"Resistência" conta a história de Joshua (John David Washington), um ex-agente das forças especiais dos EUA que é recrutado para uma missão perigosa: caçar e eliminar o Criador, o arquiteto por trás de uma inteligência artificial avançada que desenvolveu uma arma misteriosa capaz de acabar com a soberania bélica americana em uma guerra contra o Oriente que pode custar a extinção de toda a humanidade. Confira o trailer:

Embora a sinopse possa parecer algo simples e talvez até um pouco batido, você não vai precisar mais do que quinze minutos para entender que o filme é muito mais profundo e interessante do que uma trama onde o "bem" luta contra o "mal" em pró da salvação do planeta e de sua raça. Edwards, com todo o seu talento para estabelecer universos bastante caóticos e visualmente requintados, cria uma narrativa complexa e envolvente, que explora temas como a natureza da inteligência artificial, o papel da humanidade no futuro e a importância da empatia, misturando a gramática da ação de filmes como "Distrito 9" e a poesia cheia de simbolismos, como encontramos em "Contos do Loop", por exemplo.

O roteiro, escrito por Edwards e Chris Weitz (também de "Rogue One") é bem planejado para explorar temas mais espinhosos sem ser expositivo demais - a passagem sobre a bomba atômica que dizimou Los Angeles sendo contata por quem foi acusado de começar uma guerra é simplesmente genial. Provocativo na medida certa sem esquecer do entretenimento do gênero, "Resistência" pontua o valor politico daquela relação entre humanos e máquinas enquanto seu subtexto discute o conceito de livre arbítrio e da natureza predadora da guerra. Com cenas de ação eletrizantes, Edwards também sabe da importância de imprimir um tom reflexivo à obra pra colocar sua narrativa e conceito estético em outro patamar - e consegue!

A fotografia de Greig Fraser (de "Duna" e "The Madalorian") é deslumbrante, enquanto a trilha sonora do mestre Hans Zimmer (de "A Origem") é proporcionalmente emocionante. As atuações de John David Washington como Joshua e da jovem Madeleine Yuna Voyles como Alphie, completam a receita do que há de melhor em ficção cientifica com o bônus de um desenho de produção e um CGI realmente impressionantes. Dito isso fica fácil perceber que estamos falando de um filme digno de Oscar, daqueles que ficam na nossa cabeça por muito tempo, testam a nossa humanidade e nos faz refletir sobre o futuro que nos espera.

"The Creator" (no original) é realmente imperdível!

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Tenet

"Tenet" é mais um filmaço do diretor Christopher Nolan, nível de "A Origem" ("Inception" de 2010) e tão complicado quanto (ou mais, eu diria). Sem a menor dúvida, a experiência visual é tão esmagadora quanto o conceito narrativo, e a forma como Nolan conecta os pontos dentro de uma história muito interessante, dinâmica e inteligente é impressionante - isso só nos dá a exata noção do quão genial ele é!

Na história, um agente da CIA conhecido como "O Protagonista" (John David Washington) é recrutado por uma organização misteriosa, chamada Tenet, para participar de uma missão de escala global. Eles precisam impedir que Andrei Sator (Kenneth Branagh), um renegado oligarca russo que teve acesso a uma tecnologia que lhe permite se comunicar com o futuro, inicie a Terceira Guerra Mundial. A organização está em posse de uma arma de fogo que consegue fazer o tempo correr ao contrário, acreditando que o objeto veio do futuro. Com essa habilidade em mãos, O Protagonista precisará usá-la como forma de se opor à ameaça que está por vir, impedindo que os planos de Sator se concretizem. Confira o trailer:

Olha, é impossível não ficar imediatamente fascinado e fisgado pela dinâmica de "Tenet", mesmo com a dolorosa impressão de que não estamos entendendo muito bem o que está acontecendo de cara - a belíssima sequência de ação que mostra a invasão da ópera de Kiev, na Ucrânia, já nos dá um nó na cabeça. A grande questão porém, é que essa sensação de desconforto não melhora em nada durante as duas horas e meia do filme, mesmo sabendo onde estamos nos enfiando e estando bastante dispostos a tentar entender o fluxo do tempo pelos olhos de quem assiste e não pela imersão na jornada dos personagens. Sim, eu sei que pode parecer confuso e de fato é - ainda mais com repetidas quebras temporais que além de alterar completamente nossa percepção de continuidade, também nos provoca visualmente já que temos a curiosa sensação de poder prever o futuro segundos antes dele acontecer - e aqui cabe uma observação de quem já esteve em um set de filmagem: o que Nolan faz com a gramática cinematográfica para sentirmos isso, é de se aplaudir de pé!

