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Dinheiro Fácil

Em um mundo onde as finanças parecem dominadas por grandes corporações e fundos de investimento, "Dinheiro Fácil" surge como um "tapa na cara" em quem se acha imbatível ao mostrar como um grupo de pequenos investidores conseguiu mudar o jogo de poder no caso da GameStop. Mas antes de analisar o filme eu sugiro dois documentários essenciais para elevar sua experiência como audiência, são eles: "GameStop contra Wall Street"da Netflix e "Gaming Wall Street", também da HBO. Dito isso, já posso afirmar que aqui temos uma trama imperdível para quem gosta do assunto e mesmo vendido como uma comédia, pode considerar que esse filme dirigido por Craig Gillespie está muito mais para um drama com fortes elementos de ironia - aliás, com um ótimo conceito narrativo bem parecido com um dos mais recentes projetos de Gillespie, "Pam & Tommy".

Basicamente, "Dinheiro Fácil" conta a história real de um grupo de investidores amadores do Reddit que causaram um grande caos em Wall Street após apostarem nas ações da GameStop, uma rede de eletrônicos americana que andava muito mal da pernas. O movimento que durou cerca de um ano e foi organizado no fórum "WallStreetBets" pelo influencer Keith Gill (Paul Dano), foi se viralizando com o tempo e com isso fez as ações da empresa, inesperadamente, dispararem - ou seja, todos os fundos que apostavam contra a GameStop perderam muito dinheiro, escancarando a fragilidade do sistema. Confira o trailer:

Na linha "Davi x Golias", "Dinheiro Fácil" vai muito além daquele tipo de filme onde os ricos se dão mal e os underdogs fazem fortuna. Não, aqui as roteiristas Lauren Schuker Blum e Rebecca Angelo (ambas de "Orange is the New Black") se preocupam muito mais em entreter do que em fazer uma  completa dramatização do que realmente aconteceu em 2021 - na verdade o filme nem perde tempo com minúcias e explicações sobre o mercado de ações, por isso a importância de saber sobre "do que" se trata a história. Gillespie brilha por sua capacidade de contar uma história real, envolvente e incrivelmente relevante nos dias de hoje sem ser didático demais - ele sabe equilibrar os momentos de drama e tensão, com alívios de humor e humanidade que dão o tom de maneira muito fluída.

As performances dos atores seguram essa proposta do diretor com muita competência. Paul Dano captura perfeitamente a jornada de auto-descoberta e resiliência do seu personagem sem parecer aquele "herói dos fracos e oprimidos" que a mídia desenhou na época - aliás, as controversas sobre Keith Gill são até maiores do que as mostradas no filme. Seth Rogen como o executivo/investidor Gabe Plotkin também brilha - embora pareça uma versão engomadinha do seu Rand Gauthier de "Pam & Tommy". Outro ponto que vale sua observação diz respeito a fotografia do Nicolas Karakatsanis (de "Cruella") - com sua paleta vibrante e dinâmica, ela nos transporta para os bastidores do frenesi financeiro daquele ano de pandemia ao mesmo tempo que retrata a angustia e a ansiedade de quem apostava "a favor" e "contra" a GameStop - um belo trabalho.

Veja, "Dinheiro Fácil" é cirúrgica ao oferecer uma análise crítica sobre o sistema financeiro americano e o poder da comunidade online nos dias de hoje, mas sem esquecer do entretenimento. Se o filme questiona as noções tradicionais sobre investimentos, ele também sabe provocar uma reflexão sobre a natureza do capitalismo e a busca pelo custo de oportunidade fantasiado de "justiça" financeira. Baseado no livro The Antisocial Network (do jornalista Ben Mezrich) esse filme é um excelente exemplo de como transformar um tema complicado em uma envolvente fábula sobre como uma corda (nem) sempre estoura do lado mais fraco. 

Vale muito o seu play!