Veja, se nos filmes anteriores Nolan investiu algum tempo (e muitos efeitos especiais) para estabelecer as regras daqueles universos que ele criou, em "Tenet" ele simplesmente nos joga dentro de um "buraco de minhoca" - sem a menor intenção de fazer algum trocadilho! Nolan quis chegar em outro nível de construção narrativa, como se ele mesmo se desafiasse a entregar algo complexo, mas auto-explicativo ao mesmo tempo. Se ele não se preocupou com a audiência ao não dar explicações expositivas, com certeza ele agiu minuciosamente para não nos deixar a impressão de que alguma ponta ficou solta - e isso é impressionante!

Por mais difícil que seja compreender 100% de "Tenet", a sensação de entretenimento é tão boa que nem nos preocupamos com os detalhes - Nolan faz isso por nós! Quando ele se propõe em juntar as peças e repetir os planos, usando enquadramentos que por alguma razão possam ter passados despercebidos - de um retrovisor quebrado sem motivo ou de uma mulher saltando de um iate em segundo plano; tudo se conecta tão organicamente que passar esse tempo todo em uma espécie de zona nebulosa do entendimento, não atrapalha em nada nossa experiência, pelo contrario, só vai somando ao que receberemos no final!

Vencedor do Oscar de Efeitos Visuais e indicado em apenas mais uma categoria (Desenho de Produção) em 2021, Nolan mostrou que está muito a frente do seu tempo e que nem mesmo a Academia foi capaz de entender seu trabalho mais autoral. Ele não ter sido indicado como Melhor Diretor e Melhor Roteiro é de uma injustiça poucas vezes vista. 

Agora um aviso: para aqueles que buscam uma jornada fácil, "Tenet" definitivamente não é para você. Mas se você está disposto a sair de uma zona de conforto intelectual e mergulhar em uma realidade complicada de assimilar e processar, dê o play e esteja preparado para lidar com um cérebro em frangalhos depois que o filme terminar, mas feliz pelo excelente entretenimento.

Vale muito a pena! Pela aula de cinema e pela experiência única!

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"Tenet" é mais um filmaço do diretor Christopher Nolan, nível de "A Origem" ("Inception" de 2010) e tão complicado quanto (ou mais, eu diria). Sem a menor dúvida, a experiência visual é tão esmagadora quanto o conceito narrativo, e a forma como Nolan conecta os pontos dentro de uma história muito interessante, dinâmica e inteligente é impressionante - isso só nos dá a exata noção do quão genial ele é!

Na história, um agente da CIA conhecido como "O Protagonista" (John David Washington) é recrutado por uma organização misteriosa, chamada Tenet, para participar de uma missão de escala global. Eles precisam impedir que Andrei Sator (Kenneth Branagh), um renegado oligarca russo que teve acesso a uma tecnologia que lhe permite se comunicar com o futuro, inicie a Terceira Guerra Mundial. A organização está em posse de uma arma de fogo que consegue fazer o tempo correr ao contrário, acreditando que o objeto veio do futuro. Com essa habilidade em mãos, O Protagonista precisará usá-la como forma de se opor à ameaça que está por vir, impedindo que os planos de Sator se concretizem. Confira o trailer:

Olha, é impossível não ficar imediatamente fascinado e fisgado pela dinâmica de "Tenet", mesmo com a dolorosa impressão de que não estamos entendendo muito bem o que está acontecendo de cara - a belíssima sequência de ação que mostra a invasão da ópera de Kiev, na Ucrânia, já nos dá um nó na cabeça. A grande questão porém, é que essa sensação de desconforto não melhora em nada durante as duas horas e meia do filme, mesmo sabendo onde estamos nos enfiando e estando bastante dispostos a tentar entender o fluxo do tempo pelos olhos de quem assiste e não pela imersão na jornada dos personagens. Sim, eu sei que pode parecer confuso e de fato é - ainda mais com repetidas quebras temporais que além de alterar completamente nossa percepção de continuidade, também nos provoca visualmente já que temos a curiosa sensação de poder prever o futuro segundos antes dele acontecer - e aqui cabe uma observação de quem já esteve em um set de filmagem: o que Nolan faz com a gramática cinematográfica para sentirmos isso, é de se aplaudir de pé!