Assista Agora

Em um mundo onde as finanças parecem dominadas por grandes corporações e fundos de investimento, "Dinheiro Fácil" surge como um "tapa na cara" em quem se acha imbatível ao mostrar como um grupo de pequenos investidores conseguiu mudar o jogo de poder no caso da GameStop. Mas antes de analisar o filme eu sugiro dois documentários essenciais para elevar sua experiência como audiência, são eles: "GameStop contra Wall Street"da Netflix e "Gaming Wall Street", também da HBO. Dito isso, já posso afirmar que aqui temos uma trama imperdível para quem gosta do assunto e mesmo vendido como uma comédia, pode considerar que esse filme dirigido por Craig Gillespie está muito mais para um drama com fortes elementos de ironia - aliás, com um ótimo conceito narrativo bem parecido com um dos mais recentes projetos de Gillespie, "Pam & Tommy".

Basicamente, "Dinheiro Fácil" conta a história real de um grupo de investidores amadores do Reddit que causaram um grande caos em Wall Street após apostarem nas ações da GameStop, uma rede de eletrônicos americana que andava muito mal da pernas. O movimento que durou cerca de um ano e foi organizado no fórum "WallStreetBets" pelo influencer Keith Gill (Paul Dano), foi se viralizando com o tempo e com isso fez as ações da empresa, inesperadamente, dispararem - ou seja, todos os fundos que apostavam contra a GameStop perderam muito dinheiro, escancarando a fragilidade do sistema. Confira o trailer:

Na linha "Davi x Golias", "Dinheiro Fácil" vai muito além daquele tipo de filme onde os ricos se dão mal e os underdogs fazem fortuna. Não, aqui as roteiristas Lauren Schuker Blum e Rebecca Angelo (ambas de "Orange is the New Black") se preocupam muito mais em entreter do que em fazer uma  completa dramatização do que realmente aconteceu em 2021 - na verdade o filme nem perde tempo com minúcias e explicações sobre o mercado de ações, por isso a importância de saber sobre "do que" se trata a história. Gillespie brilha por sua capacidade de contar uma história real, envolvente e incrivelmente relevante nos dias de hoje sem ser didático demais - ele sabe equilibrar os momentos de drama e tensão, com alívios de humor e humanidade que dão o tom de maneira muito fluída.

As performances dos atores seguram essa proposta do diretor com muita competência. Paul Dano captura perfeitamente a jornada de auto-descoberta e resiliência do seu personagem sem parecer aquele "herói dos fracos e oprimidos" que a mídia desenhou na época - aliás, as controversas sobre Keith Gill são até maiores do que as mostradas no filme. Seth Rogen como o executivo/investidor Gabe Plotkin também brilha - embora pareça uma versão engomadinha do seu Rand Gauthier de "Pam & Tommy". Outro ponto que vale sua observação diz respeito a fotografia do Nicolas Karakatsanis (de "Cruella") - com sua paleta vibrante e dinâmica, ela nos transporta para os bastidores do frenesi financeiro daquele ano de pandemia ao mesmo tempo que retrata a angustia e a ansiedade de quem apostava "a favor" e "contra" a GameStop - um belo trabalho.

Veja, "Dinheiro Fácil" é cirúrgica ao oferecer uma análise crítica sobre o sistema financeiro americano e o poder da comunidade online nos dias de hoje, mas sem esquecer do entretenimento. Se o filme questiona as noções tradicionais sobre investimentos, ele também sabe provocar uma reflexão sobre a natureza do capitalismo e a busca pelo custo de oportunidade fantasiado de "justiça" financeira. Baseado no livro The Antisocial Network (do jornalista Ben Mezrich) esse filme é um excelente exemplo de como transformar um tema complicado em uma envolvente fábula sobre como uma corda (nem) sempre estoura do lado mais fraco. 

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GameStop contra Wall Street

Se "Gaming Wall Street" da HBO usou o caso da GameStop para discutir um fluxo de falhas no sistema financeiro americano, "GameStop contra Wall Street" faz justamente o contrário, ele se apoia em uma estrutura narrativa bastante eficiente e didaticamente das mais competentes para contar a história de uma quase falida loja de games que, graças ao mindset ganancioso e predatório de Wall Street, provocou um embate histórico entre pequenos investidores e grandes corretoras de investimento.

A minissérie em três partes da Netflix mostra justamente como esse grupo de pessoas sem muita experiência no mercado de ações se uniu pela internet para resgatar a GameStop da falência e assim se colocar em direta rota de colisão com grandes investidores de Wall Street que lucrariam muito se esse destino que parecia certo se concretizasse. Confira o trailer:

Vendido como "uma verdadeira saga de Davi contra Golias viralizada e ambientada no século 21", "GameStop contra Wall Street" é extremamente eficaz em posicionar a audiência em uma atmosfera onde seus protagonistas naturalmente entrariam em choque em algum momento. De um lado o cidadão comum, imerso na cultura da internet e que graças as novas tecnologias, como a do app "Robinhood", passou a ser capaz de controlar suas estratégias de investimento em ações sem depender de corretoras e de suas taxas de corretagem. Do outro lado o status-quo, o tradicional, o universo ganancioso (e preparado só para "ganhar dinheiro") de Wall Street. Acontece, e aí está o grande mérito do documentário e do diretor Theo Love (de "A Cobra do Alabama" e produtor de "McMillions"), que esses dois lados se misturam, se embaralham e, principalmente, se confundem sem perceber que o objetivo de ambos é impreterivelmente o mesmo: se dar bem, e rápido. Se atentem na história de Keith Gill, também conhecido no Reddit como DeepFuckingValue, e veja como essa fusão de ideais que a princípio soariam antagônicas, na verdade são mais complementares do que imaginamos.

O roteiro do próprio Love foi muito feliz em estabelecer vários conceitos financeiros como gatilhos para entendermos o que de fato aconteceu - tudo apresentado da forma mais simples possível. Mesmo que algumas dessas explicações possam soar superficiais para alguns, dentro do contexto do documentário, tudo fica muito fluido e se encaixa perfeitamente na linguagem fragmentada e moderninha que o diretor defendeu em toda sua narrativa. Com uma edição que prioriza essa linguagem, sempre com um leve toque de humor e ironia, "Eat the Rich: The GameStop Saga" (no original) se aproveita de muitos depoimentos, de muitos personagens interessantes, de imagens de arquivo da mídia e de ótimas inserções gráficas para detalhar essa história tão absurda quanto surpreendente, com muito mais qualidade e nuances do que encontramos na obra da HBO - aliás, eu diria até que "Gaming Wall Street" serve como uma boa introdução para "GameStop contra Wall Street".

Embora com um certo exagero nas piadinhas "de internet" (mesmo que esse exagero nem seja tão fora da realidade assim), "GameStop contra Wall Street" é mais um exemplo de narrativa capaz de entreter ao mesmo tempo em que cria uma espécie de senso crítico sem soar "burocrática" ou "chapa branca" demais - é perceptível a preocupação de Theo Love em sempre mostrar os dois lados das histórias, para que nós como audiência tenhamos a liberdade de encontrar as respostas que mais se alinhem com o que acreditamos.

Vale muito a pena!

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Se "Gaming Wall Street" da HBO usou o caso da GameStop para discutir um fluxo de falhas no sistema financeiro americano, "GameStop contra Wall Street" faz justamente o contrário, ele se apoia em uma estrutura narrativa bastante eficiente e didaticamente das mais competentes para contar a história de uma quase falida loja de games que, graças ao mindset ganancioso e predatório de Wall Street, provocou um embate histórico entre pequenos investidores e grandes corretoras de investimento.

A minissérie em três partes da Netflix mostra justamente como esse grupo de pessoas sem muita experiência no mercado de ações se uniu pela internet para resgatar a GameStop da falência e assim se colocar em direta rota de colisão com grandes investidores de Wall Street que lucrariam muito se esse destino que parecia certo se concretizasse. Confira o trailer:

Vendido como "uma verdadeira saga de Davi contra Golias viralizada e ambientada no século 21", "GameStop contra Wall Street" é extremamente eficaz em posicionar a audiência em uma atmosfera onde seus protagonistas naturalmente entrariam em choque em algum momento. De um lado o cidadão comum, imerso na cultura da internet e que graças as novas tecnologias, como a do app "Robinhood", passou a ser capaz de controlar suas estratégias de investimento em ações sem depender de corretoras e de suas taxas de corretagem. Do outro lado o status-quo, o tradicional, o universo ganancioso (e preparado só para "ganhar dinheiro") de Wall Street. Acontece, e aí está o grande mérito do documentário e do diretor Theo Love (de "A Cobra do Alabama" e produtor de "McMillions"), que esses dois lados se misturam, se embaralham e, principalmente, se confundem sem perceber que o objetivo de ambos é impreterivelmente o mesmo: se dar bem, e rápido. Se atentem na história de Keith Gill, também conhecido no Reddit como DeepFuckingValue, e veja como essa fusão de ideais que a princípio soariam antagônicas, na verdade são mais complementares do que imaginamos.

O roteiro do próprio Love foi muito feliz em estabelecer vários conceitos financeiros como gatilhos para entendermos o que de fato aconteceu - tudo apresentado da forma mais simples possível. Mesmo que algumas dessas explicações possam soar superficiais para alguns, dentro do contexto do documentário, tudo fica muito fluido e se encaixa perfeitamente na linguagem fragmentada e moderninha que o diretor defendeu em toda sua narrativa. Com uma edição que prioriza essa linguagem, sempre com um leve toque de humor e ironia, "Eat the Rich: The GameStop Saga" (no original) se aproveita de muitos depoimentos, de muitos personagens interessantes, de imagens de arquivo da mídia e de ótimas inserções gráficas para detalhar essa história tão absurda quanto surpreendente, com muito mais qualidade e nuances do que encontramos na obra da HBO - aliás, eu diria até que "Gaming Wall Street" serve como uma boa introdução para "GameStop contra Wall Street".

Embora com um certo exagero nas piadinhas "de internet" (mesmo que esse exagero nem seja tão fora da realidade assim), "GameStop contra Wall Street" é mais um exemplo de narrativa capaz de entreter ao mesmo tempo em que cria uma espécie de senso crítico sem soar "burocrática" ou "chapa branca" demais - é perceptível a preocupação de Theo Love em sempre mostrar os dois lados das histórias, para que nós como audiência tenhamos a liberdade de encontrar as respostas que mais se alinhem com o que acreditamos.

Vale muito a pena!

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Gaming Wall Street

"Gaming Wall Street" chegou ao Brasil pela HBO Max com mais de 6 meses de atraso em relação ao seu lançamento nos EUA. Esse movimento gerou algumas indagações sobre as consequências dos assuntos abordados no documentário e, sinceramente, não me surpreenderia se essa especulação, de fato, fosse a razão de tanta demora. Por se tratar de uma das histórias mais loucas dos últimos anos e pelos nomes envolvidos na produção, toda narrativa dá a exata impressão de que uma nova crise nos moldes daquela de 2008 é só uma questão de tempo - o motivo, lógico, a ganância!

Narrado por Kieran Culkin (com um tom que faz muito lembrar seu personagem Roman Roy de "Succession"), o documentário dividido em duas partes tenta explicar como pequenos investidores que se organizaram a partir de um grupo do Reddit focado em investimentos, o r/Wallstreetbets, quase colapsaram o mercado de ações ao entrarem em um embate direto contra grandes fundos de investimento de Wall Street que apostavam na derrocada de uma (queridinha) rede de varejo especializada em compra e venda de mídias físicas de jogos de video-game chamada GameStop. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pelo austriaco Tobias Deml, "Gaming Wall Street" tem dois episódios completamente diferentes um do outro. Para alinharmos bem as expectativas, ele não é um documentário sobre o caso da GameStop, mas sim um estudo sobre as falhas no sistema que envolve Wall Street e que, ai sim, a partir desse caso específico, escancara a fragilidade do processo de negociação de ações com a entrada de novos players como o "Robinhood" - uma startup com base na tecnologia que criou um app extremamente intuitivo que entrega facilidade para que qualquer um possa investir na bolsa sem custo de corretagem.