Veja, se nos filmes anteriores Nolan investiu algum tempo (e muitos efeitos especiais) para estabelecer as regras daqueles universos que ele criou, em "Tenet" ele simplesmente nos joga dentro de um "buraco de minhoca" - sem a menor intenção de fazer algum trocadilho! Nolan quis chegar em outro nível de construção narrativa, como se ele mesmo se desafiasse a entregar algo complexo, mas auto-explicativo ao mesmo tempo. Se ele não se preocupou com a audiência ao não dar explicações expositivas, com certeza ele agiu minuciosamente para não nos deixar a impressão de que alguma ponta ficou solta - e isso é impressionante!

Por mais difícil que seja compreender 100% de "Tenet", a sensação de entretenimento é tão boa que nem nos preocupamos com os detalhes - Nolan faz isso por nós! Quando ele se propõe em juntar as peças e repetir os planos, usando enquadramentos que por alguma razão possam ter passados despercebidos - de um retrovisor quebrado sem motivo ou de uma mulher saltando de um iate em segundo plano; tudo se conecta tão organicamente que passar esse tempo todo em uma espécie de zona nebulosa do entendimento, não atrapalha em nada nossa experiência, pelo contrario, só vai somando ao que receberemos no final!

Vencedor do Oscar de Efeitos Visuais e indicado em apenas mais uma categoria (Desenho de Produção) em 2021, Nolan mostrou que está muito a frente do seu tempo e que nem mesmo a Academia foi capaz de entender seu trabalho mais autoral. Ele não ter sido indicado como Melhor Diretor e Melhor Roteiro é de uma injustiça poucas vezes vista. 

Agora um aviso: para aqueles que buscam uma jornada fácil, "Tenet" definitivamente não é para você. Mas se você está disposto a sair de uma zona de conforto intelectual e mergulhar em uma realidade complicada de assimilar e processar, dê o play e esteja preparado para lidar com um cérebro em frangalhos depois que o filme terminar, mas feliz pelo excelente entretenimento.

Vale muito a pena! Pela aula de cinema e pela experiência única!

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Vórtex

"Vórtex" é um espécie de "Ghost" com "Black Mirror" e mais ótimos elementos de "Efeito Borboleta". Embora essa produção francesa de 2022 exija uma boa dose de suspensão da realidade, principalmente no que diz respeito ao viés tecnológico da história, posso te garantir que o entretenimento, de fato, vale muito a pena. A trama dividida em 6 episódios de 60 minutos, constrói sua base em cima de um consistente drama policial, porém sem esquecer da importância das relações humanas, familiar e de casal, para nos proporcionar uma experiência das mais interessantes a partir de um gatilho narrativo que sempre chama atenção da audiência: a viagem no tempo.  

Em um futuro próximo, no ano de 2025, a realidade virtual se tornou uma ferramenta comum nas investigações policiais. O procedimento é simples: uma equipe de drones escaneia a cena do crime e os detetives acessam essas informações em um espaço de realidade virtual para tentar encontrar novas pistas. Depois do corpo de uma mulher ser encontrado na praia, a história se concentra em Ludovic Beguin (Tomer Sisley), conhecido como Ludo, um policial da cidade francesa de Brest que, graças a uma falha nessa tecnologia chamada "vórtex", consegue se comunicar sua mulher,Mélanie (Camille Claris), que havia morrido, misteriosamente, em 1998, no mesmo local do crime atual. Confira on trailer (em francês):

Embora "Vórtex" esteja longe de ser um primor estético de ficção cientifica como "Minority Report", um dos aspectos mais notáveis da produção é a forma como diretor Slimane-Baptiste Berhoun é capaz de criar uma atmosfera sombria e envolvente desde as primeiras cenas mesmo com todas as suas limitações técnicas  - em um primeiro olhar, ele traz muito do conceito visual (e até narrativo) das séries nórdicas. Sua competente direção explora uma sensação constante de tensão e mistério, fazendo com que a audiência  se sinta tão intrigada quanto confusa, principalmente quando o "Efeito Borboleta" entra em cena. Reparem como tudo se encaixa e como os detalhes são pontuados com muita sensibilidade pelo texto, ou seja, ou você presta muita atenção ou sua teoria de "quem matou?" pode ser bastante prejudicada. 

Um ponto interessante da minissérie é como o roteiro de Camille Couasse e Sarah Farkas, baseado na história de Franck Thilliez, aborda temas mais profundos e até existenciais, explorando questões sobre destino e livre arbítrio ao mesmo tempo em que o texto trabalha o caso policial como um verdadeiro clássico do gênero. Já o viés tecnológico é fraco, mas importante para a narrativa. Por outro lado, à medida que a trama vai se desenrolando, somos confrontados com questionamentos sobre a natureza da realidade e os limites do conhecimento humano, adicionando ainda mais camadas aos personagens e complexidade para a narrativa - o plot investigativo é muito bem desenhado e vai te surpreender.