O interessante é que ao longo das histórias que o documentário retrata, entendemos que nem tudo é o que parece. Por trás do "divino" propósito de um app que prometia democratizar uma relação financeira sem intermediários, na verdade existia uma dinâmica escondida (embora legal) de corretagem onde o conflito de interesses (esse sim ilegal) fez com que a startup manipulasse o mercado, evitando que grandes corretoras como a Melvin Capital fossem prejudicadas no caso da GameStop - sim, o app chegou a tirar o botão "comprar" da tela, para evitar maiores problemas (e perdas) para seus aliados (e para si mesmo).

Embora possa parecer bem complicado para um público pouco acostumado com o assunto e com os termos que envolvem essas operações, "Gaming Wall Street" tenta de todas as formas parecer didático ao mesmo tempo que entretém.  Em meio aos depoimentos dos vários personagens que transitaram por Wall Street ou pelas telas de computador (e de celular) durante o caso da GameStopsequências animadas explicam a mecânica de algumas ações como as "vendas a descoberto", por exemplo. Culkin traz leveza para as narrações enquanto gifs e memes estabelecem um conceito onde a cultura da Internet ou a dinâmica dos podcasts se encaixem melhor do que uma narrativa documental dura e enfadonha.

Para quem gosta do estilo "Trabalho Interno" sobre crimes financeiros, você vai se divertir com o play!

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"Gaming Wall Street" chegou ao Brasil pela HBO Max com mais de 6 meses de atraso em relação ao seu lançamento nos EUA. Esse movimento gerou algumas indagações sobre as consequências dos assuntos abordados no documentário e, sinceramente, não me surpreenderia se essa especulação, de fato, fosse a razão de tanta demora. Por se tratar de uma das histórias mais loucas dos últimos anos e pelos nomes envolvidos na produção, toda narrativa dá a exata impressão de que uma nova crise nos moldes daquela de 2008 é só uma questão de tempo - o motivo, lógico, a ganância!

Narrado por Kieran Culkin (com um tom que faz muito lembrar seu personagem Roman Roy de "Succession"), o documentário dividido em duas partes tenta explicar como pequenos investidores que se organizaram a partir de um grupo do Reddit focado em investimentos, o r/Wallstreetbets, quase colapsaram o mercado de ações ao entrarem em um embate direto contra grandes fundos de investimento de Wall Street que apostavam na derrocada de uma (queridinha) rede de varejo especializada em compra e venda de mídias físicas de jogos de video-game chamada GameStop. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pelo austriaco Tobias Deml, "Gaming Wall Street" tem dois episódios completamente diferentes um do outro. Para alinharmos bem as expectativas, ele não é um documentário sobre o caso da GameStop, mas sim um estudo sobre as falhas no sistema que envolve Wall Street e que, ai sim, a partir desse caso específico, escancara a fragilidade do processo de negociação de ações com a entrada de novos players como o "Robinhood" - uma startup com base na tecnologia que criou um app extremamente intuitivo que entrega facilidade para que qualquer um possa investir na bolsa sem custo de corretagem.

O interessante é que ao longo das histórias que o documentário retrata, entendemos que nem tudo é o que parece. Por trás do "divino" propósito de um app que prometia democratizar uma relação financeira sem intermediários, na verdade existia uma dinâmica escondida (embora legal) de corretagem onde o conflito de interesses (esse sim ilegal) fez com que a startup manipulasse o mercado, evitando que grandes corretoras como a Melvin Capital fossem prejudicadas no caso da GameStop - sim, o app chegou a tirar o botão "comprar" da tela, para evitar maiores problemas (e perdas) para seus aliados (e para si mesmo).

Embora possa parecer bem complicado para um público pouco acostumado com o assunto e com os termos que envolvem essas operações, "Gaming Wall Street" tenta de todas as formas parecer didático ao mesmo tempo que entretém.  Em meio aos depoimentos dos vários personagens que transitaram por Wall Street ou pelas telas de computador (e de celular) durante o caso da GameStopsequências animadas explicam a mecânica de algumas ações como as "vendas a descoberto", por exemplo. Culkin traz leveza para as narrações enquanto gifs e memes estabelecem um conceito onde a cultura da Internet ou a dinâmica dos podcasts se encaixem melhor do que uma narrativa documental dura e enfadonha.

Para quem gosta do estilo "Trabalho Interno" sobre crimes financeiros, você vai se divertir com o play!

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