Apesar de todas as qualidades, "Vórtex" pode apresentar alguns momentos onde o ritmo mais lento, especialmente nos episódios iniciais, quando a trama está sendo estabelecida, possa incomodar. No entanto, isso é compensado pelo aumento constante da tensão e do mistério, que vai ganhando cada vez mais corpo com as reviravoltas que ocorrem nos episódios subsequentes. Outro incômodo diz respeito ao distanciamento natural da ficção científica - ele vira um drama de relação até chegar em um thriller policial. Tudo isso é bem dinâmico, mas acontece.

Enfim "Vórtex" é divertido e envolvente. Mais uma agradável supresa que certamente vai te conquistar! Pode dar o play sem receio!

PS: as referências à Copa do Mundo de 1998, podem causar algum desconforto para os amantes do futebol...rs

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"Vórtex" é um espécie de "Ghost" com "Black Mirror" e mais ótimos elementos de "Efeito Borboleta". Embora essa produção francesa de 2022 exija uma boa dose de suspensão da realidade, principalmente no que diz respeito ao viés tecnológico da história, posso te garantir que o entretenimento, de fato, vale muito a pena. A trama dividida em 6 episódios de 60 minutos, constrói sua base em cima de um consistente drama policial, porém sem esquecer da importância das relações humanas, familiar e de casal, para nos proporcionar uma experiência das mais interessantes a partir de um gatilho narrativo que sempre chama atenção da audiência: a viagem no tempo.  

Em um futuro próximo, no ano de 2025, a realidade virtual se tornou uma ferramenta comum nas investigações policiais. O procedimento é simples: uma equipe de drones escaneia a cena do crime e os detetives acessam essas informações em um espaço de realidade virtual para tentar encontrar novas pistas. Depois do corpo de uma mulher ser encontrado na praia, a história se concentra em Ludovic Beguin (Tomer Sisley), conhecido como Ludo, um policial da cidade francesa de Brest que, graças a uma falha nessa tecnologia chamada "vórtex", consegue se comunicar sua mulher,Mélanie (Camille Claris), que havia morrido, misteriosamente, em 1998, no mesmo local do crime atual. Confira on trailer (em francês):

Embora "Vórtex" esteja longe de ser um primor estético de ficção cientifica como "Minority Report", um dos aspectos mais notáveis da produção é a forma como diretor Slimane-Baptiste Berhoun é capaz de criar uma atmosfera sombria e envolvente desde as primeiras cenas mesmo com todas as suas limitações técnicas  - em um primeiro olhar, ele traz muito do conceito visual (e até narrativo) das séries nórdicas. Sua competente direção explora uma sensação constante de tensão e mistério, fazendo com que a audiência  se sinta tão intrigada quanto confusa, principalmente quando o "Efeito Borboleta" entra em cena. Reparem como tudo se encaixa e como os detalhes são pontuados com muita sensibilidade pelo texto, ou seja, ou você presta muita atenção ou sua teoria de "quem matou?" pode ser bastante prejudicada. 

Um ponto interessante da minissérie é como o roteiro de Camille Couasse e Sarah Farkas, baseado na história de Franck Thilliez, aborda temas mais profundos e até existenciais, explorando questões sobre destino e livre arbítrio ao mesmo tempo em que o texto trabalha o caso policial como um verdadeiro clássico do gênero. Já o viés tecnológico é fraco, mas importante para a narrativa. Por outro lado, à medida que a trama vai se desenrolando, somos confrontados com questionamentos sobre a natureza da realidade e os limites do conhecimento humano, adicionando ainda mais camadas aos personagens e complexidade para a narrativa - o plot investigativo é muito bem desenhado e vai te surpreender.

Apesar de todas as qualidades, "Vórtex" pode apresentar alguns momentos onde o ritmo mais lento, especialmente nos episódios iniciais, quando a trama está sendo estabelecida, possa incomodar. No entanto, isso é compensado pelo aumento constante da tensão e do mistério, que vai ganhando cada vez mais corpo com as reviravoltas que ocorrem nos episódios subsequentes. Outro incômodo diz respeito ao distanciamento natural da ficção científica - ele vira um drama de relação até chegar em um thriller policial. Tudo isso é bem dinâmico, mas acontece.

Enfim "Vórtex" é divertido e envolvente. Mais uma agradável supresa que certamente vai te conquistar! Pode dar o play sem receio!

PS: as referências à Copa do Mundo de 1998, podem causar algum desconforto para os amantes do futebol...rs

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